Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

APROFUNDANDO AS RAÍZES

6  Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele,
7  nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças.
8  Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo (Cl 2.6-8).
Introdução
Já imaginou uma árvore frondosa sem raízes? Seu destino é o chão no primeiro vendaval. A força e a sustentação de uma árvore estão na raiz, que devem estar aprofundadas, não superficiais e esparsas. Esta é uma metáfora que se encaixa muito bem na vida cristã. Como uma árvore, se não aprofundarmos nossas raízes seremos derrubados da fé no primeiro vendaval que surgir na vida. E para não cair da fé nos momentos de tribulação é necessário estar firme, fortalecido e sustentado.
Lembra da parábola do semeador? Ela nos faz lembrar da importância das raízes. A que caiu à beira do caminho nem chegou a nascer, pois foi devorada pelas aves (nem teve a oportunidade de enraizar); a que caiu em solo rochoso nasceu e logo morreu, isso porque não pôde aprofundar as suas raízes por causa das pedras; a que caiu entre os espinhos também nasceram, mas logo morreram sufocadas pelos espinhos (por fatores externos ao das raízes, mas que provavelmente impediram sua ramificação). Somente vigorou aquela que caiu e nasceu em boa terra. Por quê? Porque foi a única que aprofundou as suas raízes.
E qual é a função das raízes? As raízes têm três funções primárias. A primeira é para dar fixação da planta ao solo, a segunda é absorção de água com sais minerais dissolvidos e por último a acumulação de substâncias de reserva. O texto acima nos fala de como devemos estar radicados em Jesus, edificados em sua Palavra para sermos aprovados na fé. Em nosso estudo vamos fazer uma analogia entre as funções das raízes em relação a vida cristã e abordaremos sobre a importância de estarmos radicados em Cristo.
1 – A FUNÇÃO DA RAIZ É DAR SUSTENTAÇÃO
As raízes que se espalham a partir da base do tronco estendem-se em todas as direções, prendendo, assim, a planta ao solo. As raízes de uma árvore, em geral, estão estruturadas na mesma forma que os galhos, as raízes mais grossas irradiam para fora da base do tronco, depois bifurcam regularmente e terminam em aglomerados de raízes finas nas pontas. Uma árvore com suas raízes bem fixadas e profundas não cai na tempestade. Ela suporta o vento e todas as intempéries contra ela. Na parábola do semeador temos dois exemplos da importância da sustentação das raízes:
A) Exemplo da semente que caiu em solo rochoso
A Bíblia assim descreve sobre ela:
5  Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. 6  Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se Mt 13 5,6).
E Jesus explica o seu significado:

