Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

domingo, 24 de março de 2013

QUANDO ENTRAMOS NO CATIVEIRO



1 No princípio do reinado de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, veio esta palavra do SENHOR:
2  Assim diz o SENHOR: Põe-te no átrio da Casa do SENHOR e dize a todas as cidades de Judá, que vêm adorar à Casa do SENHOR, todas as palavras que eu te mando lhes digas; não omitas nem uma palavra sequer.
3  Bem pode ser que ouçam e se convertam, cada um do seu mau caminho; então, me arrependerei do mal que intento fazer-lhes por causa da maldade das suas ações.
4  Dize-lhes, pois: Assim diz o SENHOR: Se não me derdes ouvidos para andardes na minha lei, que pus diante de vós,
5  para que ouvísseis as palavras dos meus servos, os profetas, que, começando de madrugada, vos envio, posto que até aqui não me ouvistes,
6  então, farei que esta casa seja como Siló e farei desta cidade maldição para todas as nações da terra (Je 26.1-6).

INTRODUÇÃO

O cativeiro babilônico foi um dos eventos mais marcantes da história de Israel em vista de sua grandeza, de sua extensão e da intervenção de Deus mediante a restauração de Judá, de Jerusalém e da devolução dos utensílios do Templo Judeu. O cativeiro de Judá também nos deixa lições que jamais podem ser desprezadas e esquecidas. O cativeiro aconteceu em conseqüência da desobediência de um povo, da rebeldia de uma nação e da dureza de seus corações em relação ao seu Deus.
O que vemos no cativeiro babilônico é o amor de Deus e Seu empenho na cura de uma nação que lhe virou as costas. Uma nação que conheceu a grandeza deste Deus e teve a comprovação de que Seus olhos viam, Seus ouvidos ouviam e Sua mão era poderosa para livrar. Os deuses das demais nações eram deuses fabricados por artífices humanos, tinham olhos, mas nada viam, tinham ouvidos, mas nada ouviam, tinham mãos, mas nada podiam fazer. Mas o Deus de Israel era diferente porque era verdadeiro, não fora criado, pelo contrário, Ele mesmo fora o Criador de todas as coisas.
A nação de Israel tinha um papel fundamental em sua existência: relacionar-se com Deus para que o mundo visse em Israel a Soberania do Único Deus. Mas a rebeldia da nação mostrava ao mundo que O Senhor dos Exércitos era um Deus igual aos seus deuses. E outro mal também ficava evidente: o desprezo de Israel para com seu Deus em contraste com a dedicação e o zelo das demais nações com seus deuses, tanto que Judá fora duramente repreendida por causa disso:

11  Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto que não eram deuses? Todavia, o meu povo trocou a sua Glória por aquilo que é de nenhum proveito (Je 2.11).

Deus não podia se calar diante dessa situação. Era o Seu nome que estava em jogo, era a Sua glória que havia sido deturpada, era a Sua Palavra, a Sua promessa, a Sua fidelidade é que estavam caindo por terra com a infidelidade de Judá. É diante deste fato que vemos Deus, em nosso texto básico, em sua última tentativa de despertar o povo a fim de evitar o exílio. Que lições podem ser tiradas desse acontecimento tão amargo na vida de Judá?

1 – A ANALOGIA ENTRE A IGREJA COM A NAÇÃO DE ISRAEL

A Igreja hoje é o Israel de Deus. É o povo escolhido por Deus para ser luz no mundo, para testemunhar perante o mundo e suas autoridades o poder de Deus; a Igreja é o instrumento usado por Deus para proclamar o Evangelho aos pecadores. Pedro deixa isso bem claro em sua carta quando diz:

9  Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10  vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia (1 Pd 2.9,10).

