16 Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio
de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as
pombas.
17 E acautelai-vos dos homens; porque vos
entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas;
18 por minha causa sereis levados à presença de
governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios.
19 E, quando vos entregarem, não cuideis em como
ou o que haveis de falar, porque, naquela hora, vos será concedido o que haveis
de dizer,
20 visto que não sois vós os que falais, mas o
Espírito de vosso Pai é quem fala em vós.
21 Um irmão entregará à morte outro irmão, e o
pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os
matarão.
22 Sereis odiados de todos por causa do meu
nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.
23 Quando, porém, vos
perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não
acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem (Mt
10.16-23).
Introdução
Qual o grupo mais perseguido
no mundo de hoje? Os cristãos! Jesus disse aos seus discípulos:
16 Em verdade, em verdade vos
digo que o servo não é maior do que seu
senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou (Jo 13.16).
E no Discurso do Getsêmani,
alguns dias antes de sua crucificação, Ele disse:
18 Se o mundo vos odeia, sabei
que, primeiro do que a vós outros, me
odiou a mim (Jo 15.18).
Portanto, o ódio a Jesus
Cristo é o fundamento da tão severa perseguição aos cristãos. E se o discípulo
não é maior que o seu Mestre, pode-se deduzir com isso que a Igreja de Cristo
não é maior do que o Seu Fundador. E assim, se Cristo foi perseguido e morto,
também a Sua Igreja haverá de passar pelo mesmo Calvário, tanto é que o primeiro
grande desafio da Igreja foi a perseguição.
A princípio o governo romano
considerava a Igreja Cristã como uma das seitas do judaísmo, e como tal, era
uma religião lícita. Posteriormente, com o crescimento do Cristianismo, ele passou
a ver a Igreja como distinta do judaísmo. E, à medida que o Cristianismo crescia,
também crescia a perseguição, e a Igreja passou a sofrer cada vez mais oposição
por parte da sociedade pagã e do próprio Estado.
Atualmente, cristãos em
sociedades livres também são odiados e perseguidos por causa de sua fé em Jesus.
Embora seja moda encontrar Jesus em adesivos de carros, quadros pelo comércio e
em tatuagens, isso em nada ameniza a vida do cristão, basta olharmos para o
sarcasmo das pessoas quando um cristão se envolve em um escândalo; eles falam
como um triunfo de vitória pela sua queda.
E assim como existem ataques
dos incrédulos contra a nossa fé em Jesus, há também investidas contra a
Bíblia, contra a Igreja e principalmente contra a missão da Igreja de
evangelizar o mundo, pois cada vez mais se aprovam leis que restringem a
evangelização. O que tudo isso nos mostra é que os ventos das tempestades da
perseguição aos cristãos estão começando a soprar fortes também em países
livres; o círculo está se fechando. E o que a perseguição a Igreja pode nos
ensinar?
01 –
SEGUIR A CRISTO É SEGUIR PELO CAMINHO DA CRUZ
Quando algumas pessoas se
dispuseram em seguir a Jesus, Ele disse:
23 Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se
negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me (Lc 9.23).
Estas palavras significam
que o evangelho tanto é um convite às bênçãos de Deus, como também é um desafio
para submeter completamente a nossa vontade a vontade de Deus. O grande
problema é que as pessoas hoje, em sua grande maioria, estão interessadas
somente no convite das bênçãos, mas não querem saber dos desafios aqui
apresentados por Jesus.
O texto de Lucas acima está
falando de comprometimento, e quando uma pessoa se compromete com outra, um
relacionamento se estabelece entre ambas. Neste momento, deve haver provas de que
houve um comprometimento entre elas. No texto podemos observar duas frases que
refletem este aspecto do compromisso de seguir a Cristo: “a si mesmo se negue”
e “dia a dia tome a sua cruz”. Isso nos ensina que:
A – O
caminho da cruz é o caminho da negação de si mesmo
A primeira parte deste
compromisso com Cristo diz respeito a negarmos a nós mesmos. Você já parou para
meditar na profundidade dessas palavras de Jesus? Negar a si mesmo não é
somente abrir mão de alguma coisa, mas é uma negação completa e total. E será
que você já renunciou a alguma coisa para seguir a Jesus?