13  A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, crêem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam (Mt 13.13).
Não aprofundaram as suas raízes e a falta de raízes provocou a sua morte. A semente no terreno rochoso possuía raízes, porém superficiais. Ela nasceu alegre e radiante, mas logo morreu. E por que morreu? Porque não desenvolveu raízes. É aquele cristão que ouve a Palavra de Deus, aceita a salvação em Cristo e começa a frequentar com assiduidade e alegria a igreja. Porém, ele não aprofunda as suas raízes e o que acontece com o passar do tempo? O clima ameno passa e a seca atinge com força esta plantinha que não se preparou para o clima seco. E debaixo de um sol escaldante e impelida por fortes ventos, ela não suporta e morre porque as suas raízes eram superficiais, ou seja, abandona a fé e deixa de frequentar a igreja.
Como uma planta nascida no terreno pedregoso, um novo convertido sem aprofundamento na Palavra de Deus, diante do primeiro problema vai se esquecer de toda alegria inicial e se desviar da fé. Isso acontece porque muitos cristãos acham que Jesus é como a lenda do gênio da lâmpada mágica que atende a todos os nossos desejos e nos dá tudo que pedimos. Logo ele percebe que a fé não é a base do troca-troca: Eu creio em Ti, eu te adoro e em troca o Senhor me abençoa com uma vida tranquila e próspera. Depressa ele se decepciona e o Diabo é especialista em lançar e trabalhar as decepções de nosso coração.
B) Exemplo da semente que caiu em boa terra
A Bíblia assim descreve sobre esta semente:
8  Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um (Mt 13.8).
E Jesus explica o significado desta alusão:
15  A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança (Mt 13.15).
Esta não morreu e até frutificou porque atendeu com agrado ao convite de Deus. A semente que caiu em boa terra foi a única que não morreu e chegou a frutificar e a amadurecer o seu fruto. Por quê? Qual foi o seu segredo? As suas raízes! Esta semente nasceu, cresceu e aprofundou na terra as suas raízes e por causa disso pôde suportar os vendavais. Quando chegou os momentos de tribulação ela não desistiu, pois pôde resistir bravamente às intempéries porque havia nela uma força que a sustentava.
Na Palavra de Deus encontramos homens e mulheres de Deus que aprofundaram as suas raízes de tal forma que aperfeiçoaram e desenvolveram a sua fé. Estes homens e mulheres passaram por tempos de dificuldades, como provações, aflições, perseguições, mas eles resistiram porque estavam sustentados pelas suas raízes. Os heróis da fé são personagens bíblicos que suportaram todos os vendavais e estão lá como exemplos, como placas de sinais de trânsito para nossa orientação. Isso nos ensina uma importante lição:
C) Somente em Cristo somos sustentados para não cairmos nos vendavais
Se a primeira função da raiz é impedir que a árvore caia é estritamente necessário que estejamos radicados em Cristo. O próprio Senhor Jesus nos advertiu quanto a essa necessidade:
5  Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6  Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam (Jo 15.5-6).
O segredo da nossa força, da nossa resistência não está em nós, mas em Cristo. Precisamos nos enraizar em Jesus para não tropeçarmos na fé. E para quem pensa que não precisa de força para resistir, Paulo assim nos adverte:
Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia ( 1 Co 10.12).
E para não cair é necessário que estejamos em Cristo, firmados nele, confiados em sua força e não em nosso próprio entusiasmo. E acha que não há inimigos por aí a fim de nos tirar do caminho e nos fazer prosseguir por outro estranho à fé? Quantos não nos aconselham a pegarmos um atalho que é muito mais fácil e prático? Não devemos nos esquecer de que Deus providenciou o caminho, mas o Diabo o atalho, que nada mais é do que um desvio do caminho. E em tempos tão modernos, com tanta coisa acontecendo em nosso cotidiano, podemos ter dificuldades de orientação. Como discernir o santo do profano em meio a tantas vozes e tantos ensinos, cada um deles parecendo ser mais verdadeiro que o outro? No terreno espiritual todo cuidado é pouco. O que vemos e ouvimos deve ser julgado e pesado com muita prudência. A Bíblia diz:
Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte (Pv 16.25)
Há caminhos que parecem direitos aos nossos olhos, mas muitos deles são perigosos e podem nos levar à morte espiritual, ao abandono da fé, à queda nos vendavais. Por isso mantenha os olhos firmes em Jesus para evitar que sua fé morra de secura em cima da pedra. Precisamos criar raízes em nossa vida cristã, aprofundarmos nossa fé para que não venhamos a cair. Precisamos, impreterivelmente, permanecer na videira, que é Cristo, porque não temos raiz própria e necessitamos do alimento e da sustentação de suas raízes, de forma que sem Jesus não somos nada, sem Jesus estamos perdidos, como diz aquele canto:
Quem tem Jesus tem tudo
Quem não tem, não tem nada.
Mas quem tem Jesus Cristo
No céu já tem morada.
Ligar a Cristo é o primeiro passo a ser dado na vida cristã, pois o Apóstolo Paulo diz:
17  E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas (2 co 5.17).
É o momento da conversão, de quando abandonamos nossos velhos e sujos caminhos e passamos a caminhar no caminho de Cristo que nos leva direto ao Céu. É o momento em que rasgamos nossas velhas e sujas vestes e nos revestimos de Cristo. É o momento em que abandonamos nossas paixões carnais, os prazeres da carne e nos congratulamos em Cristo. É quando a nossa natureza completamente humana se transforma e se alia à natureza divina, porque tomamos uma decisão muito consciente e determinada de comprometer totalmente a nossa vida com o Senhor Jesus Cristo. Esta é uma fase tão primordial na vida cristã que, caso isso realmente aconteceu na sua vida você jamais deixará de estar ligado a Cristo; este cordão umbilical jamais será cortado!
2 – A FUNÇÃO DA RAIZ É RETIRAR NUTRIENTES E ÁGUA DO SOLO

