Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

AS SETE CARTAS DE APOCALIPSE - LIÇÃO VI – A CARTA À IGREJA DE ÉFESO

1  Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:
2  Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos;
3  e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer.
4  Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.
5  Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.
6  Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.
7  Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus (Ap 2.1-7).

Introdução

Agora vamos entrar no estudo das cartas. Em Apocalipse capítulos 2 e 3 Jesus está mandando mensagens típicas, particular para cada Igreja. Nestas cartas Ele está diagnosticando cada problema, cada necessidade de cada Igreja, trazendo para cada uma delas uma palavra de despertamento.

A cidade de Éfeso: Éfeso era a capital da Ásia Menor e era a cidade mais importante da Província Romana naquela região. Foi situada perto do mar Egeu. Duas estradas importantes cruzaram em Éfeso, uma seguindo a costa e a outra continuando para o interior, passando por Laodicéia. Assim, Éfeso tinha uma localização importantíssima de contato entre os dois lados do Império Romano (a Europa e a Ásia). Historiadores calculam a população da cidade no primeiro século entre 250.000 e 500.000 habitantes. Éfeso era conhecida, também, como o foco de adoração da deusa Diana e havia naquela cidade uma indústria de materiais religiosos.
O Apóstolo Paulo fixa-se em Éfeso depois de sua terceira viagem missionária por um período de três anos, ensinando e exortando de casa em casa, de dia e de noite e, assim, Paulo estabelece ali uma Igreja. O poder de Deus agiu com tamanho vigor na cidade de Éfeso, que houve um convencimento tal naquela cidade, houve um derramar tão profundo da graça de Deus que as pessoas eram incomodadas, compungidas, convencidas pelo Espírito Santo a abandonar seus pecados e entrar no caminho de Deus, rompendo suas alianças com aquela religião politeísta, supersticiosa e idólatra que seguiam. Lucas registra isso no livro de Atos:

17  Chegou este fato ao conhecimento de todos, assim judeus como gregos habitantes de Éfeso; veio temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido.
18  Muitos dos que creram vieram confessando e denunciando publicamente as suas próprias obras.
19  Também muitos dos que haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos. Calculados os seus preços, achou-se que montavam a cinquenta mil denários.
20  Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente (At 19.17-20).

A Igreja de Éfeso não ficou entre os muros, pois empurrou sua influência para fora dos portões de forma que a partir de Éfeso o Evangelho se expandiu por toda a Ásia Menor.
Após sair de Éfeso, Paulo envia para lá o seu filho Timóteo para ser o pastor daquela Igreja e quando estava preso em Roma, Paulo escreve uma carta para aquela Igreja elogiando-os grandemente e destacando a fé e o amor daquela Igreja.
Agora, depois de mais ou menos 40 anos, O Senhor Jesus está mandando uma carta para esta Igreja. A geração da plantação da Igreja do tempo de Paulo, possivelmente, não estava mais na frente da Igreja, pois uma nova geração havia se levantado. E como se encontrava a Igreja nesta geração contemporânea à carta? Qual o diagnóstico que Jesus faz agora daquela Igreja? É o que vamos ver no estudo desta carta.

1 – A apresentação de Jesus à Igreja de Éfeso

1  A o anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:

A primeira coisa que podemos perceber aqui é que o remetente da carta é o próprio Senhor Jesus e esta descrição de Jesus vem desde o primeiro capítulo:

12  Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro
13  e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro (Ap 1.12,13).
16  Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força (Ap 1.16).

E lá também encontramos a resposta para o mistério desta linguagem figurada:

20  Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas (Ap 1.20).

E o que Jesus queria dizer à Igreja com esta linguagem figurada?

A – Jesus diz que tem a liderança da Igreja em suas mãos

1  ... Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas ...

A primeira coisa que Jesus destaca é que Ele conserva em sua mão direita as sete estrelas. No capítulo primeiro João diz que Jesus ‘tinha’ na mão as sete estrelas e agora Jesus está dizendo que as ‘conserva’ em sua mão direita. Há uma diferença nos verbos, em que a segunda trás a ideia de ‘manter absolutamente dentro da mão’. Esta não é a ideia de apenas segurar, mas a de que se está ‘todo envolvido pela mão que segura’. Jesus está dizendo que Ele tem o controle absoluto sobre a liderança da Igreja. Jesus está passando a mesma coisa que já havia dito antes:

27  As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.
28  Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão (Jo 10.27,28).

E isso nos lembra também das palavras de Paulo quando disse:

38  Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
39  nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.38,39).

B – Jesus diz que anda no meio da Igreja

1  ... e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:

Os sete candeeiros são as sete Igrejas. Jesus não somente tem a liderança da Igreja em suas mãos, como também Ele anda no meio da Igreja. E com que finalidade Jesus anda no meio da Igreja? Isso deve nos levar a refletir de que Jesus está no meio de nós e a consciência de que Jesus está no meio de nós deve nos trazer um grande alento e um profundo temor, devendo gerar em nós um grande desconforto se estivermos fazendo qualquer concessão ao pecado. Jesus falou que:

20  Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles (Mt 18.20).
20  ... E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século (Mt 28.20).

