Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sábado, 3 de novembro de 2018

A VIDA E SUA COMPLEXIDADE


INTRODUÇÃO
Como descrever sobre a vida? Como descrever sobre algo que todos têm, mas ao mesmo tempo é tão individualizado? As vidas de duas pessoas podem até se cruzarem em determinado ponto e, a partir daí, seguirem juntas até ao fim, mas mesmo assim a individualidade não ficará para trás. Isso porque cada um de nós tem uma história de vida, cheia de particularidades, e muitas delas única. Às vezes, passamos a maior parte da vida ao lado de uma pessoa e passamos, a cada dia, a conhecê-la profundamente; seus gostos, seu caráter, suas atitudes, mas mesmo assim podemos, depois de muito tempo, sermos surpreendido com algo novo que desconhecíamos sobre ela, que nunca havíamos percebido nela. Gosto muito de um ditado em que diz que a vida é uma caixinha de surpresas. E isso é verdade! Sempre nos surpreendemos com as pessoas! Também gosto muito de uma frase dita no final de Zootopia: “A vida vai muito além de uma frase no para-choque de um caminhão”.
Não é apenas a particularidade da vida que nos impressiona, sua instabilidade também é um grande mistério. Nada sabemos de como será o próximo dia de nossa vida e nem mesmo em como terminará o atual. Quem já não teve a sua vida deslumbrantemente transformada de um dia para outro? Quem já não teve a sua vida tragicamente mudada de um dia para outro? Neste sentido é muito sábio o conselho de Jesus quando diz: Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal (Mt 6.34). Ah! Mas como é difícil controlar a ansiedade! Quando tudo vai bem a alegria pode até sobrepor a ansiedade, mas quando as coisas vão mal ela corrói nosso coração como um câncer. Portanto, nossa vida é cheia de altos e baixos, pois em um dia estamos sorrindo para as estrelas, no outro encharcamos o travesseiro de tanto chorar; em um dia estamos vigorosamente saudável, em outro nos encontramos no leito da enfermidade; em um dia estamos bem humorados, aceitando qualquer brincadeira, em outro damos coices até no amigo que nos ampara; mudanças extremas de uma hora para outra! E quantos que não dormem ricos e acordam pobres? Enquanto que outros dormem pobres e acordam ricos? Quantos que não dormem saudáveis e acordam enfermos? E outros que nem sequer chegam a acordar! Apesar de tantas instabilidades a vida é muito preciosa, mas até nisso encontramos tremendas divergências entre um e outro, pois enquanto uns dariam toda a sua fortuna para prolongá-la, outros estão acabando com a sua por vontade própria e na flor da idade.
A vida é única e passageira. Diante disso todos são unânimes em pensar que se deve aproveitar ao máximo a vida. Salomão também pensava assim, pois disse: Pelo que vi não haver coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua recompensa; quem o fará voltar para ver o que será depois dele (Ec 3.22)? Mas até nisso divergimos entre uns e outros. Alguns sabem realmente aproveitar a vida sem colocá-la em risco ou prejudicá-la drasticamente, tanto no presente quanto no futuro, enquanto que outros, por desejarem o máximo, atrelam à vida consequências danosas que tirará, no futuro, todo o brilho e vigor da vida; isso quando não a perdem em sua plenitude! Também é fato que, o que é bom e diversão para uns pode não ser bom para outros, de forma que somente você sabe qual a melhor maneira de aproveitar a sua vida. Entretanto, não deve se esquecer de que duas coisas devem andar juntas: Proveito e preservação da vida, porque duas coisas jamais irão se separar por mais que você queira: Proveito e consequência. E o que podemos aprender com a vida?
01 – O QUEBRA-CABEÇA DA VIDA
Afinal de contas, por que estou aqui? Creio que esta pergunta já tenha passado pela sua cabeça algum dia. Caso isso tenha acontecido, ou caso esta pergunta te incomode, não se desespere, você não está sozinho nessa, pois esta é uma das indagações mais importantes da vida do homem. Mas, não deixe de procurar uma resposta. Ou melhor, não deixe de encontrar “a resposta” a esta pergunta, porque quando encontrar a resposta sua vida mudará, pois terá encontrado os encaixes das peças do quebra-cabeça de sua vida e poderá montá-lo com uma compreensão sem igual. E com certeza esta resposta mudará suas perspectivas, transformará suas decisões, tranquilizará seu espírito e torná-lo-á uma pessoa realizada.