Diante desse texto podemos dizer que:

A – A Igreja é eleita por Deus

9  Vós, porém, sois raça eleita,...

A Igreja é a raça eleita de Deus. Isso quer dizer que O Senhor aplica a nós o mesmo nome que Ele deu a Israel. Isso também quer dizer que nós não somos um povo qualquer, porque a semente que deu origem a esta raça eleita foi o sangue de Cristo derramado na cruz do Calvário. Você foi comprado pelo sangue que Jesus derramou ali no madeiro. Você faz parte de um projeto infalível de Deus. Por isso, levante a sua cabeça aos céus e agradeça a Deus pela sua salvação!

B – A Igreja é povo de Deus

9  Vós, porém, sois...  povo de propriedade exclusiva de Deus,...
10  vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus,...

A Igreja é povo de Deus, propriedade de Deus e isso é uma iniciativa de Deus. Fomos comprados por preço e o preço foi muito alto: O Filho Unigênito de Deus. Jesus não morreu para comprar terra e edifícios, nem para estabelecer alguma instituição. Ele morreu para comprar as almas dos homens e mulheres que estavam mortos no pecado, mas que agora têm salvação e esperança de vida eterna.

28  Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue (At 20.28).

Apesar de a Igreja nascer da experiência do Cristo Ressuscitado, ela foi gerada pelo Espírito Santo e continua firme pela presença e força do mesmo Espírito e a Igreja tem a santidade que Deus lhe confere. Porém, a Igreja é também uma realidade humana, feita de pessoas limitadas e pecadoras, mas mesmo com suas imperfeições ela realiza nossa comunhão com Deus e fortalece a comunhão entre nós, por isso é importante viver e crescer na Igreja.

C – Sua missão é proclamar as virtudes de Deus

9  ...a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;

Agora chegou a hora das obrigações. Até aqui temos visto os privilégios, mas quem tem privilégios, tem também obrigações e nisso também somos semelhantes com a nação de Israel: estamos aqui para ser espelho de Deus ao mundo, ou seja, o mundo deverá ver Deus através da Igreja, pois estamos aqui para proclamarmos as virtudes de Deus e Ele é perfeito. Portanto, se o mundo vê uma imagem distorcida de Deus em nós, a distorção não está em Deus, mas em nós que não estamos refletindo ao mundo a perfeita imagem de Deus. Para que isso aconteça, nossas atitudes devem ser regidas pelas virtudes de Deus. Devemos viver semeando o amor, a paz, a misericórdia, a compaixão, a bondade e a justiça. São virtudes de Deus que devem fazer parte do nosso caráter porque estas são as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.
Infelizmente, existem ainda outras semelhanças entre Israel, a Igreja e o cativeiro:

2 – AS SIMILARIDADES DE NOSSAS ATITUDES COM AS CAUSAS DO CATIVEIRO

As nossas atitudes têm muito a ver com as atitudes de Judá, principalmente com aquelas que o conduziu ao cativeiro. E quais foram elas?

A – Rebeldia

Na base do Trono de Deus aconteceu a primeira rebelião diante de uma reivindicação egocêntrica de Lúcifer de ser igual a Deus. Houve quebra de princípio de autoridade. Ele caiu como um raio e se tornou esse ser desfigurado, mudou rapidamente de arcanjo para diabo e os que foram com ele, de anjos para demônios. Por isso que não há rebeldia em que não tenha sua base em Satanás. Afinal, foi ele quem causou a primeira rebelião.
A segunda rebelião aconteceu lá no Éden. Satanás intervém e coloca Eva contra Adão e depois colocam ambos contra Deus. Quando Deus veio, Ele não tolerou a rebeldia e expulsou os dois do Jardim do Éden. Deus não permitiu que Adão e Eva continuassem no Jardim por Ele não tolerar a rebeldia e eles deveriam aprender que toda rebelião vem acompanhada de perdas.
Uma terceira rebelião pode ser vista na base de uma Nação. Deus sempre alertou Israel acerca da rebeldia:

21  Guarda-te diante dele, e ouve a sua voz, e não te rebeles contra ele, porque não perdoará a vossa transgressão; pois nele está o meu nome (Ex 23.21).

