INTRODUÇÃO
Como
descrever sobre a vida? Como descrever sobre algo que todos têm, mas ao mesmo
tempo é tão individualizado? As vidas de duas pessoas podem até se cruzarem em
determinado ponto e, a partir daí, seguirem juntas até ao fim, mas mesmo assim
a individualidade não ficará para trás. Isso porque cada um de nós tem uma
história de vida, cheia de particularidades, e muitas delas única. Às vezes,
passamos a maior parte da vida ao lado de uma pessoa e passamos, a cada dia, a
conhecê-la profundamente; seus gostos, seu caráter, suas atitudes,
mas mesmo assim podemos, depois de muito tempo, sermos surpreendido com algo novo
que desconhecíamos sobre ela, que nunca havíamos percebido nela. Gosto muito de
um ditado em que diz que a vida é uma caixinha de surpresas. E isso é verdade!
Sempre nos surpreendemos com as pessoas! Também gosto muito de uma frase dita no
final de Zootopia: “A vida vai muito além de uma frase no para-choque de um caminhão”.
Não
é apenas a particularidade da vida que nos impressiona, sua instabilidade
também é um grande mistério. Nada sabemos de como será o próximo dia de nossa
vida e nem mesmo em como terminará o atual. Quem já não teve a sua vida
deslumbrantemente transformada de um dia para outro? Quem já não teve a sua
vida tragicamente mudada de um dia para outro? Neste sentido é muito sábio o
conselho de Jesus quando diz: Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã,
pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal
(Mt 6.34). Ah! Mas como é difícil controlar a ansiedade! Quando tudo vai bem a
alegria pode até sobrepor a ansiedade, mas quando as coisas vão mal ela corrói
nosso coração como um câncer. Portanto, nossa vida é cheia de altos e baixos, pois
em um dia estamos sorrindo para as estrelas, no outro encharcamos o travesseiro
de tanto chorar; em um dia estamos vigorosamente saudável, em outro nos
encontramos no leito da enfermidade; em um dia estamos bem humorados, aceitando
qualquer brincadeira, em outro damos coices até no amigo que nos ampara;
mudanças extremas de uma hora para outra! E quantos que não dormem ricos e
acordam pobres? Enquanto que outros dormem pobres e acordam ricos? Quantos que
não dormem saudáveis e acordam enfermos? E outros que nem sequer chegam a
acordar! Apesar de tantas instabilidades a vida é muito preciosa, mas até nisso
encontramos tremendas divergências entre um e outro, pois enquanto uns dariam
toda a sua fortuna para prolongá-la, outros estão acabando com a sua por
vontade própria e na flor da idade.
A
vida é única e passageira. Diante disso todos são unânimes em pensar que se
deve aproveitar ao máximo a vida. Salomão também pensava assim, pois disse: Pelo que vi não haver coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque
essa é a sua recompensa; quem o fará voltar para ver o que será depois dele
(Ec 3.22)? Mas até nisso divergimos entre uns e outros. Alguns sabem realmente
aproveitar a vida sem colocá-la em risco ou prejudicá-la drasticamente, tanto no presente quanto no
futuro, enquanto que outros, por desejarem o máximo, atrelam à vida
consequências danosas que tirará, no futuro, todo o brilho e vigor da vida;
isso quando não a perdem em sua plenitude! Também é fato que, o que é bom e
diversão para uns pode não ser bom para outros, de forma que somente você sabe
qual a melhor maneira de aproveitar a sua vida. Entretanto, não deve se
esquecer de que duas coisas devem andar juntas: Proveito e preservação da vida,
porque duas coisas jamais irão se separar por mais que você queira: Proveito e
consequência. E o que podemos aprender com a vida?
