Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sábado, 4 de abril de 2015

AS TRÊS CRUZES DO CALVÁRIO



33  Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda.
34  Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes.
35  O povo estava ali e a tudo observava. Também as autoridades zombavam e diziam: Salvou os outros; a si mesmo se salve, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido.
36  Igualmente os soldados o escarneciam e, aproximando-se, trouxeram-lhe vinagre, dizendo:
37  Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo.
38  Também sobre ele estava esta epígrafe em letras gregas, romanas e hebraicas: ESTE É O REI DOS JUDEUS.
39  Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também.
40  Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença?
41  Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez.
42  E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.
43  Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso (Lc 23.33-43).
Introdução
Quando viajamos pelas estradas, constantemente vemos cruzes fixadas as beiras das rodovias. Elas nos alertam e nos falam que alguém morreu naquele local em algum acidente. Cruz lembra morte e hoje vamos conversar sobre as três cruzes do Calvário.
Depois de enfrentar um julgamento injusto, de ser maltratado pelos soldados, subjugado pelas autoridades, sempre acompanhado por aquela multidão que contemplou seus milagres e suas curas, Jesus chega ao monte chamado Calvário e ali o crucificam com mais duas pessoas. A cena do Calvário tinha três cruzes: do lado direto um ladrão, no meio Jesus e do lado esquerdo outro ladrão.
Parece que a multidão não estava muito preocupada com os dois criminosos. Eles eram apenas ladrões e haviam cometido delitos e mereciam pagar o preço de seus atos. As atenções, no entanto, estavam voltadas à cruz do centro, ao homem chamado Jesus que era o protagonista daquela cena, tanto é que Ele foi crucificado no centro. O fato é que havia ali naquele lugar três cruzes. O que elas podem significar?
1 – A CRUZ DA DIREITA: A CRUZ DA INCREDULIDADE
As palavras daquele homem, crucificado a direita de Jesus, não eram palavras consoladoras e nem palavras de arrependimento, muito menos palavras de exaltação e reconhecimento àquele que estava ao seu lado, pois dizia:
39  Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também.
Aquele ladrão estava vivendo uma situação irreversível. Estava pregado em uma cruz esperando a chegada da morte que era iminente. Ele não queria salvar a sua alma, queria tão somente salvar o seu corpo daquela cruz, algo que somente aconteceria por um milagre. Aquele homem, naquele momento de sua vida, ainda estava agindo com incredulidade.
A incredulidade sempre descobre impossibilidades porque sempre olha para as circunstâncias, para os obstáculos e não para Deus. Aquele homem estava apenas olhando para a situação de crucificado e pensando em uma forma de se safar daquela situação. Ele olhou para Jesus como o Cristo, mas não o Cristo que salva a alma do inferno, não o Cristo que ama os pecadores e por causa desse amor estava ali, mas ele olha para Jesus como o Cristo que poderia apenas tirá-lo daquela cruz. Ele foi totalmente incrédulo até o fim de sua vida.
Jesus não lhe deu qualquer resposta. Deus não age diante da incredulidade. Ele nem dá respostas a ela. E temos um exemplo disso que é a cidade de Nazaré, a cidade em que Jesus Cristo viveu:
1  Tendo Jesus partido dali, foi para a sua terra, e os seus discípulos o acompanharam.
2  Chegando o sábado, passou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo: Donde vêm a este estas coisas? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos?
3  Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele (Mc 6.1-3).
No contexto desta passagem Jesus operou milagres maravilhosos. Ele expulsou uma legião de demônios de um endemoninhado. Uma mulher foi curada instantaneamente de uma hemorragia que a assolara por anos. Uma garota de doze anos, a filha de um governante judeu, ressuscitou dos mortos. Ao operar tais milagres, Jesus disse àqueles a quem libertou: A tua fé te salvou.
E nesta passagem Jesus vai à Sua cidade, Nazaré, onde Ele viveu os primeiros trinta anos de Sua vida. Jesus volta à Sua terra para estar no meio da Sua própria gente, incluindo a Sua própria família, mas encontra ali o pior tipo de incredulidade. Ele é completamente rejeitado pelos seus concidadãos. E por causa desta incredulidade Jesus pouco fez diante daquele povo:
 Não pôde fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.

 Admirou-se da incredulidade deles. Contudo, percorria as aldeias circunvizinhas, a ensinar (Mc 6.5-6).
A fama de Jesus com certeza já havia chegado em Nazaré. O povo de Nazaré certamente ouvira a respeito dos grandiosos milagres de Jesus. Com certeza tinham ouvido as histórias maravilhosas dos milagres de suas mãos. Entretanto, para eles, tais coisas aconteceram em outras cidades, em outros locais, em outras comunidades, e não em Nazaré, afinal, Ele viverá por trinta anos ali e nunca havia acontecido nada, porque Jesus era um cidadão comum em Nazaré. E qual é o resultado diante da incredulidade daquelas pessoas? Jesus retém o Seu poder! Deus não age diante da incredulidade!
A – É a cruz da rejeição