Mas por muitas vezes Israel não reconhecia a Deus como Senhor. Na saída do povo hebreu para a terra prometida, os que se rebelaram contra Moisés ficaram no deserto. A rebeldia parecia ser a essência daquele povo libertado de forma tão miraculosa da escravidão do Egito. Moisés, falando ao povo no deserto, chegou a dizer-lhes:

27  Porque conheço a tua rebeldia e a tua dura cerviz. Pois, se, vivendo eu, ainda hoje, convosco, sois rebeldes contra o SENHOR, quanto mais depois da minha morte? ( Dt 31.27).

Centenas de anos depois da libertação do Egito, já na terra prometida, o povo continuava rebelde e o profeta Isaias, dizia:

2 Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o SENHOR é quem fala: Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim.
3  O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.
4  Ai desta nação pecaminosa, povo carregado de iniqüidade, raça de malignos, filhos corruptores; abandonaram o SENHOR, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás.
5  Por que haveis de ainda ser feridos, visto que continuais em rebeldia? Toda a cabeça está doente, e todo o coração, enfermo.
6  Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo.
7  A vossa terra está assolada, as vossas cidades, consumidas pelo fogo; a vossa lavoura os estranhos devoram em vossa presença; e a terra se acha devastada como numa subversão de estranhos (Is 1.2-7).

Nação rebelde! Povo rebelde! Ao persistirem na rebeldia, as catástrofes entram na nação, porque Deus não tolera a rebeldia e nem os rebeldes e a nação sofre as conseqüências de suas desobediências.
Mas a rebeldia não está presente somente na nação de Israel, infelizmente, ela está presente também na Igreja, no coração de muitos cristãos e o alerta a Israel serve também à Igreja. Por rebeldia Judá foi mandado ao cativeiro e é para lá que Deus manda a todo rebelde. Por isso, quando você age com rebeldia, é colocado no deserto, é mantido em cativeiro até que a sua rebeldia seja curada.
Deus não suporta a rebeldia e Ele a elimina do meio de seu povo. Se você é rebelde, cuidado! Corra em resolver este problema. Não deixe para depois, pois com a rebeldia não se brinca. Deus sempre foi imparcial com a rebeldia!

B – Dureza de coração

Judá foi ao cativeiro, mas não foi por falta de aviso, pois Deus, incansavelmente, insistiu com seus profetas para que o povo ouvisse suas palavras e abandonasse seus pecados:

13  Agora, pois, visto que fazeis todas estas obras, diz o SENHOR, e eu vos falei, começando de madrugada, e não me ouvistes, chamei-vos, e não me respondestes,
25  Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do Egito até hoje, enviei-vos todos os meus servos, os profetas, todos os dias; começando de madrugada, eu os enviei.
26  Mas não me destes ouvidos, nem me atendestes; endurecestes a cerviz e fizestes pior do que vossos pais (Je 7.13, 25, 26).

Em nosso texto básico, mais uma vez e em sua última tentativa, Deus está batendo às portas do coração do povo, chamando-os ao arrependimento a fim de ser evitado o exílio:

3  Bem pode ser que ouçam e se convertam, cada um do seu mau caminho; então, me arrependerei do mal que intento fazer-lhes por causa da maldade das suas ações (Je 26.3).

Mas o povo e suas autoridades, ao invés de ouvirem, prenderam a Jeremias e queriam matar a mais um profeta enviado por Deus para alertá-los:

8  Tendo Jeremias acabado de falar tudo quanto o SENHOR lhe havia ordenado que dissesse a todo o povo, lançaram mão dele os sacerdotes, os profetas e todo o povo, dizendo: Serás morto (Je 26.1-8).