Cristo não está apenas andando no meio da Igreja, mas está sondando a Igreja, de tal forma que quando viemos à igreja e nos assentamos no banco, precisamos crer de todo coração que Jesus está neste lugar e que Ele não apenas está neste lugar, mas Ele está sondando a Igreja, Ele está sondando a sua vida, Ele conhece o seu coração, a sua mente, o seu passado, o seu presente, o seu futuro. Jesus conhece a história de sua vida. Jesus conhece as intenções do seu coração.
A apresentação de Cristo sempre tem a ver com o problema detectado na Igreja. Qual era o problema da Igreja de Éfeso? Ela tinha abandonado o seu primeiro amor. Conhecendo seu problema, como Jesus se apresenta àquela Igreja? Como aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros.
Esta descrição mostra o conhecimento e a soberania de Jesus em relação às Igrejas. Segurando as sete estrelas, Ele demonstra seu poder e domínio e os efésios precisavam lembrar-se da presença de Jesus. Ele anda no meio das Igrejas, observando o procedimento delas, e pronto para agir quando for necessário.
Jesus diz para a Igreja de Éfeso que a sua liderança está em Suas mãos e que Ele é aquele que anda, conhece, investiga o que é que está acontecendo dentro da Igreja. Isso demonstra que Cristo não está apenas no meio da Igreja, mas andando no meio da Igreja e Ele está em ação como remédio para seus grandes males. Ele anda no meio dos candeeiros para encorajar a Igreja, para corrigir a Igreja, para exortar a Igreja, para consolar a Igreja e para trazer promessas gloriosas a Igreja.

2 – A apreciação de Jesus à Igreja de Éfeso

2  Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos;
3  e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer.
6  Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.

Andando por aquela Igreja o que mais o Senhor Jesus viu?

A – Jesus reconheceu o trabalho daquela Igreja

2  Conheço as tuas obras, tanto o teu labor ...

A Igreja de Éfeso tinha características tão lindas, maravilhosas, nas quais deveríamos nos inspirar, nos motivar. Aquela Igreja era uma Igreja que arregaçava as mangas a partia para o trabalho, não era uma Igreja omissa no trabalho. A ideia de labor aqui é a de trabalhar até suar a camisa, trabalho intenso, trabalho árduo, trabalho com zelo, dedicação e veemência. Jesus percebeu que aquela Igreja não cruzava os braços e não deixava as coisas por fazer. Será que estamos seguindo o exemplo desta Igreja no serviço cristão?

B – Jesus reconheceu a perseverança na tribulação daquela Igreja

2  ... tanto o teu labor como a tua perseverança...
3  e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer.

Eles eram perseverantes nas situações adversas, perseverantes nos momentos de crise, perseverantes nas dificuldades. As lutas que a Igreja de Éfeso estava enfrentando naqueles dias não eram lutas pequenas não, eles estavam vivendo no tempo de perseguição por um Imperador romano muito cruel em que estava perseguindo, prendendo, torturando e matando os cristãos. A Igreja de Éfeso estava suportando toda esta avalanche de maldade.
Será que somos perseverantes na tribulação como esta Igreja? Algumas pessoas, conforme a parábola do semeador, são como sementes que caem no meio dos espinhos, em que as preocupações e os prazeres da vida afogam e apagam o seu crescimento. Outras são como aquelas que caem em terreno rochoso, em que as lutas e as provas não permitem que fixem suas raízes no caminho de Deus. Muitos se decepcionam porque acham que ao se tornar um cristão não teria mais problemas, nem lutas e nem dificuldades.

C – Jesus reconheceu a fidelidade doutrinária daquela Igreja

2 ... e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos;


Éfeso tinha uma Igreja zelosa doutrinariamente, fiel teologicamente. Podemos observar o cuidado da Igreja de Éfeso de examinar as doutrinas. Eles colocavam a prova aos que lhe ensinavam. Ela não aceitava as pessoas chegarem à Igreja e falar qualquer coisa. Naquela época muitos percorriam as cidades dizendo-se apóstolos e pregavam heresias e falavam muitas coisas que não tinham fundamentação nas Escrituras e quando estes aventureiros da fé chegavam em Éfeso a Igreja não aceitava, não tolerava e não deixava aquelas pessoas falarem à Igreja. Encontramos alguns exemplos:

24  Nesse meio tempo, chegou a Éfeso um judeu, natural de Alexandria, chamado Apolo, homem eloqüente e poderoso nas Escrituras.
25  Era ele instruído no caminho do Senhor; e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus, conhecendo apenas o batismo de João.
26  Ele, pois, começou a falar ousadamente na sinagoga. Ouvindo-o, porém, Priscila e Áqüila, tomaram-no consigo e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho de Deus (At 18.24-26).