01 – O QUEBRA-CABEÇA DA VIDA
Afinal
de contas, por que estou aqui? Creio que esta pergunta já tenha passado pela
sua cabeça algum dia. Caso isso tenha acontecido, ou caso esta pergunta te
incomode, não se desespere, você não está sozinho nessa, pois esta é uma das
indagações mais importantes da vida do homem. Mas, não deixe de procurar uma
resposta. Ou melhor, não deixe de encontrar “a resposta” a esta pergunta, porque quando encontrar a resposta sua vida mudará, pois terá encontrado os encaixes
das peças do quebra-cabeça de sua vida e poderá montá-lo com uma compreensão
sem igual. E com certeza esta resposta mudará suas perspectivas, transformará suas decisões,
tranquilizará seu espírito e torná-lo-á uma pessoa realizada.
Não
te incomodes com o que vou lhe dizer, mas a resposta sobre os propósitos reais
de nossa existência está na Bíblia. Não sei qual seu pensamento sobre a Bíblia.
Talvez tenha a velha opinião de que “papel aceita tudo”, “quem a escreveu foram
homens e não Deus”. Aliás, gostaria que isto te incomodasse sim, ao ponto de
fazê-lo investigar e descobrir verdades que o conscientizará a respeito da
Bíblia. De qualquer forma, a resposta que procuramos está na Bíblia! Seja qual
for a sua opinião sobre a Bíblia, não poderá discordar da resposta que ela dá,
pois verá que ela oferece a opção mais vantajosa para sua existência e aponta
verdadeiros propósitos para sua vida. Você pode até discordar de sua resposta, mas com isso ficará com as respostas vazias que cientistas e filósofos oferecem.
A
primeira pergunta do Breve Catecismo diz: Qual
é o fim principal do homem? Com base na Bíblia, responde: O fim principal do homem é glorificar a Deus
e gozá-lo para sempre. Pode percorrer todas as respostas que a filosofia e a
ciência dão a esta pergunta e verá que nenhuma satisfaz e é tão completa como
esta que a Bíblia oferece. Porque o homem pode gozar todos os prazeres que este mundo
oferece e mesmo assim ele não será totalmente feliz. Ele pode ter uma vida farta em
que nada lhe falta e tenha tudo que seu coração deseja, e mesmo assim sentirá
que algo está lhe faltando. E sabe por quê? Porque nós fomos criados por Deus.
Ele nos deu o espírito da vida e, mesmo com a morte, nos deu a eternidade, de
maneira que, somente nos completamos nele. Jamais teremos vida plena longe de
Deus, pois sem Ele estamos incompletos. A paz, a satisfação, a alegria de viver
encontraremos somente em Deus. Muitos acham que o maior horror do inferno é o fogo,
mas a parte mais trágica do inferno é a separação completa de Deus.
Agora,
vou lhe incomodar mais um pouco, se a Bíblia diz que somos eternos, como pode
ser isso se morremos? A morte faz parte do quebra-cabeça da vida! Talvez, você
seja um daqueles que acha que morreu acabou, pensa que a morte é o fim de tudo,
pois nada existe depois dela. Digo a você que a morte não é o fim, mas sim o
começo de uma nova existência. Ela é o fim de nossa vivência na terra, para o
começo de uma vida no além, no desconhecido, mas real. A morte é o fim das
oportunidades porque com ela se encerra toda possibilidade de se adquirir qualquer
direito que nos beneficia no além. Partimos para a eternidade com nossos
direitos adquiridos aqui na terra. Contudo, quaisquer que sejam estes direitos adquiridos a vida contínua depois da morte, sem nenhum retorno a este mundo, continua em uma nova dimensão, de uma forma que escapa da nossa compreensão do momento. E isso acontece independente
da sua opinião sobre o assunto, porque é providência divina e não humana.
Deus,
que é eterno, estendeu a eternidade ao homem, mas deu-lhe um curto período de
tempo em uma existência terrena para que, durante esta vida, fizesse uma
escolha sobre como e onde viveria a eternidade. Se escolher andar no caminho de
Deus, viverá o gozo eterno na presença e no lar que Deus preparou para seus
filhos. Entretanto, se escolher os prazeres deste mundo, viverá a perdição eterna, separado
para sempre de Deus. Agora, pense comigo: se aqui na terra somos infelizes
quando separados de Deus nesta breve vida, muito mais o seremos na eternidade
quando banidos de vez de Sua presença, pois este é o verdadeiro sentido do inferno.
