Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

AS SETE CARTAS DE APOCALIPSE - LIÇÃO II – A ATUALIDADE DA REVELAÇÃO DE APOCALIPSE



12  Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.
13  Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.
14  Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste
15  e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.
16  Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,
17  a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (2 Tm 3.12-17).

Introdução

Há uma corrente preterista da interpretação de Apocalipse a qual diz que este livro foi escrito para a Igreja primitiva em um tempo de perseguição e que o livro se refere àquele tempo de perseguição durante o Império Romano. Portanto, este livro consumou seu propósito a medida que encerrou sua mensagem para aquela Igreja mártir, não tendo nenhuma pertinência ou mensagem para os dias de hoje. Não podemos concordar com esta afirmação! Embora Apocalipse tenha sido escrito, primariamente, à Igreja primitiva para atender a uma necessidade do momento, jamais poderíamos dizer que a finalidade deste livro se restringiu a ela.
Já a corrente futurista afirma que os três primeiros capítulos de Apocalipse foram escritos para a Igreja da época, mas a partir do capítulo quatro este livro tem a ver somente com eventos do fim, portanto, este livro teria pertinência apenas para a Igreja do futuro.
Afirmar que Apocalipse teve uma mensagem significativa apenas para a Igreja primitiva, e não tem para nós hoje, mas somente para o tempo do fim, seria delimitar por demais a mensagem deste glorioso livro da revelação divina.
O livro de Apocalipse foi um livro real e pertinente para a Igreja primitiva, para os pais da Igreja, para os reformadores e continua sendo um livro atual para a Igreja de hoje. Ele não se limita apenas a uma pequena parcela da Igreja, mas ele cobre toda a história da Igreja e aponta para o tempo do fim e a consumação de todas as coisas. Vamos ver três razões que nos falam da atualidade deste livro:

1 – A atualidade de sua mensagem: Deus é Soberano e está no controle da História da Humanidade

A mensagem de Apocalipse tem tudo a ver com a atualidade. Qual é a sua mensagem? A Igreja estava sendo duramente perseguida pelo Estado; muitos cristãos estavam sendo martirizados por causa de sua fé; a intimidação do inimigo aos seguidores de Cristo era muito forte e tentava, com ameaças, acovardar a Igreja para que se trancassem por dentro de si mesma e assim parasse de se expandir. Neste ponto era importante Deus se manifestar e mostrar que, apesar das perseguições, Ele estava no controle da situação e mantinha todos os inimigos da Igreja sob seu controle, nas palmas de suas poderosas mãos. Veja a mensagem que o Senhor Jesus passa às Igrejas:

5  e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados,
6  e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!
7  Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém!
8  Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso (Ap 1.5-8).

Jesus se apresenta como aquele que permaneceu fiel mesmo ante ao tribunal dos homens e não se acovardou diante da cruz e, apesar de ter morrido, ressuscitou, estando não somente vivo, mas sendo o Soberano dos reis da terra, ou seja, sobre todos aqueles que governam sobre a terra, inclusive sobre aqueles que perseguiam e matavam os cristãos. Jesus se apresenta como aquele que é poderoso desde o início e o será até ao fim e um dia voltará, e quando este dia chegar todos se lamentarão, desde aqueles que o crucificaram até àqueles que hoje ainda perseguem e matam os cristãos. Jesus se apresenta como o Pastor que ama as suas ovelhas e não as abandona a mercê dos lobos.
Esta não é uma mensagem relevante também para nossos dias? Ainda hoje a Igreja continua sendo perseguida e a intimidação do inimigo continua assombrando a vida daquele que abraça a fé em Cristo em grande parte do globo terrestre. Mais do que nunca a Igreja precisa estar ciente da Soberania de Deus, do controle de Deus sobre seus inimigos, da necessidade de vencer estes inimigos pela fidelidade e ser encorajada a permanecer fiel. Nunca devemos nos esquecer das palavras de Cristo quando disse:

18  Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim (Jo 15.18).

