1 Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu
e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.
2 Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém,
que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu
esposo.
3 Então, ouvi grande voz vinda do trono,
dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles
serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles.
4 E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a
morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as
primeiras coisas passaram.
5 E aquele que está assentado no trono disse:
Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas
palavras são fiéis e verdadeiras.
6 Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o
Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da
fonte da água da vida.
7 O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe
serei Deus, e ele me será filho.
8 Quanto, porém, aos covardes,
aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros,
aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que
arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte (Ap 21.1-8).
Introdução
A pregação e estudos sobre o
céu e inferno nunca devem ficar fora dos púlpitos das igrejas e nem esquecido
da grade curricular da Escola Dominical, porque tais pregações e estudos podem
impactar no aspecto moral de uma pessoa, de uma família, de uma igreja e até mesmo
de uma nação. Jesus diz que as perspectivas do céu mexem com nossa vida, porque
quando temos uma compreensão correta do céu, isto deve transformar o nosso
agir:
19 Não acumuleis para vós outros tesouros sobre
a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam;
20 mas
ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde
ladrões não escavam, nem roubam;
21 porque, onde está o teu
tesouro, aí estará também o teu coração (Mt 6.19-21).
A correta compreensão do céu
influencia nossa submissão a Deus. E Paulo diz que a compreensão clara do céu deve
também direcionar os nossos pensamentos:
2 Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra (Cl
3.2).
Quem tem compreensão de que
Jesus vai voltar vela pela sua vida espiritual, pois a correta compreensão do
céu mexe com nossa estrutura na busca de santificação, pois aquele que aguarda
a vinda do Senhor Jesus deve viver em santa piedade:
11 Visto que todas essas coisas hão de ser assim
desfeitas, deveis ser tais como os que
vivem em santo procedimento e piedade,
12 esperando e apressando a vinda do Dia de
Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos
abrasados se derreterão.
13 Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos
novos céus e nova terra, nos quais habita justiça.
14 Por essa razão, pois, amados,
esperando estas coisas, empenhai-vos por
serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis (2 Pd 3.11-14).
A correta compreensão do céu
nos ajuda a enfrentar os sofrimentos da vida com mais ânimo e vigor. Paulo diz
que:
18 Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo
presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós (Rm
8.18).
A compreensão correta do céu
nos faz renunciar vantagens imediatas para recebermos uma herança
incorruptível. Foi por isso que Abraão aguardava a cidade cujo arquiteto
fundador é o próprio Deus. Foi por isso que Moisés preferiu a desonra, a
humilhação, o próprio exílio do que viver nos palácios do Egito. A correta
compreensão do céu nos ajuda a enfrentar a própria morte. Paulo disse que:
21 Porquanto, para mim, o viver
é Cristo, e o morrer é lucro (Fp
1.21).
Por isso que não devemos
deixar de estudar sobre o céu. Por isso que estudar este texto não é apenas
entrar em aspectos escatológicos, sem praticidade, sem aplicação prática para a
vida. Estudar escatologia é estudar as coisas do fim, as coisas finais, é
estudar sobre o propósito de Deus na História, mas é também entrar em um campo prático
que mexe com nossa vida e com nossas estruturas.
Este texto é o fechamento
das cortinas da História. O juízo final já aconteceu. Os inimigos do Cordeiro e
da Igreja já foram julgados e lançados no lago de fogo. Os remidos já estão nas
bodas do Cordeiro. É assim que este texto começa. Este texto é o quadro final
da revelação bíblica. Aquele paraíso perdido lá no Éden é reconquistado. Aquele
homem caído no Éden é agora glorificado. O projeto eterno de Deus triunfa
gloriosamente e o tempo cósmico converte-se em eternidade.
1 – A
RESTAURAÇÃO DO CÉU E DA TERRA
1 Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra
passaram, e o mar já não existe.
O que João está escrevendo
aqui é que a redenção alcançou não apenas a Igreja, mas também o cosmo. A
redenção é cósmica. A redenção alcança o próprio Universo que Deus criou. O efeito
da queda foi tão sério, tão profundo, tão grave que o pecado não atingiu apenas
o homem, o pecado atingiu a natureza, o cosmo. O Apóstolo Paulo, escrevendo aos
Romanos, diz que:
22 Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e
suporta angústias até agora (Rm 8.22).