Não te incomodes com o que vou lhe dizer, mas a resposta sobre os propósitos reais de nossa existência está na Bíblia. Não sei qual seu pensamento sobre a Bíblia. Talvez tenha a velha opinião de que “papel aceita tudo”, “quem a escreveu foram homens e não Deus”. Aliás, gostaria que isto te incomodasse sim, ao ponto de fazê-lo investigar e descobrir verdades que o conscientizará a respeito da Bíblia. De qualquer forma, a resposta que procuramos está na Bíblia! Seja qual for a sua opinião sobre a Bíblia, não poderá discordar da resposta que ela dá, pois verá que ela oferece a opção mais vantajosa para sua existência e aponta verdadeiros propósitos para sua vida. Você pode até discordar de sua resposta, mas com isso ficará com as respostas vazias que cientistas e filósofos oferecem.
A primeira pergunta do Breve Catecismo diz: Qual é o fim principal do homem? Com base na Bíblia, responde: O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Pode percorrer todas as respostas que a filosofia e a ciência dão a esta pergunta e verá que nenhuma satisfaz e é tão completa como esta que a Bíblia oferece. Porque o homem pode gozar todos os prazeres que este mundo oferece e mesmo assim ele não será totalmente feliz. Ele pode ter uma vida farta em que nada lhe falta e tenha tudo que seu coração deseja, e mesmo assim sentirá que algo está lhe faltando. E sabe por quê? Porque nós fomos criados por Deus. Ele nos deu o espírito da vida e, mesmo com a morte, nos deu a eternidade, de maneira que, somente nos completamos nele. Jamais teremos vida plena longe de Deus, pois sem Ele estamos incompletos. A paz, a satisfação, a alegria de viver encontraremos somente em Deus. Muitos acham que o maior horror do inferno é o fogo, mas a parte mais trágica do inferno é a separação completa de Deus.
Agora, vou lhe incomodar mais um pouco, se a Bíblia diz que somos eternos, como pode ser isso se morremos? A morte faz parte do quebra-cabeça da vida! Talvez, você seja um daqueles que acha que morreu acabou, pensa que a morte é o fim de tudo, pois nada existe depois dela. Digo a você que a morte não é o fim, mas sim o começo de uma nova existência. Ela é o fim de nossa vivência na terra, para o começo de uma vida no além, no desconhecido, mas real. A morte é o fim das oportunidades porque com ela se encerra toda possibilidade de se adquirir qualquer direito que nos beneficia no além. Partimos para a eternidade com nossos direitos adquiridos aqui na terra. Contudo, quaisquer que sejam estes direitos adquiridos a vida contínua depois da morte, sem nenhum retorno a este mundo, continua em uma nova dimensão, de uma forma que escapa da nossa compreensão do momento. E isso acontece independente da sua opinião sobre o assunto, porque é providência divina e não humana.
Deus, que é eterno, estendeu a eternidade ao homem, mas deu-lhe um curto período de tempo em uma existência terrena para que, durante esta vida, fizesse uma escolha sobre como e onde viveria a eternidade. Se escolher andar no caminho de Deus, viverá o gozo eterno na presença e no lar que Deus preparou para seus filhos. Entretanto, se escolher os prazeres deste mundo, viverá a perdição eterna, separado para sempre de Deus. Agora, pense comigo: se aqui na terra somos infelizes quando separados de Deus nesta breve vida, muito mais o seremos na eternidade quando banidos de vez de Sua presença, pois este é o verdadeiro sentido do inferno.