Paulo advertiu os presbíteros de Éfeso do perigo de falsos mestres entre eles:

29  Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho.
30  E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles.
31  Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um (At 20.29-31).

Paulo também orientou Timóteo, pastor da Igreja de Éfeso,  a admoestar os irmãos a não ensinarem outra doutrina:

3  Quando eu estava de viagem, rumo da Macedônia, te roguei permanecesses ainda em Éfeso para admoestares a certas pessoas, a fim de que não ensinem outra doutrina,
nem se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promovem discussões do que o serviço de Deus, na fé.
5  Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia.
6  Desviando-se algumas pessoas destas coisas, perderam-se em loquacidade frívola,
pretendendo passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações (1 Tm 1.3-7).

Depois de tantas advertências sobre o perigo de falsos mestres, a defesa da verdade se tornou um ponto forte da Igreja de Éfeso. Homens que se alegavam apóstolos foram postos à prova e achados mentirosos.
Que bênção é ter uma igreja firme doutrinariamente, que escuta uma mensagem e é capaz de examinar esta mensagem e não engolir tudo aquilo que se prega, mas faz passar pelo filtro da Palavra de Deus para ver se o que está sendo pregado é verdadeiro ou é falso.
Estamos vivendo dias não muito diferentes daqueles. Hoje, no mercado da fé, encontramos uma multiplicidade de mensagens que não vertem da Palavra de Deus e, mais do que nunca, a Igreja precisa ter a mesma postura da Igreja de Éfeso, não abrir as portas para aquilo que não tem base na Palavra de Deus, ser firme na Palavra, ser sólida na doutrina e ter compromisso com a verdade. Mas há uma outra apreciação de Jesus nesta carta:

6  Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.

Mais um ponto a favor da Igreja de Éfeso, reforçando os elogios anteriores. As obras dos nicolaítas era uma heresia e Jesus odeia com ódio consumado a heresia. A heresia provoca a ira santa de Jesus. E qual era a heresia dos nicolaítas? Os nicolaítas não queriam acabar com o cristianismo, mas sim criaram uma versão mais moderna do cristianismo. Para eles não era necessário ser tão rígidos, tão radicais e pregavam um cristianismo mais moderno, mais liberal, mais concessivo, criando uma adequação ao meio, às circunstâncias. Eram pessoas que queriam viver sem compromisso, sem santidade.
Vivemos em um tempo em que as pessoas acham que se Jesus viesse hoje a Bíblia seria outra. As pessoas criam motivos para justificar seu comportamento relaxado, lascivo, permissivo e pecaminoso. E a Igreja de Éfeso odiava a isso e Jesus também deixou registrado que odiava esta atitude de justificar o pecado. Neste ponto, os efésios odiavam o que Deus odiava. Nós também devemos fazer a mesma coisa, sendo amigos do bem e detestando o mal. Precisamos do mesmo zelo da verdade hoje. O mundo religioso está cheio de pessoas que se dizem profetas e apóstolos que devem ser avaliados pela Palavra de Deus.

3 – A reprovação de Jesus à Igreja de Éfeso

4  Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.

Os cristãos de Éfeso eram fiéis a Palavra e zelosos ao ponto de não permitirem a entrada de heresia em seu meio, mas ela se tornou uma Igreja seca, árida. O problema da Igreja não era uma questão de doutrina, mas de amor. A Igreja de Éfeso era firme na doutrina, porém, esta Igreja começa a cair em um ponto, pois abandonou seu primeiro amor: Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.
Eles se esqueceram dos grandes mandamentos que formam a base para todos os ensinamentos de Deus:

36  Mestre, qual é o grande mandamento na Lei?
37  Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.
38  Este é o grande e primeiro mandamento.
39  O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
40  Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mt 22.37-40).

Paulo havia instruído os efésios sobre a importância do amor como alicerce da vida do cristão:

17  e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor (Ef 3.17).
2  com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor (Ef 4.2).
15  Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
16  de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor (Ef 4.2,15, 16).
e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave (Ef 5.2).

