INTRODUÇÃO
Nascemos, vivemos e morremos. E depois? Esta pergunta tem desafiado a humanidade através da História do Mundo. Uma coisa é certa, nosso entendimento sobre o que acontece após a morte influenciará muito a forma como vivemos hoje neste mundo. E para aqueles que procuram agradar a Deus, é importante saber o que Ele nos revela sobre este assunto.
1 – DEFINIÇÃO DA MORTE: O QUE É A MORTE?
O que a Bíblia ensina sobre a morte nos define bem este mal que assombra a humanidade.
A – A morte significa separação
Veja o que a Bíblia diz sobre a criação do homem:
7 Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente Gn 2.7.
Observe que a Bíblia não diz que Deus criou o corpo do homem, mas criou o homem e ele passou a ser alma vivente. Ele foi criado para identificar-se e expressar-se por meio do corpo, e não fora dele. O pecado, porém, desmontou o que deveria ser eterno, incorporando um terrível elemento degenerador que é a morte.
16 E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente,
E o casal comeu do fruto e Deus cumpriu a sua promessa sobre a consequência do pecado, porque Ele sempre fala a verdade e nunca quebra uma promessa. Adão e Eva conheceram, naquele mesmo dia, a morte. Isso significa que se não tivessem comido do fruto não morreriam, significa que o homem não foi criado para morrer, mas para viver eternamente. E a morte passou para a descendência de Adão:
12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5.12).
Então, o que é a morte? A morte é uma separação. Há dois tipos de morte: a física e a espiritual. No dia em que pecaram, Adão e Eva conheceram a morte espiritual. Naquele dia eles foram separados de Deus, naquele dia eles foram expulsos do Jardim do Éden.
2 Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça (Is 59.2).
O caso de Adão e Eva nos ajuda a entender que é possível estar fisicamente vivo, enquanto que morto espiritualmente, como estávamos nós antes de sermos salvos:
1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados (Ef 2.1).
A morte física também é uma separação: a separação da alma do corpo. Quando o corpo está separado do espírito, ele está morto:
26 Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta (Tg 2.26).
E um dos textos básico nos diz o que acontece no fim da vida, na morte física:
7 e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu (Ec 12.7).
Depois de pecar Adão viveu 930 anos e conheceu a morte física. Ele e sua esposa morreram, tiveram suas almas separadas de seus corpos e foram também separados de seus entes queridos e totalmente separados deste mundo.
B – A morte é o resultado final da vida neste mundo decaído
Em sua grande sabedoria, Deus decidiu que não nos aplicaria os benefícios da obra redentora de Cristo de uma só vez. Antes, Ele escolheu aplicar os benefícios da salvação de modo gradual em nossa existência.
24 E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder.
E Paulo conclui dizendo que quando Cristo retornar esta vitória se cumprirá:
54 E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.
Mas até aquele tempo a morte vai continuar a ser uma realidade a todos nós, porque ela acontece como resultado de vivermos no mundo decaído, onde os efeitos do pecado não foram ainda removidos. E até que Cristo retorne, todos nós continuaremos a envelhecer e morrer, porque o último inimigo ainda não foi destruído.
2 – O DESTINO E O ESTADO DA ALMA APÓS A MORTE
Já vimos que com a morte o espírito volta a Deus, mas o que Ele fará com meu espírito? A Bíblia é clara ao apresentar diversos fatos vitais e pode satisfazer a nossa curiosidade sobre o que acontece depois da morte.
25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos (Lc 16.25).
A – As almas dos crentes, quando ausentes do corpo, estão presentes com o Senhor
22 Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão... (Lc 16.22).
Três expressões eram vulgarmente usadas entre os judeus para expressar o futuro estado da bem-aventurança ou o céu: O Jardim do Éden ou Paraíso; O Trono da Glória; e o Seio de Abraão. Aqui Jesus usa a terceira expressão para falar do céu.
42 E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.
Jesus e aquele ladrão morreram naquele dia. Era sexta-feira e nenhum deles poderia estar vivo no sábado, por isso, depois de certo tempo, quebravam as pernas do crucificado para apressar a sua morte, pois não podendo mais se sustentar com suas pernas, morria asfixiado. Ao chegarem para quebrarem as pernas de Jesus viram que Ele já estava morto. Naquele dia mesmo, conforme as palavras de Jesus, seus espíritos voltaram para Deus.
