14 Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas
coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de
Deus:
15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem
quente. Quem dera fosses frio ou quente!
16 Assim, porque és morno e nem és quente nem
frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;
17 pois dizes: Estou rico e abastado e não
preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre,
cego e nu.
18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado
pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de
que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os
olhos, a fim de que vejas.
19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê,
pois, zeloso e arrepende-te.
20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir
a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele,
comigo.
21 Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no
meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.
22 Quem tem ouvidos, ouça o que
o Espírito diz às igrejas (Ap 3.14-22).
A
cidade de Laodicéia: A cidade de Laodicéia era muito importante
estrategicamente porque ficava no cruzamento das principais rotas comerciais do
mundo. Fundada em 250 a.C. por Antíoco, da Síria, tornou-se uma cidade muito
rica. A cidade de Laodicéia tinha uma alta opinião de si mesma. Ela fora
totalmente destruída por um terremoto e rejeitou a ajuda do Império para sua
reconstrução, sendo reconstruída por seus próprios recursos, pois se
considerava rica e abastada. Por encontrar-se no cruzamento de rotas
comerciais, esta cidade aprendeu a conviver com diversas culturas e valores,
ganhando a fama de ser uma cidade tolerante por entender que todas as coisas
eram boas e que todas as ideias eram positivas.
A cidade de Laodicéia era
conhecida por quatro marcas das quais se orgulhava: Era o centro bancário e
financeiro da Ásia naquele tempo, cidade rica, cheia de milionários. Era o
centro da indústria têxtil da Ásia, um pólo industrial que exportava sua lã
para o mundo inteiro e orgulhavam de suas roupas nobres que eles mesmos
produziam. Era um centro médico de alta importância, especialmente na área da
oftalmologia, pois tinha uma importante escola de medicina que produzia um pó
chamado de pó frigio o qual fazia milagre na cura dos olhos. Era também um
importante centro de águas térmicas, tornando-se um centro turístico.
Introdução
A Igreja de Laodicéia,
inserida no contexto da cidade, ganhou a cara da cidade, assimilando a cultura
e a religiosidade daquela cidade, tornando-se uma Igreja complacente e
intransigente. Em vez de influenciar a cidade, a cidade moldou a Igreja.
Jesus Cristo, sendo
completamente pertinente em sua comunicação, pega este gancho do aspecto
cultural da cidade para aplicar verdades espirituais àquela Igreja e chamar a
sua atenção.
Entre todas as cartas que o
Senhor Jesus enviou para as Igrejas da Ásia, esta pode ser considerada a mais
severa. Jesus não fez nem sequer um elogio a esta Igreja. Laodicéia tinha a sua
opinião sobre si mesma e esta opinião estava completamente equivocada. Jesus
diagnostica a Igreja de Laodicéia. Que conclusão Jesus chega?
1
– A apresentação de Jesus à Igreja de Laodicéia
A apresentação de Jesus
sempre está relacionada ao problema da Igreja. Qual era o problema da Igreja de
Laodicéia? Falta de fervor espiritual. Era uma Igreja apática, que nem era fria
e nem era quente. E como Jesus se apresenta a uma Igreja assim?
A
– Jesus se apresenta como aquele que tem autoridade absoluta
14 Ao anjo da igreja em
Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, ...
Esta palavra vem de origem
hebraica. Quando está no começo de uma afirmação significa “certamente” ou
“verdadeiramente”. Quando ela está no fim, pode ser entendida como “que seja
assim”. Significa que Jesus é a palavra final, a autoridade absoluta da Igreja.
E por que Jesus se apresenta assim? Jesus iria repreender duramente esta Igreja
e estava dizendo a ela que Ele tinha autoridade para isso.
B
– Jesus se apresenta como a testemunha fiel e verdadeira
14 Ao anjo da igreja em
Laodicéia escreve: Estas coisas diz ... a testemunha fiel e verdadeira...
Jesus traz o verdadeiro
testemunho sobre seu Pai e a vontade dele para com os homens. Ele fala a
verdade em cada promessa e em cada advertência que vem da sua boca. E quando
lemos o Evangelho de João e suas cartas percebemos esta verdade.