Não perca a oportunidade que a vida lhe oferece, não adie para amanhã o essencial, aquela decisão que não pode ficar para depois, pois o amanhã pode não vir para você. Caso você sinta que está vivendo longe de Deus, não viva mais as margens da perdição, não continue com uma vida mesquinha, medíocre que não lhe leva a outro lugar a não ser para a perdição. Salve sua vida, salve sua alma, adquira em Jesus o direito de viver a eternidade feliz, desfrutando de todo gozo que Deus tem preparado para aqueles que o amam e em suas mãos depositam suas vidas. Não permita que as indagações da vida o confunda e te faça perder as oportunidades que Deus lhe oferece, porque existe algo muito perigoso sobre a vida:
02 – A FRAGILIDADE DA VIDA
“Rebecca Burger, blogueira fitness francesa, morre após sifão de chantilly explodir”. Quando li esta notícia pensei naquele velho ditado: “Para morrer basta estar vivo”. Quem esperaria morrer manuseando um pequeno aparelho de alimento? Provavelmente ela estava dentro de seu apartamento sentindo-se segura, mas de onde menos esperava lhe veio à fatalidade. Aquela mulher estava no auge da sua vida, no auge de seu sucesso e creio que a última coisa que ela esperasse naquele momento era o fim de sua vida. Por ser fitness com certeza ela se preocupava com a saúde e o bem-estar; tantos cuidados inutilizados por uma tragédia! Aquela mulher estava com um corpo escultural o que mostra o quanto ela cuidava de seu corpo. Mas hoje eu pergunto: Será que ela manteve o mesmo cuidado que tinha com o seu corpo para com a sua alma? Porque seu corpo deve ter sido cremado ou enterrado, mas a sua alma subiu ao céu para a prestação de contas com Deus. Todas as suas oportunidades cessaram, e tudo o que restou foram as suas ações e atitudes, as quais foram todas registradas por Deus em seus livros; é a colheita na eternidade de sua semeadura na terra; é a consequência do proveito de sua vida na terra. O Apóstolo Paulo disse:
... Exercita-te, pessoalmente, na piedade. Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser... Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. (1 Tm 4.7,8; 6.7).
Piedade é a devoção com Deus e é também compaixão pelo sofrimento alheio. A piedade é o cumprimento do mandamento: Amará ao Senhor teu Deus de todo o teu coração de toda a tua alma e ao próximo como a ti mesmo. A promessa para esta vida é a paz que sentimos quando estamos em paz com Deus. E estar em paz com Deus é estar em dia com Deus, sem débito algum. A nossa dívida com Deus foi paga por Jesus Cristo lá na cruz. Ela foi quitada completamente por Ele e a nota promissória foi rasgada. Portanto, quem aceita a Jesus como seu salvador pessoal e Senhor de sua vida está quite com Deus, não deve nada. E quem está em dia com Deus pode até não desejar a morte, mas quando ela vem não há desespero e nem senso de prejuízo se for prematura, pois para quem está quite com Deus morrer significa estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor do que tudo que há nesta vida. E João confirma isso quando diz:
Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida (1 Jo 5.12).
Jesus também falou algo que vai de encontro com a fragilidade da vida:
Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração (Mt 6.19-21).
Não é errado se preocupar com as coisas terrenas, não é pecado lutar por uma vida melhor, mais saudável, com mais poder aquisitivo para poder desfrutar de tantos lazeres que o mundo oferece, mas tudo isso é supérfluo, ou seja, não é o essencial, e Jesus está dizendo que devemos nos preocupar primeiro com o essencial, depois sim, buscar o supérfluo. Jesus diz que quando buscamos em primeiro lugar o essencial, o supérfluo nos é acrescentado, ou seja, ganhamos o essencial, que é o Reino de Deus, e de lambuja vem junto o supérfluo. Se Rebecca se preocupou apenas com os exercícios físicos ela não buscou o essencial e ficou apenas com o supérfluo, e quem fica apenas com o supérfluo não tem nada, vai de mãos vazias para a eternidade!
Não te repreendo se você está lutando para ter uma vida melhor, somente te exorto a não inverter as prioridades, não somente porque o tempo passa, mas sim porque a vida é frágil demais, basta um clique de Deus e você pode não existir mais na terra dos viventes; e não sabemos quando que Deus vai apertar este botão! Entretanto, cedo ou tarde todos nós iremos ultrapassar esta linha de chegada e porque nada temos trazido a este mundo ao nascer, também nada poderemos levar dele ao morrer. As únicas coisas que nos acompanharão são as nossas ações e atitudes e se você não inverteu as prioridades, boas coisas lhe acompanharão, mas se cometeu este pecado lhe restará apenas lamentar isso por toda a eternidade, porque não existe caminho de volta para consertar o que se passou. A vida é frágil! Muito cuidado com ela! Mas ela não é somente frágil, ela também é muito complexa!
