31 Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; 32 e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; 33 e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; 34 então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. 35 Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; 36 estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. 37 Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? 38 E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? 39 E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? 40 O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. 41 Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. 42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; 43 sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me. 44 E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? 45 Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. 46 E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna (Mt 25:31-46).
Muitos dos que dormem
no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e
horror eterno (Dn 12.2).
INTRODUÇÃO:
Há vida após a morte? Como será esta vida? Onde ela ocorre? Seu
estado e destino são definitivos? Quantos destinos há na vida após a morte? O
que a bíblia fala a respeito deste assunto? Este estudo objetiva trazer
respostas a estas perguntas tão populares.
O assunto sobre a morte e o pós vida desafia a humanidade
desde os primórdios da civilização. Os homens procuram as respostas nas
filosofias sobre o tema, na ciência, mas resposta lógica a este raciocínio se
encontra mesmo é na Palavra de Deus. E a humanidade, com todos os seus avanços
tecnológicos e com toda sua pompa de modernidade precisa urgentemente descortinar
a morte e a vida pós-morte à luz da verdade.
Quanto a este assunto Jesus é o nosso maior exemplo. Ele
ressurgiu após ter sido morto na cruz e levado para o sepulcro. Jesus revive
para derrotar a morte e para que nunca mais acreditemos no trágico desfecho do
túmulo. E pela ressurreição de Cristo podemos afirmar que há vida após a morte
e ela é eterna.
Porém, a Bíblia nos ensina também que há somente dois
destinos na vida pós-morte no qual cada destino oferta aos seus destinatários
uma situação de vida completamente opostas entre si. Uma oferece gozo e
alegria, enquanto que na outra há tormentos e angústias. Mas em ambas há duas
particularidades: A primeira é que são eternas. A segunda é que seus estados e
destinos são definitivos.
01 – HÁ VIDA APÓS A MORTE?
De acordo com o que lemos na Bíblia há vida após a morte com
toda certeza. E sobre a continuidade da vida, há um raciocínio que precisa ser
analisado com muita seriedade: Será que Deus, este Ser Supremo, Criador do
Universo, criou suas criaturas e tudo o que existe na Terra para que nós, seus
filhos, vivêssemos por apenas um punhado de tempo e depois desaparecêssemos
para sempre? Se assim fosse a vida não faz sentido e muito menos seria ela coerente.
O Apóstolo Paulo nos fala sobre isso quando diz:
Se a nossa esperança em Cristo se limita
apenas a esta vida, somos os mais
infelizes de todos os homens ( 1 Co 15.19).
O fato de não haver esperança de uma vida futura, eterna, na
glória do Céu, nos tornaria pessoas tristes e anularia o amor e a justiça de
Deus, pois não haveria promessa de gozo eterno aos justos e nem castigo eterno
aos ímpios. Tanto era a certeza de Paulo de uma vida após a morte que em outra
oportunidade ele diz:
Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é
incomparavelmente melhor (Fl 1.23).
Paulo confirma a existência de vida após a morte. E Salomão,
falando sobre a morte do corpo o qual ele considera pó da terra, diz:
1 Lembra-te do teu Criador nos dias da tua
mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não
tenho neles prazer; 2 antes que se escureçam o sol, a lua e as estrelas do
esplendor da tua vida, e tornem a vir as nuvens depois do aguaceiro; 3 no dia
em que tremerem os guardas da casa, os teus braços, e se curvarem os homens
outrora fortes, as tuas pernas, e cessarem os teus moedores da boca, por já
serem poucos, e se escurecerem os teus olhos nas janelas; 4 e os teus lábios,
quais portas da rua, se fecharem; no dia em que não puderes falar em alta voz,
te levantares à voz das aves, e todas as harmonias, filhas da música, te
diminuírem; 5 como também quando temeres o que é alto, e te espantares no
caminho, e te embranqueceres, como floresce a amendoeira, e o gafanhoto te for
um peso, e te perecer o apetite; porque
vais à casa eterna, e os pranteadores andem rodeando pela praça; 6 antes
que se rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se quebre o
cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço, 7 e o pó volte à terra, como o era, e o
espírito volte a Deus, que o deu (Ec 12.1-7).
Salomão está dizendo que
a morte na carne é o fim de um ciclo temporário neste mundo e o início de outro
muito mais amplo no lado de lá, eterno. Entretanto, nenhum outro nos dá
tanta certeza de uma vida após a morte do que o Senhor Jesus. Em seu ministério,
por várias vezes Ele falou sobre este assunto:
Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a
minha palavra e crê naquele que me enviou tem
a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida (Jo
5.24).
Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos
túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a
ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do
juízo (Jo 5.28,29).
2 Na
casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito.
Pois vou preparar-vos lugar. 3 E,
quando eu for e vos preparar lugar, voltarei
e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também
(Jo 14.2,3).
22 Aconteceu morrer o mendigo e ser levado
pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. 23 No inferno, estando em tormentos, levantou
os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio (Lc 16:22,23).
Jesus nos garante que há vida após a morte. E Paulo atrela a
certeza de vida após a morte pela ressurreição de Jesus quando disse:
12 Ora, se é
corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam
alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? 13 E, se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não ressuscitou.
14 E, se Cristo não ressuscitou, é vã a
nossa pregação, e vã, a vossa fé; 15 e somos tidos por falsas testemunhas
de Deus, porque temos asseverado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao
qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam. 16 Porque, se os mortos não ressuscitam,
também Cristo não ressuscitou. 17 E,
se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos
pecados. 18 E ainda mais: os que
dormiram em Cristo pereceram. 19 Se a nossa esperança em Cristo se limita
apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. 20 Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os
mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. 21 Visto que a morte veio
por um homem, também por um homem veio a
ressurreição dos mortos. 22 Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em
Cristo (1 Co 15.12-22).
Deus não nos deu a vida para depois desaparecer conosco,
deixando um monte de gente com saudade para trás e sem esperança de um possível
reencontro. Ele não nos criou para vivermos uma breve vida cheia de
tribulações, angústias e muitos sofrimentos para depois desaparecermos sem
nunca conhecermos uma vida plena, sem as maldições trazidas pelo pecado. Deus
não nos criou e permitiu a perversidade no mundo para depois não reservar um
dia para um ajuste de contas e condenação aos perversos.
A vida após a morte é real. A Palavra de Deus nossa dá esta
certeza e a ressurreição de Jesus á a nossa garantia. A vida pós-morte não pode
ser comprovada cientificamente, não pode ser demonstrada e nem mensurada em um
experimento científico, mas ela é comprovada pela Palavra de Deus. Ai entra um
elemento extremamente importante o qual é o princípio e o guia para nosso
destino após a morte: A fé. Você crê que há vida após a morte? Crê que ela é
eterna? Crê no gozo do Céu aos salvos e no tormento do inferno aos perdidos?
Você está preparado para adentrar na vida após a morte? Está redimido para
viver no Céu ou está perdido e destinado ao inferno?
02 – HÁ VIDA APÓS A MORTE
E COMO ELA É?
A vida após a morte é completamente oposta à vida terrena que
hoje vivemos. Na vida que hoje vivemos nascemos com data de validade, nascemos
para um dia ter um fim. Jesus confirma esta teoria quando diz:
Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua
vida (Mt 6.27)?
Quando
chegar a hora, não há como escapar do final de nossa existência neste mundo.
Este princípio é aplicado a todos, independentemente de você ser nobre ou
plebeu. E na vida que vivemos hoje sofremos e choramos por causa do pecado:
Estas coisas vos tenho dito para que tenhais
paz em mim. No mundo, passais por
aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16.33).
E na vida que vivemos hoje nosso corpo é mortal, ele não somente
envelhece e morre como também adoece. Paulo, ao falar sobre a ressurreição do
corpo, apresenta a analogia entre este corpo mortal em que hoje vive nossa alma
e o corpo glorificado da ressurreição:
52 num momento, num abrir e fechar de olhos,
ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados. 53 Porque é necessário que este
corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se
revista da imortalidade. 54 E, quando este
corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se
revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória (1
Co 15.52-54).
Esta analogia entre nossos corpos faz da promessa divina da
vida eterna uma das mais magnificentes. E é nas promessas de Jesus que mais
somos despertados para a vida eterna:
Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a
minha palavra e crê naquele que me enviou tem
a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida (Jo
5.24).
Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna
(Jo 6.47).
Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna,
a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus (1 Jo 5.13).
Em todos estes textos e em muitos outros, Jesus nos apresenta
a vida eterna como garantia de quem nele crê. A vida após a morte será uma vida
eterna.
03 – HÁ VIDA APÓS A MORTE E ELA É
ETERNA. E ONDE ELA ACONTECERÁ?
Há vida após a morte, então, para onde vamos? A Bíblia nos
apresenta dois únicos destinos para a vida após a morte. E quais são estes
destinos? A resposta é simples e conhecida por todos: O Céu e o inferno. Apesar
de haver muitas outras teorias sobre a vida após a morte, a única que a Bíblia
confirma é a existência do Céu para aqueles que se entregaram ao Senhor e o
inferno para aqueles que rejeitaram a salvação de Deus.