A Igreja ouviu a Paulo com referência a doutrina, mas não fizeram o mesmo com referência ao amor, pois abandonaram o seu primeiro amor.
As vezes corremos o perigo de transformar nosso cristianismo em uma luta da defesa da verdade sem a prática da piedade cristã. Nos tornamos cristãos intelectuais, defensores da verdade, mas sem associação com a vida prática.
Não tem nada mais terrível para uma Igreja do que ela caminhar e continuar seu trabalho, ter movimento e realizações, ter planos e projetos, ser firme, mas ao mesmo tempo não ter comunhão, não ter amor, não ter entrosamento, não ter comprometimento com Deus e com os homens.
Podemos ser fiel a Deus com a motivação errada. As vezes, somos fieis sem levar em conta o zelo pelo Senhor. Quando Jesus restaurou a Pedro antes de convocá-lo à obra, antes de restaurá-lo ao apostolado, Jesus fez questão de levantar no coração dele a motivação correta: Pedro, tu me amas?
Alguém pode ser fiel sem amar. Uma esposa pode ser fiel ao seu marido, nunca traí-lo, mas também nunca amá-lo com todo vigor de seu coração. O marido pode ser fiel a sua mulher sem nunca traí-la, mas também nunca dedicar a ela o seu amor. A Igreja de Éfeso era fiel a Jesus, mas não estava dedicando a Ele todo o seu amor.
Devemos defender a verdade como os efésios fizeram, mas, ao mesmo tempo, praticar e cuidar também do amor.

4 – As exortações de Jesus à Igreja de Éfeso

5  Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.

Jesus pede três respostas àquela Igreja:

A – Jesus os exortam a se lembrarem de onde caíram

Não foram somente as alfarrobas dos porcos que levou o filho pródigo ao arrependimento, mas também a lembrança da casa do pai. Para os efésios se arrependerem, teriam que se lembrar da comunhão com Deus que deixaram para trás. Esta exortação faz menção ao tempo: volta ao passado e vejam como caíram, quando foi que começaram a esfriar, quando foi que começaram a ficar seco.
Será que não é verdade que já fomos muito mais fiéis e dedicados a Deus do que somos hoje? Não tivemos muito mais intimidade com Deus do que estamos tendo hoje? Para permanecermos fiéis, a presença de Deus precisa ser a coisa mais preciosa na nossa vida.

B – Jesus os exortam a se arrependerem

O arrependimento é mudança de atitude, ele acontece quando decidimos deixar o pecado e fazer a vontade de Deus. Deus quer mudança efetiva e não apenas palavras fictícias. Quantas vezes falamos: Deus eu vou melhorar e fica apenas na promessa. O cristão que tropeça precisa se arrepender e pedir perdão pelos seus pecados. Encontramos aqui uma Igreja cujo amor se esfriou e que precisa se arrepender.

C – Jesus os exortam a voltarem à prática das primeiras obras

A mudança de atitude produz frutos. As vezes, quando fazemos um exame das nossas vidas corremos o risco de ficarmos desencorajados, desestimulados, desanimados e Jesus quer que você faça um diagnóstico não para ficar desesperado, mas para você voltar à prática das primeiras obras e caminhar no caminho da restauração.
A Igreja de Éfeso, que no começo em que fora plantada era uma Igreja cheia de amor, depois de alguns anos perdeu o seu amor. A Igreja precisava voltar à prática do amor.
Jesus faz uma ameaça muito séria à Igreja de Éfeso:

5  ... se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.

Jesus está dizendo que se a Igreja se arrepender tem restauração, mas se a Igreja não se arrepender não tem cura, não tem saída, Jesus removeria o seu candeeiro. Ou seja, eles não permaneceriam na abençoada comunhão com o Senhor. Um candeeiro só existe se é para brilhar, se ele não brilha é removido. Pelo que consta a História a Igreja de Éfeso foi banida, acabou, porque não ouviram em tempo oportuno a Palavra de Jesus.

5 – A promessa de Jesus à Igreja de Éfeso

7  Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus.

A – A promessa começa pelo ouvir

7  Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas...

Frequentemente Jesus chamava seus ouvintes a ouvirem a sua mensagem. O problema de um coração teimoso se reflete nos ouvidos tapados que recusam ouvir a verdade. Os efésios provaram àqueles que lhes falavam, agora, eles seriam provados pela maneira de ouvirem.

B – A promessa é para quem persevera até ao fim

7 ... Ao vencedor...

A recompensa aguarda os vencedores que perseveram no amor e na verdade. Aqueles que desistem, abandonando para sempre o seu amor, não receberão o galardão.
Todas as promessas de Jesus tem a ver com o contexto das Igrejas e note um estribilho: ao vencedor. A promessa sempre é feita ao vencedor e o que significa isso? Significa que nem todos os membros da Igreja são vencedores. Significa que nem todos os membros da Igreja estão salvos. Significa que nem todos que tem o seu nome escrito no rol da Igreja visível, tem o seu nome escrito no livro da vida.
Pare e reflita: meu Deus! Será que meu nome está escrito apenas no rol da Igreja aqui da terra? Ou será que também está escrito no livro da vida? Você é apenas um membro da Igreja ou é também um vencedor? A promessa é para o vencedor.
Deus quer servos dedicados que não desistem. Jesus falou da importância da perseverança diante da perseguição e das dificuldades que causam o esfriamento do amor de muitas pessoas. Sejamos perseverantes na oração, na doutrina e no amor.