03 – A COMPLEXA TAREFA DE VIVER
Todos querem viver! Quando você vê um doente em fase terminal pode notar a luta da maioria deles para continuar vivo. Todos querem viver e querem viver felizes, mas a vida nem sempre é um mar de rosas e parece que no mar da vida há mais espinhos do que rosas, de forma que isso torna a tarefa de viver muito inusitada. Salomão, um dos homens mais sábios que viveu neste mundo escreveu muito sobre a vida. Ao olhar para a vida ele disse:
Vi ainda todas as opressões que se fazem debaixo do sol: vi as lágrimas dos que foram oprimidos, sem que ninguém os consolasse; vi a violência na mão dos opressores, sem que ninguém consolasse os oprimidos (Ec 4.1).
Essa visão da vida levou Salomão à seguinte conclusão:
Pelo que tenho por mais felizes os que já morreram, mais do que os que ainda vivem (Ec 4.2).
E ele achou tão árdua a tarefa de viver que chega a dizer:
Porém mais que uns e outros tenho por feliz aquele que ainda não nasceu e não viu as más obras que se fazem debaixo do sol (Ec 4.3).
Não é nada fácil viver! Quando tudo está bem na vida, quando você está saudável, quando tudo vai dando certo e discorrendo de forma agradável, viver é um êxtase, mas quando acontece uma reviravolta em sua vida e as nuvens tornam-se escuras e pairam sobre você como uma tempestade, o êxtase pode se tornar amargo como um fel e a alegria pode dar lugar à tristeza e murmúrios.
A vida não é como uma tecla de liga e desliga, de forma que, independente de como esteja a situação, a única opção que temos é continuar a viver, pois assim como não optamos em nascer da mesma forma não nos cabe optar em deixar de viver, estando isso delegado àquele que nos deu a vida. Quando contraímos uma doença grave, incurável, mesmo em fase terminal, por mais perto que a morte esteja não sabemos o dia e a hora em que procederá nossa partida deste mundo, de forma que, com dor ou sem dor, saudável ou doente, andando ou de cama e até mesmo em uma cadeira de rodas temos que continuar a viver até que chegue o dia de partir. Quando, em uma tragédia, perdemos nossos familiares e, quem sabe, sejamos o único sobrevivente, não podemos optar em ir com eles também, de forma que tudo que nos resta é permanecermos aqui, mesmo que sozinho, mesmo que chorando, mesmo com um aperto tremendo no coração, mesmo que com tremendas saudades. Também quando, em um acidente ou proveniente de alguma doença perdemos a maioria de nossos sentidos e movimentos, mesmo que apenas nossa cabeça se movimente e sinta alguma coisa temos que continuar a viver, pois não nos cabe a tarefa de desistir da vida, mesmo quando esta não tem mais nenhum sentido para nós. Jó, em sua angústia disse:
Por que se concede luz ao miserável e vida aos amargurados de ânimo, que esperam a morte, e ela não vem? Eles cavam em procura dela mais do que tesouros ocultos. Eles se regozijariam por um túmulo e exultariam se achassem a sepultura (Jó 3.20-22).
Ele estava sofrendo, mas não podia fazer nada para encerrar sua angústia. Entendeu a complexidade da vida? Somos marionetes amarradas à vida e ela dita as regras e nos movimenta segundo o sublime querer de Deus, o autor da vida. Jesus também falou muito sobre a vida e como Ele é aquele que veio curar a nossa enfermidade espiritual e nos dar vida, Ele sempre apresenta a causa juntamente com a solução. Um dia Ele disse:
No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16.33).
Ele nos deixa seu exemplo de vitória, de que, por mais difícil que esteja é necessário seguir em frente e ir até ao fim. Jesus podia ter desistido da cruz em qualquer momento da vida, desde o Getsêmani até ao momento em que estava dependurado nela, agonizando pela dor da crucificação, mas Ele não desistiu e mesmo sofrendo a mais cruel humilhação e dor foi até ao fim, porque se Ele descesse daquela cruz em vida nossa redenção não existiria. Assim como nós que um dia podemos desistir e por fim à nossa vida, Jesus também podia ter desistido e ouvido aquelas pessoas que o desafiaram a descer da cruz para que pudessem crer nele, mas Ele não desceu porque nasceu para um objetivo e independente de como as coisas se tornariam Ele não desistiria, pois Ele disse:
Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10.10).
Ele sabia da nossa difícil tarefa de viver e quer tornar esta nossa dura vida mais amena, para isso Jesus nos oferece um ingrediente indispensável:
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize (Jo 14.27).