Não
perca a oportunidade que a vida lhe oferece, não adie para amanhã o essencial,
aquela decisão que não pode ficar para depois, pois o amanhã pode não vir para
você. Caso você sinta que está vivendo longe de Deus, não viva mais as margens
da perdição, não continue com uma vida mesquinha, medíocre que não lhe leva a
outro lugar a não ser para a perdição. Salve sua vida, salve sua alma, adquira
em Jesus o direito de viver a eternidade feliz, desfrutando de todo gozo que
Deus tem preparado para aqueles que o amam e em suas mãos depositam suas vidas.
Não permita que as indagações da vida o confunda e te faça perder as
oportunidades que Deus lhe oferece, porque existe algo muito perigoso sobre a
vida:
02 – A FRAGILIDADE DA VIDA
“Rebecca
Burger, blogueira fitness francesa, morre após sifão de chantilly explodir”.
Quando li esta notícia pensei naquele velho ditado: “Para morrer basta estar
vivo”. Quem esperaria morrer manuseando um pequeno aparelho de alimento?
Provavelmente ela estava dentro de seu apartamento sentindo-se segura, mas de
onde menos esperava lhe veio à fatalidade. Aquela mulher estava no auge da sua
vida, no auge de seu sucesso e creio que a última coisa que ela esperasse
naquele momento era o fim de sua vida. Por ser fitness com certeza ela se
preocupava com a saúde e o bem-estar; tantos cuidados inutilizados por uma
tragédia! Aquela mulher estava com um corpo escultural o que mostra o quanto
ela cuidava de seu corpo. Mas hoje eu pergunto: Será que ela manteve o mesmo
cuidado que tinha com o seu corpo para com a sua alma? Porque seu corpo deve
ter sido cremado ou enterrado, mas a sua alma subiu ao céu para a prestação de
contas com Deus. Todas as suas oportunidades cessaram, e tudo o que restou
foram as suas ações e atitudes, as quais foram todas registradas por Deus em
seus livros; é a colheita na eternidade de sua semeadura na terra; é a consequência do proveito de sua vida na terra. O Apóstolo
Paulo disse:
... Exercita-te, pessoalmente, na piedade. Pois
o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que
agora é e da que há de ser... Porque
nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. (1 Tm
4.7,8; 6.7).
Piedade
é a devoção com Deus e é também compaixão pelo sofrimento alheio. A piedade é o
cumprimento do mandamento: Amará ao Senhor teu Deus de todo o teu coração de
toda a tua alma e ao próximo como a ti mesmo. A promessa para esta vida é a paz
que sentimos quando estamos em paz com Deus. E estar em paz com Deus é estar em
dia com Deus, sem débito algum. A nossa dívida com Deus foi paga por Jesus
Cristo lá na cruz. Ela foi quitada completamente por Ele e a nota promissória
foi rasgada. Portanto, quem aceita a Jesus como seu salvador pessoal e Senhor
de sua vida está quite com Deus, não deve nada. E quem está em dia com Deus
pode até não desejar a morte, mas quando ela vem não há desespero e nem senso
de prejuízo se for prematura, pois para quem está quite com Deus morrer
significa estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor do que tudo que há
nesta vida. E João confirma isso quando diz:
Aquele que tem o
Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida (1 Jo 5.12).
Jesus
também falou algo que vai de encontro com a fragilidade da vida:
Não
acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem
corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas
ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde
ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará
também o teu coração (Mt 6.19-21).