C – A recompensa para quem perseverar será satisfatória

7  ... dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus.

Jesus descreve a comunhão com Deus em termos que nos lembram do Jardim do Éden. Por causa do pecado, o homem foi expulso do Jardim em que Deus andava. Aqueles que andam com Deus tem a esperança da vida no paraíso do Senhor. A Igreja de Éfeso tinha perdido o seu amor e Jesus está dizendo que quem vencer vai se alimentar da árvore da vida, ou seja, vai ter a vida eterna. E o que é vida eterna? Vida eterna é ter comunhão com Cristo e com o Pai eternamente, junto com a família de Deus, lá no céu, lá no paraíso, onde vai reinar o amor.

Conclusão

Vivemos uma época em que predomina as religiões falsas e estamos sujeitos à influência de homens maus. Precisamos examinar todos os ensinamentos e rejeitar todas as falsas doutrinas. Mas precisamos também, demonstrar o amor verdadeiro para vencer o mal. Devemos amar a verdade porque esta ordem vem do Deus que merece nosso amor. Devemos amar aos outros, porque foram feitos à imagem e semelhança de Deus.

11  Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros (1Jo 4.11).

A Igreja de Éfeso era uma Igreja firme na doutrina, mas deixou a desejar no amor, e quem não cuida do amor torna-se frio e insensível.

Luiz Lobianco

Bibliografia principal: Rev. Hernandes Dias Lopes

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

AS SETE CARTAS DE APOCALIPSE - LIÇÃO V – O AUTOR DAS CARTAS: JESUS CRISTO E SUA OBRA INCOMPARÁVEL

1  Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João,
2  o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu.
3  Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo.
4  João, às sete igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono
5  e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados,
6  e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!
7  Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém!
8  Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.
9  Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.
10  Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta,
11  dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.
19  Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas.
20  Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas (Ap 1.1-11, 19-20).