Um dia um jovem rico chegou
diante de Jesus com muito interesse em ser salvo. Jesus condicionou a salvação
daquele homem à negação de algo que lhe era um empecilho para sua salvação: a
sua riqueza. Tanto era verdade o diagnóstico de Jesus do coração daquele homem
que ele fora incapaz de renunciar a sua riqueza para ser salvo. Ele se recusou
a abandonar os bens desta vida à esperança de um tesouro no céu.
E o que é negar a si mesmo? Negar
a si mesmo é ser desprovido de todo sentimento faccioso como a inveja, a
vaidade, o ciúme, a avareza, a soberba, a ira, o desejo de vingança e outros
sentimentos que o Senhor abomina. Negar a si mesmo é ter a mesma humildade de
Cristo, ou seja, é oferecer o outro lado da face, é perdoar e amar os inimigos,
é bendizer aos que nos maldizem, é fazer o bem aos que nos odeiam é orar por
aqueles que nos perseguem.
Isso contrasta diretamente
com o estilo de vida daqueles que buscam o melhor para si mesmo, o que a
maioria de nós fazemos, pois muitos procuram servir a Jesus interessados unicamente
nas coisas deste mundo, na abundância dos prazeres deste mundo. Não querem
compromisso com Deus e não renunciam a si mesmos para servir a Jesus. Lamentavelmente,
muitos estão no mesmo caminho daquele jovem rico, mas Jesus diz que seus
seguidores serão conhecidos como aqueles que negam a si mesmos.
B –
No caminho da cruz deve-se levar a cruz de Cristo
A segunda parte deste
compromisso é ainda mais extremista do que negar a si mesmo: tomar a cruz. E o
que é tomar a cruz de Cristo? Tomar a cruz de Cristo é assumir um compromisso
definitivo com Ele e o Seu Evangelho, mesmo que isso venha a lhe custar a
própria vida. Tomar a cruz de Cristo é amar a Deus acima de todas as coisas.
Tomar a cruz de Cristo é entrar pela porta estreita e andar pelo caminho
estreito que leva ao céu.
Quando você se compromete em
seguir a Jesus, você deve negar a si mesmo e tomar a cruz de Cristo sobre seus
ombros. Fazendo isso você o segue com toda euforia e fica disposto até mesmo a
ser executado por amor a Ele, se for o caso, porque tomar a cruz de Cristo é
imitar o gesto de Paulo, homem de Deus que, sob o completo domínio de Cristo,
disse:
20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que,
agora, tenho na carne, vivo pela fé no
Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim (Gl 2.20).
Apenas assumimos esse
compromisso quando entendemos que a vida presente, de qualquer maneira, termina
na morte, e entendemos também que aquele que nos prometeu perdão e vida eterna
pode cumprir todas as suas promessas. E o que Ele promete?
10 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o
reino dos céus (Mt 5.10).
Portanto, o caminho da cruz
é muito diferente do jeitinho brasileiro que tanto conhecemos, ou seja, não há
nenhum jeitinho, as coisas têm que ser conforme as palavras de Jesus, que
termina dizendo:
33 Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo
quanto tem não pode ser meu discípulo (Lc 14.33).
Tomar a cruz não é tomar
qualquer cruz, mas sim a cruz de Cristo. Nisto não podemos nos esquecer de que
não somos maiores do que o nosso Mestre e que, se perseguiram a Ele ao ponto de
crucificá-lo, não lhes custam nada perseguirem a Igreja de Cristo ao ponto de
matarem aos seus seguidores.
C –
O caminho da cruz é o caminho da esperança
Em 1º Coríntios, no capítulo
15, o apóstolo Paulo coloca nossa vida inteira no contexto da ressurreição:
19 Se a nossa esperança em
Cristo se limita apenas a esta vida,
somos os mais infelizes de todos os homens (1 Co 15.19).
Ele está dizendo que se a
ressurreição não acontecesse, nós, cristãos, seríamos as mais infelizes de
todas as pessoas. E por que seria assim? Porque se Jesus não ressuscitou da
morte a nossa fé é vã:
17 E, se Cristo não ressuscitou,
é vã a vossa fé, e ainda permaneceis
nos vossos pecados (1 Co 15.17).
