ESTUDO DO LIVRO DE DANIEL: A SOBERANIA
DE DEUS NA HISTÓRIA
PARTE I: AS INTERVENÇÕES DIVINAS
LIÇAO I: A INTERVENÇÃO DIVINA SOBRE O
POVO DE DEUS
1
No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor,
rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou.
2 O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim,
rei de Judá, e alguns dos utensílios da Casa de Deus; a estes, levou-os para a
terra de Sinar, para a casa do seu deus, e os pôs na casa do tesouro do seu
deus (Dn 1.1-2).
INTRODUÇÃO
O livro de Daniel é
incomparável, tanto porque revela alguns dos temas de profecias mais
importantes, quanto também por causa de suas histórias impressionantes. Os
primeiros seis capítulos de Daniel contêm histórias de fé contadas de um modo chocante.
Estas histórias têm aplicações práticas que inspiram os cristãos amadurecidos.
Os últimos seis capítulos, contudo, é um grande desafio por causa do estilo
apocalíptico no qual é escrito.
Daniel é um livro muito
atacado em função de sua importância. Teólogos liberais negam a sua integridade
e declaram que o livro é uma falsificação. Por outro lado, muitos teólogos
fundamentalistas têm torcido a mensagem do livro ao dar explicações às partes
apocalípticas figurativas.
Em vista destas
controvérsias sobre Daniel, precisamos ser cautelosos para que não insiramos
ideias preconcebidas em sua mensagem. Primeiro, aprendamos sua ambientação
histórica, e então certifiquemo-nos de que a interpretação aceita para as
passagens difíceis siga as regras básicas do estudo da Bíblia: A interpretação
precisa concordar em contexto com o próprio livro; e ela precisa ser
consistente com tudo o mais que a Bíblia diz sobre o assunto.
O tema do livro de Daniel
é: Deus é Soberano e tem domínio sobre o reino dos homens. O livro trata do
conflito entre o Reino de Deus e os reinos do mundo. Naturalmente, por trás disto
está o conflito entre Deus e as divindades pagãs. Deus promete estabelecer seu
próprio Reino e defender a causa de seus santos que o servem. A verdade desta
profecia é comprovada pelo fato de que Deus é ainda conhecido em todo o mundo, mas
todas as divindades pagãs dos dias de Daniel foram esquecidas.
1
– UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
Antes de adentrarmos ao
assunto de nosso estudo é necessário termos uma breve retrospectiva histórica
de Israel para podermos entender melhor o que está acontecendo aqui.
A
– A formação de Israel
Deus chamou um homem
chamado Abraão. Através deste homem formou uma grande família. Esta família, em
um período de fome, desceu ao Egito e por lá permaneceu por 400 anos. Desta
família no Egito Deus fez uma poderosa nação. No Egito, quando a família
cresceu, os egípcios tornaram os hebreus cativos. Então, o povo começa a clamar
pelo seu Deus. O clamor deste povo sobe à presença de Deus. Deus vê a aflição
daquele povo e desce para libertá-lo da escravidão do Egito. Deus enviou a
Moisés para libertar o povo e, por causa da dureza do coração de Faraó,
providenciada pelo próprio Deus, Deus envia 10 pragas ao Egito para desmantelar
as divindades do Egito.
Deus tirou o seu povo do
Egito e, por 40 anos, este povo perambulou pelo deserto sob a liderança de
Moisés. No deserto eles firmaram aliança com Deus, os termos desta aliança incluíam
bênção e maldição, conforme fosse o relacionamento do povo com o seu Deus
libertador. Esta aliança está em Dt 28.1-68. Vale a pena ler este capítulo
porque, a quebra desta aliança é a causa do contexto do livro de Daniel. Depois
da peregrinação pelo deserto, o povo gastou mais 7 anos para tomar posse da
terra prometida, agora sob a liderança de Josué. Estabelece-se, então, na nação
de Israel, a Teocracia. Nesta Teocracia, o governo de Deus levantava juízes
para governar a Israel, durando isso cerca de 300 anos. Sob o comando de Deus,
através desses juízes, Israel vive um tempo de instabilidade espiritual, oscilando
entre pecado, juízo, arrependimento e restauração; indo e vindo nesta questão.
Depois de 330 anos de
Teocracia o povo pediu um rei para Samuel, o último juiz a governar em Israel.
Disse Deus a Samuel para atender ao povo porque, na verdade, o povo não estava
rejeitando a Samuel, mas estava rejeitando a Deus. Então, começa uma nova fase
política em Israel chamada de monarquia. E na monarquia unificada houve três
reis: Saul, Davi e Salomão, cada um deles reinando durante 40 anos. Com a morte
de Salomão, no ano de 931 a.C., sob o governo de seu filho Roboão, o reino se
divide em Reino do Norte e Reino do Sul. Dez tribos seguem a liderança de
Jeroboão, formando o que se chama de Reino do Norte, cuja capital mais tarde
vai ser Samaria.