Enquanto estiver neste mundo a Igreja do Senhor Jesus será odiada e o ensino de Jesus a respeito de perseguição não deve ser esquecido. Ele nos advertiu quando disse:

10  Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
11  Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.
12  Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós (Mt 5.10-12).

A perseguição seria certa para aquele que entrava no caminho de Deus, mas não deveria ser um mal que venha a trazer medo e vergonha, mas sim regozijo pelo privilégio de sofrer por Cristo. E Jesus continua sua apresentação à Igreja:

11  dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.
12  Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro
13  e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro.
14  A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo;
15  os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas.
16  Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força.
17  Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último
18  e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno (Ap 1.11-18).

A forma como Jesus se apresenta à Igreja nos traz segurança diante de Sua Soberania. Jesus não se apresenta como aquele carpinteiro que tinha uma vida modesta na cidade de Nazaré. Não se apresenta como aquele que chora diante da dor da morte. Não se apresenta como aquele que teve sede e pediu água. Não se apresenta como aquele que suava gotas de sangue no Monte das Oliveiras. Ele se apresenta como Rei Soberano que reina e reinará para sempre.
Quando olhamos para o mundo hoje o que vemos é que ele parece que está fora do controle de Deus. Qualquer um que leia os jornais pode chegar a esta conclusão. Parece que o ônibus da história mundial está descendo uma enorme ladeira sinuosa sem ninguém ao volante. Quando lemos o livro de Apocalipse e entendemos a sua mensagem percebemos que não é assim. Percebemos que há alguém no controle, que há um plano vitorioso e as coisas estão caminhando para a consumação final deste plano.

2 – A atualidade de seu propósito: Confortar a Igreja

O grande propósito de Apocalipse é confortar a Igreja militante em seu conflito contra o mal para ela entender que Seu Senhor reina sobre todos, que Ele está com o controle de todas as coisas e que sua vida está segura nas poderosas mãos de Cristo.
Apocalipse nos diz que o Senhor Jesus vê as lágrimas de sua Igreja e enxuga estas lágrimas. Diz também que Deus ouve as orações da Igreja. Este consolo nos é oferecido em meio as perseguições. Este consolo pode ser visto no exemplo de Paulo que, mesmo enfrentando tremendas perseguições, encontrou forças para dizer:

8  por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama, como enganadores e sendo verdadeiros;
9  como desconhecidos e, entretanto, bem conhecidos; como se estivéssemos morrendo e, contudo, eis que vivemos; como castigados, porém não mortos;
10  entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo (2 Co 6.8-10).

Apocalipse diz que aquele que está em Cristo é vencedor mesmo quando este sofre um martírio. Diversas vezes Jesus repetiu:

7  ... Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus (Ap 2.7).
17  ... Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe (Ap 2.17).
26  Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações,
27  e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro;
28  assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã (Ap 2.26-28).
12  Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome (Ap 3.12).
21  Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono (Ap 3.21).

E quem é o vencedor? Aquele que consegue enganar seus perseguidores, fugir de seus inimigos e permanecer vivo até sua velhice seguindo a Cristo? Não. O vencedor é aquele que é fiel até ao fim, mesmo diante da morte:

10  Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.10).

Porque nem a morte pode nos separar de Deus.

38  Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
39  nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.38-39).

Porque aquele que crê no Senhor Jesus não morre, mas passa da morte para a vida:

24  Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida (Jo 5.24).

E para uma Igreja que estava vendo seus fieis serem mortos, Deus diz:

13  Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham (Ap 14.13).

Diz a Bíblia que quando o anticristo surgir ele vai prevalecer contra os santos. Como ele vai prevalecer? Matando-os. O anticristo vai matar muitos cristãos. Mas os cristãos vão vencê-lo pelo poder de Cristo. Sabe como? Sendo fiel até à morte, preferindo morrer a negar seu Senhor. Pela palavra do testemunho eles serão vencedores. Assim a Bíblia descreve os vencedores:

13  Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?
14  Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro,
15  razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo.
16  Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum,
17  pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima (Ap 7.13-17).