Se Jesus não tivesse ressuscitado,
por que o seguiríamos renunciando a nós mesmo e tomaríamos a Sua cruz? Por que
renunciaríamos à expectativa deste mundo e resistiríamos às tentações desta
vida? Não haveria sentido para isso! Contudo, sabemos que Jesus é o Messias
ressurreto, e que hoje Ele vive!
20 Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as
primícias dos que dormem (1 Co 15.20).
Portanto, aquele que
ressuscitou tem toda autoridade para dizer e prometer:
35 Quem quiser, pois, salvar a sua vida
perdê-la-á; e quem perder a vida por
causa de mim e do evangelho salvá-la-á.
36 Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro
e perder a sua alma?
37 Que daria um homem em troca de sua alma?
38 Porque qualquer que, nesta
geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras,
também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai
com os santos anjos (Mc 8.35-38).
Esta é a motivação da Igreja
Perseguida perseverar mesmo na tempestade. Esta é a razão de muitos preferirem
a própria morte ante a negação de sua fé. Este é o motivo da Igreja de Cristo
colecionar para si tantos mártires. À luz deste texto podemos entender os
motivos de Paulo em suportar tanta perseguição. Ele disse:
23 São ministros de Cristo? (Falo como fora de
mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito
mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte,
muitas vezes.
24 Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena
de açoites menos um;
25 fui três vezes fustigado com varas; uma vez,
apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do
mar;
26 em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de
salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos
na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos
irmãos;
27 em trabalhos e fadigas, em
vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e
nudez (2 Co 11.23-27).
Mas, infelizmente, muitos de
nós não concordamos com Paulo porque nossos padrões e estilos de vida não são
determinados pela ressurreição de Cristo, não arriscamos tudo para segui-lo,
muito ao contrário deste homem de Deus, que tinha toda autoridade para falar em
perseguição, porque ele soube o que é sofrer por cristo. A ressurreição de
Jesus, portanto, trás sentido seguir pelo caminho da cruz, negar a si mesmo e
tomar a cruz de Cristo.
02 –
A PERSEGUIÇÃO SEMPRE FEZ PARTE DA VIDA DOS SERVOS DE DEUS
O mundo ama o pecado e
aborrece a justiça e essa é a principal causa de sua hostilidade contra Jesus
Cristo. Os cidadãos do Reino dos Céus podem esperar tribulações e perseguições
neste mundo, e sabe por quê? Porque o seu caráter, os seus ideais, as suas
aspirações e sua conduta dão um depoimento silencioso contra a impiedade deste
mundo. E a perseguição não é realidade apenas para a Igreja, ela sempre esteve
presente na vida dos filhos de Deus.
A –
A perseguição foi realidade na vida dos profetas de Deus
Quando lemos o capítulo onze
da carta aos hebreus, percebemos que a perseguição não ocorreu somente com o
surgimento da Igreja. Na verdade, a perseguição é um processo de continuidade
do que ocorria com os profetas de Deus na antiguidade. O autor desta carta diz:
32 E que mais direi? Certamente, me faltará o
tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de
Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas,
33 os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram
promessas, fecharam a boca de leões,
34 extinguiram a violência do fogo, escaparam ao
fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra,
puseram em fuga exércitos de estrangeiros.
35 Mulheres receberam, pela ressurreição, os
seus mortos. Alguns foram torturados,
não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição;
36 outros,
por sua vez, passaram pela prova de
escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões.
37 Foram
apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram
peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos,
maltratados
38 (homens dos quais o mundo não
era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da
terra (Hb 11.32-38).
Todas estas pessoas, das
quais o mundo não era digno de suas presenças, foram perseguidos e muitos deles
martirizados por causa de sua fé. Olhe para a vida de Elias, olhe para a vida
de Elizeu, olhe para a vida de Jeremias, olhe para a vida de Daniel. Homens de
Deus perseguidos por causa de sua fé, hostilizados por serem obedientes a Deus,
maltratados por passarem ao povo o recado de Deus, recado este que falava
contra as suas transgressões. Mas o povo, contaminado pelos seus pecados, não
queria ser advertido, eles queriam ouvir apenas a boa Palavra de Deus.