Estas 10 tribos do Norte
vão formar o que chamamos de Israel ou Efraim. Nesse Reino do Norte tivemos 19
reis em 18 dinastias. Dinastia é o governo de uma família. Então, neste reino
do norte, tivemos 19 reis em 18 dinastias diferentes e desses 19 reis não houve
nem um sequer que andasse com Deus, pois todos eles foram homens ímpios. Apesar
de Deus mandar os seus profetas o povo não ouviu a voz de Deus. Então, em 722
a.C., conforme a quebra da aliança descrita lá em Dt 28, Deus mandou a Assíria
que levou esse povo para o cativeiro e nunca mais de lá voltou. Estas dez
tribos se dispersaram por lá e os que ficaram na terra foram misturados com outros
povos, formando o povo samaritano, que são a mistura de judeus e de outros
povos gentílicos.
B
– A formação de Judá
O Reino do Sul, formado
pelas tribos de Judá e Benjamim, permaneceram sob a liderança de Roboão, filho
de Salomão. Este reinado procedia da dinastia davídica e só teve uma dinastia,
porque através desta tribo do Sul ou do Reino do Sul é que iria se cumprir a
profecia do Messias. Portanto, não podia ter outra dinastia, porque esta
dinastia não podia ser interrompida, porque se interrompesse, frustraria os
desígnios de Deus e os propósitos de Deus não podem ser frustrados. Este reino
teve altos e baixos, momentos de glória e tempos de calamidade, reis piedosos
no trono e reis perversos e maus. Este reino alternou momentos de volta para
Deus e momentos de rebeldia. Neste reinado do Sul tivemos 20 reis, sendo alguns
piedosos e outros não.
C
– O Cenário Político de Judá
Judá teve um rei piedoso
chamado Josias. Este homem, ao descobrir a Lei de Deus, depois de um tempo de
apostasia em Judá, ao ouvir a leitura da Lei de Deus, ele rasga as suas vestes
em um ato de arrependimento e realiza uma ampla reforma religiosa em Judá. Mas
este homem comete um equívoco, porque estava existindo uma grande batalha entre
a Assíria e o Egito, porque ambos estavam disputando a conquista do mundo.
Neco, rei do Egito, subira para batalhar contra o rei da Assíria. Josias, rei
de Judá, temendo pela segurança do seu reino, achou melhor atacar o exército
egípcio, mas morreu na batalha de Carquemis em 608 a.C. Faraó Neco, então,
destitui a Jeoacaz, filho de Josias, quando este havia reinado apenas três
meses em Judá, e impôs pesado tributo a Judá, e constituiu rei a Jeoaquim,
irmão do deposto Jeoacaz.
Jeoaquim foi um rei ímpio.
Este Rei Jeoaquim, quando ouviu a leitura da Lei de Deus, não foi capaz de
rasgar as suas vestes, como fez o seu pai Josias em um ato de quebrantamento,
mas pegou o rolo do Livro da Lei de Deus e o picou e o cortou e o jogou na
fogueira. Ele queimou a Palavra de Deus e, se não bastasse isso, ele mandou
prender o profeta que mandara essa mensagem para ele. Como podemos ver, filho
de crente não é crentinho, pois Josias foi um homem piedoso, mas os seus filhos
são homens maus, homens ímpios, homens que se corromperam, homens que não
andaram com Deus, homens que não ouviram a voz de Deus.
Jeoaquim era também um assassino.
Este rei, ao ouvir a pregação de outro profeta, agora o profeta Urias, pelo
fato do profeta não estar profetizando de acordo com o seu querer e com as
conveniências dele, ele perseguiu este profeta, o profeta fugiu para o Egito,
ele mandou prender esse profeta no Egito e o trouxe de volta e o matou. Jeoaquim
era um homem impiedoso.
D
– O Cenário Político ao Redor de Judá
No ano 606 a.C., depois da
vitória de Nabucodonosor, rei da Babilônia, sobre o Faraó Neco, consolidou-se a
Babilônia como nova potência mundial em ascensão. O Egito e a Assíria estavam
brigando, disputando quem dominaria o mundo e naquela briga os dois se
enfraqueceram, e a Babilônia tirou proveito disso. É como você pegar dois cães
brigando por um osso e um terceiro cão chega e leva o osso facilmente! E foi isso
que aconteceu! O Egito e a Assíria brigavam pelo poder e se esqueceram que
estava se levantando um Império poderoso que acabou abocanhando a Assíria e
abocanhando o Egito.
Nabucodonosor se torna um
dos maiores monarcas da História e reina durante 43 anos, tornando a Babilônia
uma das mais magnificentes cidades do mundo. Para se ter uma ideia, as muralhas
da cidade de Babilônia tinham 30 metros de altura, uma coisa inimaginável, e
tão larga ao ponto de poder correr sobre estas muralhas três carruagens aparelhadas.
Elas tinham mil e duzentas torres de vigias. Uma cidade praticamente
inexpugnável! Nabucodonosor embelezou e enriqueceu esta cidade a tal ponto, de
uma das sete maravilhas do mundo estar lá, que são os jardins suspensos de
Babilônia, construídos nos grandes prédios e edifícios de Babilônia.