Não
é errado se preocupar com as coisas terrenas, não é pecado lutar por uma vida
melhor, mais saudável, com mais poder aquisitivo para poder desfrutar de tantos
lazeres que o mundo oferece, mas tudo isso é supérfluo, ou seja, não é o
essencial, e Jesus está dizendo que devemos nos preocupar primeiro com o
essencial, depois sim, buscar o supérfluo. Jesus diz que quando buscamos em
primeiro lugar o essencial, o supérfluo nos é acrescentado, ou seja, ganhamos o
essencial, que é o Reino de Deus, e de lambuja vem junto o supérfluo. Se
Rebecca se preocupou apenas com os exercícios físicos ela não buscou o
essencial e ficou apenas com o supérfluo, e quem fica apenas com o supérfluo
não tem nada, vai de mãos vazias para a eternidade!
Não
te repreendo se você está lutando para ter uma vida melhor, somente te exorto a
não inverter as prioridades, não somente porque o tempo passa, mas sim porque a vida é
frágil demais, basta um clique de Deus e você pode não existir mais na terra
dos viventes; e não sabemos quando que Deus vai apertar este botão! Entretanto,
cedo ou tarde todos nós iremos ultrapassar esta linha de chegada e porque nada
temos trazido a este mundo ao nascer, também nada poderemos levar dele ao
morrer. As únicas coisas que nos acompanharão são as nossas ações e atitudes e
se você não inverteu as prioridades, boas coisas lhe acompanharão, mas se
cometeu este pecado lhe restará apenas lamentar isso por toda a eternidade,
porque não existe caminho de volta para consertar o que se passou. A vida é
frágil! Muito cuidado com ela! Mas ela não é somente frágil, ela também é muito
complexa!
03 – A COMPLEXA TAREFA DE
VIVER
Todos
querem viver! Quando você vê um doente em fase terminal pode notar a luta da
maioria deles para continuar vivo. Todos querem viver e querem viver felizes,
mas a vida nem sempre é um mar de rosas e parece que no mar da vida há mais
espinhos do que rosas, de forma que isso torna a tarefa de viver muito
inusitada. Salomão, um dos homens mais sábios que viveu neste mundo escreveu
muito sobre a vida. Ao olhar para a vida ele disse:
Vi ainda
todas as opressões que se fazem debaixo do sol: vi as lágrimas dos que foram
oprimidos, sem que ninguém os consolasse; vi a violência na mão dos opressores,
sem que ninguém consolasse os oprimidos (Ec 4.1).
Essa
visão da vida levou Salomão à seguinte conclusão:
Pelo que tenho por mais felizes
os que já morreram, mais do que os que ainda vivem (Ec 4.2).
E
ele achou tão árdua a tarefa de viver que chega a dizer:
Porém mais que uns e outros tenho
por feliz aquele que ainda não nasceu e não viu as más obras que se fazem
debaixo do sol (Ec 4.3).
Não
é nada fácil viver! Quando tudo está bem na vida, quando você está saudável,
quando tudo vai dando certo e discorrendo de forma agradável, viver é um
êxtase, mas quando acontece uma reviravolta em sua vida e as nuvens tornam-se
escuras e pairam sobre você como uma tempestade, o êxtase pode se tornar amargo
como um fel e a alegria pode dar lugar à tristeza e murmúrios.
A
vida não é como uma tecla de liga e desliga, de forma que, independente de como
esteja a situação, a única opção que temos é continuar a viver, pois assim como
não optamos em nascer da mesma forma não nos cabe optar em deixar de viver,
estando isso delegado àquele que nos deu a vida. Quando contraímos uma doença
grave, incurável, mesmo em fase terminal, por mais perto que a morte esteja não
sabemos o dia e a hora em que procederá nossa partida deste mundo, de forma
que, com dor ou sem dor, saudável ou doente, andando ou de cama e até mesmo em
uma cadeira de rodas temos que continuar a viver até que chegue o dia de
partir. Quando, em uma tragédia, perdemos nossos familiares e, quem sabe,
sejamos o único sobrevivente, não podemos optar em ir com eles também, de forma
que tudo que nos resta é permanecermos aqui, mesmo que sozinho, mesmo que
chorando, mesmo com um aperto tremendo no coração, mesmo que com tremendas saudades.