B –
A perseguição foi realidade na vida da Igreja primitiva
Estevão era um homem de
Deus. Este homem tinha um testemunho brilhante. Cheio de graça e do Espírito
Santo ele fazia prodígios e grandes sinais entre o povo, e não demorou muito
para isso chamar a atenção das autoridades religiosas da época, os quais necessitaram
contratar falsas testemunhas para levar a Estevão perante o Sinédrio. E lá, diz
a Bíblia, que eles viram o rosto de Estevão como rosto de anjo, mas mesmo assim
o subjugaram e o condenaram a morte por apedrejamento. Esta barbárie marcou a
história da Igreja, porque neste mesmo dia iniciou-se contra ela grande
perseguição a qual nunca mais deixou de fazer parte da história da Igreja.
Também neste episódio entra em cena um homem que, alcançado um dia pela graça
de Deus, passa de perseguidor implacável a perseguido.
1 E Saulo consentia na sua morte. Naquele dia, levantou-se grande perseguição
contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos
pelas regiões da Judéia e Samaria.
2 Alguns homens piedosos sepultaram Estêvão e
fizeram grande pranto sobre ele.
3 Saulo, porém, assolava a
igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no
cárcere (At 8.1-3).
E começando por Estevão a
Igreja começou a colecionar seus mártires. Logo depois disso Tiago foi
decapitado por ordem de Herodes, Paulo foi decapitado em Roma, Pedro foi
crucificado e, dos apóstolos, apenas João morreu de velhice, mas ainda assim exilado
em uma ilha por causa de sua fé. Isso sem contar dos imperadores romanos que,
um após outro, martirizavam os cristãos em suas arenas, fazendo de seus
assassinatos um espetáculo para o povo.
A Bíblia diz que a Igreja Primitiva
crescia em número a cada dia, mas este crescimento nunca aconteceu em berço
esplêndido, pois sempre ocorreu debaixo da perseguição e à custa do sangue de
seus mártires.
C –
A perseguição é realidade da Igreja Perseguida nos dias Atuais
A Reforma Protestante foi um
marco histórico na vida Igreja, mas ela também não ocorreu em berço esplêndido,
pois os reformadores sofreram as mais duras hostilidades por parte do Estado e
da religião predominante da época. O Evangelho se expandiu, mas novamente à
custa de muitas vidas, inclusive no Brasil, onde os primeiros missionários a
desembarcarem aqui foram mortos pelos jesuítas na Baía de Guanabara, um deles sendo
enforcado no Rio de Janeiro pelas mãos do padre José de Anchieta, recentemente
canonizado pelo catolicismo.
Após a Segunda Grande Guerra,
liderado pela então União Soviética, ocorreu a expansão do comunismo, e nenhum
regime matou mais cristãos do que o regime comunista. O comunismo matou mais
pessoas do que o Nazismo de Hitler. De acordo com o "Le livre noir du
communisme" (Livro Negro do Comunismo), o comunismo produziu quase
100 milhões de vítimas em vários continentes, raças e culturas. E boa parte
destas vítimas eram cristãs.
O comunismo fabricou três
dos maiores carniceiros da espécie humana - Lênin, Stálin e Mao Tse-tung. Lênin
foi o iniciador do terror soviético. Enquanto os czares russos em quase um
século (1825 a 1917) executaram cerca de quatro mil pessoas, Lênin superou esse
recorde em apenas quatro meses, após a revolução de outubro de 1917. Fidel
Castro é o campeão absoluto da "exclusão social", pois 2,2 milhões de
pessoas, significando 20% da população de Cuba, tiveram que fugir durante o
regime comunista.
Isso tudo leva o comunismo a
ser uma das mais bem sucedidas armas satânicas dos últimos tempos, e que tem
destruído milhões de pessoas no mundo, incutindo na mente de jovens e adultos
tanto o ateísmo como o materialismo. O famoso primeiro ministro inglês Winston
Churchill (1874-1965), afirmou que o socialismo é o evangelho da inveja, o
credo da ignorância, e a filosofia do fracasso. Em função disso tudo é
inaceitável que um evangélico se envolva com essa filosofia satânica e
maldita, porque uma pessoa regenerada pelo Espírito de Deus não pode acreditar
neste sistema do mal.