59 E apedrejavam Estêvão, que invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito (At 7.59)!
O desejo de Paulo em partir logo sustenta também a doutrina da presença da alma com o Senhor logo após a morte:
23 Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor (Fp 1.23).
Se não fosse para estar na presença de Deus porque ele desejaria tanto a morte? E em sua segunda carta aos Coríntios, capítulo cinco, Paulo está falando sobre a morte quando disse:
1 Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus (2 Co 5.1).
Quando fala em casa terrestre, Paulo se refere ao nosso corpo. Se desfizer quer dizer morrer. Ele diz que devemos ficar tranqüilos com a morte porque temos morada certa com Deus lá no céu. E ele conclui dizendo:
8 Entretanto, estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor (2 Co 5.8).
Era por isso que Paulo não tinha medo da morte, porque sabia que estaria com o Senhor logo depois dela. Em confiança é a forma como devemos viver neste mundo em relação a morte e tenhamos a convicção de Paulo quanto a isso:
8 Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor (Rm 14.8).
B – As almas dos ímpios, quando ausentes do corpo, estão no inferno
A Escritura nunca nos encoraja a pensar que as pessoas terão outra oportunidade de crer em Cristo após a morte. A parábola do homem rico e Lázaro é um bom exemplo desta situação.
22 ... morreu também o rico e foi sepultado.
Diz o texto que aquele homem rico, aquele que vivia em regalias todos os dias e não se preocupava com o amanhã, morreu e que logo depois de sua morte já estava no inferno.
C – Quanto ao estado da alma após a morte é de consciência, tanto a do justo no céu, quanto a do ímpio no inferno
A existência consciente, tanto dos justos como dos ímpios após a morte, é uma realidade bíblica. Na parábola do homem rico e Lázaro, note o estado de consciência do homem rico:
22 Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado.
Ainda que o corpo esteja sepultado, os tormentos da alma são descritos como físicos. Jesus aqui acomoda os seus ensinos às concepções humanas ao usar os termos olhos, dedo e língua. Ele usa de figuras materiais para expressar realidades espirituais. Além do mais, Jesus não estava contando esta parábola para anjos, mas para seres humanos! E a linguagem tinha que ser a que nos conhecemos.
9 Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam.
Temos ainda o exemplo de Moisés e Elias, que séculos depois de suas mortes (a de Moisés) apareceram a Jesus no monte da transfiguração:
3 E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
Se Moisés tinha ressuscitado, então Cristo não é as primícias dos que estão mortos. E se não tinha ressuscitado, como de fato ainda não ressuscitou, isto prova a consciência da alma após a morte.
D – Tanto o destino como a situação da alma após a morte são irrevogáveis
Não haverá revogação do destino moral e espiritual, nem dos justos nem dos ímpios após a morte.
27 E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo (Hb 9.27).
O autor de Hebreus associa a morte com a consequência do julgamento em uma sequência imediata a ela.
3 – O DESTINO E A SITUAÇÃO DO CORPO APÓS A MORTE
Já vimos como fica a alma após a morte. E o corpo, o que acontecerá a ele?
A – O corpo dos justos
Deus não deixará nosso corpo morto na sepultura para sempre. Quando Cristo nos redimiu, Ele não redimiu apenas nosso espírito — Ele nos redimiu como pessoas completas; e isso inclui a redenção de nosso corpo. Portanto, a aplicação da obra redentora de Cristo a nós não será completa até que nosso corpo seja inteiramente liberto dos efeitos da queda e trazido ao estado de perfeição para o qual Deus o criou.
23 E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo (Rm 8.23).
O estágio da aplicação da redenção em que receberemos por fim o corpo ressuscitado é chamado de glorificação. Referindo-se àquele dia futuro, Paulo diz que participaremos da glória de Cristo:
17 Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados (Rm 8.17).
Glorificados como Jesus o foi depois de sua ressurreição. Além disso, quando Paulo traça os passos na aplicação da redenção, o último que menciona é a glorificação:
30 E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou (Rm 8.30).
Podemos definir glorificação da seguinte maneira: A glorificação é o passo final na aplicação da redenção. Ela acontecerá quando Cristo retornar e ressuscitar dentre os mortos os corpos de todos os crentes de todas as épocas que morreram e reuni-los às respectivas almas, e mudar os corpos de todos os crentes que permanecerem vivos, dando assim a todos os crentes, ao mesmo tempo, um corpo ressuscitado e perfeito igual ao Seu.