Agora, em meio às amarguras da vida, há esperança de uma vida melhor, uma vida mais feliz, com mais consolo, com mais apoio, com mais presença de um verdadeiro amigo.
Há momentos em que estamos vivos, mas estamos como que mortos por dentro. Às vezes, você encontra alguém na rua, cumprimenta, recebe sorrisos e abraços, mas na verdade aquela pessoa está tremendamente amargurada. Quantas vezes não estamos quietos, calmos, tranquilos, enquanto que acontece uma verdadeira guerra dentro de nós, pois lá no íntimo estamos em conflito, ou decepcionados, ou revoltados, ou amargurados e, algumas vezes, nem mesmo sabemos a razão de nossa tristeza. Quando isso acontece seguir sozinho é suicídio ou pelo menos sofrer ainda mais. Nesta hora precisamos de um ombro amigo. Salomão disse:
Como o óleo e o perfume alegram o coração, assim, o amigo encontra doçura no conselho cordial (Pv 27.9).
Portanto, não torne a vida ainda mais difícil de ser vivida. Caso você esteja chorando por dentro não sofra sozinho, deixe o orgulho de lado e peça ajuda. Procure um ombro para inclinar a cabeça e chorar um pouquinho, mas não qualquer ombro, para isso tem que ser um ombro amigo. Caso você não encontre nenhum amigo, saiba que Jesus é o nosso verdadeiro amigo. Não é qualquer um que vai lhe dizer:
Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei (Mt 11.28).
É nos momentos mais difíceis da vida, quando quase todos te deixam à mercê da vida, que Jesus lhe oferece apoio. Nisso conhecemos o verdadeiro amigo. Que Deus te abençoe a encontrar a vida plena que Jesus veio nos oferecer! Que na complexidade da vida você aprenda a discernir a parte espiritual, porque nesta complexa tarefa de viver a batalha entre o carnal e o espiritual será a nossa maior batalha e nesta batalha há algo muito importante a ser considerado:
04 – O QUE FICA?
Não há como falar da vida sem falar da morte. Se a morte significa o fim de nossa existência neste mundo, então, o que é que fica? Você sabe o que acontece com o nosso corpo depois que ele morre? Em apenas três dias as unhas se desgrudam da pele. Em quatro dias os cabelos do nosso corpo caem. Após cinco dias, o cérebro, os músculos e a pele começam a se decompor. Após seis dias, a pele fica escura e a carne se desprende dos ossos. Sessenta dias depois apenas o esqueleto permanece. E onde foi parar toda aquela vaidade que aquele corpo ostentava? Para onde foi toda a inveja que ocupava o coração e que tanto mal causou a tantas pessoas? Para onde foi todo aquele orgulho que tanto cegou a ponto de fazer a pessoa achar que o mundo girava em torno de si mesma e que todos ao seu redor eram seus súditos? O que aconteceu com todo aquele egoísmo que fazia a pessoa pensar somente em si mesma e a querer apenas a satisfação de seus próprios desejos? Que fim levou toda aquela maldade que prejudicou a vida de tantos, os fazendo sofrer e chorar? Qual foi o destino de todo aquele ódio instalado no coração, incapaz de perdoar, mas autossuficiente a ponto de matar seu próximo? Foi tudo consumido pela terra como foi o corpo? Não! Não foi! Se fôssemos como os animais poderíamos dizer que sim, mas não somos como os animais. Quando Deus criou os animais Deus assim o fez:
Disse também Deus: Povoem-se as águas de enxames de seres viventes; e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus. Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as águas, segundo as suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom. E Deus os abençoou, dizendo: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei as águas dos mares; e, na terra, se multipliquem as aves. Disse também Deus: Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez. E fez Deus os animais selváticos, segundo a sua espécie, e os animais domésticos, conforme a sua espécie, e todos os répteis da terra, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom (Gn 1.20-25).
Entretanto, quando Deus criou o homem Ele assim o fez:
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente (Gn 1.26-27, 2.7).
O homem é diferente! Ele tem um ingrediente a mais além do corpo! Ele possui uma alma a qual não morre como o corpo! E ao falar da morte, o sábio Salomão falou o que acontece com o homem quando este morre:
E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu (Ec 12.7).