Ela está aguardando a sua
redenção, aguardando a segunda vinda de Cristo, quando a própria natureza será
redimida do seu cativeiro. O que João está dizendo, é que com a volta do Senhor
Jesus Cristo, não apenas a Igreja será glorificada, mas também a natureza, o
cosmo. A obra da criação será liberta da sua escravidão e do seu cativeiro. Teremos
um Universo completamente restaurado da presença do pecado.
Importante entender que Deus
não vai criar Novo Céu e Nova Terra no sentido de fazer um novo céu e uma nova
terra, distintos, sem conexão com este céu e com esta terra. Ele vai fazer do
velho um novo. O Novo Céu e a Nova Terra não são um novo que não existia, mas
um novo a partir do que existe. Assim como nós teremos um corpo glorificado,
não um corpo novo sem conexão com este que existe, mas um novo corpo a partir
do que existe, assim também será o Novo Céu e a Nova Terra, a partir do céu que
existe, da terra que existe, Deus vai restaurar o novo céu e a nova terra, vai
restaurar este céu e esta terra. A palavra grega lá não é “neós”, novo de
edição, novo que não existia antes, mas é “kainós”, novo de natureza. Pedro diz
que este céu e esta terra que vemos serão purificados pelo fogo:
7 Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido
entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição
dos homens ímpios (2 Pd 3.7).
Não é aniquilamento deste
céu e desta terra, mas é renovação, a continuidade entre o antigo e o novo
restaurado. João acrescenta um dado no verso primeiro:
1 Vi novo céu e nova terra, pois
o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.
Tem gente que fica muito
frustrado com esta colocação de João. Por que quem não gosta do mar? Quando
João diz que o mar já não existe deixa algumas pessoas deprimidas pelo fato de
uma das criações mais linda de Deus não existir mais. Será que o mar, aquilo
que encanta os olhos, aquilo que é terapia para a alma não vai existir mais?
Não é exatamente isso que João está querendo dizer. O mar aqui é um símbolo. O
que João está querendo dizer é que o mar aqui representava algumas coisas para
ele. Primeiro, o mar representava para João isolamento. Ele estava banido da
sua terra, da sua cidade, da sua igreja, da sua família, do seu povo, em uma
ilha chamada Patmos, cercado por águas e o mar significava para ele solidão,
afastamento, isolamento. Ele disse que no Novo Céu e na Nova Terra não tem mais
possibilidade de isolar ninguém, que vai existir total e plena comunhão, que vamos
habitar no cosmo restaurado por Deus, que não poderemos ser afastados uns dos
outros. É isso que João quer dizer com o mar já não existe. O livro de Isaias
diz:
20 Mas os perversos são como o mar agitado, que não se pode
aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo (Is 57.20).
Aqui o mar traz também sinal
de agitação, de sujeira, de poluição, daquilo que contamina e quando João diz
que o mar já não existe, significa que neste Universo restaurado de Deus não
tem mais nada impuro, não tem mais nada sujo, não tem mais nada contaminado. Em
apocalipse capítulo 13 vemos que a besta surge do mar:
1 Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e,
sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia (Ap
13.1).
E quando vamos lá para o
capítulo 17, vemos a grande meretriz assentada sobre muitas águas:
15 Falou-me ainda: As águas que viste, onde a meretriz está
assentada, são povos, multidões, nações e línguas (Ap 17.15).
Estas águas são muitos povos
de sua agitação. Ou seja, nada mais contaminado, de conspiração contra Deus e
sua Igreja vai existir no Novo Céu e na Nova Terra. É isso que João quer dizer
com o mar já não existe. Ele não está dizendo que Deus vai eliminar do mapa, da
geografia, o oceano, os mares. Deus vai restaurar o céu e a terra.
2
– OS HABITANTES DO NOVO CÉU E DA NOVA TERRA
2 Vi também a cidade santa, a
nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo.
E quem habitará neste novo
céu e nesta nova terra restaurada por Deus? A Noiva do Cordeiro. Preste atenção
nas figuras: Cidade Santa, Nova Jerusalém, Noiva Adornada para o seu esposo. O
que é a Nova Jerusalém? Quem é esta Noiva? As três figuras falam de um mesmo
grupo: A Igreja. São figuras da Igreja. Ela que habitará no Novo Céu e na Nova
Terra, ou seja, todos os remidos, de todos os tempos, de todos os lugares. Ela é santa em comparação com a cidade
pecaminosa que é Babilônia. Ela é a Nova Jerusalém em contraste com a velha
Jerusalém, que rejeitou ao Senhor. Ela é a Noiva Adornada, santa, pura, em
contraste com a meretriz, a grande Babilônia, a religião apóstata.