B – O corpo dos ímpios
Embora os descrentes passem para o estado de punição eterna imediatamente após a morte, o corpo deles não será ressuscitado até o dia do juízo. Naquele dia, o corpo de cada um será ressuscitado e reunido a alma, e comparecerão perante o trono de Deus para o juízo final que vai ser pronunciado sobre eles, incluindo o corpo:
12 Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros (Ap 20.12).
Deus não vai deixar o corpo para sempre na sepultura, pois, quando Cristo retornar, a alma será reunida ao corpo e o corpo será ressuscitado dentre os mortos em um corpo imortal que jamais morrerá novamente. Os salvos finalmente viverão com Cristo por toda a eternidade e os perdidos estarão separados e condenados aos tormentos do inferno eternamente.
4 – CONTESTAÇÃO ÀS DOUTRINAS HUMANAS SOBRE O ESTADO DA ALMA APÓS A MORTE
Infelizmente, há muitas doutrinas conflitantes sobre a morte e a eternidade. Consideremos, brevemente, cinco exemplos de doutrinas humanas que contradizem o ensinamento da Bíblia.
A – A aniquilação
Esta teoria diz que o ser humano cessa de existir após a sua morte, uma vez que a substância material, que é o corpo, é perecível. Essa é a doutrina do aniquilamento do ser, que não tem base bíblica.
31 E, quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou:
O problema fundamental nesta doutrina humana que diz que a existência cessa com a morte, é o erro de não entender que a morte é uma separação, e não o fim da existência da pessoa.
28 Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão:
B – A reencarnação
Muitas pessoas estão fascinadas pela ideia da reencarnação, incluindo-se aquelas que seguem religiões orientais, como o hinduísmo, e outras que aceitam a filosofia da Nova Era ou os ensinamentos do Espiritismo. A doutrina da reencarnação diz que nossa alma voltará, possivelmente centenas de vezes, para viver novamente e para ser aperfeiçoada em consecutivas vidas.
27 E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juíz.
Pense no significado desta afirmação. Se uma pessoa precisa morrer muitas vezes, qual é o valor do sacrifício de Jesus? Teria Ele também que morrer muitas vezes? Esta passagem mostra que Ele morreu uma vez para pagar o preço de nossos pecados.
10 Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo ( 2 Co 5.10).
Neste versículo, Paulo não fala de corpos, mas de um corpo só.
8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;
C – O purgatório
A doutrina do purgatório foi propagada pelo catolicismo, e sugere que há uma oportunidade depois da morte para expurgar dos pecados antes de entrar no céu. Esta doutrina diz que a alma após a morte vai para um lugar intermediário, onde aguarda o perdão de Deus, em virtude da intercessão dos parentes e amigos vivos. Este lugar intermediário é chamado de purgatório.
26 E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós (Lc 16.26).
A doutrina do purgatório, simplesmente, não é fundamentada na Bíblia. Além disso, a doutrina do purgatório rouba dos cristãos o grande conforto de saber que os que morrem vão imediatamente para a presença do Senhor.
D – O sono da alma junto com o corpo sepultado
Essa doutrina ensina que, quando o salvo morre, ela entra no estado de existência inconsciente, e a próxima coisa de que terá consciência será quando Cristo retornar e o ressuscitar para a vida eterna. A Alma dorme logo após a morte.
2 Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno (Dn 12.2).
Porém, quando a Escritura apresenta a morte como sono, trata-se simplesmente de uma expressão metafórica usada para indicar que a morte é somente temporária para os cristãos, exatamente como o sono é temporário.
E – A Comunicação com os mortos
A prática do espiritismo e de algumas outras religiões, ao tentar comunicar-se com os mortos, é absolutamente oposta ao ensinamento da Bíblia. Quando o homem rico, na parábola de Jesus, pediu que um mensageiro dos mortos fosse enviado para ensinar sua família, Jesus disse que isso não seria permitido, e que nem era necessário.
9 Quando entrares na terra que o SENHOR, teu Deus, te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos.
A consulta aos mortos é ligada a idolatria e a feitiçaria, coisas que são sempre condenadas, tanto no Velho como no Novo Testamento.
42 Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor (MT 24.42).
Conclusão
A morte é a cessação temporária da vida corporal e a separação entre a alma e o corpo. Uma vez que a pessoa morre, embora o seu corpo físico permaneça sepultado na terra, no momento da morte a alma do salvo vai imediatamente para a presença de Deus com regozijo, e a alma do perdido vai para o tormento do inferno.
Muito edificante. DEUS continue te usando e abençoando. Shalom.
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