Eu sou a testemunha fiel e
verdadeira. Ao afirmar isso Jesus sustenta sua autoridade para perguntar àquela
Igreja: o que é que está acontecendo com a sua vida? Conheço o estado de sua
alma, Eu tenho o diagnóstico perfeito de sua situação espiritual.
C
– Jesus se apresenta como o princípio da criação de Deus
14 Ao anjo da igreja em
Laodicéia escreve: Estas coisas diz ...
o princípio da criação de Deus:
Jesus não foi criado. Ele
não veio a existir. Ele é eterno. Ele é Deus. Quem não aceitar este fato morrerá
em sua incredulidade. Mais uma vez Jesus destaca a sua autoridade para
repreender a Igreja.
2
– A apreciação de Jesus à Igreja de Laodicéia
Depois de reafirmar a sua
autoridade, Jesus fez como em todas as igrejas, Ele expressa o seu conhecimento
íntimo e completo daquela Igreja. Jesus não faz nenhum elogio àquela Igreja. O
que foi que Ele viu naquela Igreja?
A
– Jesus percebeu que aquela Igreja havia perdido o seu vigor espiritual
15 Conheço as tuas obras, que
nem és frio nem quente...
Cristo conhecia aquela
Igreja. Ele faz um diagnóstico daquela Igreja e diz: Esta Igreja esta morta. E
nesta análise podemos perceber a astúcia de Satanás. Ele é tão astuto que, ao
ler as cartas, você pode ver ele perseguindo a Igreja, introduzindo na Igreja
falsos ensinos, falsos mestres e incitando os crentes à imoralidade.
Entretanto, a Igreja de
Laodicéia não enfrenta nada disso. O problema desta Igreja não é teológico, não
é moral. Ela não tem falsos mestres, ela não tem falsa doutrina, ela não tem
heresia. Esta Igreja não sofre perseguição! O problema desta Igreja é que ela
está absolutamente acomodada e satisfeita consigo mesma. Ela se autoexamina e
chega a conclusão de que tudo está bem demais, pois não tem escândalo, não tem
heresia, não tem falsos mestres e tudo caminha calmamente. Ela tem influência
na sociedade, ela tem membros ricos e influentes na comunidade. Quando Jesus
diagnostica esta Igreja, Ele percebe a sutileza dela perder o seu fervor
espiritual e não se aperceber disso.
Quando olhamos para a Bíblia
podemos perceber a existência de três corações. Há o coração ardente, aquecido
pelo fervor espiritual. Há o coração frio em que o amor se esfriou, acabou. E o
terceiro encontramos aqui em Laodicéia, que é o coração morno, que são de
crentes nem quentes e nem frios, não são nem incrédulos e nem fervorosos, são
crentes que não rejeitam a Deus, mas que também não vibram por Ele.
Temos que ter muito cuidado
com o fogo que arde em nosso coração para ele não se apagar, porque a tendência
do fogo é apagar-se. Se você não reavivar esta chama, se você não assoprar esta
chama, se você não mexer este braseiro este fogo pode se apagar e você nem terá
percepção de que ele se apagou. Temos que ter luz nos olhos e fogo no coração,
mas muita cautela com os excessos para não nos descambarmos para o entusiasmo sem
valor.
B
– Jesus afirma que um crente morno é pior do que um incrédulo
15 ... Quem dera fosses frio ou
quente!
Havia nesta região duas
cidades muito próximas de Laodicéia, que era a cidade de Colossos e a cidade de
Hierápolis. A cidade de Colossos era a cidade das águas frias e a cidade de
Hierápolis era a cidade das águas quentes. Ambas as cidades eram cidades saúde,
aonde as pessoas vinham para banhos, vinham para férias e tanto as águas frias
quanto as águas quentes eram águas terapêuticas. Mas, estas águas quentes de
Hierápolis, ao passarem pela cidade de Laodicéia, elas chegavam ali mornas.
Jesus pega este fato e aplica a Igreja: Quem dera você fosse água quente, quem
dera fosse água fria, porque tanto a água quente quanto a água fria são
terapêuticas, mas você é como a água morna, e água morna provoca vômito.