Outro algoz da Igreja é o
islamismo, o mundo muçulmano, que não demorará muito para alcançar as
estatísticas do comunismo. Dos primeiros 20 países do mundo nos quais a
liberdade religiosa é praticamente ausente, 14 são muçulmanos, e os outros são ditaduras
militares ou comunistas.
As populações cristãs
nativas do Oriente Médio estão sendo exterminadas ou expulsas da sua terra
natal pela irmandade muçulmana. Cristãos são perseguidos, expulsos e mortos no
Irã, no Iraque, no Paquistão, na Síria, no norte da África, no Sudão, na
Nigéria, na Tanzânia, na Indonésia e muitos outros países muçulmanos. E qual a
reação do mundo diante das atrocidades destes Estados contra os cristãos? O silêncio!
E isso porque os mais poderosos países do mundo têm maioria cristã. Mas o que
eles fazem diante do assassinato dos cristãos pelo islã? Nada! Apenas se calam!
Apesar de todo este cenário
ser catastrófico, Deus é glorificado nas barbáries cometidas contra a Sua
Igreja. Os efeitos do martírio de cristãos nos resultados da evangelização são impressionantes,
porque as notícias se espalham amplamente e em muitos casos os descrentes e até
mesmo os perseguidores se convertem para Cristo, ao verem o exemplo da fé em
Cristo nos mártires. Quando Paulo e Silas, perseguidos, foram presos, ocorreu a
conversão da família do carcereiro lá em Filipos. E este efeito da perseguição
tem ocorrido em todas as partes do mundo onde a Igreja é perseguida. E louvado
seja Deus por isso!
Mas os cristãos não desejam
procurar deliberadamente o martírio, como o fazem os muçulmanos radicais,
porque o martírio cristão, quando ocorre, destina-se a salvar vidas e almas
para a fé em Cristo e não em matar mais gente por não professarem a fé cristã.
Por isso o martírio pode ser considerado o testemunho final, a completa
declaração pessoal da fé em Cristo, a maior proclamação da Palavra de Deus.
03 –
AS PROMESSAS DE DEUS À IGREJA PERSEGUIDA
Diante de uma tempestade tão
densa em que a Igreja perseguida está passando, nada mais confortante do que
voltar os olhos para Deus. Quando a noiva está chorando é em Seu noivo que ela
precisa buscar consolo! Nada mais motivador para se perseverar do que trazer à
memória as promessas de Deus. E as promessas de Deus devem ser muito
significativas para a Igreja, porque elas não são palavras de um deus qualquer.
Paulo, escrevendo para Tito, deu um testemunho brilhante sobre Deus:
2 na esperança da vida eterna
que o Deus que não pode mentir prometeu
antes dos tempos eternos (Tt1.2).
E o que este Deus que não
pode mentir prometeu?
A –
Os inimigos da Igreja jamais prevalecerão contra ela
18 Também eu te digo que tu és
Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.18).
O diabo tem agido como um
leão feroz contra a Igreja, ele tem procurado dizimar os cristãos da face da
terra, tem empreendido grandes esforços em destruir a Palavra de Deus, tem
coagido a Igreja a se calar diante do mundo, e para isso ele tem usado
governos, credos, grupos terroristas, mas Deus tem frustrado o sucesso do
ímpeto de Satanás contra a Sua Igreja, revertendo os resultados da perseguição
em graça e bênção para ela. Deus tem sustentado a Igreja e fazendo-a permanecer
firme e perseverante mesmo em tempestades. Os melhores frutos da Igreja têm
sido produzidos em meio as tribulações da perseguição.
O inferno jamais prevalecerá
contra a Igreja de Cristo. O sacrifício de Cristo pela Sua Igreja jamais será
em vão, jamais cairá por terra. Enquanto a Igreja estiver neste mundo ela
brilhará a luz de seu Redentor, e isso tudo não é promessa de homem, mas do
próprio Senhor da Igreja., do Deus que não pode mentir!