É na grande tribulação que surgirá o anticristo. Apocalipse ainda diz que o sangue dos mártires será vingado:

9  Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam.
10  Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?
11  Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram (Ap 6.9-11).

Quando olhamos para o futuro que Apocalipse nos revela o que sentimos é o conforto de vermos a aplicação justa do juízo de Deus aos inimigos da Igreja. O profeta Isaias já falava deste juízo de Deus:

17  Terror, cova e laço vêm sobre ti, ó morador da terra.
20  A terra cambaleará como um bêbado e balanceará como rede de dormir; a sua transgressão pesa sobre ela, ela cairá e jamais se levantará.
21  Naquele dia, o SENHOR castigará, no céu, as hostes celestes, e os reis da terra, na terra.
22  Serão ajuntados como presos em masmorra, e encerrados num cárcere, e castigados depois de muitos dias (Is 24.17, 20-22).

Quando Deus derrama as sete taças sobre a terra o que podemos ver é que nelas a ira de Deus é final. As taças são a consumação da ira de Deus sobre os inimigos, os perseguidores e os algozes da Igreja. A besta, o falso profeta, a grande meretriz e todos aqueles que possuem a marca da besta serão sentenciados ao fogo eterno. Este é o consolo que o livro de Apocalipse transmite para a Igreja.

3 – A atualidade de seu tema: A vitória de Jesus e de sua Igreja

Jesus está reinando hoje e convém que Ele reine até que coloque todos os inimigos debaixo dos estrados de seus pés. Que inimigos são estes? O diabo, o anticristo, o falso profeta, a grande meretriz, aqueles que receberam a marca da besta, o inferno e a morte que será o último inimigo a ser vencido. Quando todos estes inimigos estiverem liquidados o Senhor Jesus entregará o reino ao Seu Deus e Pai para que Deus seja tudo e em todos.

23  Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.
24  E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder (1 Co 15.23,24).

O livro de Apocalipse foi escrito no tempo em que a Igreja de Jesus Cristo era perseguida implacavelmente pelo Império Romano e era alvo da tirania de seus imperadores. O grande tema deste livro é a vitória de Jesus Cristo e de Sua Igreja contra todos os seus inimigos. A mensagem deste tema é muito significante em Apocalipse. Nos capítulos 12, 13 e 14 são introduzidos os grandes inimigos de Deus e da Igreja. Quais são eles: o dragão (capítulo 12):

3  Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas (Ap 12.3).

A besta que surge do mar que é o anticristo (capítulo 13):

1  Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia (Ap 13.1).

E a besta que surge da terra que é o falso profeta (capítulo 13):

11  Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão (Ap 13.11).

E também a grande meretriz ou a grande babilônia (capítulo 17):

3  Transportou-me o anjo, em espírito, a um deserto e vi uma mulher montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres.
4  Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias da sua prostituição.
5  Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: BABILÔNIA, A GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA (Ap 17.3-5).

A grande babilônia é a religião apóstata, mas é também, segundo o capítulo 18, o sistema político e econômico, corrompido, maligno, opressor, que se mancomunou com as forças do mal para oprimir a Igreja:

3  pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua luxúria (Ap 18.3).

Estes quatro inimigos são apresentados nestes três capítulos. Já nos capítulos 17, 18, 19 e 20, vamos ver a queda destes inimigos, mas em ordem inversa aos de seu surgimento. Nos capítulos 17 e 18 encontramos a queda da grande babilônia. A grande babilônia tem uma importância escatológica tal que dois longos capítulos de Apocalipse são dedicados a sua queda. No capítulo 17 é a queda da babilônia religiosa, a grande meretriz, ataviada com suas roupas claras, com as suas joias requintadas que embriagou os homens com a sua prostituição e com a sua sedução e que se embebedou com o sangue dos cristãos, provocando grande morticínio na história:

1  Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas (Ap 17.1).