A segunda função da raiz é absorção de nutrientes que alimenta e mantém a árvore vigorosa. As espécies que estão adaptadas para crescer em regiões áridas têm longas raízes de busca, que sugam umidade de uma vasta área. As que vivem em solos úmidos e férteis têm raízes finas e pouco profundas, que podem não se expandir para além da extensão de seus ramos.
Uma planta sempre tem uma raiz principal, chamada de pinhão da árvore. Esta provavelmente é a primeira raiz produzida por uma semente e ela cresce diretamente para baixo em busca de água e simultaneamente fortalece a estabilidade da planta. Esta raiz continua a estender-se para baixo o suficiente para localizar uma fonte constante de água e alimento.
Uma árvore com suas raízes bem fixadas e profundas não se enfraquece. Ela retira os nutrientes necessários para a sua sobrevivência e seu fortalecimento. Da mesma forma o cristão radicado em Jesus Cristo não passa fome e nem sede, porque Jesus disse:
Eu sou o pão da vida (Jo 6.48).
Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede (Jo 6.35).
Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente (Jo 6.51).
Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva (Jo 7.38).
Ele recebe o alimento e os nutrientes necessários à sua sustentação e fortalecimento de Cristo, ele desenvolve a sua fé na comunhão cotidiana com Deus. Na parábola do semeador temos dois exemplos da negligência provocado pela não ramificação das raízes:
A) Exemplo da semente que caiu à beira do caminho
Assim a Bíblia diz dessa semente:
E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram (Mt 13.4).
E Jesus explica sobre ela:
A que caiu à beira do caminho são os que a ouviram; vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos (Mt 13.12).
A semente à beira do caminho praticamente não tinha raiz, sendo que algumas nem chegam a nascer, e por não se alimentarem morreram desnutridas. Esta semente significa dar uma atenção superficial a Deus e demonstra o desprezo do homem pelo Evangelho de Jesus Cristo. Talvez, haja até certa curiosidade sobre o assunto, mas nada é levado a sério. Talvez, o interesse foi proveniente de um momento difícil, uma busca de socorro; vindo a bonança esquece-se do favor recebido. Talvez, tudo não passou de um negócio, de uma troca de favores, eu te aceito e o Senhor me ajuda, eu te sirvo e o Senhor me dê uma vida próspera; não vindo o resultado esperado a decepção o faz repensar. E como tudo que é leviano desaparece o resultado final é uma recusa ao chamado de Deus.
Isso acontece de diferentes formas. Pode vir na pessoa de amigos, parentes, professores, colegas de trabalho ou namorados e até mesmo do cônjuge, para fazer com que você desista e perca o interesse pelo Evangelho. Eles apontam todas as desvantagens e perigos que vai enfrentar se insistir em ser um crente em Jesus. Então, sem analisar o outro lado, isto é, a salvação e todas as bênçãos que a seguem pela eternidade, você pode ser levado a entender falsamente que ser um cristão é um atraso de vida e assim recusa ao convite de Deus.
Quando alguém vem e diz que o Evangelho é coisa de gente atrasada, pregado por espertalhões, não está dizendo a verdade, mas está jogando areia na sua fé. A aceitação do Evangelho nunca foi atraso de vida. Pelo contrário, já tirou, tira e sempre vai tirar muita gente da miséria espiritual e da perdição eterna. Ter Jesus como Senhor de nossa vida é a maior riqueza que se possa ter. Portanto, não de ouvidos aos cochichos de quem não se importa com a sua salvação, não seja como uma semente à beira do caminho que é pisada ou devorada pelas aves.
b) Exemplo da semente que caiu entre os espinhos
A Bíblia assim diz sobre esta semente:
Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram (Mt 13.7).
E Jesus explica seu significado:
A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer (Mt 13.14).
A semente em terreno de espinheiros é aquela que nasceu, cresceu e até frutificou porque aprofundou um pouco as suas raízes, entretanto os seus frutos não amadureceram porque não aprofundou o suficiente as suas raízes para se alimentar de Deus. Não se trata mais de um novo convertido, mas de um cristão maduro. E quando o dono do terreno (Deus) vai procurar seus frutos, simplesmente não os encontra. Uma erva daninha cheia de espinhos cresceu junto à planta e a sufocou impedindo o amadurecimento de seus frutos. Veja que não a impediu de frutificar, mas de amadurecer o seu fruto.
Uma triste realidade hoje são os cristãos de "banco". Passam a vida inteira assentados na Igreja sem um propósito, sem o mínimo desejo de se envolver com a obra de Deus. Apenas assistem ao culto, sem prestar a Deus o verdadeiro culto, a verdadeira adoração. Não planejam nada em Deus e não se envolvem com os trabalhos da igreja. Mesmo depois de muito tempo convertidos não passam de crianças. Paulo assim diz sobre eles:
1 Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. 2  Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais (1 Co 3.1,2).
Eram velhos convertidos, mas ainda crianças na fé. E o autor de Hebreus diz:
12  Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido. 13  Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. 14  Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal (Hb 5.12-14).