A cruz da incredulidade é a cruz da rejeição. Na cruz da direita estão representados todos aqueles que rejeitam a salvação providenciada por Deus através do sacrifício de seu Filho Unigênito. Na cruz da incredulidade estão aqueles que não querem assumir compromisso com Deus e por causa disso o rejeita, na cruz da incredulidade estão aqueles que querem ser salvos pelos seus próprios meios, seguindo seus próprios caminhos, sem terem de abrir mão de nada, na cruz da incredulidade estão aqueles que querem ir para o céu, mas sem mudança de vida. 
Jesus sabe o que é a dor da rejeição. Podemos notar isso quando lemos a sua lamentação sobre Jerusalém:
34  Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes (Lc 13.34)!
Mas essa rejeição não aconteceu somente em Jerusalém. Jesus foi desprezado e rejeitado pelos homens. Ele sabe o que é isso já desde antes de seu nascimento em Belém, pois assim dizia a profecia a Seu respeito:
3  Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso (Is 53.3).
Nós rejeitamos a Deus quando recusamos a Sua oferta de salvação. Jesus estava morrendo por causa do pecado daquela multidão, mas eles estavam dizendo não ao sacrifício de Cristo, e aquele ladrão estava sendo mais um daqueles que rejeitaram a Cristo. E a Bíblia diz que qualquer pessoa que rejeita a Deus é um tolo.
A parte mais triste da história desse ladrão que estava crucificado ao lado de Jesus, é que ele se perdeu tendo a salvação bem ao seu lado. Ele estava tão perto de Jesus e da Salvação, mas ainda assim, partiu desta vida totalmente perdido por causa da incredulidade de seu coração.
Esta também é a situação de muitas pessoas que vivem no meio do Evangelho. Frequentam as igrejas, ouvem a Palavra de Deus nos cultos, mas não tomam uma decisão séria de seguir a Cristo, não tem uma entrega total a Cristo, sempre deixam reservas e isso também é uma forma de rejeição.
B – É a cruz da zombaria
A cruz da incredulidade é a cruz da zombaria. Aquela cruz representa a arrogância de toda a humanidade. Apesar de estar numa situação extrema, de iminente morte, aquele homem juntava o que restava de suas forças para desafiar o Filho de Deus. Naquela cruz estão aqueles como as autoridades que diziam:
35  ... Salvou os outros; a si mesmo se salve, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido.
Lá também estão outros, como os soldados, que diziam:
37  Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo.
Também estão lá aqueles como um dos ladrões que dizia:
39  ... Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também.
Jesus Cristo sofreu muitos escárnios, risos, muitas caçoadas e teve muito tratamento insolente contra Ele durante o seu ministério na terra. Os discípulos de Jesus Cristo também foram zombados. E Jesus nos advertiu que também o seríamos, mas fez uma linda declaração sobre isso:
11  Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós (Mt 5.11).
Jesus Cristo sabia desde o início que teria de enfrentar os escárnios e que isso culminaria em Sua morte. Mas, Ele reconhecia que todos os escárnios que recebia eram dirigidos, na verdade, contra o Senhor, a quem Ele representava. E a Bíblia faz uma severa advertência a respeito disso:
7  Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará (Gl 6.7).
E também diz:
10  Porque, se meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me acolherá (Sl 27.10).
Todos aqueles que zombam da salvação de Deus estão representados nesta cruz. Todos aqueles que zombam dos filhos de Deus e da santidade deles estão representados nesta cruz. Todos aqueles que zombam do poder de Deus, da Sua vontade Soberana e de Seu domínio sobre todas as coisas estão representados nesta cruz, a cruz da incredulidade, a cruz da zombaria.
C – É a cruz daqueles que não aproveitam as oportunidades
Na cruz da incredulidade estão aqueles que deixam as oportunidades passarem porque acham cedo demais para se envolverem com Deus, são aqueles que deixam para se decidirem depois, que deixam para amanhã o primordial, o essencial para suas vidas de pecados.
Lá no Calvário, havia um homem pendurado em uma cruz, ao lado de Jesus, que morria sem fé, que morria sem esperança e que morria sem aceitar a salvação de Deus. Aquele homem, por não tomar a decisão correta, morria perdido em seus pecados, morria sem receber o perdão, e por isso ele estava perdido para sempre, porque ele estava deixando passar a sua última oportunidade.
O fato é que este homem tivera a mesma oportunidade que o daquele que esta a esquerda de Jesus, mas ele não a aproveitou, e morreu completamente perdido sem alcançar a salvação de sua alma. Ele estava interessado apenas na salvação de seu corpo. Eles não estavam somente em lados opostos de Jesus, mas estavam também com atitudes opostas.
Talvez aquele ladrão não tenha suportado a verdade, porque a cruz da incredulidade é daqueles que não suportam a verdade. Talvez, mesmo no sofrimento que estava passando, ele não quisesse deixar o caminho largo, o caminho do pecado, e passar pelo caminho estreito, porque a cruz da incredulidade é daqueles que andam pelo caminho largo do pecado e dos prazeres deste mundo. Aquele homem queria descer daquela cruz para continuar a fazer o que fazia antes: roubar. E qual é o fim daqueles que estão naquela cruz?
8  Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte (Ap 21.8).
Esta é a parte mais triste de tudo isso. Um fim trágico de perdição eterna, sem Deus, sem salvação, sem o gozo da vida eterna, fora dos portais do céu com Cristo. Tem muita gente boa neste mundo com atitudes iguais ao ladrão daquela cruz, sem arrependimento, não obstante estar no fundo do poço, mas preferem continuar cavando e se afundando cada vez mais em seus pecados ao invés de se arrependerem e se converterem a Cristo. A incredulidade também é pecado, e é o mais horrível de todos os pecados.
2 – A CRUZ DA ESQUERDA: A CRUZ DA FÉ
À esquerda havia outra cruz com outro homem, outro ladrão, mas com outra atitude, não de rejeição, não de zombaria, mas de alguém que percebeu que a sua última oportunidade estava passando e ele resolveu não perdê-la. Aquele homem dizia:
40  Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença?
41  Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez.
42  E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.
Aquele homem reconheceu o que as autoridades do povo não reconheceram: a inocência de Jesus. Pilatos havia visto a mesma coisa em Jesus, mas não tomou a atitude que aquele ladrão tomou. Enquanto as horas passavam, aquele ladrão, pendurado naquela cruz, procurou sair do tempo e avançar rumo à eternidade.
A – É a cruz do arrependimento
A cruz da fé é a cruz do arrependimento. O que é arrependimento? Arrepender significa mudar de ideia. Arrependimento verdadeiro resulta em uma mudança de comportamento. Uma definição bíblica e completa de arrependimento é: mudança de convicção sobre algo que resulta em mudança de comportamento.
Arrepender-se, em relação à salvação, é mudar sua convicção sobre Jesus Cristo. Pedro, logo após o Pentecostes, está convidando as pessoas que rejeitaram a Jesus a mudarem seus pensamentos sobre Ele e reconhecerem que realmente Ele é o Senhor e Cristo:
36  Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo (At 2.36).
Pedro está convidando as pessoas a transformarem suas mentes deixando para trás a sua rejeição a Cristo como o Messias e passar a ter fé Nele como Messias e Salvador. E como isso deveria acontecer?
38  Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo (At 2.38).
Através do arrependimento. É impossível colocar nossa fé em Jesus Cristo como Salvador sem primeiro mudarmos nossa convicção sobre quem Ele é e o que Ele tem feito. Aquele ladrão mudou. Se ele não tivesse passado pelo arrependimento com certeza estava tendo a mesma atitude do outro, e ele seria apenas mais um dos incrédulos, mais um dos que zombavam.
Mas agora, naquela situação, aquele ladrão não temia mais os juízes deste mundo e nem o povo. Ele estava preso, crucificado, não podia fazer nada a não ser pensar e falar. Naquelas horas de sofrimento ele se arrependeu e o que quer que ele antes pensasse de Jesus, agora ele o vê como o Cordeiro de Deus e teve um pulsar da fé diante da Pessoa do Senhor Jesus, e espontaneamente clamou:
42  ... Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.
Imagine como estas palavras devem ter tocado o coração de Jesus. Em meio a tanta zombaria e rejeição, diante de tanto escárnio e irreverência, alguém o chama de Senhor e busca a Sua salvação, a salvação de sua alma e não de seu corpo. Agora sim merecia uma resposta e Jesus a dá com todo o Seu amor que tem pelo pecador.