Ela é a Igreja, a única
Igreja, amada do Pai, remida pelo Filho, selada pelo Espírito Santo. Ela é a
noiva em contraste com a meretriz, revelando que o Senhor tem somente um povo,
uma Igreja, uma família, uma noiva, uma cidade santa.
Esta cidade está descendo do
céu. Por quê? Porque esta cidade não é edificada e construída a partir da
terra. Há uma cidade que se tentou construir a partir da terra até o céu, a
Torre de Babel, que é quando o homem tentou construir uma torre, uma cidade de
baixo para cima. Esta é a cidade dos homens. Esta cidade dos homens é a
Babilônia. É o homem tentando chegar até Deus pelos seus méritos, pelos seus
esforços, pelas suas obras, pela sua religiosidade. Esta cidade gera confusão,
esta cidade se corrompe, esta cidade abandona o projeto de Deus, esta cidade é
abominação para Deus. Mas, a cidade de Deus, ela desce do céu para a terra.
Esta cidade é edificada pelo próprio Deus. O arquiteto desta cidade é o próprio
Deus. O seu construtor é o próprio Deus, esta cidade tem a sua origem no céu.
Esta cidade tem o símbolo
também de noiva. É a noiva adornada para o seu esposo. E quem está adornando
esta noiva? Quem purificou esta noiva? Esta noiva não se adorna a si mesma. Esta
noiva não se purifica a si mesma. Esta noiva não se apronta a si mesma. Esta
noiva esta sendo preparada, purificada pelo próprio noivo. É Ele quem morreu
para salvá-la, para purificá-la e para apresentar esta mesma noiva a Si mesmo
naquele glorioso dia, purificada, sem mácula, sem ruga e sem defeito. Esta
noiva habitará no Novo Céu e na Nova Terra.
Já imaginou a bênção, a
alegria, o contentamento, o regozijo do encontro do noivo com a noiva para a
festa da celebração das bodas? A festa de casamento do judeu tinha quatro
etapas. A primeira fase é o compromisso firmado. A segunda é o período em que
se trabalha para se pagar o dote. O noivo prepara-se para pagar o dote e a
noiva se atavia para esperar o amado. A terceira fase é quando o noivo vem com
seus amigos para a casa da noiva, ao som de música, de celebração para buscar a
noiva. E a última fase é quando o noivo pega a noiva e vai para sua casa,
juntamente com seus amigos e ao som de muita música promove uma grande festa. São
as bodas! Diz a Bíblia que o céu será esta festa, a festa de bodas do Cordeiro,
do casamento do Cordeiro com sua Igreja e esta festa nunca vai terminar. Este é
o clima do céu, uma festa que nunca termina.
3 –
O NOVO CÉU E A NOVA TERRA: HABITAÇÃO DE DEUS
3 Então, ouvi grande voz vinda
do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de
Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles.
Veja que não apenas vai
existir Novo Céu e Nova Terra, mas diz que Deus habitará com eles. Eles quem? A
Igreja. Os remidos. Os salvos. Os redimidos pelo sangue do Cordeiro.
A – Acontecerá
a junção do Céu e da Terra
3 Então, ouvi grande voz vinda
do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de
Deus com os homens.
O que João quer dizer aqui é
que não haverá mais separação entre o Céu e a Terra. O que se pode notar aqui é
que o Céu e a Terra serão habitação de Deus e de sua Igreja glorificada. O
entendimento não é que a Igreja habitará apenas no Céu, distante da Terra, mas
a Igreja glorificada vai habitar no Céu e na Terra, pois todo o Universo vai
passar por um processo de purificação, de transformação, de tal maneira que o
nosso habitat como Igreja glorificada será no Novo Céu e na Nova Terra.
Percebe-se neste verso que a
totalidade da Igreja glorificada descerá do Céu à Terra. A Nova Jerusalém desce
do Céu. E o que é a Nova Jerusalém? Não é uma cidade no sentido de urbanidade,
de estrutura arquitetônica, mas são figuras, a cidade, a Nova Jerusalém, a
Noiva, são figuras da Igreja. É a Igreja que desce no sentido de que Céu e Terra
estão agora interligados como Universo restaurado de Deus, como a morada de
Deus, como a morada da Igreja, como o lugar onde a Igreja e o Senhor da Igreja vão
reinar para sempre.