O Céu, por suas características e promessas magníficas de
encerramento de uma vida de tormentos e uma vivência feliz e plena com Deus, é
muito mais aceito e mais almejado que o inferno. O inferno, por sua vez, pelas
suas características de continuidade ou até mesmo de intensificação de uma vida
de tormentos, sem qualquer esperança, desperta nos homens um intenso pavor.
A) A realidade do Céu.
O que é o Céu? O Céu é a morada de Deus. É o lugar onde a
presença de Deus habita de forma especial e de onde Ele governa todas as
coisas. O Céu é a habitação de Deus e o próprio Jesus declara esta verdade. Ele
ensina aos seus seguidores a orar a Deus da seguinte forma:
Portanto, vós orareis assim: Pai
nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome (Mt 6.9).
E é justamente a presença de Deus que diferencia o Céu do
inferno. Mas dizer que o Céu é a habitação de Deus não significa que Ele está
presente somente ali. A Bíblia afirma claramente que Deus é Onipresente,
ou seja, Ele não está sujeito aos limites de espaço e tempo. Por isso Deus está
presente em toda parte e em todo tempo. Deus, falando através do profeta
Isaías diz:
Assim diz o Senhor: O céu é o
meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis vós? E qual é o lugar do meu repouso
(Is 66.1)?
Portanto, nesse sentido, devemos entender que o Universo
inteiro é o lugar da morada de Deus. Todavia, é no Céu em que é sentida a
manifestação mais plena e esplêndida da presença de Deus. Ali, a sua glória é
manifestada de forma indescritível e admirada pelos redimidos que já partiram
desta terra e pelos santos anjos que proclamam incansavelmente
a santidade e a majestade de Deus. Com todas estas característica é
certo afirmar que o Céu é um lugar de descanso, de gozo e alegria pela presença
de Deus. João nos diz isso no livro de Apocalipse:
3 Então, ouvi grande voz vinda do trono,
dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. 4 E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a
morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as
primeiras coisas passaram (Ap 21.3-4).
A vida no Céu será tão maravilhosa que a Bíblia nos diz:
Pois eis que eu crio novos céus e nova
terra; e não haverá lembrança das coisas
passadas, jamais haverá memória delas (Is 65.17).
Vamos conseguir esquecer toda esta vida de angústias somente
se a glória da vida futura for maior que a funesta vida que vivemos hoje.
Somente por este fato é motivo mais do que suficiente para ansiarmos pelo Céu.
B) A realidade do
inferno.
O debate
sobre o inferno é uma constância. Muitos têm procurado dar suas visões acerca do
inferno, inclusive alguns que negam que o inferno seja real e/ou eterno. Muitos
afirmam que um Deus amoroso jamais sentenciaria almas humanas para o
sofrimento eterno. Será? Será contraditório um Deus de Amor condenar
homens ao inferno? Se Deus realmente é amor, então como ele pode mandar alguém
para o inferno?
Existem temas nas Escrituras que são dolorosos de tratar.
Falar sobre o inferno é um desses temas. Não pensem que é fácil falar sobre os
milhões e milhões de pessoas que passarão a eternidade no inferno. Tanto isto é
desconfortável que C. S. Lewis escreve:
Não há
nenhuma doutrina que eu removeria de mais bom grado do cristianismo do que
isto, se eu tivesse o poder. Mas essa doutrina tem o pleno apoio das
Escrituras, e sobretudo das próprias palavras do nosso Senhor (O
problema do sofrimento.
São Paulo: Vida, 1986, p. 85).
Porém, por mais que nos cause desconforto e provoquemos
indignação a quem nos ouve, não podemos desprezar a doutrina sobre o inferno
porque ela é parte da Teologia Bíblica. Ocultar este ensino não demonstra amor
aos pecadores. Bispo John Ryle fala sobre isso:
Não há
misericórdia alguma em ocultar dos homens o assunto a respeito do inferno. Por
mais temível e tremendo que seja o inferno, ele deve ser uma realidade
fortemente inculcada sobre todos, como uma das grandiosas verdades do
cristianismo. O apóstolo João, no livro de Apocalipse, com frequência o
descreveu. Os servos de Deus, hoje, não devem sentir-se envergonhados de
confessar a sua crença nesse assunto. Se não houvesse ilimitada misericórdia em
Cristo, para todos aqueles que nele creem, bem poderíamos nos esquivar desse
temível tópico.
A ideia do inferno é um assunto que causa um calafrio de
horror em qualquer coração, mas isso não deve ser motivo de negligenciarmos e
não falarmos sobre ele, porque o inferno é real e não um conto literário.