No capítulo 18 a queda já não é da babilônia religiosa, mas é a babilônia política e econômica, sistema de governo opressor, maligno que se mancomuna com todas as forças do mal para oprimir a Igreja:

2  Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável (Ap 18.2)

Já no capítulo 19 podemos ver que o Senhor Jesus vai lançar no lago de fogo a besta e o falso profeta:

20  Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem. Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre (Ap 19.20).

E no capítulo 20 vamos encontrar a prisão do grande dragão que será lançado também no lago de fogo:

10  O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos (Ap 20.10).

Quem mais é lançado lá além da meretriz, do falso profeta, do anticristo e do dragão? Aqueles cujos nomes não foram encontrados no livro da vida.

15  E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo (Ap 20.15).

Primeiro Coríntios diz que o último inimigo a ser vencido é a morte.

26  O último inimigo a ser destruído é a morte (1 Co 15.26).

E no capítulo 20 o Senhor lançou também a morte no lago de fogo:

14  Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo (Ap 20.14).

A morte e o inferno foram igualmente lançados no lago de fogo, inimigos estes que estavam sob o domínio de Cristo:

18  e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno (Ap 1.18).

Desta forma Deus fecha a cortina, não tem mais inimigo nenhum porque todos estão derrotados.
Estes são os mesmos inimigos que ainda hoje assola a Igreja. Eles ainda não foram derrotados pelo Cordeiro de Deus que se encontra assentado no Trono. As forças do mal através da força política tem martirizado a Igreja, mas a Igreja de Cristo, ainda que martirizada, será vencedora, porque todos os inimigos que se aliam contra a Igreja do Senhor Jesus vão cair um por um. O dragão vai cair. A besta vai cair. O anticristo vai cair. O falso profeta vai cair. A grande meretriz vai cair. Aqueles que possuem a marca da besta vão cair. A morte vai cair. Todos serão derrotados pelo Cordeiro que se assenta no Trono.

Conclusão

Apocalipse fala da Soberania de Cristo, de como a Igreja está em suas mãos, como Ele tem todas as coisas sob seu controle e como a Igreja caminha para sua vitória final. Apocalipse encoraja a Igreja a prosseguir fiel em tempos difíceis.
A mensagem de Apocalipse é atual, o estudo deste livro nos encoraja a continuar lutando porque a vitória final é da Igreja do Senhor Jesus. O reino será do Senhor Jesus quando Ele voltar. De que lado você está nesta peleja, do lado de Cristo e da sua Igreja ou do lado do dragão e de seus agentes. Não tem meio termo. Não tem como ficar em cima do muro. Ou você está de um lado ou de outro.

Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia principal: Rev. Hernandes Dias Lopes

segunda-feira, 20 de maio de 2013

AS SETE CARTAS DE APOCALIPSE - LIÇÃO I – APOCALIPSE: REVELAÇÃO DOS PROPÓSITOS FINAIS DE DEUS PARA A IGREJA E SEUS INIMIGOS



1  Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João,
2  o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu.
3  Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo.
4  João, às sete igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono
5  e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados,
6  e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém! (Ap 1.1-6)

Introdução

O grande tema do livro de Apocalipse é Jesus e a sua Igreja. A mensagem do Apocalipse foi enviada, primariamente, “às sete igrejas que se encontram na Ásia”. Este fato é frisado várias vezes no primeiro e no último capítulo:

4  João, às sete igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono.
11  dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia (Ap 1.4, 11).
16  Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante Estrela da manhã (Ap 22.16).