Nabucodonosor, para atender a suas mulheres, construiu aqueles jardins
suspensos belíssimos que se tornaram famosos no mundo inteiro.
Nabucodonosor fez três
incursões sobre Jerusalém. Em 606 a.C., a Babilônia passa por Jerusalém e leva
os vasos do Templo, e leva também alguns nobres para Babilônia, dentre eles a Daniel
e seus amigos. Mais tarde, em 597 a.C., em outra incursão, levou mais cativos.
O rei Joaquim rendeu-se sem resistência e é levado cativo à Babilônia.
Nabucodonosor estabelece a Zedequias, tio de Joaquim, como rei. Nesse tempo foi
ao cativeiro também o profeta Ezequiel (2 Rs 24:8). Em 586 a.C., acontece um
outro levante, pois o rei Zedequias, depois de um tempo, se rebela contra a
Babilônia e Nabucodonosor então, em um terceiro cerco, durante 18 meses cerca a
cidade de Jerusalém. Se você ler o livro de Lamentações do profeta Jeremias,
você vai ver o drama desse cerco. Faltou pão na cidade, faltou água na cidade e
as pessoas começaram a morrer de fome, de sede e de pestilência dentro dos
muros, porque dos lados de fora dos muros os soldados caldeus cercavam a
cidade. O profeta Jeremias chega a dizer que mais felizes são aqueles que
morreram a espada do que aqueles que morreram dentro dos muros da cidade de Jerusalém.
As crianças foram esmagadas, os velhos foram pisoteados, as jovens foram
forçadas quando o exército caldeu invade a cidade, arrebenta as suas muralhas,
queima seus prédios e destrói o Templo. Compare Dt 28 e verá que este cenário
reflete justamente o que lá está escrito caso o povo abandonasse ao seu Deus. O
rei Zedequias tenta fugir, mas ele é capturado e levado à presença de
Nabucodonosor. E o rei, com requintes de crueldade, trás os filhos de Zedequias
e os matam na presença de seu próprio pai e depois vaza os olhos de Zedequias e
o leva cativo para Babilônia com os demais prisioneiros.
Este é o contexto que está
cercando o livro de Daniel. A nação de Judá abandona a Deus, não quer ouvir a
Sua Palavra. E então, não resta a Deus outra alternativa a não ser enviar o seu
juízo sobre a nação, conforme a aliança descrita lá em Dt 28. Os caldeus vêm
sobre eles e Deus os entrega nas mãos de Nabucodonosor.
2
– A DISCIPLINA DE DEUS SOBRE O SEU POVO
Por que Judá foi ao
cativeiro? Porque o povo de Deus, depois de experimentar um avivamento
espiritual no tempo de Josias, se esquece de Deus outra vez e rompe a aliança
com Deus. Os filhos de Josias não temiam a Deus como ele. Eles não aceitavam
mais ouvir a Palavra de Deus. Os profetas e os sacerdotes se corromperam. Isso
nos mostra que nem sempre as reformas ou os reavivamentos que marcam uma
geração são tão profundos ao ponto de passarem para a geração seguinte. Isso é
um alerta para nós, porque é possível uma geração andar com Deus e a geração
seguinte rebelar-se contra Deus. Lembram quando o povo entrou na terra
prometida? A Bíblia diz que aquela geração que nasceu na terra prometida não
conheceu ao Senhor. Os pais, de certa forma, falharam e não conseguiram passar
o mesmo fervor, o mesmo compromisso, o mesmo amor, a mesma dedicação que tinham
com Deus aos seus filhos.
A
– Deus Disciplina o Seu Povo Quando Este Deixa de Obedecer a Sua Palavra
A obediência trás bênção,
mas a desobediência maldição. Este era o termo da aliança. Você e eu sabemos
disso! A obediência gera bênção e em contrapartida a desobediência gera
maldição. Isso é uma lei de Deus e ela nunca muda! Passa de geração em geração
este princípio de que, quando há obediência há bênção, e quando há transgressão
há prejuízos. Se você ler a história de Israel é isso que você vai ver se repetindo
em cada página do tempo. Sempre que alguém piedoso se levantava e seguia a Deus
o povo era feliz e por causa da obediência a bênção de Deus estava sobre o
povo. Mas também sempre que um homem mau se levantava e desbancava o povo dos
caminhos de Deus, os juízos de Deus vinham, a disciplina de Deus e o castigo do
céu aconteciam, e o povo gemia e sofria amargamente. Assim era a promessa:
15 Vê
que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal;
16 se guardares o mandamento que hoje te
ordeno, que ames o SENHOR, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus
mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás e te
multiplicarás, e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra à qual passas para
possuí-la.
17 Porém, se o teu coração se desviar, e não
quiseres dar ouvidos, e fores seduzido, e te inclinares a outros deuses, e os
servires,
18 então, hoje, te declaro que, certamente,
perecerás; não permanecerás longo tempo na terra à qual vais, passando o
Jordão, para a possuíres.