Devemos seguir o exemplo de Jesus e de seus apóstolos que ensinaram sobre ele
repetidamente. Não há como deixar de observar a seriedade com que Jesus alertou
sobre esse terrível lugar.
Um dos fatos marcantes pelo qual não devemos nos calar sobre
o inferno é que muitos hoje estão a passos largos no caminho da perdição que
leva diretamente ao inferno. Muitos ainda amam os seus pecados e, de forma
enganosa, acreditam que podem desfrutar da eternidade com Deus, no Céu, sem que
se arrependam e que seus pecados sejam perdoados. Qual não será a surpresa de
muitos ao perceberem que estão debaixo da Ira de Deus simplesmente porque
relutam em se arrepender e amar a Deus.
Além do mais, sem a existência do inferno o Céu não teria
sentido, porque não pode haver um paraíso sem um inferno, pois se não há um
inferno todos os caminhos conduzem ao mesmo local. E se todos os caminhos
conduzem ao mesmo local, não faz diferença qual caminho você toma, e cessam de
existir também diferenças entre a bondade e a maldade.
Por isso, a existência do inferno dá todo sentido ao Céu. É o
horror do inferno que faz o Céu ser tão esplendoroso. A grandeza da salvação é
vista em oposição ao horror da perdição. É a condenação ao inferno, que tanto
tememos que faz a justiça de Deus ter sentido. Deus rege um mundo moral onde a bondade
e a maldade é diferenciada e ambas resultam em consequências opostas.
Há várias razões para acreditarmos na existência do inferno,
mas nenhuma tão convincente como a que Jesus mesmo disse, pois é Jesus que mais
fala do julgamento dos condenados, advertindo aos seus ouvintes sobre a
severidade de seu destino após a morte:
Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem
motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir
um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe
chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno
de fogo (Mt 5.22).
29 Se o teu olho direito te faz tropeçar,
arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e
não seja todo o teu corpo lançado no
inferno. 30 E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de
ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno (Mt 5.29-30).
Não temais os
que matam o corpo e não podem matar a alma;
temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o
corpo (Mt 10.28).
Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um
prosélito; e, uma vez feito, o tornais
filho do inferno duas vezes mais do que vós (Mt 23.15)!
Serpentes,
raça de víboras! Como escapareis da
condenação do inferno (Mt 23.33)?
Jesus pinta o inferno como uma fornalha de fogo eterno e um
processo interminável de trevas preenchidas de um choro angustiante, um lugar
de castigo eterno. Este fogo, estas trevas, devem ser subentendidos
literalmente? Não! Mas não há qualquer consolo nisso. A realidade do inferno
será muito pior do que as figuras sugerem, porque o inferno é o lugar onde Deus
não está presente, é o lugar onde há a absoluta ausência de Deus. Nada há mais
pavoroso do que isso!
E como será o inferno? O inferno será um lugar onde não
haverá amor. Antes, nele estará a miséria, o ódio, a malícia, a inveja e o
ciúme. Não haverá ali nenhuma compaixão, nenhuma meiguice, nenhuma atenção,
nenhuma preocupação desinteressada pelos outros, mas somente o choro e
lamentação ininterruptos.
O inferno será verdadeiramente um lugar de trevas
ininterruptas e absolutas. Não trevas literais, físicas, mas as trevas da
maldade, perversão e impiedade. O inferno será um lugar do qual toda a bondade
terá sido expurgada. E lá não haverá, como aqui tem havido para os
desobedientes e incrédulos, a luz refletida da bondade e da justiça de Deus.
Importante lembrar ainda que o inferno não é algo que Deus
tenha acrescentado ao destino dos incrédulos, mas sim a consequência natural de
suas escolhas. O próprio Jesus reconheceu que o inferno não foi preparado,
primeiramente, para o homem, quando disse:
Então, o Rei dirá também aos que estiverem à
sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25.41).
Mas depois da queda de anjos, houve a queda dos homens e o
inferno passou a ser também o destino dos homens decaídos e não regenerados. E
para livrar o homem de ir para o inferno é que Deus providenciou a salvação. A
Bíblia diz que:
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo
o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).
Por isso, o homem que permanece indiferente a Jesus Cristo,
ou seja, não crê no Filho de Deus, não terá sua habitação no Céu. Antes, seu
destino será o inferno. A Bíblia confirma isso quando diz:
Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a
vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus (Jo 3.36).
E
irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna
(Mt 25:46).