B – Haverá
o envolvimento total da presença de Deus
3 Então, ouvi grande voz vinda
do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles.
No passado, quando Deus se
manifestava, Deus estava presente aonde? No Tabernáculo, em um lugar físico,
geográfico. Deus se manifestava lá no Santo dos Santos. Ali estava a presença
de Deus, a Glória de Deus. A presença de Deus estava sobre a tenda da
congregação. Depois, construiu-se o templo e onde estava a presença de Deus?
Dentro do templo, mais uma vez em um lugar físico, geográfico, entre quatro
paredes, lá estava a Glória de Deus, a presença de Deus.
Mas desde o dia em que o véu
do templo foi rasgado a presença de Deus não está mais em um lugar físico.
Quando o Espírito Santo foi derramado, não foi no cenáculo que Ele foi
derramado, não foi o cenáculo que ficou cheio do Espírito Santo, quem ficou
cheio do Espírito Santo foram as pessoas que estavam no cenáculo. Agora, quando
o Espírito Santo desce, Ele não desce sobre um lugar, Ele desce sobre pessoas.
Agora, a habitação de Deus é a Igreja! Não é um santuário físico de pedra e tijolo.
O templo de Deus é você! A Igreja de Deus é você! A casa de Deus é você! É por
isso que a Nova Jerusalém, a Cidade Santa, a Noiva do Cordeiro recebe a
presença de Deus. No Novo Céu e na Nova Terra, Deus vai armar a sua tenda junto
com a Igreja. O que faz o Céu ser céu é a presença de Deus.
C –
Haverá uma profunda comunhão com Deus
3 Então, ouvi grande voz vinda
do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com
eles. Eles serão povos de Deus, e Deus
mesmo estará com eles.
O que é maravilhoso é que
seremos povos de Deus. Esta expressão significa que caem as divisas, não
somente do Israel étnico, mas caem as divisas das denominações religiosas. Não
seremos o povo presbiteriano, o povo batista, o povo metodista, não seremos desta
ou daquela denominação, mas seremos povos de Deus. Seremos uma única noiva,
seremos uma única santa cidade, uma única Jerusalém celestial, o único rebanho
de Cristo. Louvado seja o Senhor por isso!
4
– NOVO CÉU E NA NOVA TERRA: UM LUGAR DE DESCANSO ETERNO
4 E lhes enxugará dos
olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto,
nem dor, porque as primeiras coisas passaram.
Por que o Novo Céu e a Nova
Terra será um lugar de descanso, de gozo, de alegria eterna?
A –
Porque lá não existirão lágrimas
4 E lhes enxugará dos
olhos toda lágrima...
Lá no Céu, na Nova Terra,
não vai haver mais lágrimas. Nas ruas da Nova Jerusalém ninguém vai chorar.
Este mundo nosso é marcado pelas lágrimas! É um vale de lágrimas! Quantas vezes
você já chorou? Às vezes você chora em público, às vezes chora escondido e
quando choramos dói muito. Às vezes choramos por nós mesmos, às vezes pelos
nossos filhos, pelos nossos pais, às vezes nós choramos por um problema que
acontece em nossa casa, uma doença que chega e arranca de nossos braços alguém
que amamos. Às vezes choramos por causa de uma tragédia que desaba sobre nossa
cabeça, por algo que acontece aos nossos amigos, aos nossos irmãos, à Igreja, à
nação, mas Apocalipse nos diz que no Novo Céu e na Nova Terra, as lágrimas não
entram.
O que é maravilhoso é que
diz o texto que Deus nos enxugará dos olhos toda lágrima. Ou seja, Deus vai nos
fazer esquecer toda lágrima vertida nesta vida. É o Manassés de Deus para
nossas vidas. Quando José, no Egito, teve seu primogênito, ele o chamou de
Manassés, pois disse que o Senhor o fez esquecer:
51 José ao primogênito chamou de
Manassés, pois disse: Deus me fez
esquecer de todos os meus trabalhos e de toda a casa de meu pai (Gn 41.51).
E Isaias diz:
17 Pois eis que eu crio novos
céus e nova terra; e não haverá
lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas (Is 65.17).
B –
Porque lá não haverá morte
4 E lhes enxugará dos
olhos toda lágrima, e a morte já não existirá...