19 Os
céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a
morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua
descendência,
20
amando o SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele;
pois disto depende a tua vida e a tua longevidade; para que habites na terra
que o SENHOR, sob juramento, prometeu dar a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó
(Dt 30.15-20).
E o que aconteceu? O rei
abandona a Deus, os sacerdotes, que tinham que zelar pela casa de Deus, se
corrompem a tal ponto de trazer abominações para dentro da casa de Deus. E o
povo todo se corrompe ao ponto de, em vez de escutarem a voz de Deus, perseguem
e matam aos profetas. A Bíblia diz que, em vez de haver quebrantamento,
arrependimento e volta para Deus o rei, os sacerdotes e o povo se endureceram
ainda mais:
11
Tinha Zedequias a idade de vinte e um anos quando começou a reinar e
reinou onze anos em Jerusalém.
12 Fez o que era mau perante o SENHOR, seu
Deus, e não se humilhou perante o profeta Jeremias, que falava da parte do
SENHOR.
13
Rebelou-se também contra o rei Nabucodonosor, que o tinha ajuramentado
por Deus; mas endureceu a sua cerviz e
tanto se obstinou no seu coração, que não voltou ao SENHOR, Deus de Israel.
14 Também todos os chefes dos sacerdotes e o
povo aumentavam mais e mais as transgressões, segundo todas as abominações dos
gentios; e contaminaram a casa que o SENHOR tinha santificado em Jerusalém.
15 O
SENHOR, Deus de seus pais, começando de madrugada, falou-lhes por intermédio
dos seus mensageiros, porque se compadecera do seu povo e da sua própria
morada.
16 Eles, porém, zombavam dos mensageiros,
desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos seus profetas, ...(2 Cr
36.11-16).
E agora não sobra para
Deus outra alternativa senão trazer o seu juízo ao seu próprio povo, como que
usando a vara da sua ira para corrigir o seu povo, o povo da Aliança.
16 ...até
que subiu a ira do SENHOR contra o seu povo, e não houve remédio algum.
17 Por isso, o SENHOR fez subir contra ele o
rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu
santuário; e não teve piedade nem dos
jovens nem das donzelas, nem dos velhos nem dos mais avançados em idade; a
todos os deu nas suas mãos.
18
Todos os utensílios da Casa de Deus, grandes e pequenos, os tesouros da
Casa do SENHOR e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou ele para a
Babilônia.
19 Queimaram a Casa de Deus e derribaram os
muros de Jerusalém; todos os seus palácios queimaram, destruindo também
todos os seus preciosos objetos.
20 Os
que escaparam da espada, a esses levou ele para a Babilônia, onde se tornaram
seus servos e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia;
21
para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremias, até que
a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até
que os setenta anos se cumpriram (2 Cr 36.16-21).
Se você comparou estes
acontecimentos com Dt 28 pôde perceber a semelhança. Deus é fiel! E não é
diferente nos dias de hoje! Nós podemos escolher entre a obediência e a
desobediência. Deus ainda propõe para nós estes dois caminhos.
Quando o povo de Deus é
derrotado, a causa principal nunca é o poder do inimigo, mas a sua própria
fraqueza produzida pelo pecado, pela desobediência. Se você prestar atenção na
leitura da Bíblia verá que Judá não caiu, ela foi entregue. Nabucodonosor não
prendeu o rei, Deus o entregou em suas mãos. Os utensílios da Casa de Deus
foram entregues ao inimigo pelo próprio Deus. Isso nos mostra que não é o poder
do inimigo que derrota o povo de Deus, mas sim a fraqueza do próprio povo de
Deus. Judá não caiu nas mãos de Babilônia porque era fraca militarmente, mas
caiu nas mãos de Babilônia porque Judá pecou contra Deus e Deus mesmo entregou
a Judá nas mãos do rei da Babilônia.
Nada nos torna mais
vulneráveis do que o pecado! Nada nos torna mais fracos do que o pecado! O
pecado mina as nossas forças, destrói a nossa capacidade de resistência! O
pecado é combustível para o inimigo! O pecado nos desestabiliza! Judá caiu, e
se você ler com bastante atenção vai perceber que o Senhor a entregou por causa
do pecado. Então, esse é um princípio de Deus para mim e para você. Quando nós
transgredimos a Palavra de Deus, quando nós escolhemos o caminho da
desobediência, Deus nos tornam desfavoráveis e fracos. Nós perdemos a
capacidade de resistir do ataque do inimigo quando estamos em pecado. E quando
o rei Jeoaquim ouviu o mesmo rolo que Josias, seu pai, ouviu, ao invés do rei
rasgar as suas vestes ele rasga o rolo, queima o rolo e manda prender o profeta.
21
Então, enviou o rei a Jeudi, para que trouxesse o rolo; Jeudi tomou-o da
câmara de Elisama, o escrivão, e o leu diante do rei e de todos os príncipes
que estavam com ele.
22 O
rei estava assentado na casa de inverno, pelo nono mês, e diante dele estava um
braseiro aceso.