Também quando, em um acidente ou proveniente de alguma doença perdemos a
maioria de nossos sentidos e movimentos, mesmo que apenas nossa cabeça se
movimente e sinta alguma coisa temos que continuar a viver, pois não nos cabe a
tarefa de desistir da vida, mesmo quando esta não tem mais nenhum sentido para
nós. Jó, em sua angústia disse:
Por que se concede luz ao miserável e vida aos amargurados de ânimo, que esperam a morte, e ela não vem?
Eles cavam em procura dela mais do que tesouros ocultos. Eles se regozijariam por um túmulo e exultariam se achassem a sepultura
(Jó 3.20-22).
Ele
estava sofrendo, mas não podia fazer nada para encerrar sua angústia. Entendeu
a complexidade da vida? Somos marionetes amarradas à vida e ela dita as regras
e nos movimenta segundo o sublime querer de Deus, o autor da vida. Jesus também
falou muito sobre a vida e como Ele é aquele que veio curar a nossa enfermidade
espiritual e nos dar vida, Ele sempre apresenta a causa juntamente com a
solução. Um dia Ele disse:
No mundo, passais por aflições; mas
tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16.33).
Ele
nos deixa seu exemplo de vitória, de que, por mais difícil que esteja é
necessário seguir em frente e ir até ao fim. Jesus podia ter desistido da cruz
em qualquer momento da vida, desde o Getsêmani até ao momento em que estava dependurado
nela, agonizando pela dor da crucificação, mas Ele não desistiu e mesmo
sofrendo a mais cruel humilhação e dor foi até ao fim, porque se Ele descesse daquela
cruz em vida nossa redenção não existiria. Assim como nós que um dia podemos
desistir e por fim à nossa vida, Jesus também podia ter desistido e ouvido
aquelas pessoas que o desafiaram a descer da cruz para que pudessem crer nele,
mas Ele não desceu porque nasceu para um objetivo e independente de como as
coisas se tornariam Ele não desistiria, pois Ele disse:
Eu vim para que
tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10.10).
Ele
sabia da nossa difícil tarefa de viver e quer tornar esta nossa dura vida mais
amena, para isso Jesus nos oferece um ingrediente indispensável:
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se
turbe o vosso coração, nem se atemorize (Jo 14.27).
Agora,
em meio às amarguras da vida, há esperança de uma vida melhor, uma vida mais
feliz, com mais consolo, com mais apoio, com mais presença de um verdadeiro
amigo.
Há
momentos em que estamos vivos, mas estamos como que mortos por dentro. Às
vezes, você encontra alguém na rua, cumprimenta, recebe sorrisos e abraços, mas
na verdade aquela pessoa está tremendamente amargurada. Quantas vezes não
estamos quietos, calmos, tranquilos, enquanto que acontece uma verdadeira
guerra dentro de nós, pois lá no íntimo estamos em conflito, ou decepcionados,
ou revoltados, ou amargurados e, algumas vezes, nem mesmo sabemos a razão de
nossa tristeza. Quando isso acontece seguir sozinho é suicídio ou pelo menos
sofrer ainda mais. Nesta hora precisamos de um ombro amigo. Salomão disse:
Como o óleo
e o perfume alegram o coração, assim, o amigo encontra doçura no conselho
cordial (Pv 27.9).
Portanto,
não torne a vida ainda mais difícil de ser vivida. Caso você esteja chorando
por dentro não sofra sozinho, deixe o orgulho de lado e peça ajuda. Procure um
ombro para inclinar a cabeça e chorar um pouquinho, mas não qualquer ombro,
para isso tem que ser um ombro amigo. Caso você não encontre nenhum amigo,
saiba que Jesus é o nosso verdadeiro amigo. Não é qualquer um que vai lhe
dizer:
Vinde a mim, todos os que estais cansados e
sobrecarregados, e eu vos aliviarei (Mt 11.28).
