Introdução
O que é uma marca? Para que ela serve? Marca é a representação simbólica de uma entidade, algo que permite identificá-la de um modo imediato. Uma marca pode ser um signo, um símbolo ou um ícone qualquer, até mesmo uma simples palavra pode representar uma marca. Comercialmente, a marca é um “sinal que serve para distinguir os produtos ou serviços de uma empresa dos outros de outras empresas”. Marca também significa propriedade, os fazendeiros costumam marcar suas reses com sua marca de identificação, significando que aquele animal lhe pertence. Uma marca também serve para identificação, os cristãos antigos se identificavam com a figura de um peixe; era um sinal secreto.
1 – A PASSAGEM DA MORTE
Por que celebrar a Páscoa? Por que sacrificar um cordeiro? Por que a marca com o sangue do cordeiro? Porque o anjo da morte iria passar para matar e mataria a todo primogênito que não estivesse marcado com o sangue.
A – A abrangência da morte
4 Moisés disse: Assim diz o SENHOR: Cerca da meia-noite passarei pelo meio do Egito.
Em se tratando do Egito, local onde o Anjo da morte passaria, podemos dizer que a morte era universal, ou seja, alcançaria a todos, desde a família de Faraó, passando pelos seus servos e indo até mesmo aos animais; ninguém, nenhum primogênito escaparia da morte. Encontramos esta mesma semelhança no pecado de Adão. A Bíblia diz que:
12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5.12).
Quando Adão pecou, todos nós pecamos com ele, quando Adão morreu, todos nós morremos com ele. Veja mais estes versos:
14 ... reinou a morte ... mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão.
De forma que, se você é descendente de Adão, a morte lhe alcançou. E mesmo que você seja contra com o que Adão tenha feito, você não tem escolha, a morte lhe alcançou mesmo assim, pois a Bíblia diz que:
23 pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.23).
B – O poder da morte
6 Haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve, nem haverá jamais;
O que está acontecendo aqui? Ou melhor, o que vai acontecer? Deus vai fechar a cortina das dez pragas do Egito com a morte dos primogênitos. Era a última praga, a palavra final de Deus, depois disso Israel seria libertado do Egito.
12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.
A última praga do Egito foi a morte e da mesma forma ela será o último inimigo a cair por terra na volta de Cristo:
24 E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder.
Deus fechará as cortinas dessa era com a destruição da morte.
C – O livramento da morte
7 porém contra nenhum dos filhos de Israel, desde os homens até aos animais, nem ainda um cão rosnará, para que saibais que o SENHOR fez distinção entre os egípcios e os israelitas.
Israel não seria atingido pela morte. O anjo da morte não levantaria sua mão contra Israel. Da mesma forma aquele que crê em Cristo não sofrerá os danos da morte.
9 sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele (Rm 6.9).
A ressurreição de Jesus é a nossa segurança. O corpo glorificado de Jesus é a nossa certeza de que também teremos um corpo glorificado, um corpo que não morre mais. Jesus foi nosso “test drive”, o que sucedeu a Ele também se sucederá conosco.
54 E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória ( 1 Co 15.54).
Israel foi libertado da morte no Egito. A Igreja de Deus será libertada da morte na vinda do Noivo para as festas das bodas do Cordeiro de Deus.
2 – O sacrifício do Cordeiro
3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família.
A morte não atingiria a Israel, mas era necessário fazer alguma coisa para que isso acontecesse; havia um ritual sagrado a ser seguido e Deus passa, então, a falar o que e como Israel deveria fazer para ser libertado da visitação do anjo da morte.
A – A substituição do primogênito pelo cordeiro
3 ... cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família.
Não morreria nenhum primogênito das famílias de Israel, não haveria nenhum pranto, nenhum clamor entre Israel, mas para isso teria que morrer um cordeiro para cada família; um cordeiro teria que ser sacrificado por cada família em Israel. O cordeiro morreu para salvar o primogênito da família, o cordeiro morreu no lugar do primogênito.
B – A condição para o cordeiro ser o substituto
5 O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; ...
Um inocente cordeiro morreria no lugar do primogênito, mas não podia ser qualquer cordeiro, ele tinha que ser um macho, deveria ter apenas um ano e não podia ter nenhum defeito. Esta condição prefigurava a santidade de Cristo.
C – A prefiguração do Sacrifício de Cristo
Todo este ritual estava prefigurando o Sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. Aquela cruz era para mim e para você, mas Jesus a tomou em nosso lugar e a manchou com seu sangue inocente. Quando João Batista viu a Jesus pela primeira vez disse:
29 ... Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! (Jo 1.29)
Jesus era humano como qualquer um de nós, mas nunca pecou. Era santo e inocente e por isso podia substituir a humanidade e se sacrificar por ela.
18 Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; ... (1 Pd 3.18)
7 Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem;
Além do sacrifício do cordeiro, ainda deveria ser feito uma outra coisa, o sangue do cordeiro deveria ser usado para marcar as casas pelas quais o cordeiro foi morto.
A – A proteção do sangue do cordeiro
7 Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem;
Se alguma família fosse pequena e não conseguiria comer um cordeiro ela deveria se unir com uma outra família de pequeno porte e dividir o cordeiro, mas deveria passar a noite na casa marcada pelo sangue do cordeiro, não deveria ter ninguém em sua casa, porque o anjo da morte entraria em toda casa em que não havia a marca do sangue do cordeiro.
B – A aceitação do sacrifício do cordeiro
13 ... quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito.
Porque o sacrifício foi aceito, o inocente cordeiro foi aceito, o seu sangue foi aceito, a sua substituição foi aceita e o primogênito foi salvo.
C – A eficácia do Sangue de Cristo
Em Cristo nós somos protegidos e amparados. A Bíblia nos diz que:
18 Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca (1 Jo 5.18).
Estamos seguros nas mãos do Cordeiro de Deus que foi morto lá na cruz do Calvário. Depois da Páscoa, muitos outros cordeiros tiveram que morrer pelos pecados do povo, pois o sacrifício do cordeiro era ineficiente para salvar gerações vindouras e até mesmo remir pecados posteriores ao seu sacrifício, mas o sacrifício de Cristo foi eficaz e nunca mais foi necessário a morte de outro cordeiro. A Bíblia nos diz que:
11 Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação,
23 Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores.
Conclusão
A instituição da Páscoa prefigurava o sacrifício de Cristo, tudo representava o Cordeiro de Deus que viria ao mundo, morreria na cruz do Calvário e ressuscitaria no terceiro dia. Ele nos substituiu na cruz e nele temos toda segurança, porque Jesus venceu a morte quando ressuscitou. Seu sacrifício foi aceito pelo Pai e nele somos salvos e livres da ira de Deus.
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
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