Corações endurecidos! Impenetráveis pela Palavra de Deus! Iludidos por tradições humanas, pois acreditavam que o Templo jamais poderia ser destruído pelo inimigo por ser habitação de Deus, recusavam-se a dar ouvidos à verdade e foram então colocados no cativeiro para aprenderem que somente o Senhor é Deus e que quando Ele fala, precisamos ouvi-lo.
Semelhantemente agimos quando não ouvimos os conselhos de Deus para nossas vidas. Quantas vezes oramos a Deus pedindo orientação, mas como Ele envia esta orientação através de pessoas para nos aconselhar, endurecemos o coração e nos recusamos a ouvir. Pare e pense: quantas vezes você agiu ao contrário do que as pessoas te falavam e você quebrou a cara? Quantas vezes você discutiu, virou a costa para as pessoas, porque elas eram contrárias as suas idéias? Por todas estas vezes Deus tentou te avisar que você estava errado, que suas idéias não eram boas, que seus planos não eram os melhores, que não era isso que Ele queria para você, mas você nunca quis dar ouvidos a Deus simplesmente porque veio representado por pessoas que você julgava não serem capacitadas para lhes dar conselhos. Por isso que a Bíblia nos diz:

20 Ouve o conselho e recebe a instrução, para que sejas sábio nos teus dias por vir (Pv 19.20).

Quantas pessoas amigas te viam caminhar para o buraco e tentaram te alertar, mas você, ao invés de ouvi-los, ficava irritado com suas intervenções em sua vida, chegava a evitá-los a se afastar deles por causa de seus conselhos, mas você insistiu e caiu no buraco. Deus tentou lhe alertar, mas você não quis ouvir.
Quando tudo isso acontece, quando endurecemos nosso coração para ouvir, Deus nos lança no cativeiro e ali nossos olhos se consomem em lágrimas, nossa vida se transforma em choro e nos sentimos atados, paralisados e impotentes. Deixamos para trás as bênçãos, a prosperidade e passamos a provar a aridez do deserto e passamos a viver de lembranças do que ficou para trás, das bênçãos de outrora, da vida de outrora e da abundância de outrora.

C – Desobediência

Israel tinha um compromisso, uma aliança firmada com Deus:

15 Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal;
16  se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o SENHOR, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás e te multiplicarás, e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra à qual passas para possuí-la.
17  Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido, e te inclinares a outros deuses, e os servires,
18  então, hoje, te declaro que, certamente, perecerás; não permanecerás longo tempo na terra à qual vais, passando o Jordão, para a possuíres.
19  Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência,
20  amando o SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade; para que habites na terra que o SENHOR, sob juramento, prometeu dar a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó (Dt 30.15-20).

O povo de Deus, porém, nem sempre quis dar Ouvidos ao seu Deus. Constantemente ele desobedecia a Deus e se esquecia de sua aliança com Deus. Vemos isso muito bem representado no livro de Juízes em uma sequência de afastamento e volta a Deus pelo povo de Israel.
Desobedecer a Deus é construir sobre a areia. A princípio, temos a sensação de estar no controle da situação, mas com o passar do tempo tudo acaba em ruínas, porque as consequências da desobediência são desastrosas. No caso de Judá decorreu-se com o cativeiro babilônico.
Infelizmente, o que vemos é que desde o dia em que o Senhor tirou nossos  pais do Egito até agora, persistimos em desobedecer ao Senhor.
Nunca antes se viu, dentro e fora da Igreja, tamanha desobediência a Deus. Os legisladores não levam em conta a lei de Deus e como resultado disso temos a aprovação do aborto, a liberação da pílula abortiva, da união civil entre pessoas do  mesmo sexo, a remoção do ensino religioso das escolas e leis que tentam fazer com que a Igreja se cale. Tudo isso são exemplos de como a desobediência a Deus se manifesta concretamente  nos dias de hoje. A Doutrina da Igreja, a moral sexual, os mandamentos da Lei de Deus, a Palavra de Deus são desprezados como se simplesmente não existissem.
Deus continua nos ordenando a posse da terra prometida. Infelizmente, como nos dias de Moisés, ao invés de avançarmos e apropriar-nos das bênçãos e das vitórias de Deus, preferimos a murmuração, convencidos de que desobedecer é mais vantajoso.
Jesus é para nós, hoje, a terra prometida. Quem ouve a sua voz e o segue tem vida e vida em abundância, e quem o renega experimenta a morte. Obedecer ao Senhor significa cumprir sem demora o que nos pede.