Introdução

Para entendermos esta visão de Cristo que João relatou é importante conhecermos o contexto histórico da situação. Depois do ministério de três anos de Cristo, Ele é morto e ressuscita no terceiro dia como prometeu, mas não aparece mais popularmente como o era em seu ministério em que vivia cercado por uma grande multidão. Sua aparição agora se restringe aos seus discípulos e pessoas próximas a eles e isso aconteceu por um período de 40 dias, sendo Cristo, depois disto, Ascenso aos céus à vista de seus discípulos, aos quais Ele deixou a árdua tarefa de prosseguir com Seu ministério e propagar o Seu Evangelho.
Quanto a ressurreição de Cristo, os judeus subornaram os soldados para dizerem que seu corpo foi roubado da sepultura e esta argumentação se propagou em conjunto com a maravilhosa notícia de sua ressurreição.
A Igreja cresceu e junto cresceu a esperança da volta de Cristo, os cristãos esperavam com ansiedade o dia em que o noivo voltaria para buscar a sua Igreja. O problema consistia em que eles achavam que esta volta seria breve, por entenderem, ao pé da letra, quando Jesus dizia que breve voltaria, ou seja, eles achavam que Cristo voltaria ainda naquela geração a qual estava se findando. Este problema se tornou tão sério que Paulo teve que repreender duramente aqueles que não queriam mais trabalhar e tornaram-se um peso para a Igreja.
Junto ao crescimento do Evangelho nasceu e foi se difundindo as heresias e nelas quero me deter um pouco.
A doutrina de Cristo sempre agitou o inferno, porque nenhuma doutrina foi mais debatida, mais questionada, mais distorcida e mais perseguida do que a doutrina ligada à pessoa de Cristo. Esta doutrina foi duramente atacada no primeiro século, no berço do cristianismo. Uma das teorias que mais atacou a Pessoa de Cristo (e vou me ater a ela nesta introdução) é o gnosticismo. Esta teoria ensinava que a matéria era essencialmente má e o espírito era essencialmente bom. Com tal afirmação os gnósticos não podiam entender como que Cristo, sendo Filho de Deus, podia se encarnar.
O gnosticismo nasceu em Colossos e era conhecido como a heresia de Colossos (justamente por isso que a carta de Paulo aos Colossenses é considerada o maior tratado Cristológico do Novo Testamento). E como nasceu o gnosticismo? Por volta do IV século a.C., Antíoco, o grande, deportou da Babilônia e da Mesopotâmia cerca de duas mil famílias judaicas para esta região da Frigia (onde ficava a cidade de Colossos). Estes judeus foram influenciados pela cultura secular e pela filosofia grega tornando-se um judaísmo frouxo por causa de seu concubinato com a filosofia grega.
O gnosticismo foi um problema tão sério para a Igreja que tem oito livros escritos no Novo Testamento para refutar este problema e combater esta heresia (Colossenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, 1, 2, e 3 João e a carta de Judas). Paulo percebeu o veneno do gnosticismo ainda em seu nascedouro e se ele e João não tivessem sido tão enfáticos esta heresia tinha quase que destruído o cristianismo em seu berço.
O gnosticismo era uma filosofia que não queria banir o cristianismo, mas se unir a ele. Este era o grande perigo, porque o engano é muito mais perigoso quando vem misturado com a verdade. Sua tese era que o homem alcança a salvação pelo conhecimento e não pela fé e este conhecimento é um conhecimento exotérico que somente as pessoas iniciadas nos mistérios podem alcançar. Então, as pessoas tinham uma cerimônia de iniciação e somente os iniciados podiam entender e alcançar este conhecimento. Desta forma o gnosticismo estava propondo outro caminho para a salvação. Para eles a sabedoria que tinham era mais elevada do que aquela expressa no evangelho.
Com a tese de que a matéria era má surgiu o problema da criação do Universo. Como surgiu o Universo? Deus não poderia ter criado o Universo porque Ele é Santo e a matéria era má. Para explicar isso eles dizem que o que aconteceu foram algumas emanações de Deus e estas emanações, depois de uma segunda, terceira, quarta emanação não tinham mais a mesma pureza e santidade deste Deus, chegando ao ponto delas não serem apenas diferente de Deus, mas hostis a Ele. Estas emanações para o gnosticismo eram os anjos e na sua linguagem exotérica os anjos é que foram os elementos criadores. E nestas emanações, na busca pelo contato com o homem (que é mau) chega a última emanação de Deus, que é Jesus Cristo. Ele não é Deus, mas apenas uma das muitas emanações divinas. Desta forma eles deturparam a doutrina de Cristo. Eles colocaram a matéria em oposição a Deus e a tese de Paulo é que a matéria não está em oposição a Deus. Aliás, o Deus transcendente, Soberano, puro e Santo entra em contato conosco através da matéria, porque Jesus, sendo Deus eterno se encarnou e assumiu um corpo humano e habitou entre nós.
A ideia gnóstica era que os anjos, estas emanações de Deus, são espíritos elementares e intermediários e estes espíritos eram até mesmo os demônios, e a tese do gnosticismo era que a vida humana era regida e governada por estes espíritos. É por isso que Paulo vai dizer que quando Jesus Cristo foi à cruz Ele triunfou sobre os principados e potestade e os dispôs ao desprezo triunfando sobre eles na cruz.
E Paulo vai dizer que Jesus não é uma emanação, que não é um espírito intermediário, não é apenas um espírito iluminado, mas Ele é o próprio Deus. E estes espíritos intermediários que eles entendiam que governavam os homens estão não apenas debaixo dos pés de Jesus, mas os subjugou e os dispôs ao desprezo triunfando deles na cruz.
Basicamente, o que é mais negado à doutrina de Cristo pelos gnósticos é o fato de Cristo ser o único salvador, o único mediador e que a obra dele foi suficiente, não sendo preciso acrescentar mais nada àquilo que Cristo fez pela salvação do homem. Negam a sua divindade, negam a sua humanidade e negam a sua impecabilidade.
A ideia de que o homem pode chegar a Deus pelos seus esforços, pelo seu conhecimento, não é uma heresia somente lá do gnosticismo do primeiro e segundo século. O homem não gosta da doutrina da expiação, da obra suficiente e substitutiva de Cristo porque isso nocauteia a sua vaidade e destrói o seu orgulho, pois o homem gosta de ser o centro, de apresentar seus méritos e suas virtudes. O homem gosta de olhar para a salvação como um troféu que ele levanta no pódio: eu consegui, eu conquistei e a doutrina da expiação de Cristo joga por terra esta vaidade humana dizendo que a salvação é uma obra exclusiva de Deus.
Concluindo o nosso contexto histórico, os representantes de Cristo, os apóstolos, que viram e ouviram a Cristo pessoalmente estavam quase todos mortos. Paulo já havia sido decapitado na prisão, Pedro já havia sido crucificado de cabeça para baixo. O único representante ainda vivo era o apóstolo João, o discípulo amado, o qual estava preso, exilado em uma pequena ilha, ao qual Jesus aparece e se revela em sua última manifestação a ser descrita para a Igreja. Para rebater a tudo o que vimos até aqui é que esta visão é gloriosa e majestosa. Já vimos sobre as naturezas de Cristo, a grandeza da Pessoa de cristo e hoje vamos destacar a grandiosidade de sua obra. Em sua aparição a João, Jesus transmite pelo menos quatro importantes mensagem para a sua Igreja:

1 – O Seu amor pela Sua Igreja

5  e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados.

Para uma Igreja que estava sendo duramente perseguida e massacrada pelos seus algozes Jesus destaca seu grande amor por ela para encoraja-la a prosseguir em sua luta e suportar as aflições. Com esta mensagem Jesus estava dizendo que sabia o que estava acontecendo com a Igreja e se importava por ela porque a amava. E de que maneira Ele a ama? Diz a Bíblia que Ele ama com amor eterno:

3  De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí (Je 31.3).

Jesus ama com amor perseverante:

Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim (Jo 13.1).