B
– Deus jamais deixará de cobrar aos seus responsáveis por cada gota de sangue
derramado por seus mártires
O livro de Apocalipse foi
escrito para alentar uma igreja perseguida, demonstrando o Senhorio de Jesus na
História. Ele foi escrito para garantir à Igreja a vitória final sobre todos os
seus inimigos. Este livro diz:
9 Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que
tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que
sustentavam.
10 Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e
verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?
11 Então, a cada um deles foi
dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco
tempo, até que também se completasse o
número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles
foram (Ap 6.9-11).
O texto diz que João viu no
céu a alma dos mártires e eles estavam cobrando de Deus a vingança de suas
mortes. Deus disse que haveria de fazer isso, mas que ainda não havia chegado a
hora. Por isso que a Bíblia declara o Dia do Senhor como grande e terrível!
Será o dia do acerto de contas! E este acerto de contas não será com um
juizinho qualquer, mas será com o próprio Deus. Neste dia não haverá desculpas,
não haverá jeitinho brasileiro e não haverá advogado que livra o culpado de sua
culpa e de sua sentença. Deus é o vingador da Igreja!
C
– O gozo no Reino de Deus será tão completo que não haverá nem lembrança das
tribulações aqui passadas
17 Pois eis que eu crio novos céus e nova terra;
e não haverá lembrança das coisas
passadas, jamais haverá memória delas.
18 Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque
eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, regozijo (Is 65.17,18).
Será um esquecimento total
de todas as atrocidades que nossos olhos viram e que nossos ouvidos ouviram.
Será a consciência de ter valido a pena ter perseverado até o fim. Será um gozo
completo dos filhos de Deus. Diante de um gozo tão sublime não haveria de se
estabelecer tamanha exigência:
10 Não temas as coisas que tens
de sofrer ... Sê fiel até à morte, e
dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.10).
Não é somente ser fiel até
ao dia de morrer, mas é ser fiel até mesmo diante da iminente morte. E Paulo
tinha plena consciência disso:
18 Porque para mim tenho por
certo que os sofrimentos do tempo
presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós (Rm
8.18).
Estamos neste mundo de
trevas para brilhar e este brilho não pode ser ofuscado mesmo diante das
perseguições, mesmo diante das tempestades que se formam sobre a Igreja; ela
tem que ser a testemunha fiel de seu noivo neste mundo tenebroso. A pátria da
Igreja não é neste mundo. Ela é uma peregrina que está apenas de passagem, mas
esta passagem tem que ser marcada pela coragem e pela perseverança, porque no
Reino de Deus não entrará nenhum daquele que se acovarda diante da perseguição,
diante da tempestade.
Conclusão
As perseguições contra
a Igreja de Cristo se seguiram ao longo da história. Atualmente se
manifestam em todo o mundo, e das mais diversas formas. Aberta ou
discreta, barulhenta ou silenciosa, violenta ou sutil, legal ou ilegal,
institucional ou pessoal, seja ela externa ou interna, a perseguição existe
e se ergue contra aqueles que amam a Deus, que estão
comprometidos integralmente com a sua Palavra. Diante desta realidade,
precisamos nos manter firmes e fundamentados nas palavras de Jesus.
É preciso que a Igreja
acorde para a gravidade do momento, em que o islã avança com sua política
expansionista e a violência das facções radicais. A liberdade que as nossas
leis nos garantem hoje pode acabar se não houver uma conscientização e uma ação
decisiva para impedir o sucesso das estratégias usadas pelo mundo islâmico.
A Bíblia e a história
nos revelam que oração, coragem, intrepidez, fé, sabedoria, prudência
e inteligência foram algumas das características e posturas adotadas
por muitos na Igreja perseguida dos primeiros séculos, conduta esta
que deve ser imitada por nós nos dias atuais. Que Deus lhe abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Mensagem pregada no Domingo da Igreja Perseguida - DIP 2015
Glórias a Deus! Muito esclarecedor este sermão meu irmão.
ResponderExcluirAmém! Obrigado! A Deus toda glória!
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