43  Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
Esta era a última oportunidade de arrependimento para aquele homem e ele não a perdeu, não adiou a sua decisão. Ele se sentia perdido e desesperadamente só, abandonado por todos. Então teve a certeza de que aquele que estava ao seu lado era o Messias, o Salvador do Mundo, a sua última esperança. Ele se arrependeu e creu em Jesus. Mas há algo mais que precisa ser feito além do arrependimento.
B – É a cruz da confissão
A cruz da fé é a cruz da confissão. Aquele homem não somente se arrependeu como também confessou os seus pecados. Impressionado com a postura, com o equilíbrio e com o controle de Jesus mesmo sentindo tanta dor, e ao ver seu colega zombar dele, não suportou o peso da consciência e disse:
41  Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez.
Aquele ladrão teve a atitude correta diante de Cristo: sentir-se culpado e perdido diante de Deus. Aquele homem raciocinou sobre sua vida de pecado e chegou à conclusão de que merecia a pena que recebera. Ele aceitava e reconhecia a pena de seus crimes, mas não estava preparado para a morte. E para se preparar para a morte, a qual estava iminente naquela hora, além de arrepender-se, ele confessou os seus pecados. Devemos confessar os nossos pecados a Deus para recebermos o perdão. A Bíblia diz:
8  Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós.
9  Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 Jo 1.9).
A confissão aqui é feita pelo cristão ao Pai, com ajuda do Advogado Jesus Cristo. Alguns pecados não precisam ser confessados a outros homens, mas todos precisam ser confessados ao Senhor para receber o perdão dele.
Aquele homem não podia ir à sinagoga para confessar os seus pecados, não podia procurar aqueles de quem furtara para pedir perdão. Não podia ser batizado. Nada podia fazer senão exercer a fé, e fé em Deus. E isto ele fez, e graças a esta atitude ele foi salvo.
C – É a cruz da esperança
A cruz da fé é a cruz da esperança. O ladrão esperou ansioso por uma resposta que veio imediatamente após a sua decisão. Jesus não responde a incredulidade, mas responde imediatamente à fé. Jesus lhe respondeu:
43  ... Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
E em função de ter crido, o ladrão convertido recebeu a certeza da vida eterna. Naqueles últimos momentos de sua vida ele recebeu o perdão de todos os seus pecados e a certeza da salvação. Se há uma pessoa sobre a qual podemos ter certeza de seu destino eterno é o ladrão arrependido, porque foi o próprio Jesus quem sentenciou a seu respeito. Aquele ladrão entendeu o amor de Deus, conforme João nos revela quando diz:
16  Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).
Aquele que estava na cruz da fé entendeu a missão daquele que estava na cruz do centro, conforme as próprias palavras de Jesus quando disse:
32  E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo (Jo 12.32).
Naquele momento, o sacrifício de Cristo não atraiu os soldados, não atraiu as autoridades, não atraiu o povo, não atraiu aquele que estava a sua direita, mas atraiu aquele ladrão pecador que estava ao seu lado esquerdo, pois aquele que estava na cruz da fé sentiu-se atraído pelo amor de Jesus. Aquele que estava na cruz da fé reconheceu sua culpa e sua insuficiência, conforme as palavras de Paulo quando diz:
23  pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.23).
Pelo fato de sermos descendentes de Adão o pecado faz parte da nossa natureza, faz parte da essência do ser humano porque já nascemos com ele. A Bíblia diz que através de Adão entrou o pecado no mundo. Então todos os descendentes de Adão já nascem com o pecado em si.
Quando Jesus veio como homem a este mundo, Ele assumiu o nosso lugar debaixo do juízo divino. Deus tratou Jesus Cristo, ali na cruz do Calvário, da maneira exata como nosso pecado merecia ser tratado. Basta que você se arrependa, confesse os seus pecados e creia em Jesus como Salvador da sua vida, para ser perdoado e ter a vida eterna. A cruz da esquerda representa a todos aqueles que têm fé em Jesus Cristo.
3 – A CRUZ DO CENTRO: A CRUZ DA SALVAÇÂO
A palavra cruz se refere à doutrina de que Cristo morreu pelos pecadores sobre a cruz e a cruz aponta para Cristo como o único Salvador dos homens. Esta é a cruz do centro, a cruz da salvação.
Ao mesmo tempo em que a cruz revela a malignidade do coração humano, ela também revela a bondade, a misericórdia e o amor de Deus de uma maneira que nenhuma outra coisa seria capaz de fazê-lo.
A – A cruz do Cordeiro de Deus
A cruz do centro era a cruz exclusiva do Cordeiro de Deus. Na cruz central, Jesus Cristo, o Homem perfeito, oferecia um sacrifício perfeito para redimir a todos os pecadores que forem até Ele. Aquela cruz, a cruz do centro, não poderia ser de outro a não ser de Jesus, o Unigênito de Deus. Somente Ele poderia ocupar aquele lugar. Quando João Batista viu a Jesus pela primeira vez disse:
29  No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29)!
E a profecia sobre o a vinda do Messias dizia:
7  Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca (Is 53.7).
E a cruz de Cristo é o símbolo de Sua submissão ao Pai:
8  a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz (Fp 2.8).
O cordeiro tem chamado a atenção por sua natureza mansa.  E em seu espírito de humildade, Jesus personifica o cordeiro. Esta mansidão, esta humildade deve ter chamado a atenção do ladrão à esquerda e o levou a crer em Jesus. O mesmo deve ter percebido o da direita, mas isto o levou a zombar de Cristo. Não concebia em sua mente um inocente morrer tão quieto e tão calado.
B – A cruz da substituição
Quem estava na cruz do centro estava substituindo a mim e a você. Por que Jesus? Por que Ele teve que morrer? Quem deveria estar lá era eu, era você, era somente aqueles dois ladrões. Mas nenhum outro poderia nos substituir a não ser Jesus. A Bíblia diz que:
21  Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus (2 Cor 5.21).
22  Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão (Hb 9.22).
No tempo da Lei de Moisés, toda vez que alguém pecava, tinha que derramar o sangue de um animal inocente e oferecer o sacrifício desse animal a Deus, para que o pecado dessa pessoa fosse remido, isto é, fosse perdoado por Deus. O animal sacrificado tinha que ser totalmente perfeito, sem nenhuma mancha, sem nenhum defeito. O autor do livro de Hebreus, ao falar sobre este assunto, diz:
13  Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne,
14  muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo (Hb 9.13,14)!
Deus enviou seu Filho ao mundo para oferecê-lo como sacrifício perfeito, em substituição a todos os sacrifícios que teriam que ser feitos. Jesus morreu para simplificar as coisas para o homem. Ele morreu para acabar com a matança de animais. Ele morreu para que houvesse condição igual para todos os homens se salvarem.
Deus, na cruz, não só teve de impor todas as nossas transgressões sobre aquele que não conheceu pecado, mas também, devido ao nosso estado corrompido, teve de considerá-lo pecado. Ele se fez pecado por nós. Isto significa que, na cruz, Deus contemplou, e por isso julgou o seu Amado Filho, como nosso Fiador e Intercessor, que pagaria por nossas más obras e por nossa má natureza. Foi por nós, pelo que fizemos e pelo que somos em nós mesmos, que morreu o Santo e Justo Jesus Cristo.
Nenhuma outra coisa teria satisfeito o coração de Deus. Aquela cruz não podia ser de outra pessoa que não fosse o Senhor Jesus. A mãe de Jesus não poderia ocupá-la, nenhum irmão de Jesus poderia ocupá-la, nenhum discípulo de Jesus poderia ocupá-la, mas tão somente o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo.
Isso porque fora somente Jesus quem sofreu todas as dores, todas as agonias, as angústias, a tortura, a condenação injusta e todo tipo de humilhação. Foi Jesus quem sofreu as bofetadas dos soldados romanos, sua zombaria colocando uma coroa de espinhos em sua cabeça e até a execução entre dois malfeitores.
C – É a cruz da justificação
A cruz do centro é a cruz da justificação dos pecadores. Na cruz do centro, Jesus Cristo, com seus braços abertos, abraçava aos pecadores em um gesto de convite, amor e salvação.  Jesus Cristo morria para pagar o preço dos nossos pecados e nos tornar justos diante de Deus. É a cruz da justificação e da restauração.
Ele se tornou o elo entre Deus e os homens. O pecado trouxera a separação, a ruína e a morte. Jesus Cristo restabeleceu a ligação entre o céu e a terra, fazendo com que o homem e o seu Deus pudessem estar reconciliados e unidos novamente.
Quando buscamos a salvação pelos nossos próprios esforços, quando achamos que podemos dar uma mãozinha pra Deus, estamos nos colocando no lugar de Jesus naquela cruz que só pertence a Ele.
E quando negamos a salvação única em Jesus e a procuramos em outra pessoa que não seja Ele, estamos colocando esta pessoa no lugar de Jesus naquela cruz que só pertence a Ele. Se assim fizermos morreremos em nossos pecados, porque a Bíblia diz que:
23  ... o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 6.23).
Na cruz central, Jesus Cristo morria como oferta pelo pecado. Na cruz da esquerda, um ladrão morria para o pecado. E na cruz da direita, outro ladrão morria, mas em seus pecados.
Conclusão
No Calvário, onde havia três cruzes, em duas delas dois homens lutavam em seu interior. Um aceitou a salvação, entregando-se a Jesus. Outro, por sua vez, rejeitou a Cristo e perdeu a Salvação que lhe era oferecida. Aceite Jesus agora. Você não sabe se terá outra chance de fazer isso. Amanhã pode ser tarde demais.
Cada um de nós é colocado hoje numa posição de escolha: ou aceitamos a salvação que nos é oferecida em Cristo ou rejeitamos este oferecimento. Tudo depende de nossa escolha, e sobre nós repousam as consequências desta escolha, a vida eterna ou a perdição eterna.
Que Deus nos ajude a escolhermos a Cristo agora mesmo para podermos herdar a vida eterna, porque ainda é tempo de salvação, Jesus ainda não fechou a porta da Sua Igreja e todos são bem vindos, todos podem ser salvos, basta apenas a decisão pessoal de cada um.
Nunca foi tão urgente tomarmos esta decisão. Se observarmos os acontecimentos atuais à luz da Bíblia, vamos entender claramente que Jesus está às portas. O mundo está em confusão, o mundo está em guerras, o mundo está em desequilíbrio ecológico. Também a fome é realidade em grande parte do mundo. A violência tem imperado veementemente, o homem está cada vez mais afastado de Deus, a falta de amor entre as pessoas é crescente, a apostasia está em alta, está na moda, e muito outros fatores que presenciamos cada dia mostram que estamos próximos do fim.
Podemos ter a certeza de que o próximo acontecimento será a volta gloriosa de Jesus para buscar a sua Igreja. Em breve ouviremos o toque da última trombeta, e veremos o sinal do Filho do Homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória. Este será o acontecimento que todos devemos aguardar. Para que esse dia seja glorioso e de alegria, e não de horror, é imprescindível estarmos preparados, revestidos das armas da luz, como diz a Palavra de Deus, com as nossas lâmpadas bem acesas. Então, poderemos estufar o peito e dizer: Maranata! Vem, Senhor Jesus! A cruz de Cristo quer hoje salvar a sua vida! Que Deus te abençoe! Amém!