Pode parecer estranho, mas é
isto que o Senhor Jesus está dizendo àquela Igreja. Jesus está dizendo que um
incrédulo, que reconhece a sua situação de falência espiritual, está em uma
posição mais privilegiada do que um crente morno, absolutamente apático às
coisas de Deus, sem nenhuma consciência de sua apatia. Jesus já havia dito
palavras duras assim aos fariseus quando disse:
31 Qual dos dois fez a vontade
do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino
de Deus (Mt 21.31).
Há muita semelhança entre os
fariseus e a Igreja de Laodicéia. Os fariseus entendiam que estavam muito bem e
não tinham consciência de quão enfermos eles estavam espiritualmente diante de
Deus.
3
– A reprovação de Jesus à Igreja de Laodicéia
O que Jesus reprovou naquela
Igreja? Jesus olhou para a Igreja de Laodicéia, contente no seu estado de autossuficiência
e falsa confiança, e sentiu vontade de expulsá-la de sua presença.
A
– Jesus reprovou a frieza espiritual daquela Igreja
16 Assim, porque és morno e nem
és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;
É muito chocante estas
palavras de Jesus. Elas afirmam que um crente morno, ao invés de ser o prazer
de Deus, provoca náuseas em Deus. É muito difícil enfrentar esta realidade. O
ponto positivo aqui é que você lança para fora apenas o que está dentro de
você. Isso nos mostra que, apesar das reprovações àquela Igreja, ela era uma
Igreja do Senhor Jesus. E isso também nos mostra que existe a possibilidade de
pertencermos a Igreja e não sermos prazer a esta família, mas sim ser motivo de
desgosto para ela.
Pai e mãe criam filhos com a
maior alegria, maior zelo, mas muitos filhos não reconhecem o amor dos pais,
não valorizam o investimento dos pais, não agradecem aquilo que seus pais fazem
por eles e ao invés de proporcionarem alegria aos corações dos pais provocam
desgostos e sofrimentos.
Jesus olha para aquela
igreja e diz: Eu te amo, mas você está me fazendo sofrer. Eu te amo, mas você
está provocando náuseas em mim. Este não é o projeto de Deus para a Igreja. O
fim principal da Igreja é se deleitar em Deus e promover a glória de Deus, pois
somos filhos, herdeiros, a menina dos olhos de Deus, a delícia de Deus, em quem
Deus tem todo o seu prazer. Foi para isso que Deus nos remiu.
É muito dramático ver a
Igreja de Laodicéia que foi redimida por Deus, criada para ser o deleite de
Deus, mas estar provocando náuseas em Deus.
B
– Jesus reprovou a autoconfiança da Igreja
17 pois dizes: Estou rico e
abastado e não preciso de coisa alguma...
Neste verso Jesus fala da
tragédia do autoengano “estou rico e abastado”. Esta era a ideia que a Igreja
tinha de si mesma, semelhante aquele fariseu que chega ao templo para orar:
11 O fariseu, posto em pé, orava de si para si
mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque
não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda
como este publicano;
12 jejuo duas vezes por semana e
dou o dízimo de tudo quanto ganho (Lc 18.11,12).
Enquanto que o publicano:
13 O publicano, estando em pé,
longe, não ousava nem ainda levantar os
olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim,
pecador! (Lv 18.13).
O fariseu tinha uma opinião
absolutamente elevada de si mesmo. O Senhor Jesus olha para ele e diz que ele
está inteiramente equivocado e fala quem fora aceito por Deus:
14 Digo-vos que este (o
publicano) desceu justificado para sua casa, e não aquele (o fariseu); porque todo o que se exalta será humilhado;
mas o que se humilha será exaltado (Lc 18.14).
A Bíblia diz do grande risco
e da possibilidade de termos nas igrejas crentes professos autoenganados até ao
dia do juízo final. Tome muito cuidado para não cair nesta cilada, de achar que
está tudo muito bem com você, de achar que pelo fato de você ser crente ou
filho de pais crentes, de ser membro da Igreja, de ser batizado, de ser aluno
da Escola Dominical, que isto por si só lhe dá a garantia e a segurança de que
está tudo bem com a sua alma. É necessário avaliar de uma maneira mais profunda
esta questão. Jesus diz:
22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor,
Senhor! Porventura, não temos nós
profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome
não fizemos muitos milagres?