O cristão nunca deve regredir e nem ficar estagnado na fé, na sua vida com Deus, mas deve prosseguir rumo ao desenvolvimento, ao crescimento espiritual. O Crente não deve simplesmente assistir aos cultos, mas prestar culto a Deus com sua vida. O culto não é apenas aquelas duas horas onde se canta, ora, contribui e se ouve uma pregação. Ele precisa cultuar a Deus todos os dias, em todos os momentos de sua vida. Este é o padrão e este é o segredo para se crescer e se desenvolver.
O significado dos espinhos está bem claro no Evangelho: Novas prioridades na vida e o abandono do compromisso de fidelidade com a obra do Senhor. Isso pode ser a busca de riquezas, o ingresso de pastores na vida política, crente enrolado até ao pescoço pelas concupiscências da carne, dos olhos e da soberba da vida, decepções e revoltas com Deus, com a igreja ou com pessoas. É a perda do primeiro amor. Antes era tudo para Jesus e agora nem suporta falar do assunto e nem suporta ver aqueles que não foram fracos como ele, antes, perseveram até ao fim e seguem firmes no caminho. É muito atual para eles a exortação de Jesus:
Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas (Ap 2.4,5).
 Isso tudo nos ensina mais uma lição muito importante:
C) Somente em Cristo somos nutridos
Somente Cristo pode nos alimentar e impedir que venhamos a morrer desnutridos. Jesus é o único alimento que nutre nossa alma, Ele é o maná do céu:
32  Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. 33  Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo. 34  Então, lhe disseram: Senhor, dá-nos sempre desse pão. 35  Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede (Jo 6.32-35).
Nossa vida, nossa alma, nosso coração precisam nutrir-se de Jesus, Ele deve ser o nosso principal alimento, a nossa esperança, a nossa vida, o nosso vigor. E Ele tem alimento suficiente para nos alimentar até mesmo no deserto. Há espécies de plantas que estão adaptadas para crescer em regiões áridas. Elas têm longas raízes de busca, que sugam a umidade de uma vasta área (o que sugere uma luta incansável em busca de água e alimento), enquanto que as que vivem em solos úmidos e férteis têm raízes finas e pouco profundas.
É no deserto que buscamos e ansiamos pelo alimento que vem de Deus. Podemos dizer que o sofrimento cria anticorpos para aguentarmos as batalhas da vida. A força para viver está exatamente na experiência do sofrimento. O sofredor é forte! Preparado para as batalhas! E Jesus mostra que as vitórias são sempre antecedidas por lutas, sendo exatamente o que muitos não compreendem totalmente e querem vitórias sem lutas. Muitas vezes somos "amassados" por Deus, com o propósito de nos fazer vasos novos. A Bíblia diz:
Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? —diz o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel (Je 18.6).
Depois da tempestade, a árvore fica muito machucada, folhas caem, galhos quebram, mas ela, permanecendo em pé, logo se recupera e revigora a sua aparência. As provações nos fazem chorar, chegam a abater o coração e as vezes achamos que não suportaremos, mas permanecendo firmes, a tempestade passa e Deus manda a bonança.
Porque não passa de um momento a sua ira; o seu favor dura a vida inteira. Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã (Sl 30.5).
A Bíblia está cheia de exemplos de pessoas que se tornaram vitoriosas, após terem passado por sofri­mentos. Os sofrimentos, bem vivi­dos com intensidade e observação consciente, sempre produzem saldos positivos. José chegou a ser o vice-governador do Egito, mas antes passou na vida provações e sofri­mentos, sendo até acusado injustamente e preso. Paulo vivia preso, mas via vantagens nas cadeias que o prendiam. Ele também tinha um espinho na carne, mas Deus lhe disse que aquele espinho era um controlador da sua vanglória. Jesus sofreu e morreu crucificado e em função de seu sofrimento brotou a Igreja.
Perseguições e provações são experiências comuns aos cristãos. Essas coisas não devem ser estranhas, alheias a nós, pelo contrário, são comuns, pois fomos designados para isto. É nosso destino sofrer nesse mundo. É claro que esse não é o nosso destino eterno, pois Deus não nos destinou a sofrer pela eternidade, mas certamente nos destinou a sofrer neste mundo. Jesus falou:
Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros (Jo 15.20).
Cristo é o fundamento da nossa fé. Precisamos estar ligados a Ele para sermos alimentados e fortalecidos. Sem Cristo com certeza naufragaremos na fé. Sem Cristo com certeza morreremos famintos e secos. Sem Cristo não suportaremos o sol escaldante e os tempos áridos que se abatem em nossas vidas.
3 – A FUNÇÃO DA RAIZ É ACUMULAR SUBSTÂNCIAS DE RESERVA
A terceira função da raiz é atuar como uma despensa para a árvore. Durante o verão as raízes armazenam substâncias para sustentá-la ao longo dos meses de inverno. As raízes mais grossas atuam como armazéns no inverno para os açúcares que as folhas produziram no verão. No verão as raízes finas começam a bombear água para os novos brotos em crescimento. Conforme a água passa para cima, através das raízes, para o interior do tronco, o crescimento de novos rebentos e folhas é acelerado. Portanto podemos afirmar que nos casos de plantas debilitadas, o seu problema está na formação das raízes.