Ele diferenciou no homem dois elementos. Dois elementos, dois destinos. O corpo, que ostenta uma aparência ilusória, mas em sua essência possui uma qualidade vã, volta para a sua origem, que é o pó da terra. Mas o espírito é diferente! Este volta para aquele que é a origem da vida, àquele que dele saiu! O espírito volta para Deus! E assim como o homem veio ao mundo ele volta? Ele veio ao mundo nu, de mãos vazias e é assim que ele volta? Em termos materiais sim, mas em termos espirituais não! Lembre-se: São dois elementos: Corpo e alma. Ambos vieram vazios, sem nada, apesar de que o espírito veio com talentos, mas neste sentido o corpo veio saudável, com saúde; ambos possuíam coisas abstratas. O primeiro, o corpo, volta como veio ao mundo: Sem nada, porque tudo ficou para trás, seja o quanto que tiver sido adquirido. Porém, o segundo, a alma, esta não volta de mãos vazias, pois a Bíblia diz:
Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham (Ap 14.13).
Eles voltam para Deus levando em sua companhia não bens materiais, mas as suas obras, as suas decisões, as suas atitudes, as suas palavras, as ideologias pelas quais lutaram, defenderam e que nortearam a sua vida. Eles chegaram com suas vidas vazias, mas retornam com tudo aquilo que viveram. E por que retornamos assim? Paulo nos responde:
Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo (2 Co 5.10).
É mais ou menos assim: Deus criou você não para morrer, mas para viver eternamente. Há no mundo dois tipos de pessoas: As boas e as más, ou seja, os justos e os ímpios. Para isso Deus reservou dois destinos: O céu e o inferno. O primeiro seria um lugar para recompensar os justos pela sua integridade, e o segundo para colocar os ímpios que, com sua incredulidade e dureza de coração rejeita a Deus e aos seus mandamentos. Isso é na eternidade. Acontece que, antes da eternidade, Deus coloca tanto o justo como o ímpio, juntos, para viverem uma breve vida neste mundo. Apesar de sua brevidade, esta vida é extremamente importante, porque é nela em que é selado o nosso destino. Tanto o justo como o ímpio recebem a mesma coisa: Um corpo, uma alma, uma oportunidade. Esta oportunidade se estende ao tempo de sua existência aqui. Quando este tempo acaba o corpo é descartado e volta somente o espírito, levando consigo as suas crenças. Estas definirão o seu destino. Depois que todos passarem por esta experiência (Somente Deus sabe quantos são), Deus mandará os espíritos de volta, agora para aquilo que chamamos de ressurreição do corpo. Agora, este corpo é tão eterno quanto a alma e ambos viverão em seus destinos selados pela vida que tiveram aqui na terra. Entendeu a importância da vida? Entendeu o por quê você está aqui? Entendeu por que você nasceu? Conseguiu descobrir aqui a resposta? Entendeu o que é que fica, o que é que permanece? Caso você tenha percebido atende ao que Jesus lhe diz:
Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração (Mt 6.19-21).
Que Deus te abençoe a desvendar estes mistérios da vida!
CONCLUSÃO
Assim é a vida, um grande dilema que, quando temos o privilégio de começarmos a entendê-la e desvendar os seus mistérios está na hora de partir e ir embora para sempre. Gostei muito deste verso que a minha amiga Eliane Torres escreveu:
Cheia de altos e baixos
Assim é a vida,
Um círculo consequente,
Dolorida como uma ferida,
Calorosa como uma despedida.
A vida é uma flor,
Suas pétalas caem,
Seu vigor desvanece,
Ninguém se atenta, ninguém percebe,
Mas é um milagre que todos os dias se repete.
Diante do dilema da vida, deixo nestas palavras mais um de tantos conselhos que circulam por aí. De todos os que já ouvi nenhum é tão completo como ele, pois este não separa o proveito da consequência, coisa que todos os demais o fazem. Este conselho diz:
Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas. Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade (Ec 11.9-10).
Curte sua vida, mas nunca se esqueça das consequências! Curte sua vida, mas não deixe para amanhã sua preparação espiritual para o fim desta viagem! Curte sua vida, mas não deixe de encontrar a verdadeira resposta para a sua existência! Curte sua vida, mas nunca se esqueça de sua fragilidade, viva-a consciente de que ela pode terminar a qualquer momento e assim se encerrar as oportunidades! Como somos individuais somente você pode decidir por você. Pense nestas palavras e decida e que Deus te abençoe e te ilumine nesta tão importante decisão! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

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