Estas Igrejas estavam sofrendo dura perseguição e precisavam de fortalecimento. Os capítulos 2 e 3 de Apocalipse são direcionados, especificamente, a estas igrejas, com uma mensagem especial para cada uma delas. Cada congregação era independente, com seus próprios desafios e sua própria personalidade. Cada uma recebeu um comunicado diretamente de Jesus, e lhe caberia responder diretamente pela sua obediência ou rebeldia.
O objetivo de Jesus enviar uma carta para cada Igreja era para corrigir problemas peculiares de cada Igreja e motivá-las a permanecerem fiel. O conteúdo de cada carta é específico e fala a respeito das necessidades da própria congregação citada.
Estas sete Igrejas são mais do que igrejas que viviam na Ásia, pois havia mais de sete igrejas na Ásia. Por isso, estas Igrejas são, na verdade, uma representação de todas as Igrejas, de todos os tempos, de todos os lugares. Elas são uma representação da Igreja Universal de Cristo. Podemos notar isso no início do livro. Apesar de Apocalipse ter sido escrito para as sete Igrejas, ele é ao mesmo tempo direcionado para todas as igrejas de uma forma geral:

1  Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João,
3  Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo (Ap 1.1,3).

O texto não faz distinção de quem obedece. Alguns estudiosos ensinam que estas Igrejas representam períodos distintos da história. Dizem que Éfeso representa a Igreja primitiva, Esmirna representa a Igreja sofredora, Pérgamo representa a Igreja do período de casamento com o Estado, Tiatira representa a Igreja da Idade Média, Sardes representa um símbolo da Igreja da Reforma, Filadélfia representa a Igreja das missões e Laodicéia representa a Igreja apóstata dos tempos atuais.
Não concordamos com isso porque cada Igreja pode representar todo o período da história da Igreja. Existe dentro de uma mesma congregação gente piedosa, gente que anda com Deus e gente que está apostatando da fé. Há dentro da Igreja pessoas prontas para morrerem por Cristo e pessoas que estão abandonando o caminho da verdade. Por isso, cremos que cada Igreja tem representatividade em todos os períodos da história da Igreja, inclusive hoje.
Jesus Cristo, ao andar por entre as Igrejas, diagnostica os males que estão afetando e atingindo as Igrejas. Que males são esses? Jesus detectou:
- Esfriamento na Igreja de Éfeso;
- Perseguição da Igreja de Esmirna;
- Heresias na Igreja de Pérgamo;
- Imoralidade na Igreja de Tiatira;
- Presunção espiritual na Igreja de Sardes; e
- Apatia na Igreja de Laodicéia.
Os efésios se mostraram fortes em doutrina e fracos em amor. Os irmãos de Esmirna foram materialmente pobres e espiritualmente ricos. A Igreja de Pérgamo resistiu às perseguições, mas tolerava a falsa doutrina de Balaão. A de Tiatira era uma Igreja muito ativa, mas que não tirou a má influência de uma mulher imoral e idólatra. Entre a Igreja quase morta em Sardes e a congregação morna em Laodicéia, encontravam-se os irmãos perseverantes e fiéis em Filadélfia. Jesus elogiava as virtudes e corrigia os problemas detectados.
Olhando para estas sete Igrejas, podemos notar que duas Igrejas recebem apenas elogios do Senhor Jesus, que são as de Esmirna e Filadélfia. Não há contra elas nenhuma palavra de censura. Quatro Igrejas vão receber elogios e também censuras de Jesus: Éfeso, Pérgamo, Tiatira e Sardes. E tem uma Igreja que recebe somente censura de Jesus, a Igreja de Laodicéia. Não há nenhum elogio àquela Igreja.
As divisões destas quatro cartas estão sempre em quatro aspectos: Apresentação de Jesus, apreciação de Jesus, reprovação de Jesus e promessas feitas por Jesus. Desta forma vamos analisar estas sete cartas. Porém, antes de estudar as cartas, vamos falar sobre alguns aspectos importantes do livro de Apocalipse e, principalmente, sobre o Autor das cartas: Jesus Cristo.