É
nos momentos mais difíceis da vida, quando quase todos te deixam à mercê da
vida, que Jesus lhe oferece apoio. Nisso conhecemos o verdadeiro amigo. Que
Deus te abençoe a encontrar a vida plena que Jesus veio nos oferecer! Que na
complexidade da vida você aprenda a discernir a parte espiritual, porque nesta
complexa tarefa de viver a batalha entre o carnal e o espiritual será a nossa
maior batalha e nesta batalha há algo muito importante a ser considerado:
04 – O QUE FICA?
Não
há como falar da vida sem falar da morte. Se a morte significa o fim de nossa
existência neste mundo, então, o que é que fica? Você sabe o que acontece com o
nosso corpo depois que ele morre? Em apenas três dias as unhas se desgrudam da
pele. Em quatro dias os cabelos do nosso corpo caem. Após cinco dias, o
cérebro, os músculos e a pele começam a se decompor. Após seis dias, a pele
fica escura e a carne se desprende dos ossos. Sessenta dias depois apenas o
esqueleto permanece. E onde foi parar toda aquela vaidade que aquele corpo
ostentava? Para onde foi toda a inveja que ocupava o coração e que tanto mal
causou a tantas pessoas? Para onde foi todo aquele orgulho que tanto cegou a
ponto de fazer a pessoa achar que o mundo girava em torno de si mesma e que
todos ao seu redor eram seus súditos? O que aconteceu com todo aquele egoísmo
que fazia a pessoa pensar somente em si mesma e a querer apenas a satisfação de
seus próprios desejos? Que fim levou toda aquela maldade que prejudicou a vida
de tantos, os fazendo sofrer e chorar? Qual foi o destino de todo aquele ódio
instalado no coração, incapaz de perdoar, mas autossuficiente a ponto de matar
seu próximo? Foi tudo consumido pela terra como foi o corpo? Não! Não foi! Se fôssemos como os
animais poderíamos dizer que sim, mas não somos como os animais. Quando Deus
criou os animais Deus assim o fez:
Disse também
Deus: Povoem-se as águas de enxames de seres viventes; e voem as aves sobre a
terra, sob o firmamento dos céus. Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos
e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as águas, segundo as
suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso
era bom. E Deus os abençoou, dizendo: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei
as águas dos mares; e, na terra, se multipliquem as aves. Disse também Deus:
Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos,
répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez. E fez Deus
os animais selváticos, segundo a sua espécie, e os animais domésticos, conforme
a sua espécie, e todos os répteis da terra, conforme a sua espécie. E viu Deus
que isso era bom (Gn 1.20-25).
Entretanto,
quando Deus criou o homem Ele assim o fez:
Também disse
Deus: Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar,
sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre
todos os répteis que rastejam pela terra. Criou
Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou. Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida,
e o homem passou a ser alma vivente (Gn 1.26-27,
2.7).
O
homem é diferente! Ele tem um ingrediente a mais além do corpo! Ele possui uma
alma a qual não morre como o corpo! E ao falar da morte, o sábio Salomão falou
o que acontece com o homem quando este morre:
E o pó volte à terra, como o era, e o
espírito volte a Deus, que o deu (Ec 12.7).
Ele diferenciou no homem dois elementos. Dois
elementos, dois destinos. O corpo, que ostenta uma aparência ilusória, mas em
sua essência possui uma qualidade vã, volta para a sua origem, que é o pó da
terra. Mas o espírito é diferente! Este volta para aquele que é a origem da
vida, àquele que dele saiu! O espírito volta para Deus! E assim como o homem veio
ao mundo ele volta? Ele veio ao mundo nu, de mãos vazias e é assim que ele
volta? Em termos materiais sim, mas em termos espirituais não! Lembre-se: São
dois elementos: Corpo e alma. Ambos vieram vazios, sem nada, apesar de que o
espírito veio com talentos, mas neste sentido o corpo veio saudável, com saúde;
ambos possuíam coisas abstratas. O primeiro, o corpo, volta como veio ao mundo:
Sem nada, porque tudo ficou para trás, seja o quanto que tiver sido adquirido. Porém, o segundo,
a alma, esta não volta de mãos vazias, pois a Bíblia diz:
Bem-aventurados
os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que
descansem das suas fadigas, pois as suas
obras os acompanham (Ap 14.13).