No Novo Céu e na Nova Terra
não entrará a morte e nem o luto. Louvado seja o Senhor! Pelas ruas da nova
Jerusalém não haverá cortejo fúnebre. Não haverá nenhum bairro da Nova
Jerusalém com cemitério. Não haverá casas funerárias. Não haverá vestes
mortuárias. Não haverá celebração de enterro. Na Nova Jerusalém ninguém
precisará chorar pelos seus entes queridos. Lá no Céu não haverá despedida, não
haverá separação, não haverá acidente, não haverá morte. O choro da morte não
será ouvido no Novo Céu e na Nova Terra.
C –
Porque lá não haverá dor
4 E lhes enxugará dos
olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto,
nem dor...
No Novo Céu e na Nova Terra
não haverá dor. A vida é marcada por dor, não é verdade? Diz a Bíblia que em
meio a dores a mulher dará a luz a seus filhos. A vida começa com dor. Dor
física. Dor emocional. Dor moral, uma dor que atinge a sua alma e você geme
mais do que se sua carne estivesse sendo rasgada. O que a Bíblia está dizendo é
que lá no Novo Céu e na Nova Terra não vai existir nenhum vestígio de
sofrimento, seja ele físico, seja ele emocional, seja ele moral, seja ele espiritual,
seja ele familiar. Não vai existir vergonha, não vai existir opróbrio, não vai
existir complexo de inferioridade, não vai existir baixa estima, não vai
existir defeito físico, não vai existir fadiga, não vai existir depressão, não
vai existir decepção. A dor não vai mais existir no Novo Céu e na Nova Terra,
porque lá a dor não poderá adentrar pelas suas portas e nem pelas suas janelas.
As vozes da dor não serão ouvidas lá.
5
– O NOVO CÉU E NA NOVA TERRA: A CONSUMAÇÃO DE DEUS
6 Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o
Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da
fonte da água da vida.
7 O vencedor herdará estas
coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho.
A
– A Consumação de Deus na Obra da Redenção
6 Disse-me ainda: Tudo está
feito...
No Novo Testamento esta
expressão “tudo está feito” é usada somente três vezes. A primeira foi lá em
João capítulo 19, quando Jesus, morrendo na cruz, bradou sua penúltima palavra:
30 Quando, pois, Jesus tomou o
vinagre, disse: Está consumado! E,
inclinando a cabeça, rendeu o espírito (Jo 19.30).
Tudo está feito. A obra da
redenção já está completa e finalizada. A segunda é lá em Apocalipse capítulo
16, quando o anjo está derramando a taça da ira completa de Deus, a cólera
consumada de Deus e diz:
17 Então, derramou o sétimo anjo
a sua taça pelo ar, e saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está! (Ap 16.17).
Feito está! Ou seja, isto
acontece na segunda vinda de Cristo, quando o Senhor Jesus vem para o juízo,
vem para a prestação de contas, vem para que os homens compareçam diante dele
para o tribunal. A última vez acontece aqui em Apocalipse capítulo 21, quando
Cristo, depois de vencer todos os seus inimigos e colocá-los debaixo do estrado
de seus pés vai entregar o Reino ao Seu Deus e Pai e vai dizer:
6 ... Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim.
Tudo está concluído. O Novo
Céu e a Nova Terra estão prontos. A obra da redenção está consumada. Eternidade
gloriosa para os remidos do Senhor Jesus. O que João está dizendo é que a
salvação é de Deus, veio de Deus, foi planejada por Deus, executada por Deus,
aplicada por Deus e este processo todo está completamente concluído, terminado
e de uma maneira vitoriosa e gloriosa.
B
– A Consumação da Graça de Deus
6 Disse-me ainda: Tudo está
feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida.
Ninguém vai poder entrar no
Céu e na Nova Terra a não ser através da graça de Deus. Não é por mérito nosso.
Não é por bondade nossa. Não é porque somos especiais. Não é porque a noiva tem
merecimentos. É pela graça e tão somente pela graça. Toda pessoa que entrar no
céu o faz pela graça. Não tem méritos, mas é um dom imerecido, é um favor
imerecido de Deus a salvação que Ele nos concede.
O livro de Apocalipse sempre
vai destacar este detalhe. Toda vez que a Igreja está adorando ao que está no Trono
ela se prostra, porque é graça, é pura graça. É a graça de Deus que nos atingiu.
É por isso que estaremos no Céu, por causa da graça de Deus. Quando chegarmos
lá, vamos ter que depositar nos pés daquele que está no Trono as nossas coroas.