A PISCINA E A CRUZ è Conta-se que um excelente nadador tinha o costume de correr até a água e molhar somente o dedão do pé antes de qualquer mergulho. Alguém intrigado com aquele comportamento lhe perguntou qual a razão daquele hábito. O nadador sorriu e respondeu:

Há alguns anos, numa certa noite perdi o sono e fui à piscina para nadar um pouco. Não acendi a luz, pois a lua brilhava muito. Quando eu estava no trampolim, vi minha sombra numa parede à minha frente. Com os braços abertos, minha imagem formava uma magnífica cruz. Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando aquela bela imagem. Nesse momento pensei na cruz de Cristo e em seu significado. Eu não era um cristão, mas quando era criança aprendi que Jesus tinha morrido para nos salvar. Sentei-me no trampolim, enquanto aqueles ensinamentos vinham-me à mente. Não sei quanto tempo fiquei ali parado, mas, ao final, eu estava em paz com Deus. Desci do trampolim e resolvi apenas tomar um gostoso banho, quando, para meu assombro, descobri que haviam esvaziado a piscina naquela tarde. Naquela noite a cruz de Cristo salvou-me duas vezes: da morte física e da morte espiritual. Por isso molho o dedão do pé antes de saltar.

Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com


Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

A CURA DA MULHER HEMORRÁGICA



24  Jesus foi com ele. Grande multidão o seguia, comprimindo-o.
25  Aconteceu que certa mulher, que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia
26  e muito padecera à mão de vários médicos, tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior,
27  tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste.
28  Porque, dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada.
29  E logo se lhe estancou a hemorragia, e sentiu no corpo estar curada do seu flagelo.
30  Jesus, reconhecendo imediatamente que dele saíra poder, virando-se no meio da multidão, perguntou: Quem me tocou nas vestes?
31  Responderam-lhe seus discípulos: Vês que a multidão te aperta e dizes: Quem me tocou?
32  Ele, porém, olhava ao redor para ver quem fizera isto.
33  Então, a mulher, atemorizada e tremendo, cônscia do que nela se operara, veio, prostrou-se diante dele e declarou-lhe toda a verdade.
34  E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal (Mc 5.24-34).

Introdução

A nossa ida ao médico pode não ser tão simples. Não é difícil passarmos por dezenas de consultas, fazermos dezenas de exames, e ainda continuarmos sentido os sintomas que nos levaram a procurar a medicina. A ida ao médico é um processo em que o paciente busca auxílio de um profissional da medicina, capaz de dizer do que ele sofre, por que sofre e qual é a cura. Quando tais perguntas não são respondidas o paciente normalmente se desespera.
A verdade é que, mesmo diante do avanço da medicina, não são raras às vezes em que ela é incompetente para diminuir o sofrimento dos doentes, porque muitos não obtêm qualquer resposta ao tratamento. E quando finalmente a medicina nada mais pode fazer a desesperança pode tomar conta da situação. E aí, o que fazer quando todos os recursos da medicina foram esgotados? O texto acima conta a história de uma mulher que viveu esta situação.
Jesus estava indo junto com seus discípulos, acompanhados de uma multidão de pessoas, à casa de Jairo para ver a sua filha que estava doente. E dentre essa multidão havia uma mulher que estava enferma, e andava entre as pessoas procurando se aproximar de Jesus. Esta mulher enferma cria que, se conseguisse somente tocar nas vestes de Jesus, seria curada. O que podemos aprender com a vida dessa mulher?