23 Tendo Jeudi lido três ou quatro folhas do
livro, cortou-o o rei com um canivete de escrivão e o lançou no fogo que havia
no braseiro, e, assim, todo o rolo se consumiu no fogo que estava no
braseiro.
24 Não se atemorizaram, não rasgaram as
vestes, nem o rei nem nenhum dos seus servos que ouviram todas aquelas palavras.
25
Posto que Elnatã, Delaías e Gemarias tinham insistido com o rei que não
queimasse o rolo, ele não lhes deu ouvidos.
26 Antes, deu ordem o rei a Jerameel,
filho de Hameleque, a Seraías, filho de Azriel, e a Selemias, filho de Abdeel, que prendessem a Baruque, o escrivão, e a
Jeremias, o profeta; mas o SENHOR os havia escondido (Je 36.21-26).
Veja que o rei Jeoaquim,
ao ouvir as palavras do rolo em um tempo gravíssimo, tempo de tensão, em vez de
se humilhar e se voltar para Deus, em vez de rasgar as suas vestes e o seu
coração, ele prefere rasgar a Palavra de Deus, e quando a Palavra de Deus é
queimada ela não é destruída, mas apenas se está aumentando a combustão do
próprio juízo de Deus sobre aqueles que tais coisas praticam. Sempre que os
corações se endurecem e deixam de ouvir a Palavra de Deus, o juízo de Deus vem
sobre eles. O rolo da Lei não foi destruído pela fogueira. Ela tornou-se apenas
mais combustível para o juízo de Deus que alcançou o rei impenitente.
Irmãos, nós podemos também
chegar a este estágio de endurecimento se não tomarmos cuidado. Como é que nós
reagimos diante da Palavra do Deus vivo? Com quebrantamento ou com
endurecimento? Ouvimos de bom grado apenas aquilo que satisfaz aos nossos
ouvidos ou damos a atenção de escutar o que Deus está falando? Uma das maiores
tentações da Igreja Evangélica nos dias de hoje é querer que os pregadores
preguem o que eles querem ouvir e não o que precisam ouvir. Muitos pregadores
hoje já venderam a sua consciência, já negociaram os seus ministérios, já se
prostituíram nesse sentido e não pregam a Palavra de Deus, mas pregam o que o
povo quer ouvir.
O povo de Judá conhecia a
Deus, conhecia a Palavra de Deus, conhecia o juízo de Deus, conhecia os muitos
momentos da visitação de Deus sobre a nação em juízo, em disciplina, e sabia
que Deus, quando fala, seja para abençoar, seja para castigar, Deus cumpre o
que fala. É tolice nossa achar que Deus vai ferir a sua aliança, que Deus vai
encolher o seu braço e não vai cumprir o que promete, seja para abençoar, seja
para castigar. A Palavra de Deus quando promete misericórdia ou juízo sempre se
cumpre. O moinho de Deus mói devagar, mas mói fino. Jeoaquim pode cortar o rolo
do livro e lançá-lo à fogueira, mas não pode evitar o juízo de Deus sobre sua
própria vida.
Foi o pecado que trouxe
destruição sobre Jerusalém. Foi o pecado que causou a destruição do templo. Foi
o pecado que trouxe a morte de tantas famílias. Foi o pecado que gerou aquele
terrível cativeiro. Foi o pecado que trouxe a tragédia sobre toda a nação e não
é diferente hoje. O pecado é
maligníssimo. Só os loucos zombam do pecado. Horrível coisa é cair nas mãos do
Deus vivo!
B
– Deus Disciplina o Seu Povo Quando Este Deixa de Confiar Plenamente Nele
E por que mais Judá foi
levado para o cativeiro? É só ler o livro do profeta Jeremias para entender. Já
parou para pensar por que Deus permitiu que os vasos do templo, que eram
sagrados, fossem profanados? Por que Deus permitiu isso? Será que Deus não tem
zelo das suas coisas? O povo de Judá deixou de confiar em Deus para confiar no
templo. Sabe o que estava acontecendo? O entendimento do Povo era o seguinte:
enquanto o templo estivesse erigido em Jerusalém, enquanto tivermos sacerdotes
ministrando, enquanto tivermos sacrifício acontecendo, enquanto tivermos nos reunindo
no templo e enquanto as cerimônias estiverem acontecendo, enquanto o incenso
estiver sendo queimado, enquanto nós estivermos celebrando o culto a Deus em
Jerusalém, nada, absolutamente nada pode nos acontecer.
O povo se reunia no templo
e pensava que sua segurança estava na sua religiosidade e não em Deus. Eles se
orgulhavam do templo, mas viviam na prática do pecado. O povo se sentia seguro
porque para eles não importava como vivessem, o templo os salvaria. Deus mostra
que a confiança no templo não era um substituto para o arrependimento:
2 Põe-te à porta da Casa do SENHOR, e proclama
ali esta palavra, e dize: Ouvi a palavra do SENHOR, todos de Judá, vós, os que
entrais por estas portas, para adorardes ao SENHOR.
3 Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de
Israel: Emendai os vossos caminhos e as vossas obras, e eu vos farei habitar
neste lugar.