LIÇÃO I – APOCALIPSE: REVELAÇÃO DOS PROPÓSITOS FINAIS DE DEUS PARA A IGREJA E SEUS INIMIGOS

O livro de Apocalipse fala do plano de Deus na história da humanidade. Já vimos que os três primeiros capítulos são direcionados especificamente para as sete Igrejas da Ásia. A partir do capítulo 4 deste livro há uma perseguição implacável do mundo contra a Igreja e a partir do capítulo 8, o juízo de Deus vem sobre o mundo como trombetas de avisos solenes por causa da perseguição deste mundo contra a sua Igreja.  Mais tarde, as taças da ira de Deus caem sobre o mundo que já estará maduro para o seu juízo. Por esta razão, para conforto e fortalecimento da Igreja, é de suma importância estudar a mensagem que Jesus manda às Igrejas.

1 – O teor da revelação de Apocalipse

O livro de Apocalipse revela o plano de Jesus Cristo para a sua Igreja

1  Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer ...

Não é exagero afirmar que o livro de Apocalipse seja um dos livros da Bíblia mais desconhecidos pelos cristãos. Isso se deve, talvez, por alguns preconceitos. Alguns acham este livro difícil demais para entender, outros o acham muito misterioso cheio de enigmas. Mas a palavra “apocalipse” significa revelação. Isso significa que Jesus Cristo levantou a ponta do véu para mostrar com clareza o que estava escondido. Neste livro Deus levanta as cortinas da história e revela a grande vitória de Jesus Cristo e da sua Igreja contra todas as hostes do mal que conspiram contra ela.
Então, o livro de Apocalipse não esconde, ele revela este plano de Deus, apesar desta revelação vir através de símbolos e enigmas, pois encontramos em Apocalipse as figuras dos sete candeeiros, dos sete selos, das sete trombetas e das sete taças. Encontramos também as figuras de um Cordeiro, uma besta e de uma mulher assentada sobre sete montes. São símbolos que não podem ser literalizados e que revelam grandes verdades neles representados.
Podemos dizer que Apocalipse tem tudo a ver com as parábolas de Jesus. Elas revelam verdades importantes aos filhos sobre o Reino de Deus e, ao mesmo tempo, ocultam estas verdades àqueles que sãos hostis a este Reino.
Outro preconceito que envolve o livro de Apocalipse é o fato de alguns acharem este livro cheio de catástrofes. Filmes e reportagens com temas apocalípticos fazem as pessoas relacionarem tragédias com este livro. Mas Apocalipse não fala de tragédias, ele fala de um plano glorioso que Deus traçou e que Deus está levando a efeito. Apocalipse fala de uma vitória planejada, executada programadamente por Deus por meio de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus e da sua Igreja. Portanto, este livro não é tragédia, mas é vitória! É o triunfo do Cordeiro de Deus e de sua Igreja! Por essa razão este livro deveria ser mais lido nas igrejas. Nele o Senhor Jesus diz:

3  Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo.

No mundo como hoje, com tantas confusões, tantos desencontros, tantos desacertos, tantos desentendimentos, com o mal prevalecendo de uma maneira tão intensa, tudo isso nos leva a questionar quem está governando o mundo hoje, Deus ou o diabo? Lendo o livro de Apocalipse você vai entender que este é o livro da Soberania de Deus. Este livro registra a palavra trono 47 das 67 vezes que ela aparece na Bíblia. Este livro é o livro do Trono de Deus. Ele revela quem está assentado no Trono e que Deus está no controle da História, da Igreja e da sua vida.
Apocalipse é o livro que vai lhe dizer o quanto que Deus conhece você e as suas aflições, dizer que Deus enxuga as suas lágrimas e escuta as suas orações, dizer que Deus te faz triunfar mesmo que você sofra um martírio, dizer que Deus, ao chamá-lo para a eternidade, lhe chamará de bem-aventurado, pois a Bíblia diz:

13  Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham (Ap 14.13).