Não há outro nome digno de ser exaltado a não ser o nome de Deus. É graça, pura
graça!
C
– A Consumação da Fidelidade da Igreja
7 O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será
filho.
O vencedor herdará estas
coisas. Quem é o vencedor? É aquele que crê. É aquele que olha para o Senhor e
não desvia seu olhar. É aquele que põe a mão no arado e não olha para trás. É
aquele que enfrenta as perseguições e até mesmo a fúria do anticristo e prefere
a morte a ser apóstata. Este é o vencedor e ele herdará o Novo Céu e a Nova Terra,
a consumação da obra de Deus.
Soberania de Deus e
responsabilidade humana não são coisas mutuamente exclusivas. Deus é soberano, e
o homem é responsável. Tudo provém de Deus, mas o homem precisa ser fiel. Foi
Deus quem nos escolheu, mas precisamos atender ao chamado de Deus. Foi o Senhor
Jesus quem morreu por nós e pagou o preço por nós lá na cruz, mas precisamos
nos arrepender e crer. É o Espírito Santo quem nos sela para o dia da redenção,
mas agora precisamos viver em santo procedimento, em novidade de vida.
7 O vencedor herdará estas
coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me
será filho.
Ao mesmo tempo em que
seremos a noiva de Cristo, seremos Filhos de Deus e os herdeiros de Deus. E
vamos tomar posse daquela herança imarcescível, sem mácula, incorruptível e gloriosa.
Quantas vezes ficamos ansiosos pelas coisas deste mundo. As riquezas deste
mundo enchem nossos olhos. Ficamos com inveja daqueles que prosperam, daqueles
que acumulam tesouros aqui. Achamos que são felizes aqueles que ajuntam tesouro
aqui nesta terra, mas a Bíblia diz que bem-aventurado é aquele que tem um
tesouro lá em cima, onde não tem ladrão, onde não tem ferrugem, onde não tem
inflação, onde não tem acidente, onde não tem catástrofe, não tem nada que pode
atingir esta riqueza.
Quando chegarmos lá, vamos
tomar posse desta herança. De nada adianta as riquezas aqui, quando se morre
não se leva um centavo. Você não vê caminhão de mudança em enterro. O máximo que o
dinheiro pode dar é um enterro de luxo, um caixão de cedro, coroa de flores, um
mausoléu de pedras e mais nada. Mas aquele que vai para o Novo Céu e a Nova Terra
este herdará estas coisas. Uma herança incorruptível e gloriosa. Louvado seja o
Senhor!
6 –
OS EXCLUÍDOS DO NOVO CÉU E DA NOVA TERRA
8 Quanto, porém, aos covardes,
aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros,
aos idólatras e a todos os mentirosos, a
parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a
segunda morte.
Quem é que vai ficar de fora
do novo céu e da nova terra?
A –
As pessoas indiferentes ao Evangelho de Jesus Cristo
E quem são eles? Os covardes!
No Reino de Deus não tem lugar para gente medrosa e covarde. Os covardes são
aqueles indecisos que a despeito de conhecerem a verdade não querem correr
riscos para se comprometerem com esta verdade. Por inconveniência, por medo,
por covardia, os covardes acabam aceitando receber a marca do anticristo, a
marca da besta a enfrentar o martírio pela fé em Cristo Jesus. Ninguém pode ser
discípulo de Jesus Cristo sem antes renunciar a própria vida:
24 Então, disse Jesus a seus
discípulos: Se alguém quer vir após mim, a
si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me (Jo 16.24).
Medroso não pode entrar no
céu, porque quem opta em seguir a Jesus tem que lavrar a sentença de morte
sobre a sua própria vida. Por isso que ficarão de fora os covardes. Quem mais
ficará de fora?
Os incrédulos! Os incrédulos
são aqueles que buscam outro meio de salvação a não ser em Jesus Cristo. Que
querem entrar no Céu por outro caminho, por outra porta, por outra alternativa
que não seja Jesus Cristo.
B –
Os que são moralmente corrompidos
E quem são eles? Os
abomináveis! Os abomináveis aqui se referem àquelas pessoas que se entregam
desavergonhadamente ao pecado. São aquelas pessoas que não somente pecam, mas
fazem apologia do pecado. São aquelas pessoas que não somente entram por
caminhos tortuosos, mas riem, escarnecem das coisas de Deus, zombam do sagrado,
zombam de Deus, fazem chacotas e piadas das coisas santas. Estes são os
abomináveis e ficarão de fora do Novo Céu e da Nova Terra. E quem mais?