Nós nos desiludimos com as pessoas, abandonamos as pessoas, rejeitamos as pessoas, mas Jesus não faz isso com a sua Igreja. Ele nunca desistirá de sua Igreja, mesmo quando tropeçamos, mesmo quando caímos, mesmo quando somos infiéis, Ele permanece fiel; o seu amor jamais cessa de nos buscar.
Jesus ama a sua Igreja com um amor sacrifical. Ele amou a sua Igreja e a Si mesmo se entregou por ela. Ele nos amou e morreu por nós, se entregou na cruz por nós. Este é o tipo do amor que Deus tem pela sua Igreja.
Esta mensagem é muito relevante em nossos dias em que vivemos cercados de pessoas egoístas e nos sentimos solitários neste mundo. Jesus ama você. Jesus se importa por você. Jesus sabe seu nome. Ele conhece sua família, conhece seu passado, conhece o que você está sentindo nesta hora, conhece seu futuro. Você é muito precioso para Jesus. Se você crê nele, se você já foi lavado pelo seu sangue, remido pelo seu sangue, você é filho, você é herdeiro, você é ovelha, você é propriedade exclusiva dele, você é habitação dele, você é a menina dos olhos dele, você é a herança dele, você é a delicia dele, você é extremamente precioso, Ele ama você.
E Jesus nos ama de uma maneira incondicional. Nosso amor sempre é condicional. Amamos as pessoas que nos amam, amamos as pessoas que nos são agradáveis, amamos as pessoas que merecem nosso amor, amamos aqueles que correspondem ao nosso amor, mas Deus é tão tremendo e Jesus é tão maravilhoso, que diz a Bíblia que o seu amor por nós é incondicional, porque Ele nos amou quando nós ainda éramos seus inimigos, quando nós não o buscávamos, quando não o queríamos, quando fugíamos dele, quando o rejeitávamos com toda a força da alma, mesmo assim, Ele nos amou profundamente, eternamente.

2 – A Sua morte pela Sua Igreja

5  e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados.

Era importante destacar a importância de sua morte, a necessidade de sua morte, deixar claro que a sua morte não foi uma derrota, mas uma grande vitória, porque com ela Jesus derrotou todos os inimigos de Deus e de sua Igreja e por causa dela todos estes inimigos estão sob os estrados de seus pés.
Jesus nasceu para morrer sacrificialmente pela sua Igreja. Quando nasceu, não havia lugar para Ele em uma estalagem, Ele nasceu em uma manjedoura, em uma estrebaria. Ele foi para lá porque era um Cordeiro, O Cordeiro de Deus e como Cordeiro de Deus, Ele veio para morrer, a sua missão era morrer, não havia outra possibilidade para a salvação do homem a não ser pela morte de Jesus. Por isso que Apocalipse diz que O Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo:

8  e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8).

Na mente de Deus, nos Decretos de Deus, a morte de Cristo já estava definida e estabelecida. Está é a sua principal missão aqui neste mundo; Ele veio para morrer.
Quando o texto fala do amor, o verbo está no presente do indicativo (Ele ama), quando fala da libertação, o verbo está no pretérito perfeito (Ele libertou). Isso significa que ainda hoje Ele ama e que no passado um fato ocorreu e este fato nunca mais ocorrerá: a morte de Cristo. Este é um fato consumado que aconteceu em seu favor e o que aconteceu em seu favor? Ele morreu por você, Ele verteu seu sangue por você, Ele morreu em seu lugar, em seu favor, para dar a você perdão, para dar a você redenção, para dar a você restauração, para dar a você vida eterna.

3 – A honra que Ele deu a Sua Igreja

6  e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!

Os cristãos estavam vivendo uma grande desonra. Eles não tinham valor e eram considerados lixos do mundo, como diz o próprio apóstolo Paulo:

11  Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não temos morada certa,
12  e nos afadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Quando somos injuriados, bendizemos; quando perseguidos, suportamos;
13  quando caluniados, procuramos conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos ( 1 Co 4.11-13).

Mas esta era a visão e a consideração do mundo, porque para Cristo a Igreja era muito mais, e o próprio Paulo destaca esta importância quando diz:

15  Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem (2 Co 2.15).

Muitas são as honras que a Igreja recebeu de Cristo e Pedro as destaca muito bem quando diz:

9  Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10  vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia (2 Pd 2.9,10).