01 – QUANDO CHEGA O DESENGANO

Aquela mulher era uma pessoa assim como eu e você, sujeita a doenças e pronta a gastar e a despender de tudo com qualquer coisa necessária para obter a cura. Ela foi se tornando fraca, desencorajada porque procurava resolver tudo com as suas próprias forças e com seus próprios recursos. Mas dia-a-dia ela foi perdendo toda a sua esperança. E quando os recursos financeiros se esgotaram, sem ainda ter resolvido o seu problema, o desespero deve ter batido forte no coração daquela mulher.

A – O sofrimento prolongado por causa da enfermidade

De acordo com as escrituras, Já fazia doze anos que aquela mulher sofria de sangramentos constantes. Doze anos de tentativa, de busca, de esperança frustrada. Também foram doze anos de enfraquecimento constante pela perda de sangue. E foram doze anos de sombras, de lágrimas, de sofrimentos sem trégua pela exclusão da vida em sociedade.
Aquela mulher estava dominada pela anemia e pela fraqueza, ela estava morrendo aos poucos. É como se a vida fosse se esvaindo como o seu sangue e ela morresse dia a dia, pouco a pouco. Mas ela não apenas estava perdendo a vida, como também não podia gerar a vida, porque o seu ventre, devido a sua enfermidade, em vez de ser um canteiro da vida, tinha se tornado em um deserto de morte.
Com tudo isso, os sonhos daquela mulher estavam sendo destruídos por causa de sua enfermidade. Se aquela mulher era casada estava impedida de ter contato com o seu marido, e desta forma o seu casamento já devia estar abalado, e se ela era solteira, estava impedida de sonhar com o casamento. Ela não podia relacionar-se com as pessoas, portanto, ela devia viver confinada dentro da sua casa. Ela não podia entrar no templo para adorar e era impedida de participar das festas porque ela era considerada impura. Ela devia viver na caverna da solidão, do isolamento. Foi por causa disso tudo que aquela mulher chegou anonimamente para tocar em Jesus, com medo de ser rejeitada.
Quem sabe você esteja pensando agora que tem alguma coisa a ver com essa mulher, pois talvez você também esteja sofrendo a muitos anos de alguma doença. E talvez a sua doença também venha se arrastando por anos a fio e tenha também destruído os seus sonhos. Talvez a medicina já tenha batido o seu martelo e dito não haver solução. Se assim for, você precisa desta mensagem, você precisa de ajuda, você precisa do poder transcendente de Jesus que cura.

B – O esgotamento de todos os recursos

O problema daquela mulher era tão sério que ela gastou tudo que tinha com vários médicos na esperança de ser curada por algum deles. Isso nos mostra que ela não era uma mulher omissa e nem passiva, e que não ficou amuada num canto reclamando da vida. Antes, aquela mulher correu atrás da solução de seu problema. Ela bateu em várias portas. Ela busca várias saídas para o seu problema.

C – E os resultados insatisfatórios

A sua doença era crônica e grave. A medicina não tinha resposta para o seu sofrimento. Os médicos não puderam ajudá-la. Aquela mulher não somente gastou tudo que tinha como também não foi curada, e o seu caso foi tornando-se cada vez mais grave. Ela não apenas perdia o seu dinheiro, perdia também a sua saúde.

26  e muito padecera à mão de vários médicos, tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior,

A partir daí vemos o encontro dessa mulher com o Senhor Jesus. Essa mulher depois de procurar vários médicos, sem encontrar solução para o seu problema, buscou a Jesus. Depois de doze anos de sofrimento ela foi até Jesus. Através de uma grave enfermidade ela foi até Jesus. E embora seu caso fosse crônico e grave, ela foi totalmente curada pelo Seu poder.
Às vezes, somos levados a Cristo através do sofrimento, seja de uma enfermidade, seja de um casamento rompido, seja de uma dor que nos aflige. A parte positiva é que em Jesus há cura completa para o maior pecador. Ainda que uma pessoa esteja afundada no pecado, há cura em Jesus. Ainda que uma pessoa esteja possessa de demônios, há cura em Jesus. Ainda que o seu corpo esteja padecendo de uma grave doença pode haver cura em Jesus, mas depende de algo fundamental.

02 – QUANDO A FÉ ENTRA EM AÇÃO

Tempestades, provações, enfermidades tudo isso são coisas que acontecem em nossas vidas permitidas por Deus. Precisamos entender que podemos nos encontrar numa situação em que a nossa fé vai ser provada. E se nós estamos vivendo com a ilusão de que nunca teremos qualquer preocupação na vida, estamos abrigando um terrível engano, porque Deus permite tempestades, Ele permite que os ventos soprem e o mar se enfureça contra nós. Enquanto esteve aqui na terra, em Seu ministério, Jesus dizia:

33  Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16.33).

Muito diferente da mensagem de muitos pregadores por aí que só pregam paz e amor. Portanto, se temos uma concepção mágica da vida, certamente vamos ter problemas, porque quando as dificuldades vierem, seremos tentados a perguntar: Por que isto está acontecendo comigo? Enquanto que na verdade nunca deveríamos fazer essa pergunta, porque o Senhor permite que temporais venham sobre nossas vidas de tal forma que a situação pode realmente se tornar desesperadora, e nossas vidas podem até serem colocadas em perigo.
É o caso desta mulher enferma. O texto não fala sua idade, diz apenas o tempo de sua enfermidade. Imagine que antes dessa enfermidade aparecer a sua vida era normal, até que um dia ela mudou drasticamente e esta mulher teve que aprender a conviver com este tipo de anormalidade. Imagine quantas privações ela teve a partir daquele momento.
Por um instante ela deve ter pensado: vou ao médico, vou me tratar e vou me curar. Mas médico após médico, consulta após consulta as coisas vão só piorando. E o tempo vai passando e a enfermidade vai virando rotina. Até que os recursos financeiros e da medicina se esgotam: chegou o momento da fé entrar em ação!

A – Motivada pelo ouvir

A fé não é algo desequilibrado e nem irresponsável. Ela tem uma base, que é a Palavra de Deus. A Bíblia diz que a fé vem pelo ouvir:

17  E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo (Rm 10.17).

Portanto, a fé não é uma aceitação cega e descabida de qualquer razão, mas um sentimento sustentado em Deus, embasado nos fatos que envolvem Sua obra, Seu poder e Sua Palavra. No relato da história desta mulher enferma, a Bíblia diz que:

27  tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste.