Apocalipse é o livro que nos diz que Deus está no Trono e o Cordeiro está com o livro na mão e que vai discernir os destinos e os rumos da História. Então, estudar este livro é algo magnífico. Estudar Apocalipse é altamente consolador porque ele relata a vitória final da Igreja sobre seus grandes inimigos através do poder do Cordeiro de Deus que está assentado no Trono.

2 – O intermediário da revelação: João, o discípulo amado

1  ... e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João,
2  o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu.

Apocalipse foi escrito pelo Apóstolo João durante o governo de Domiciano, por volta do ano 90 a 96. Domiciano foi chamado de II Nero, sendo o imperador romano que arrogou para si o título de senhor e deus e que abre contra a Igreja uma perseguição brutal e sangrenta, período em que João, já idoso, é deportado para a ilha de Patmos. Deus, então, aparece a ele nesta ilha. Revela-se a ele através de Seu Filho em uma manifestação de glória e manda uma mensagem às igrejas da Ásia. Quando chegamos ao capítulo 4 deste livro, João recebe uma mensagem:

1  Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas (Ap 4.1).

Deus abre o cenário e mostra o tempo do fim ao seu servo. Com isso aprendemos uma grande lição: Deus transforma nossas tragédias em triunfo! João foi deportado para a ilha de Patmos para trabalhos forçados, para isolá-lo da Igreja e ele era naquela época pastor da igreja de Éfeso. Este homem idoso fica sozinho em uma ilha, local dos exilados políticos dos imperadores, recebendo maus tratos, com escassez de pão e trabalhos forçados. Quando tudo parece uma tragédia para a Igreja pelo fato do único representante apostólico direto ainda vivo ser mandado para um exílio, Deus abre a porta do céu e lhe diz: sobe pra cá.
Por isso, quando você sentir que está em um beco sem saída, lembra que Deus pode lhe abrir a porta do céu. Quando você está em uma situação em que não vê nenhum escape, nenhuma saída pense que Deus pode abrir uma porta surpreendente e despertar um novo horizonte na sua vida.
Quando um crente é derrotado pelo diabo sendo preso, ele o vence preferindo a própria morte a negar ao seu Senhor, e nesta morte ele vence ao diabo e seus aliados. Mesmo martirizado o cristão é vencedor. Um crente fiel ao Senhor Jesus é invencível porque ele triunfa mesmo morrendo.
Em um tempo em que a Igreja estava sendo altamente perseguida aprouve a Deus que João escrevesse estas verdades em símbolos para que a Igreja pudesse entender com clareza esta mensagem e que os infiéis nada pudessem entender dela.

3 – A felicidade reservada aos destinatários da revelação

3  Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo.

Os três primeiros capítulos de Apocalipse falam sobre os sete candeeiros, ou as sete Igrejas. Tudo gira em torno destas sete Igrejas, como Jesus está no meio delas, como Jesus as conhece, como Jesus as sonda, como Jesus as exorta, como Jesus as corrige, como Jesus as consola e como Jesus as encoraja a serem fiel.
A Palavra de Deus diz que aqueles que são fieis aos mandamentos de Deus recebem promessas especiais de Deus: A felicidade. Desta forma a felicidade é resultado da obediência a Deus. Nenhum cristão pode ser feliz sendo infiel a Deus, nenhum cristão pode construir sua felicidade com os alicerces da rebeldia.
O cristão que é infiel a Deus, não dando ouvidos aos seus mandamentos, colhe infortúnio, tragédias e angústias porque segue pela estrada escorregadia da desobediência, se envolve com amizades perniciosas e frequenta lugares perigosos. Nesta situação muitos cristãos se perdem e se desesperam e tornam-se pessoas desgostosas da vida porque tapam os ouvidos para não escutarem a voz de Deus.
Cristão obediente é cristão feliz. Cristão que obedece a Deus é cristão que experimenta a verdadeira felicidade. A felicidade está no banquete da obediência e não nas mesas da rebeldia.