4 Não
confieis em palavras falsas, dizendo: Templo do SENHOR, templo do SENHOR,
templo do SENHOR é este.
5 Mas, se deveras emendardes os vossos caminhos
e as vossas obras, se deveras praticardes a justiça, cada um com o seu próximo;
6 se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e
a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após outros
deuses para vosso próprio mal,
7 eu vos farei habitar neste lugar, na terra
que dei a vossos pais, desde os tempos antigos e para sempre.
8 Eis
que vós confiais em palavras falsas, que para nada vos aproveitam (Je
7.2-8).
O que significa isso? Eles
estavam confiando na religiosidade do templo, na liturgia dos sacrifícios, dos
serviços que eles prestavam e não no próprio Deus. Há uma linha tênue, muitas
vezes, que separa a religiosidade humana do relacionamento pessoal com Deus. Às
vezes, podemos ser zelosos na religião e perdemos de vista completamente o
nosso relacionamento pessoal com Deus. O Senhor Jesus ilustrou isso na Igreja
de Éfeso. Que Igreja preciosa, que Igreja fiel à palavra, que Igreja fiel à
doutrina, mas que Igreja que perdeu o seu encanto pelo Noivo da Igreja o Senhor
Jesus Cristo.
É possível que você seja
um crente zeloso da sua fé, da sua doutrina, da sua religião, da sua
denominação, mas é possível você manter tudo isso e ainda assim não ter
intimidade com Deus, não estar se relacionando pessoalmente com o Deus vivo. Deus
não tolera o pecado nem no mundo e muito menos dentro de sua própria casa. Eles
estavam confiando no templo só para permanecerem nos seus pecados. E quando os
verdadeiros tesouros espirituais são perdidos em nossa vida, as perdas dos
tesouros materiais vêm como sinal da disciplina de Deus.
Eles estavam encantados
com os tesouros do templo e confiavam nessas coisas, mas eles perderam o maior
de todos os objetos sagrados que eles deveriam guardar com todo carinho, que
era o relacionamento deles com Deus. E porque eles perderam o maior tesouro que
é o tesouro espiritual, então Deus permitiu e até mesmo entregou os vasos do
templo nas mãos do inimigo, para que deixassem a falsa fé mística que eles tinham
no templo e nas coisas do templo, para que eles então pudessem entender que
eles tinham que colocar a confiança deles não no templo, mas no Deus que habita
no templo, para que eles aprendessem a depender de Deus e não de uma fé
mística.
Você se lembra quando o
povo de Israel estava entrando em guerra contra os filisteus e os sacerdotes
estavam em pecado? De repente entram naquela batalha e 4 mil homens caem mortos
e eles se lembram: é a Arca da Aliança, vamos trazer a Arca da Aliança, o
símbolo da presença de Deus. E trouxeram a Arca da Aliança e houve júbilo no
arraial de Israel e houve um estrondo no arraial do inimigo. Mas de repente houve
a guerra e os filisteus tomaram a Arca, roubaram a Arca, mataram os sacerdotes
e 30 mil homens caíram naquele campo de batalha.
O povo estava colocando
confiança na Arca, símbolo da presença de Deus, mas não estava andando em
comunhão com o Deus simbolizado por aquela Arca. E Deus permitiu que a Sua Arca
fosse profanada, roubada pelos filisteus, para que a confiança do povo se
voltasse para Deus e não para um objeto sagrado. Deus permitiu que os vasos do
templo fossem roubados, profanados, levados para um templo pagão, para mostrar
ao povo que eles tinham que confiar não no templo e nem nos vasos do templo,
mas em Deus. Antes de Deus construir no coração deles uma fé verdadeira, Deus
destrói as bases do misticismo daquele povo.
Agora, se vocês querem saber
se Deus tem zelo pelas coisas dele, Ele tem, tanto é que tem que quando o rei Belsazar
pegou esses mesmos vasos para dar uma festa de bebedeira, naquela noite o rei
morreu e a Babilônia caiu. Deus é Zeloso! Se Deus permite que as coisas dele
sejam profanadas é para ensinar uma lição. Com Deus não se brinca!
Às vezes, nós temos mais
zelo de coisas do que zelo com o nosso relacionamento com Deus. E quando
confiamos em coisas e não em Deus, o Senhor pode tirar de nós as coisas para
nos corrigir. Deus tirou debaixo dos pés do povo o alicerce em que estavam
confiando, assim como Deus removeu o candeeiro da Igreja de Éfeso, porque ela
deixou de se arrepender.
E quando o povo de Deus
deixa de confiar em Deus para confiar no braço da carne, daí pode viver sua própria
ruína. Quando deixamos de confiar no Senhor para fazer alianças perigosas,
concessões suspeitas entramos em uma rota de colisão e caímos no abismo. Sabe o
que aconteceu? Para fugir do domínio do Egito, Judá fez aliança com a própria
Babilônia. Se você ler a Bíblia verá que Deus sempre reprovou a Israel quando
este deixa de confiar em Deus e faz uma aliança para se assegurar.