Ela ouviu falar de Jesus. Ela ouviu falar dos milagres de Jesus. Ela ouviu falar da pessoa de Jesus. Isso fez toda a diferença. Ao saber dos milagres operados por Jesus Cristo ela não hesitou: saiu da sua casa, enfrentou a multidão de pessoas que cercava o mestre e, destemidamente, o tocou.
O mesmo aconteceu com o cego de Jericó. Ele quis saber por que tanto alvoroço, quando finalmente lhe disseram: Jesus está passando. Ele também ouviu falar de Jesus e de seus milagres. Ele também foi até Jesus pelo que ouviu dele e ele também foi curado de sua enfermidade.
Lembre-se: Quando tudo parece estar perdido, ainda há uma saída com Cristo. Isso deve nos despertar para a importância de sempre falar de Jesus e de seus milagres, principalmente de Seu maior milagre: Tornar um pecador santificado através do novo nascimento. É muito oportuno o que Paulo disse:

14  Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue (Rm 10.14)?

Aquela mulher creu e foi curada porque ouviu do Evangelho, e isso foi o que gerou fé em seu coração, o que fez com que ela enfrentasse o medo da repreensão da sociedade e fosse por aquela multidão tentando se aproximar de Jesus.

B – Com uma atitude determinada

Deus encoraja a fé. Há um episódio na Bíblia em que Jesus questiona sobre a fé de seus discípulos:

37  Ora, levantou-se grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de água (Mc 4.37).

O vento e as ondas eram terríveis e a água estava entrando no barco. Isso era terrível, mas o que mais aterrorizou os discípulos foi a indiferença do Senhor que dormia, aparentemente, sem se importar com a situação:

38  E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe disseram: Mestre, não te importa que pereçamos Mc 4.38)?

Imaginem os sentimentos daqueles homens! Eles estavam seguindo a Jesus, tinham visto Seus milagres e estavam esperando que coisas maravilhosas acontecessem, e agora parecia que tudo ia acabar em um naufrágio. Mas quando Jesus desperta entra em ação com Seu poder, acalma a tempestade e faz uma pergunta interessante aos seus discípulos:

25  Então, lhes disse: Onde está a vossa fé? Eles, possuídos de temor e admiração, diziam uns aos outros: Quem é este que até aos ventos e às ondas repreende, e lhe obedecem (Lc 8.25)?

Olha a forma como o Senhor coloca a pergunta. Parece inferir que Ele sabe muito bem que aqueles homens têm fé. A pergunta que Ele lhes faz é: Onde está ela? Vocês têm fé, mas onde ela está neste momento? Ela deveria estar aqui!
Talvez tenha sido estes os pensamentos daquela mulher naquele momento. Onde está a minha fé? Jesus está passando, preciso tomar uma atitude, preciso de pelo menos tocar em suas vestes para ser curada. Ela tomou uma atitude! Ela não ficou chorando, achando que Deus não se importava com ela, deixando-a gastar todo seu dinheiro na busca de sua cura em vão.
E o que é fé? O princípio da Bíblia é que fé é uma atividade, é algo que precisa ser exercitado. Ela não entra em operação por si mesma, nós precisamos exercitá-la. Fé é algo que precisamos colocar em ação. Isso é exatamente o que o Senhor disse àqueles homens no barco. Isso foi exatamente o que aquela mulher fez.
Com sua pergunta, Jesus disse àqueles homens no barco: Por que não estão tomando a sua fé e aplicando-a a esta situação? Pois foi porque eles não colocaram a sua fé em ação, que os discípulos se desesperaram e ficaram nesse estado de consternação. E foi porque aquela mulher colocou a sua fé em ação que fora curada pelo mesmo mestre que estava naquele barco.
Como então podemos colocar a fé em ação? A primeira coisa que precisamos fazer quando nos encontramos numa situação difícil, é não permitir que a situação nos controle. Aqueles homens estavam no barco, o Mestre estava dormindo, as ondas estavam jogando água dentro do barco, e eles não conseguiam tirar a água com suficiente rapidez. Parecia que iam naufragar e o problema foi que eles se deixaram controlar pela situação. Eles deveriam ter colocado sua fé em ação.
E se aquela mulher, ao invés de tomar uma atitude, ficasse pensando que não havia mais esperança para ela porque todos os recursos já haviam se esgotado, ela não teria encontrado a cura e teria morrido em sua enfermidade. E se o cego de Jericó, ao invés de tomar a atitude de gritar por Jesus, ficasse calado à margem do caminho, ele não teria sido curado e teria terminado a sua vida cego. Se eles foram curados foi porque colocaram a sua fé em atividade. O próprio Jesus confirma isso:

34  E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal.

A verdade é que a fé se recusa a entrar em pânico, aconteça o que acontecer. Aqueles homens no barco entraram em pânico porque não tomaram uma atitude de fé. Aquela mulher enferma não se desesperou quando os médicos lhe falaram que não havia mais o que fazer, porque tinha em sua mente uma atitude de fé a ser tomada. Então, quando algo assim acontecer, assuma o controle de si mesmo e da situação e não perca o controle, mas faça isso pela fé.
Fé não é uma questão de emoções. Não pode ser, porque nossas emoções em uma situação de dificuldades podem ser muito variáveis. Se a fé fosse uma questão de emoções apenas, então, quando os sentimentos mudam, a fé também sofreria mutação. Mas a fé não é uma questão de emoções apenas, a fé inclui o homem integral, incluindo sua mente, seu intelecto e seu entendimento. A fé é uma questão de atitude que precisa ser tomada e, conforme a atitude tomada, ela pode ser determinante. A atitude dos discípulos no barco os levaram ao desespero. A atitude da mulher enferma a levou a encontrar a cura de sua enfermidade.
A atitude daquela mulher foi de coragem porque ela estava com sangramento e nesta situação, pela Lei, ela não podia tocar em ninguém. Ela podia ser apedrejada por isso. A atitude daquela mulher foi de fé porque ela tocou nas vestes de Jesus com o intuito de ser curada, a intenção dela era a busca de um milagre, porque ela ouviu falar que Jesus estava realizando milagres.
Muitas vezes, o que falta em nossa vida é tomar uma atitude. Ao invés de ficar prostrado lamentando, lamuriando, chorando é melhor se levantar e tomar uma atitude que realmente faça diferença, e não agir como uma criança birrenta achando que Deus atende aos nossos caprichos.
E será também que nós, algum dia, não vivemos algo dessa situação a ponto de sentir a sensação de que Deus parece não se importar conosco? Quantas vezes nós somos tentados a dizer exatamente como aqueles discípulos no barco: Mestre, não te importas que eu sofra? Enquanto tudo está acontecendo conosco e o Senhor parece estar indiferente, lembre-se que quando isso acontecer é aí que entra o verdadeiro teste da fé. É aí que ela deve entrar em ação. É aí que você precisa tomar uma atitude. Faça como aquela mulher enferma: Tome uma atitude de fé.