Eles
voltam para Deus levando em sua companhia não bens materiais, mas as suas
obras, as suas decisões, as suas atitudes, as suas palavras, as ideologias
pelas quais lutaram, defenderam e que nortearam a sua vida. Eles chegaram com
suas vidas vazias, mas retornam com tudo aquilo que viveram. E por que
retornamos assim? Paulo nos responde:
Porque
importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o
mal que tiver feito por meio do corpo (2 Co 5.10).
É
mais ou menos assim: Deus criou você não para morrer, mas para viver
eternamente. Há no mundo dois tipos de pessoas: As boas e as más, ou seja, os
justos e os ímpios. Para isso Deus reservou dois destinos: O céu e o inferno. O
primeiro seria um lugar para recompensar os justos pela sua integridade, e o
segundo para colocar os ímpios que, com sua incredulidade e dureza de coração
rejeita a Deus e aos seus mandamentos. Isso é na eternidade. Acontece que,
antes da eternidade, Deus coloca tanto o justo como o ímpio, juntos, para
viverem uma breve vida neste mundo. Apesar de sua brevidade, esta vida é
extremamente importante, porque é nela em que é selado o nosso destino. Tanto o
justo como o ímpio recebem a mesma coisa: Um corpo, uma alma, uma oportunidade.
Esta oportunidade se estende ao tempo de sua existência aqui. Quando este tempo
acaba o corpo é descartado e volta somente o espírito, levando consigo as suas
crenças. Estas definirão o seu destino. Depois que todos passarem por esta
experiência (Somente Deus sabe quantos são), Deus mandará os espíritos de
volta, agora para aquilo que chamamos de ressurreição do corpo. Agora, este
corpo é tão eterno quanto a alma e ambos viverão em seus destinos selados pela
vida que tiveram aqui na terra. Entendeu a importância da vida? Entendeu o
por quê você está aqui? Entendeu por que você nasceu? Conseguiu descobrir aqui a resposta? Entendeu o que é que fica,
o que é que permanece? Caso você tenha percebido atende ao que Jesus lhe diz:
Não
acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem
corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas
ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde
ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará
também o teu coração (Mt 6.19-21).
Que
Deus te abençoe a desvendar estes mistérios da vida!
CONCLUSÃO
Assim
é a vida, um grande dilema que, quando temos o privilégio de começarmos a entendê-la e desvendar os
seus mistérios está na hora de partir e ir embora para sempre. Gostei muito
deste verso que a minha amiga Eliane Torres escreveu:
Cheia de
altos e baixos
Assim é a
vida,
Um círculo
consequente,
Dolorida
como uma ferida,
Calorosa
como uma despedida.
A vida é uma
flor,
Suas pétalas
caem,
Seu vigor
desvanece,
Ninguém se
atenta, ninguém percebe,
Mas é um milagre que todos os dias se repete.
Diante
do dilema da vida, deixo nestas palavras mais um de tantos conselhos que
circulam por aí. De todos os que já ouvi nenhum é tão completo como ele, pois
este não separa o proveito da consequência, coisa que todos os demais o fazem.
Este conselho diz:
Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias
da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam
aos teus olhos; sabe, porém, que de
todas estas coisas Deus te pedirá contas. Afasta, pois, do teu coração o
desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida
são vaidade (Ec 11.9-10).
Curte
sua vida, mas nunca se esqueça das consequências! Curte sua vida, mas não deixe
para amanhã sua preparação espiritual para o fim desta viagem! Curte sua vida, mas não deixe de encontrar a verdadeira resposta para a sua existência! Curte sua vida, mas nunca se esqueça de sua fragilidade, viva-a consciente de que ela pode terminar a qualquer momento e assim se encerrar as oportunidades! Como somos
individuais somente você pode decidir por você. Pense nestas palavras e decida
e que Deus te abençoe e te ilumine nesta tão importante decisão! Amém!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e
Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.
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