23 Então, lhes direi
explicitamente: nunca vos conheci.
Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade (Mt 7.22,23).
Eles eram crentes, mas
viviam uma vida de marasmo espiritual. A Igreja de Laodicéia estava enfrentando
a tragédia de não ser o que projetou ser e ser o que nunca imaginou ser. As
afirmações da própria Igreja não refletiam o verdadeiro estado dela. É fácil
dizer que está tudo bem na vida espiritual de uma igreja ou de uma pessoa, mas
Jesus sabe a verdade. Ele vê as obras e sonda os corações. A Igreja de
Laodicéia mentia para si mesma, mas Jesus não foi enganado!
C
– Jesus reprovou a soberba daquela Igreja
17 ... e nem sabes que tu és
infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.
A Igreja de Laodicéia se
orgulhava de três coisas: do ouro que tinha, do colírio que possuía e das
roupas que vestia. E Jesus aproveita este detalhe e fala àquela Igreja
considerada rica que ela era pobre, pois o ouro não compra nada na área espiritual.
Que ela era cega, pois seu colírio não curava nenhuma doença espiritual. Que ela
estava nua, pois suas vestes não podiam cobrir sua nudez espiritual. Eram
pobres porque não podiam comprar o perdão deles, estavam nus porque não
possuíam as vestes da justiça e estavam cegos porque não tinham discernimento
espiritual.
O orgulho dos discípulos de Laodicéia os cegou
ao ponto de não enxergarem os seus problemas. Eles se achavam fortes e
independentes, mas Jesus viu o estado real de uma Igreja fraca, cega e
infrutífera. A cidade de Laodicéia sofreu um terremoto em 60 d.C. e foi
reedificada com recursos próprios, sem auxílio do governo romano. Parece que a
Igreja sentia a mesma atitude de autossuficiência, perigosíssima num rebanho de
ovelhas que precisa seguir o seu Bom Pastor!
4
– A exortação de Jesus à Igreja de Laodicéia
Jesus, como Soberano dos
céus e da Terra, que dá ordem às estrelas e elas surgem, que dá ordem ao vento
e ele para, que dá ordem ao mar revolto e ele se acalma, que dá ordem aos
animais e eles tem que obedecê-lo, que dá ordem aos anjos e eles saem como
vento para cumpri-la, que dá ordem aos demônios e eles tem que obedecer, da mesma
forma Jesus podia dar uma ordem àquela Igreja, mas Ele prefere aconselhar. Olha
a empatia do Senhor Jesus! Ele não elogiou a Igreja em Laodicéia, mas ofereceu
conselho para guiá-la de volta à comunhão íntima com Ele.
A
– Jesus exorta àquela Igreja quanto a sua autossuficiência e autoconfiança
18 Aconselho-te que de mim
compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para
te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio
para ungires os olhos, a fim de que vejas.
Jesus chega para a Igreja e
diz que sua suficiência não está em seus recursos naturais, mas encontra-se em
Sua Pessoa: “aconselho-te que de mim compres”. Laodicéia ficava em um
importante cruzamento comercial da Ásia e Jesus se apresenta a Igreja como um
mercador espiritual que tem um produto vital para a vida daquela Igreja. Jesus
sugere três coisas necessárias para a Igreja:
18 Aconselho-te que de mim
compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres...
A cidade de Laodicéia
destacava-se por ter um centro bancário e financeiro de primeiro mundo. Lugar
de muitos milionários. A cidade era tão rica que os homens não sentiam
necessidade de Deus. Isto também acontecia na Igreja: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma. A Igreja
estava amornada com o calor dos costumes das pessoas que habitavam a cidade. A
verdadeira riqueza é espiritual, e vem exclusivamente de Deus. Ele oferece o
ouro puro, refinado pelo fogo.
18 Aconselho-te que de mim
compres ... vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta
a vergonha da tua nudez...
A cidade de Laodicéia
possuía um centro industrial de tecidos. A lã ali produzida era famosa no mundo
inteiro. A cidade se orgulhava da sua indústria. Tal a cidade, tal a Igreja.