1 Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta,
2  olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus (Hb 12.1,2).

3 – AS AFINIDADES DE DEUS ENTRE ISRAEL/IGREJA

Louvado seja o SENHOR porque existe uma grande afinidade de Deus para com a Igreja para neutralizar nossa similaridade com a rebeldia de Israel.

A – O Amor de Deus

Tudo se resume no amor de Deus. Se não fosse o amor de Deus pelo seu povo, Israel não existia mais. Se não fosse o amor de Deus a Igreja teria sido sepultada com Cristo e não teria sido ressuscitada com Ele. O amor de Deus é um amor sacrificial, pois a Bíblia nos diz que:

16  Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).

E o que é ainda mais maravilhoso é que, como com Israel, nada pode nos separar deste amor. Deus disse sobre Israel:

15  Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.
16  Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim (Is 49.15,16).

E para a Igreja:

38  Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
39  nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm8.38,39).

B – A Misericórdia de Deus

7  No momento em que eu falar acerca de uma nação ou de um reino para o arrancar, derribar e destruir,
8  se a tal nação se converter da maldade contra a qual eu falei, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe.
9  E, no momento em que eu falar acerca de uma nação ou de um reino, para o edificar e plantar,
10  se ele fizer o que é mal perante mim e não der ouvidos à minha voz, então, me arrependerei do bem que houvera dito lhe faria (Je 18.7-10).

O que vemos no cativeiro babilônico são as consequências da desobediência e rebeldia de um povo contra o seu Deus. Mas a misericórdia de Deus nunca deixou de estar presente com o povo. Deus ainda fez outra tentativa de poupar alguns de Judá:

7  Ao fim de dez dias, veio a palavra do SENHOR a Jeremias.
8  Então, chamou a Joanã, filho de Careá, e a todos os capitães dos exércitos que havia com ele, e a todo o povo, desde o menor até ao maior,
9  e lhes disse: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel, a quem me enviastes para apresentar a vossa súplica diante dele:
10  Se permanecerdes nesta terra, então, vos edificarei e não vos derribarei; plantar-vos-ei e não vos arrancarei, porque estou arrependido do mal que vos tenho feito.
11  Não temais o rei da Babilônia, a quem vós temeis; não o temais, diz o SENHOR, porque eu sou convosco, para vos salvar e vos livrar das suas mãos.
12  Eu vos serei propício, para que ele tenha misericórdia de vós e vos faça morar em vossa terra (Je 42.7-12).

Mas Judá se recusou a confiar em seu Deus. Semelhantemente a Israel, a Igreja é carente da misericórdia de Deus, porque nenhum homem merece a misericórdia de Deus e ninguém homem pode reclamar a misericórdia de Deus por mérito, pois a Bíblia diz:

23  pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.23).

De forma que ninguém pode afirmar, categoricamente, que não tem pecado:

8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós (1 Jo 1.8).

O pecado é transgressão da Lei de Deus. O povo do Velho Testamento tinha uma Lei, dada por Deus através de Moisés e dos profetas. Ninguém guardou a Lei, e pecou ao transgredi-la. O povo, agora, vive sob a lei do Novo Testamento dada por Deus através de Cristo, do Espírito e dos apóstolos. Quando deixamos de segui-la transgredimos esta Lei e pecamos contra Deus.

4 Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei (1 Jo 3.4).

Mas Deus é misericórdia e precisamos sempre apreciar a misericórdia de Deus. O homem não tinha esperança nenhuma por causa da culpa do pecado. Ele era impotente para livrar-se do pecado. O que Deus fez por ele?

8  Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8).

E na confissão de nossos pecados encontramos o perdão de Deus:

9  Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 Jo 1.9).