C – Os resultados são satisfatórios

E quando você toma uma atitude de fé os resultados mudam:

29  E logo se lhe estancou a hemorragia, e sentiu no corpo estar curada do seu flagelo.

Muito diferente daqueles que ela conseguiu com a medicina, que mesmo depois de doze anos as coisas iam de mal a pior:

26  e muito padecera à mão de vários médicos, tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior.

A fé não é algo que atua automaticamente, não é algo que atua de forma mágica, e este é um erro que muitos de nós temos. Parece que pensamos que a fé é algo que age como um botão automático ligado entre o céu e a terra: aperta o botão e pronto, a cura acontece. E há muitas pessoas que aparentemente pensam que a fé atua dessa forma. Eles presumem que não importa o que lhes aconteça, a fé vai operar e tudo terminará bem. Na verdade estão se recusando a aceitar a vontade de Deus.
Jesus cura, é verdade, mas Ele sempre tem o seu momento de agir. Ele não age no impulso e no desespero do Homem. Ele não age porque o homem quer, mas Ele age no momento que Deus determina. Aquela mulher enferma foi alvo de um destes momentos de manifestação do poder transcendente que cura.

03 – QUANDO O PODER TRANSCENDENTE OPERA

Aquela mulher foi curada não pela medicina, não pela mão de algum médico, mas pelo poder operante de Jesus. Seu poder era tão grande que um simples toque em suas vestes, realizado com fé, era o suficiente para fazer este poder irradiar e operar. E este poder continuou operante dessa forma mesmo após a sua morte e ressurreição, porque aconteceu algo semelhante na vida do apóstolo Pedro:

15  a ponto de levarem os enfermos até pelas ruas e os colocarem sobre leitos e macas, para que, ao passar Pedro, ao menos a sua sombra se projetasse nalguns deles (At 5.15).

Os doentes eram colocados pela rua para que a sombra de Pedro passasse sobre eles. Nem todos podiam receber a projeção da sombra de Pedro e a Bíblia não diz que aqueles sobre os quais a sombra se projetava eram curados, mas se não eram curados não havia sentido deles agirem dessa forma. A Bíblia diz no verso seguinte:

16  Afluía também muita gente das cidades vizinhas a Jerusalém, levando doentes e atormentados de espíritos imundos, e todos eram curados (At 5.16).

Curados pelo poder de Jesus através dos apóstolos, que agiam com ordem e decência, assim como seu Mestre, que não realizava seus milagres para ser o personagem principal de um espetáculo aos homens. Jesus sempre ensinou que tudo o que Ele fazia era para a glória de Deus. Portanto, a sensibilidade de Jesus à necessidade do homem é proveniente da necessidade do Pai em manifestar a sua Glória, porque tudo o que Jesus faz visa tão somente a Glória de Deus.

A – Quando ele é acionado

Assim que aquela mulher tocou em Jesus, Ele sentiu que dele havia saído poder. Ele sabia que alguém havia lhe tocado de uma forma diferente. Jesus, então, pergunta: Quem me tocou? A pergunta de Jesus não foi compreendida, tanto que Pedro tenta questionar a Jesus dizendo que Ele estava no meio de uma multidão que o apertava e como Ele poderia perguntar: Quem me tocou? E Jesus insistiu, mas explicando que alguém lhe havia tocado, e que este toque não era um toque como de se estar em meio a uma multidão de pessoas que o apertava de todos os lados, e sim, um toque cheio de fé, porque ele tinha sentido que dele havia saído poder.
Este toque foi um toque intencional, pois aquela mulher não tocou em Jesus acidentalmente. Ela pretendia tocá-lo com um propósito definido: Ser curada do seu mal que a atormentava há tantos anos. Foi um toque movido pela fé: Aquela mulher acreditava que Jesus tinha o poder de curá-la. Foi um toque eficaz, pois quando aquela mulher tocou em Jesus, ela ficou imediatamente livre de todos os seus males. Ela foi curada fisicamente com o estancamento de seu fluxo de sangue; ela foi curada emocionalmente porque Jesus não a desprezou, mas a chamou de filha; ela foi curada espiritualmente, pois Jesus lhe disse: A tua fé te salvou.
O fato de somente aquela mulher no meio da multidão ser curada nos ensina algo muito importante. O poder de Jesus estava lá. Entre as pessoas que o comprimia certamente havia alguns com problemas de enfermidade, não com a mesma doença daquela mulher, mas com algum outro tipo de enfermidade. Entretanto, somente ela foi curada, porque somente ela tocou em Jesus com a finalidade de ser curada. Somente ela acionou o poder de Jesus.
É a Jesus que devemos recorrer. Muitas vezes temos buscado tantos recursos fora de Jesus e isto nos impede de recebermos o que Ele tem a manifestar em nossa vida. Devemos crer na capacidade de Jesus para realizar milagres. Somos desafiados nos dias de hoje a exercitarmos a nossa fé e crer na capacidade de Deus de agir soberanamente. A Bíblia diz que:

38  todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma (Hb 10.38).

Hoje, o poder de Jesus continua da mesma forma, porque Ele é um Ser Imutável e Eterno. Ele é o mesmo ontem, hoje, e o será para sempre, e temos visto o testemunho de muitas pessoas, desenganadas pela medicina, que foram curados através de Seu poder. O problema é que muitos enfermos, ao invés de acionar o poder de Jesus, preferem confiar em santos que nada podem fazer. Na verdade, antes de solicitarem a cura de seus corpos, precisam ser curados da enfermidade de suas almas. Precisamos aprender a sempre apelar a Jesus, mas fazer isso da maneira correta, da mesma forma como aquela mulher enferma fez.

B – Quando ele é motivado pela fé

A nossa fé determina o realizar do Senhor. Jesus sempre atrelou o seu realizar a capacidade de crer de cada um. E não foi diferente com esta mulher:

34  E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal).

Temos que nos aproximarmos de Jesus com confiança, em nada duvidando, certos de que, se Ele é Deus, Ele sem dúvidas pode curar. O Senhor tem buscado entre nós, homens e mulheres que sejam capazes de crer e confiar inteiramente na Sua Palavra, para manifestar em nós a Sua Glória. Portanto, para que a fé entre em ação uma das atitudes necessárias é crer. A Bíblia diz:

6  De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam (Hb 11.6).

Toda conquista, no reino espiritual e no reino físico, começa com a semente da fé. Portanto, todo milagre descrito na Bíblia vem acompanhado de fé, mesmo porque  sem ela não há nem mesmo a iniciativa de se pedir ou de se buscar algo. Acreditar que algo pode acontecer nos impulsiona a ir além dos limites impostos pelas circunstâncias. Foi isso que ocorreu com esta mulher enferma.
É interessante notar que a definição de fé bíblica é totalmente dissociada da visão, porque ela é a convicção de fatos que se não vêem. Mas em grande parte das vezes em que desanimamos em algum propósito, podemos constatar que é a visão da realidade imediata que enfraquece a nossa fé.
Há momentos em que é preciso fazer como Abraão: crer contra a esperança, e mudar a imagem de fracasso impregnada em nossa mente pelas experiências de fé descritas na Palavra, e crer que Deus não está nem um pouco limitado ao mundo natural e as suas circunstâncias.
Há em nosso interior uma imagem definida sobre aquilo que desejamos e aquilo que não desejamos, aquilo que queremos que aconteça e aquilo que não queremos que aconteça. Essa imagem influencia diretamente a fé empenhada em determinada situação. E como a fé é necessária para qualquer milagre, isso influencia em nossos milagres. Por isso é imprescindível que haja em nós uma mudança de visão.
Por exemplo, quando Abraão estava desanimado, com a fé enfraquecida, Deus tocou sua visão, dando-lhe uma imagem para fazê-lo visualizar a promessa: mostrou-lhe o céu e sua imensidão e, a seguir, pediu-lhe que contasse as estrelas, o que, obviamente, era humanamente impossível. Como se não bastasse, a seguir, deu-lhe mais uma injeção de esperança, mostrando-lhe a areia do mar. Deus lhe prometeu que, inúmeros como as estrelas do céu e a areia do mar, assim seria a sua descendência. Deus lhe disse que todas as vezes que olhasse para algum daqueles sinais se lembrasse dessa promessa que lhe fora feita.
A partir daquele momento, Abraão passaria a visualizar aquela promessa todos os dias. Sabe por quê? Porque de dia ele andava em uma terra desértica e, à noite, tinha como teto de sua habitação as estrelas. Assim, ele podia, em qualquer situação, não somente lembrar-se da promessa, mas também deixar que sua mente fosse impregnada pela imagem do seu milagre. E a sua fé era fortalecida para mais um tempo de jornada. A verdadeira fé se faz acompanhar de uma imagem de vitória. Foi assim também com a mulher enferma:

28  Porque, dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada.

Antes de agir, ela tinha clara em sua mente a cena do que faria. Dessa forma a sua fé foi fortalecida. Quando chegou o momento de viver sua chance de cura, ela logo transpôs os obstáculos, na certeza de que aquela era a hora de viver o milagre de sua vida. Não são poucas as áreas em que verdadeiramente precisamos de um milagre, porém, para experimentá-lo, somos desafiados a ver além do óbvio.
Visualize pela fé o momento em que o milagre que você tanto espera irá alcançá-lo e sua vida será transformada. Não desperdice uma oportunidade sequer de vivê-lo, sabendo que Deus sempre dá uma oportunidade. Os sonhos são parte da estratégia de Deus para que visualizemos os milagres. Veja as situações com os olhos da fé. E lembre-se que isso não significa ausentar-se da realidade, mas crer que esta pode ser mudada. Abra seus olhos espirituais e deixe que Deus faça com você como fez com Abraão e com aquela mulher enferma.

C – Quando ele é acompanhado de gratidão

Havia doze anos que aquela mulher sofria com essa enfermidade, uma hemorragia que provavelmente era uterina, o que fazia dela, segundo as leis de Moisés, uma mulher impura, e isso a impedia de participar de cerimônias no templo e de estar livremente em sociedade. Ela não disse nada do que lhe havia acontecido, porque ela sabia que sendo impura não poderia andar pela multidão, e ainda mais tocar em alguém que era considerado Mestre.
Segundo a lei, a mulher em seu período menstrual era impura, ou seja, onde ela sentasse ficaria impuro, tudo que ela tocasse se tornaria impuro e se ela tocasse em alguém essa pessoa ficaria impura até a tarde. Então, o fato de ela estar a doze anos com esta enfermidade, significa que há doze anos que ela também era considerada impura, significa também que há doze anos ela não tinha convívio com a sociedade. Aquela mulher tinha motivos muito fortes para demonstrar a sua gratidão para Jesus.
Ela não precisava se manifestar! Ela poderia ter ficado quieta! Ninguém, além de Jesus, percebeu o que aconteceu e provavelmente, se ela ficasse calada, Jesus não a acusaria diante de todos. Mas o fato dela se manifestar à pergunta de Jesus comprovou e complementou a sua atitude de fé.
Muitos querem ser curados, mas antes de sermos curados precisamos aprender a ser sinceros. Quantas vezes nos aproximamos de Deus somente com interesses em receber isto ou aquilo e quando o recebemos viramos-lhe as costas. Falta de sinceridade diante de Deus!
Deus honra a fé e a gratidão! Jesus disse àquela mulher que a fé que ela havia tido tinha lhe salvado. Para Jesus ter usado estas palavras com certeza Ele estava dizendo que aquela mulher havia recebido não somente a cura de sua doença, como também, através desta cura, um processo de salvação havia se iniciado em sua vida: a salvação da sua alma.
A Bíblia nos afirma que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Se você crê nisso então crê que nada acontece por acaso. Precisamos desenvolver a nossa fé a ponto de descansarmos plenamente na Soberania do Senhor, crendo que Ele governa todas as coisas. Estejamos certos de que Ele é o Senhor e tem sob o seu controle todas as situações das nossas vidas.

Conclusão

Esta passagem nos mostra a importância da fé na presença de Jesus. O que salvou aquela mulher foi o fato dela crer que somente Jesus poderia curá-la da enfermidade com que ela estava passando. Essa mulher nos deixou uma lição de fé, de coragem e de ousadia diante de Deus. A fé daquela mulher foi maior do que todos os seus temores e a curou.
Com o que aprendemos hoje com a vida dessa mulher, cheguemos diante de Jesus contando-lhe toda a verdade, abrindo diante dele o nosso coração, sem nada lhe ocultar. Humilhemo-nos diante daquele que tem amor e misericórdia, que é poderoso para curar por dentro e por fora, corpo e alma, e dar a salvação. Derramemo-nos diante de Deus que nos ama incondicionalmente. A fé que temos que ter é aquela em que nos faz totalmente dependentes de Deus e nos faz confiar somente nele e essa confiança tem que ser de todo o nosso coração.
Hoje, muitos comprimem a Cristo, mas poucos o tocam pela fé, porque a maioria das pessoas que busca a Jesus não tem um contato pessoal com Ele. Aos Domingos, a multidão vem à igreja, mas é aqui e ali que alguém é encontrado chorando por seus pecados. Muitas pessoas vêm à igreja porque estão acostumadas a vir, mas estar em contato real com Jesus não é o que esperam acontecer no culto. Alguns se assentam ao redor da Mesa do Senhor, mas não têm comunhão com Cristo. Elas comem o pão e bebem o vinho, mas não se alimentam do Senhor. Elas cantam, elas oram, elas ajoelham, elas ouvem, mas isso é tudo; elas não tocam o Senhor. Não abra mão de tocar hoje em Jesus. Não se contente apenas em orar, não desista de estar verdadeiramente em contato com Jesus. Não se contente apenas em ouvir um sermão, toque hoje nas vestes de Jesus. Que Deus nos abençoe! Amém!

Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.