Esse problema não é só do
povo não, é meu e é seu também. Nós temos essa tendência. Nós temos a
dificuldade de crer em Deus que não vemos porque queremos buscar refúgio no
qual podemos ver e tocar. É por isso que nós confiamos que o dinheiro vai
trazer a solução. É por isso que nós achamos que o nosso destino vai depender
do presidente, do prefeito ou do ministro, ou da canetada daquele que tem o
poder na mão. É por isso que, às vezes, nós negociamos, transigimos. É por isso
que, às vezes, nós acreditamos que, na verdade, a História está nas mãos de
homens. Então, nós entramos em negócios e acordos para nos assegurar.
O que aconteceu com Judá? Ela
fez aliança com Babilônia achando que ali estava à sua segurança, mas aí estava
a sua própria ruína, a sua própria destruição. Quando ela achou que a segurança
dela não estava em Deus, mas na Babilônia, Deus levantou a Babilônia para destruí-la.
E todas às vezes que nós tiramos os olhos de Deus para colocar a nossa
confiança no braço da carne, nós também podemos colher a mesma consequência, de
encontrar naquilo que pensamos estar a nossa segurança a nossa própria derrota.
Nenhum inimigo pode ser mais perigoso para nós do que os amigos que tomam o
lugar de Deus na nossa vida.
Deus revela que uma
religiosidade externa não pode defender um povo que vive na prática do pecado. A
Arca da Aliança não pôde proteger os israelitas na batalha contra os filisteus.
O templo e seus vasos sagrados não puderam proteger o povo contra o exército babilônico.
Deus está mostrando para nós, irmãos, que uma religiosidade externa não pode
nos defender nos dias da calamidade. A nossa frequência a igreja, por si só,
não pode nos garantir vitória espiritual se a nossa vida pessoal está
comprometida com o pecado.
Por isso, não se contente
em ter apenas uma religião externa, apenas ser um protestante evangélico,
apenas ser um membro de igreja, apenas carregar uma Bíblia, apenas fazer
orações regulares, porque no dia da adversidade este tipo de fé não poderá
valer nada a você. Mas ande verdadeiramente na presença do Deus vivo e serás
vitorioso nas batalhas.
3
– A SOBERANIA DE DEUS NA DISCIPLINA DE SEU POVO
Deus reina, quer o seu
templo exista, quer não. O templo foi destruído, mas Deus continua no Trono. Os
tronos da terra se abalam, mas o Trono de Deus permanece para sempre. Deus está
no controle da História. A cidade conquistada, o templo saqueado, os tesouros
transportados e os cativos a chorar, tudo isso foi obra de Deus, destinadas a
cumprir os seus sublimes propósitos.
A
– Deus é Soberano e Reina Até Mesmo Sobre as Nações Ímpias Para Que Elas Cumpram
os Seus Propósitos Supremos
É Deus quem trás os caldeus.
É Deus quem entrega o rei e os vasos do templo. É a providente mão de Deus que
está por trás do castigo do seu povo. A Babilônia estava nas mãos de Deus.
Nabucodonosor era servo de Deus. A História pertence a Deus. É Deus que está no
Trono é Deus quem dirige a História. É Deus quem dirige a Igreja, é Deus quem
dirige a sua vida.
Até os ímpios estão a
serviço dos propósitos de Deus. Nabucodonosor prestava os seus serviços a Deus
sem ter consciência disso. Ele era senhor de quase toda a terra, mas servo do Deus
Altíssimo! Colocado sobre os homens, mas debaixo da poderosa mão daquele que
dirige o Universo, segundo seus planos e propósitos.
Nós precisamos ter uma
visão muito clara da Soberania de Deus na História. Quando você compreende que
Deus é Senhor da História, que Ele está no Trono, que Ele dirige as nações, que
Ele levanta Reis e depõe Reis, que Ele levanta impérios e abate impérios, que
Ele levante reinos e abate reinos, que Ele levanta nações e abate nações, você
começa a perceber que nada foge ao controle do Deus Soberano que está assentado
no Trono.
B
– É a Soberania de Deus Que Está Comandando o Invasor e Disciplinando o Invadido
É Deus quem está
comandando o invasor e disciplinando o invadido. O trono de Nabucodonosor
estava debaixo do Trono do Deus vivo. Nabucodonosor estava sendo usado por Deus
para cumprir os propósitos de Deus, para que a Soberania de Deus se
estabelecesse na História do seu próprio povo.
É Deus quem levanta reis e
depõe reis, levanta reinos e abate reinos. É o Senhor de toda a terra que levanta
uns e abate outros. Os corações de todos estão em Suas poderosas mãos. Foi Deus
quem entregou o rei Joaquim e os vasos do templo na mão de Nabucodonosor. Deus
está no controle do invasor e do invadido. A Babilônia é trazida por Deus. Leia
o livro de Habacuque e você vai ver isso claramente. Deus disse para o profeta:
5
Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque
realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada.
6 Pois
eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcham pela largura
da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas (Hc 1.5,6).