Os assassinos! Os assassinos
são aqueles que não respeitam a vida. Aqueles que matam. Aqueles que têm as
mãos sujas de sangue. Aqueles que não respeitam a sacralidade da vida. Eles
ficarão do lado de fora da Nova Jerusalém. Quem mais?
Os impuros! Os impuros são todos
aqueles que estão acorrentados, aprisionados, viciados em toda sorte de
luxuria, de lascívia, de perversão moral. Estamos vivendo uma época de tremenda
perversão moral, da apologia ao pecado, da imoralidade. Estamos vivendo uma
época em que as pessoas estão quase que acanhados, com vergonha de viver uma
vida santa. Estamos vivendo uma época em que estamos perdendo a sensibilidade
ao pecado. A Bíblia diz que Deus leva em conta isso. Que vão ficar do lado de
fora dos portões da Nova Jerusalém, do Novo Céu e da Nova Terra todos aqueles
que viverem pactuados com a imoralidade.
C –
Os que são religiosamente apóstatas
E quem são eles? Os
feiticeiros! Feiticeiros são todas aquelas pessoas que vivem na prática do
ocultismo, do espiritualismo. Aqueles que invocam os mortos. Aqueles que
desprezam ao Senhor para adorar demônios. Aqueles que consultam os astros. Aqueles
que buscam caminhos alternativos para chegarem até Deus.
Interessante como as pessoas
hoje buscam este caminho, buscam os despachos com comida, com bebida, com
oferendas. Faz sentido você colocar comida com cachaça na esquina para os
demônios? Quem vai comer aquela comida? Quem vai beber aquela bebida? O Senhor
Jesus nos disse que devemos dar pão para quem tem fome. Se você precisa levar
comida, talvez seja para seu vizinho que precisa se alimentar. Às vezes as
pessoas deixam de alimentar um faminto para colocar a comida em uma esquina que
vai se estragar. Isso porque as pessoas se desviaram da verdade de Deus
entregando-se a feitiçaria. Diz a Bíblia que os feiticeiros não entrarão na
Nova Jerusalém. E quem mais?
Os idólatras! Os idólatras
são aqueles que se prostram diante dos ídolos, que veneram ídolos. Eles também
não entrarão na Nova Jerusalém.
D –
Os que não são confiáveis em suas palavras
E quem são eles? Os mentirosos!
Vivemos em uma cultura de mentiras. As pessoas praticam a mentira sem ter a
consciência afetada. É o patrão que diz para o empregado dizer que não está
quando o telefone toca. É a pessoa que promete uma coisa sabendo que não vai
cumprir. É a pessoa que tem um horário para cumprir, mas não cumpre. É o aluno
que vai fazer uma prova, mas cola para tirar uma nota maior. É o comerciante
que vende mercadoria com fraude no preço ou no peso. É o corrupto que desvia
verba pública e diz que é inocente. A mentira está instituída neste país e a
Bíblia é clara em afirmar que os mentirosos não herdarão o Reino de Deus, não
entrarão no Novo Céu e na Nova Terra.
Conclusão
Em síntese, este texto fala
sobre sete coisas básicas. A primeira é sobre a cidade de Deus: Vi a Cidade Santa. A segunda coisa que
se nota é a habitação de Deus: Deus mesmo
estará com eles. A terceira é o mundo sendo renovado. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima. Não tem mais lágrima, não
tem mais pranto, não tem mais dor, não tem mais luto, não tem mais morte,
porque Deus diz: Eis que faço novas todas
as coisas. A quarta é o trabalho terminado de Deus quando diz: Tudo está feito. A quinta é a última
bênção de Deus quando diz: A quem tem
sede darei de graça da fonte da água da vida. E a sexta é a última maldição
de Deus quando diz daqueles que ficarão fora do Novo Céu e a Nova Terra.
Este texto está do lado de
lá do juízo, nós estamos ainda do lado de cá do juízo, ou seja, ainda estamos
vivendo um tempo de graça, estamos vivendo ainda um tempo de oportunidade,
hoje, ainda, é tempo oportuno para você se voltar para Deus. Que Deus tenha
misericórdia de ti e lhe fale em nome de Jesus. Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Rev. Hernandes Dias Lopes.
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e
Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.