E será que a vida cristã não necessita de reservas? Somos conscientes das intempéries da vida, que assim como no clima há bonanças e vendavais, verão e inverno, na vida existe tempos bons (em que tudo corre às mil maravilhas) e tempos ruins (em que até o chão desaparece de sob nossos pés). Há momentos na vida em que estamos cruzando um vale verde com abundantes fontes de água, enquanto que em outros passamos por um árido deserto. O sábio Salomão nos adverte quanto a isso:
1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: 2  há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; 3  tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; 4  tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; 5  tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; 6  tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; 7  tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; 8  tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz (Ec 3.1-8).
No tempo de paz devemos aproveitar a bonança para renovar as forças e se preparar para novas tempestades que virão. Nossa vida é como um navio que cruza o mar revolto. Suas provisões não são para sempre, de forma que de tempo em tempo precisa aportar para renovar as provisões. Assim Deus não permite tempestade eterna sobre seus filhos. Ele sempre abre o tempo e permite uma pausa para a paz, para a bonança, não para que venhamos a cruzar os braços e nos acomodar, mas para que possamos descansar e renovar as nossas forças, porque assim como as tempestades não são para sempre, as bonanças também não o são, e assim como o navio não deve permanecer aportado, assim devemos zarpar e enfrentar novamente o tenebroso oceano da vida. Isso não deve nos incomodar e nem nos fazer revoltar com a vida e com Deus, porque este fato é a normalidade da vida. Paulo nos adverte:
3  a fim de que ninguém se inquiete com estas tribulações. Porque vós mesmos sabeis que estamos designados para isto (1Ts 3.3).
Lembremos que Jesus jamais prometeu uma vida tranquila, sem inverno e somente verão para seus seguidores. Antes, ele dizia:
33  Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16.33).
Portanto, nos momentos de tranquilidade devemos aproveitar para renovar a nossa fé, a nossa esperança e as nossas forças, de forma que, quando chegar novamente a tribulação possamos suportá-la e sair dela fortalecido. E enquanto ela perdurar, Paulo nos diz como devemos agir:
12  regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes (Rm 12.12).
Mas somente conseguiremos ser pacientes se, durante o verão, abastecermos nossa dispensa com abundância suficiente para reserva, porque se aproveitarmos a pausa para somente nos divertir, certamente ficaremos sem provisões em nosso celeiro para passar o inverno. E o resultado disso não será outro além da impaciência e revolta com Deus e com a vida. Lembra de que devemos estar sempre ligados a Cristo porque somente Ele nutre a nossa vida? Pois é, Paulo nos diz:
35  Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? 38  Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, 39  nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.35, 38,39).
Portanto, se estivermos ligados em Cristo, nutridos pela sua força e pelo alimento espiritual que Ele nos oferece, teremos prazer em nos prevenir no verão com abastecimento suficiente que nos permitirá passar o inverno. E jesus assim nos adverte:
10  Não temas as coisas que tens de sofrer ... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.10).
E Tiago nos diz:
12  Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam (Tg 1.12).
Portanto, sejamos como as raízes e acumulemos substâncias de reserva durante o verão para que venhamos a suportar com paciência e perseverança os invernos da vida e não venhamos a ser uma planta que morra, mas uma planta que frutifique e que amadureça os seus frutos.
Conclusão
A fé é uma semente de Deus em nosso coração. O plano do Diabo, nosso adversário, é fazer o possível e o impossível para roubá-la, arrancá-la e destruí-la. Esta semente, segundo a parábola do semeador, pode cair em quatro terrenos e ter quatro desenvolvimentos e a raiz tem um papel fundamental nestas quatro sementes.
Precisamos ter uma relação de confiança e amor com Jesus, pois se posso sobreviver somente se estiver ligado a Ele, como vou me radicar em alguém em quem não confio? Em quem não amo? Em quem não descanso o suficiente para confiar a minha vida a Ele? Como posso ser nutrido por alguém em quem não busco?
Em que ou em quem você tem radicado a sua vida? Como você tem alimentado a sua fé? Jesus tem sido o seu alimento? Ele tem sido a única esperança na sua vida? Nossa conduta deve ser regida por Ele e por sua Palavra. Portanto, alimente e fortaleça a cada dia a sua fé em Jesus. Aprenda com os acontecimentos de sua vida e permite que o Espírito de Deus forje em você um caráter cristão. Que Deus assim abençoe a sua vida! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