Isso significa que Deus, por meio de Jesus, fez de você um sacerdote. Qual a importância disso? É que agora você tem livre acesso a Deus sem necessidade de qualquer intermediação. No A. T., nenhuma pessoa podia ir direto a Deus, tinha que ter um sacerdote para representá-la, para pegar o sacrifício e apresentar aquele sacrifício em seu lugar, em seu favor. Com a morte de Cristo, o véu foi rasgado e você foi feito sacerdote e agora você tem livre acesso à presença de Deus. Isso significa que na igreja de Deus não tem clero e leigo, esta concepção não é bíblica mais. Nem um pastor, nem um missionário, nem um obreiro, nem um evangelista tem mais acesso a Deus do que você que crê no Senhor Jesus. Nenhum sacerdote existe hoje que possa representar você. Hoje você é sacerdote, o caminho foi aberto e você tem livre acesso à presença de Deus.
Jesus fez ainda mais por você, Ele nos constituiu reino. O que significa isso? Que você agora, além de salvo, remido, cidadão do céu, você é um filho do Rei, você é um herdeiro do Rei, herdeiro do reino, você vai reinar com Cristo, você tem todas as prerrogativas de um rei, porque você vai assentar-se em trono e vai reinar com Ele por toda a eternidade.
Quantos de nós não reverenciamos autoridades importantes, mas a nossa posição é mais honrosa do que de governadores e presidentes, porque eles assentam-se em cadeiras terrenas e tem um tempo limitado de governo, mas você vai reinar com Cristo para sempre. Diz a Bíblia que nos assentaremos em tronos e reinaremos com Ele por toda a eternidade, pelos séculos dos séculos. Esta é a posição gloriosa que nos aguarda.

4 – A Sua volta para buscar a Sua Igreja

Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém!

Jesus não poderia deixar de destacar a Sua volta. Ela ainda não havia acontecido, mas a esperança de sua volta não pode acabar. Ele voltará e queria deixar isso bem claro para a sua Igreja sofredora, para aqueles que são seus filhos, para aqueles que são salvos e que aguardam aquele evento que será o mais espetacular da história.
Ele estava dizendo para a Igreja que o melhor da história ainda estava por vir. A Bíblia diz que o Senhor Jesus Cristo, ao sinal da trombeta de Deus, aparecerá entre as nuvens, escoltado pelos anjos, na companhia de todos os santos, virá com grande poder e glória, com uma vinda física, visível, pessoal, poderosa, gloriosa, majestosa e vitoriosa.
Naquele dia, se alguns de nós já tivermos dormido no Senhor, diz a Bíblia que antes dos vivos serem transformados e arrebatados para encontrarem-se com o Senhor Jesus nos ares, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, com corpos imortais, com corpos gloriosos, poderosos, espirituais, celestiais, semelhante ao corpo da glória de Cristo e nós subiremos para estarmos com Ele para todo o sempre. Esta é uma verdade absolutamente consoladora e gloriosa para o nosso coração.

Conclusão

Concluo o estudo de hoje dizendo que cada vez mais é lançado no mercado obras de homens ímpios, réprobos quanto a fé, atacando a obra de nosso Senhor Jesus Cristo, tentando desacreditar e até mesmo ridicularizar algumas doutrinas de Cristo, como o seu nascimento virginal, sua encarnação, sua santidade, sua morte expiatória e, especialmente, sua ressurreição.
Ainda hoje vemos muitos se levantarem tentando colocar por terra as convicções cristãs, mas a Palavra de Deus, vitoriosa e inquestionável, prossegue seu caminho, porque mais do que nunca ela tem sido divulgada, imprimida e distribuída. Louvado seja o Senhor por isso.
E concluo estes estudos introdutórios sobre as sete cartas de Apocalipse relembrando o que já vimos quando João se volta para ver quem falava com ele, não viu a ninguém, ele viu a Igreja e no meio das sete igrejas um como Filho do Homem.

12  Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro
13  e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro.

O que isso nos ensina é que o mundo não pode ver Jesus a não ser por meio da Igreja. Jesus está na Igreja, Ele reina na Igreja, Ele é o Senhor da Igreja, Ele é o cabeça da Igreja, Ele é o dono da Igreja e Ele está presente na Igreja. E como Ele está na Igreja? Está na igreja para conhecê-la. O estribilho das cartas às Igrejas é: Eu conheço.
Jesus está aqui, é promessa dele e Ele está aqui hoje da mesma maneira como estava no passado, para sondar a igreja, para conhecer a sua vida, o seu coração, os seus pensamentos, as suas lutas, as suas angústias, as suas lágrimas, os seus dramas e seus sonhos. Jesus sonda as Igrejas e as vai advertindo, corrigindo, disciplinando e encorajando.
Jamais podemos nos reunir na Igreja sem a percepção da presença de Jesus. O que torna a Igreja diferente é a presença bendita de Jesus, é a glória do Cordeiro de Deus entre nós, conhecendo-nos, sondando-nos, corrigindo-nos, exortando-nos e trazendo-nos palavras de vitórias.

Luiz Lobianco



Bibliografia principal: Rev. Hernandes Dias Lopes