Habacuque fica absolutamente
alarmado quando vê que Deus traz um povo que não tem entendimento dele, pior do
que o povo de Deus, para disciplinar o povo de Deus. Mas é Deus quem está
trazendo os caldeus. É Deus quem está trazendo a Babilônia. E agora, Daniel
está dizendo que é Deus quem entrega o reino de Judá nas mãos da Babilônia. É
Deus quem entrega os vasos do templo nas mãos do rei da Babilônia. Deus está
governando o invasor e Deus está disciplinando o invadido.
Deus é Soberano e seu Trono
dirige até mesmo as nações ímpias para que elas cumpram os seus propósitos
supremos. É Deus quem trás os caldeus. É a providente mão de Deus que está por
trás do castigo do seu povo. A Babilônia estava nas mãos de Deus porque a
História pertence a Deus e é Deus quem está no Trono. É Deus quem dirige a
História. É Deus quem dirige a Igreja. É Deus quem dirige a sua vida e é maravilhoso
saber tudo isso. É maravilhoso descansar nesta Soberania de Deus.
O amor de Deus é visto até
mesmo na sua amarga disciplina. Deus ama tanto o seu povo que usa o chicote
para lhe trazer ao arrependimento. Isso é maravilhoso! Sabe por que Deus mandou
o seu povo para Babilônia? Porque Deus é Amor. O povo de Judá, durante séculos
e séculos, viveu prisioneiro da idolatria dos povos gentílicos à sua volta.
Deus ofereceu àquele povo um caminho de obediência, aquele povo não ouviu.
Então, Deus usou um remédio amargo para que aquele povo fosse curado de vez da
idolatria. E quando aquele povo, depois de 70 anos amargos de cativeiro,
retorna, este povo está curado da idolatria. Quando Deus manda a disciplina não
é porque quer destruir os seus filhos é porque Ele quer restaurar os seus
filhos. A disciplina é um ato de amor.
O mesmo Deus que usa a
vara, também a quebra quando ela deixa de compreender que está sendo usada por
Deus. Nabucodonosor precisou ir comer capim como os animais porque pensou que o
poder estava em suas mãos. O Senhor derrubou a Babilônia exatamente porque o
rei Belsazar profanou os utensílios do templo.
CONCLUSÃO
Daniel nos ensina que o
cálice da ira de Deus um dia transborda. A paciência de Deus tem limites. O
mesmo Deus que adverte, aconselha, exorta, chama, clama e insta é o mesmo que
usa a vara da sua ira para disciplinar. Quem não ouve a sua suave voz terá que
o ouvir o rugido de sua ira.
A paciência de Deus um dia
tem o seu limite. Esse mesmo Deus, que parece na linguagem dos Salmos 73 que
está dormindo, um dia Ele vai acordar. As coisas parecem calmas, tranquilas, mas
a ira de Deus um dia transborda. A ira de Deus chegou contra Judá. A ira de
Deus disse basta! Chega! E Deus entregou a cidade santa nas mãos do inimigo, a
cidade sagrada nas mãos do inimigo, os vasos sagrados nas mãos do inimigo, o
seu próprio povo, o povo da aliança, nas mãos do inimigo, e usou seus inimigos
para ser o chicote da sua ira contra o seu próprio povo.
O pecado não compensa. Aqueles que
vivem na prática do pecado um dia serão apanhados. Ninguém pode escapar! Louco
é aquele que zomba do pecado. E uma religião apenas de fachada não pode nos
ajudar no dia da calamidade. O povo de Deus confiava no templo e não em Deus.
Eles eram religiosos, mas não levavam a sério a Palavra de Deus e por isso
foram levados cativos. Confiar em coisas não é suficiente, você precisa confiar
no Deus vivo.
Neste contexto é que Deus,
então, levanta Daniel e Daniel passa vitoriosamente por essas tempestades todas
sendo ainda um adolescente. E há um segredo na vida de Daniel. Desde
adolescente este moço permanece firme diante do seu Deus sem vacilar, sem
transigir, sem se corromper. Existem apenas dois segredos na vida deste moço. Sabe
qual é o segredo de Daniel? Daniel era um moço que andou com Deus, porque
Daniel, em todos os momentos, buscava a Deus em oração. Segundo, Daniel foi
capaz de manter-se firme porque Daniel sempre estava com a Palavra de Deus
aberta. Duas coisas simples, leitura e oração, nada de místico, nada de espetacular.
Eu quero lhe dizer que
também vivemos em turbulências, dias difíceis, e a única maneira de você ser um
crente que faz a diferença na História e seja um modelo de piedade em um mar de
corrupção é se você for um crente comprometido em oração que examina a Palavra
de Deus. Um crente que não seja dedicado ao estudo da Palavra e que não tenha
vida de oração, ele naufraga neste mar revolto que está bramindo à sua volta. Que
Deus nos ajude a olhar para este livro e tirar as lições preciosas dele. Que o
Senhor te abençoe a ouvir a sua suave voz que te chama! Amém!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia
Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e
Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.
Rev. Hernandes Dias Lopes: Estudos sobre o livro
de Daniel
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