12 comentários:

  1. amem eu louvo a DEUS....estou em meio aos espinhos por muito tempo e hoje é mais uma vez que tento limpar meu terreno

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    1. Que Deus seja contigo e lhe de vitória! Valeu pela participação!

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    2. Muito boa a mensagem meu querido 👏👏🙏

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    3. Amém! Obrigado! Valeu pela participação!

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  2. Estou buscando aprofundar minhas raizes, ainda como o irmão acima mencionou,por muito tempo em meio aos espinhos,agora meu terreno esta sendo limpo cuidado e adubado na fé para esse novo tempo, aprofundando as minhas raizes.Minha identidade em Cristo.

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    1. Amém! Que o Senhor te ilumine, te guie e lhe fortaleça para alcançares a vitória! Lembra-te que vivemos no temporário para adquirirmos para a eternidade! Vale a pena todo esforço!

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  3. A paz do Senhor Jesus irmão! Muito profunda essa mensagem. Louvado seja o Senhor por sua vida! Deus te abençõe irmão.🙏

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  4. Que palavra maravilhosa! Estou impactada com tanta inspiração divina.Deus te abençoe meu irmão .

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    1. Amém! Louvado seja o Senhor! A Ele toda Glória! Valeu pela participação!

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  5. exposicao evangelistica de fundamental importancia para os dias de hoje, serve para nos acordar da nossa morbidez em relacao a Cristo e a nossa salvacao.

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    1. Verdade! Que o Senhor tenha misericórdia e nos sustente em nossa fé!

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