1  Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos!
2  Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem (Sl 128.1,2).

O povo de Israel tinha grandes promessas de felicidade e prosperidade resultantes de sua fidelidade a Deus. Deus sempre encorajou seu povo a lhe ser fiel para que as nações vissem que o Senhor era o único Deus. Se Israel tivesse sido fiel e tivesse ouvido ao seu Deus teria evitado em sua história muitas tragédias e ele teria sido testemunha viva para as nações de um Deus grandioso, glorioso, soberano, que tem ouvidos para ouvir e responde quando lhe procuram.
Para este mesmo fim existe a Igreja. Jesus Cristo é conhecido no mundo através da sua Igreja. A Igreja é o corpo de Cristo na terra. O mundo conhece a Cristo quando vê Cristo na Igreja. A Igreja revela Cristo ao mundo.
Quando João estava na ilha de Patmos, ele recebe uma visão grandiosa de Cristo glorificado. Ele escuta uma voz vinda de cima como uma voz de trombeta. Quando se virou para ver quem falava com ele, viu sete candeeiros de ouro, ou seja, quando ele se volta, não vê Cristo, ele vê a Igreja e no meio da Igreja aquele que havia sido morto, mas está vivo pelos séculos dos séculos.
Ninguém pode ver Cristo fora da Igreja. Cristo se dá a conhecer no meio da Igreja e não à parte da Igreja. Mas para que isso aconteça a Igreja precisa ser fiel a Deus. Precisa escutar a voz de Deus. Por isso é difícil concordar com aqueles que dizem: quero Cristo, mas não a Igreja. Não podemos separar Cristo da Igreja, assim como não podemos separar a cabeça do corpo.
Ninguém pode ser salvo sem fazer parte da noiva, do corpo de Cristo, porque todo aquele que é salvo, regenerado, batizado pelo Espírito Santo, ele é enxertado no corpo de Cristo. Não pode haver salvação fora da Igreja do Deus vivo. É óbvio que não estamos falando da igreja organizacional, mas da Igreja Universal de Cristo.
A Igreja precisa estar atenta a estas verdades porque o estudo das sete cartas vai nos mostrar que dentro da igreja denominacional há pessoas salvas e não salvas, que dentro dela há uma igreja viva, mas há também uma sinagoga de satanás, há pessoas fiéis, mas há também aqueles que seguem a doutrina de Balaão, que se prostitui e nega sua fidelidade a Cristo.
Não podemos confundir religiosidade com conversão e nem podemos dormir o sono da morte, porque possa ser que sejamos mortos como a Igreja de Sardes, ou podemos ser vomitados como a Igreja de Laodicéia. O estudo destas cartas vai nos encorajar para uma vida de fidelidade.

Conclusão

O livro de Apocalipse visa encorajar a Igreja em tempos difíceis. Para uma Igreja perseguida, torturada, acuada, profundamente atacada pelo mundo e pelas hostes do mal, era necessária uma mensagem vinda diretamente de Deus para que entendessem que a vida desta Igreja está nas mãos de Seu Senhor e que a própria história da humanidade está nas mãos de Seu Senhor. Este livro deixa evidente a volta de Cristo para buscar a Sua Igreja. Deixa claro que não há meio termo, ou você está do lado de Cristo, da sua Igreja, ou você está do lado da besta, do falso profeta, da grande meretriz. Apocalipse afirma que você estará diante do Trono de Cristo e naquele dia poderá receber as benditas palavras: “vinde benditos de meu Pai, para o Reino que vos tenho preparado”, ou então ouvirá: “apartai-vos de mim, malditos para o fogo eterno”.

Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia principal: Rev. Hernandes Dias Lopes