Portanto, todos os que irão para o inferno ali estarão porque
escolheram contra a vontade e a misericórdia de Deus. Por isso, os que vão ao
inferno terão recebido exatamente o que desejavam, que nada mais é do que ter
posto Deus fora de suas vidas. O inferno é um lugar real, um lugar onde as
pessoas estarão conscientes de seus erros e de suas escolhas e um lugar eterno
e de permanente sofrimento.
Contudo, Jesus ensina que é possível livrar-se de ir para o
inferno. Os seguidores de Jesus Cristo, por confessarem os seus pecados, por
negarem a si mesmo, por tomarem a sua cruz e, até mesmo por perderem a sua vida
por amor de Cristo e do Evangelho, livram-se da condenação do inferno. Enquanto
que aqueles que não se arrependem de seus pecados enquanto aqui estão, terão de
sofrer com eles longe da Glória de Deus, em eterno sofrimento no inferno.
04 – HÁ POSSIBILIDADE
DE ALTERAÇÃO DE ESTADO E DO DESTINO APÓS A MORTE?
Há muitas teorias por aí que diz que sim. A teoria da
reencarnação, a teoria do purgatório, a teoria de rezar pelos mortos. Mas a
Bíblia diz claramente que não. Ela diz que após a morte cessa todas as oportunidades
e decisões. Ela diz que:
E, assim como
aos homens está ordenado morrerem uma só
vez, vindo, depois disto, o juízo (Hb 9,27).
Depois da morte não haverá mais apelos divinos para mudar de
rumo, não mais apelos para voltar para casa, mas somente o silêncio vazio, reflexo
de um passado negligente, por não ter sido aproveitado a tempo e as
oportunidades. Quem estiver no Céu ali ficará para sempre, por toda a eternidade
e quem estiver no inferno ali estará para sempre, por toda a eternidade.
Falando do Céu, a Bíblia confirma isso quando diz:
1 Então, me
mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus
e do Cordeiro. 2 No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a
árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as
folhas da árvore são para a cura dos povos. 3 Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e
do Cordeiro. Os seus servos o servirão, 4 contemplarão a sua face, e na sua
fronte está o nome dele. 5 Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz
de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos Ap
22.1-5).
E quanto ao inferno ela diz:
43 E, se tua
mão te faz tropeçar, corta-a; pois é melhor entrares maneta na vida do que,
tendo as duas mãos, ires para o inferno, para
o fogo inextinguível 44 [onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga].
45 E, se teu pé te faz tropeçar, corta-o; é melhor entrares na vida aleijado do
que, tendo os dois pés, seres lançado no
inferno 46 [onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga]. 47 E, se um
dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o; é melhor entrares no reino de Deus
com um só dos teus olhos do que, tendo os dois seres lançado no inferno, 48 onde não lhes morre o verme,
nem o fogo se apaga (Mc 9:43-48).
Quando Jesus diz que “o fogo nunca se apaga e o verme não
morre”, aponta para uma realidade permanente. O tormento e angústia internos,
simbolizados pelo verme, nunca terão fim e os sofrimentos exteriores
simbolizados pelo fogo nunca cessarão.
CONCLUSÃO:
Concluímos que há vida após a morte, que esta vida é eterna,
que há somente dois destinos para o homem na eternidade e que estes destinos
são permanentes após a morte. Portanto, não há como ficar em cima do muro, ou
você vai para o Céu ou vai para o inferno. Ambas as situações de salvação ou
condenação são eternas, por mais que pareça estranho à nossa compreensão.
O inferno não é uma contradição com o amor de Deus. Pagãos e
adeptos de outras crenças afirmam que o cristianismo apresenta um Deus um tanto
malvado por enviar pessoas ao inferno, ao invés de perdoá-las. Mas não devemos
duvidar da identidade do Criador, do conjunto do seu ser e da ação dos seus
atributos. Deus é amor, mas devemos lembrar que Ele também é justiça.
A imagem que algumas pessoas têm de um Deus bonachão que
passa a mão sobre a cabeça das pessoas é pagã. E uma das tendências humanistas
da pós-modernidade é crer na impunidade do homem diante de Deus. É a famosa
concepção de que Deus é bom e vai entender as fraquezas humanas, isentando o
homem de um juízo segundo as suas obras. Mas isso não é verdade! Não se deixe
iludir por estas vãs filosofias. Pense com seriedade em seu destino após a
morte. Preocupe-se intensamente com o destino de sua alma. Que Deus te abençoe
e te conduza ao arrependimento e à confissão de seus pecados e assim converta
seu coração e regenere a sua alma, livrando-a do tormento do inferno. Amém!
Luiz Lobianco
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