Louvado seja o Senhor pela sua misericórdia porque agora podemos ter esperança através de Cristo. Mas ainda podemos pecar e a misericórdia de Deus não é incondicional. Assim como Deus mostrou misericórdia a Israel e depois, de certa forma a tirou por causa da desobediência, hoje Ele nos promete o mesmo.

25  Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.
26  Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados;
27  pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários.
28  Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés.
29  De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? (Hb 10.25-29).

A Bíblia diz que devemos render graças ao Senhor porque a sua misericórdia dura para sempre. Ela nunca muda! Louvado seja o Senhor por isso!

C – A Fidelidade de Deus

Por amor a Abraão e a fidelidade a sua promessa, Deus permaneceu fiel e não abandonou seu povo. Não deixou o seu povo esquecido naquele lugar e naquela situação, não permitiu que aquela nação fosse destruída e mesclada com outra nação. Um dia o Senhor apareceu e disse:

5  Porque Israel e Judá não enviuvaram do seu Deus, do SENHOR dos Exércitos; mas a terra dos caldeus está cheia de culpas perante o Santo de Israel (Je 51.5).

Judá voltou a sua terra e teve de volta os seus pertences. Isso é fidelidade. Nunca na História da humanidade se viu tal feito. Tal fidelidade encontramos ainda hoje entre Deus e a sua Igreja:

13  se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo (2 Tm 2.13).

E recebemos dele o perdão por ser Ele fiel:

9  Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 Jo 1.9).

A promessa é a permanência para sempre de Israel. Quanto a Igreja, Jesus prometeu que:

18  ...sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.18).

CONCLUSÃO

Quando vivíamos no mundo, fora dos caminhos do Senhor, é como se a cada passo dado, colocássemos nossos pés em laços e armadilhas preparadas pelos inimigos da nossa alma. Com isso, sem saber, fomos estabelecendo com as trevas, diversos tipos de vínculos, e nosso caminhar foi ficando cada vez mais difícil, dado o emaranhado de nossos pés. Quando aceitamos a Jesus e começamos a caminhar no caminho correto, e a buscarmos a direção de Deus para os problemas, começamos a olhar para nós mesmos e nos deparamos com uma realidade muito triste. Estamos totalmente emaranhados, em situações horríveis, tanto no aspecto, moral, quanto no emocional, material e espiritual. Esses laços e vínculos com as trevas nos leva à situação de cativeiro, em condições tão complicadas que ficamos sem forças para sair daquela circunstância.
Muitas vezes podemos estar em um lugar com uma excelente paisagem, mas nos sentimos em cativeiro. Estamos em cativeiro quando diante de situações de nossas vidas nos sentimos atados, paralisados, impotentes. Mas, por comodismo do dia a dia, nos acostumamos e passamos os dias de nossas vidas de maneira que nos sentimos confortável neste cativeiro e acabamos nos contentando com a situação! Cativeiro - Significa privação parcial ou total de liberdade. Perda de identidade. Lembrança do que deixou para trás: família; filhos; casa; trabalho; alegria; maus tratos; aprisionamentos das emoções. E outros mais. Ultimamente, podemos dizer que conhecemos muito bem o significado da palavra cativeiro. O Cativeiro provoca tristeza, choro, saudade da terra de origem, saudade da liberdade, da felicidade.
Deus tem o melhor para você, o que passou, passou! O que foi perdido, não se compara ao que Deus já preparou para você. É tempo de lutar para sair do cativeiro que você se encontra.
O inimigo pode tentar lhe convencer de que a calamidade está a caminho, fazer você recuar em vez de avançar, e impedir que você lute por uma vida melhor. Não podemos nos retrair na luta pelas promessas de Deus para nossa vida. É tempo de reagirmos e vencermos os obstáculos que tentam nos manter em cativeiro. Que Deus lhe abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

2 comentários:

  1. Gloria a Deus! Tremenda a palavra. Depois dessa, nem pensar de entrar em cativeiro nenhum, nem muito menos usar de rebeldia.Entendemos perfeitamente o recado de Deus. Que Ele continue te usando dessa forma grandiosa.

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