Assim também a Igreja se dizia rica, abastada e nada precisava. Numa cidade que
produzia roupas de lã, a Igreja andava nua, sem a vestimenta de justiça
oferecida por seu Senhor. É Deus quem justifica e lava os nossos pecados e nos
veste de pureza e de atos de justiça.
18 Aconselho-te que de mim compres
... colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.
Laodicéia possuía um centro
médico com uma escola de medicina famosíssima. Fabricava-se ali um colírio que
era o remédio mais importante da cidade, e era exportado para todos os centros
populosos do mundo. Numa cidade conhecida por tratamentos de olhos, a Igreja se
tornou cega e não procurou o tratamento do Supremo Médico. Somente Jesus pode
curar a cegueira espiritual que aflige os orgulhosos e autossuficientes.
Jesus Cristo disse para
aquela igreja: você tem grandes minas de ouro, você tem fábricas de tecidos,
você tem uma escola de medicina afamada no mundo inteiro, mas você precisa
comprar ouro refinado, você precisa comprar vestes alvas, você precisa comprar
colírio para ungir os teus olhos.
Não é no mercado que a
Igreja vai conseguir suprir as suas necessidades espirituais. Somente Jesus
pode satisfazer e suprir a Igreja da sua necessidade. E qual é o preço? É de
graça. Àquela Igreja pobre Jesus disse: Eu tenho ouro para você. Àquela Igreja
nua Jesus disse: Eu tenho vestes para você. Àquela Igreja cega Jesus disse: Eu
tenho o colírio certo para você.
B
– Jesus exorta àquela Igreja a uma mudança de vida
19 Eu repreendo e disciplino a
quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.
Às vezes, o compromisso do
amor nos leva a disciplinar nossos filhos. O fazemos com dor no coração, mas
temos que fazer por responsabilidade, porque não disciplinar o filho quando ele
está tomando o rumo errado é ser complacente e omisso. A correção que vem de
Deus é uma manifestação do seu amor:
6 porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo
filho a quem recebe (Hb 12.6).
Jesus estabelece que Ele
disciplina e repreende a Igreja porque Ele ama a Igreja. Quem não tem
disciplina é bastardo e não é filho. Há filhos que a despeito de receber
disciplina e repreensão não entendem o amor dos pais e se rebelam contra esta
disciplina e se afastam ainda mais.
Quando Deus nos corrige é
para o nosso próprio bem. Ele quer nos conduzir ao arrependimento e à plena
comunhão com Ele. A disciplina aplicada pelos servos de Deus deve, também, ser
motivada pelo amor.
O que é triste é que esta
Igreja de Laodicéia desaparece da História, que Jesus remove o candeeiro desta
Igreja e hoje em Laodicéia não há nada mais além de ruínas. Jesus chamou esta
Igreja ao arrependimento, mas parece que ela se recusou a arrepender-se. Se
você está sendo disciplinado por Deus é porque Deus ama você, Deus não quer que
você pereça, Deus quer que você seja salvo.
5
– A promessa de Jesus à Igreja de Laodicéia
O que o Senhor Jesus promete
a uma Igreja que perdeu o seu vigor espiritual?
A
– Jesus promete oportunidade àquela Igreja
20 Eis que estou à porta e bato
...
Jesus poderia simplesmente
abrir a porta, afinal Ele tem todas as chaves, mas Ele prefere bater na porta.
Olha a ternura de Jesus! Ele não força ninguém a abrir a porta. Ele chama, mas
depende dos ouvintes atenderem à voz dele. Jesus oferece a salvação a todos,
mas cada pessoa toma a sua própria decisão.
Jesus pôs uma porta aberta
diante da Igreja de Filadélfia, mas a Igreja de Laodicéia colocou uma porta
fechada diante de Jesus! Ele aparece aqui como alguém que está sendo posto para
fora. Cristo aparece do lado de fora, batendo para entrar. E isto não está
relacionado a salvação, mas a comunhão. Jesus quer entrar para ter comunhão com
a Igreja, para cear com a Igreja. Já imaginou Jesus de fora de uma igreja? Já
imaginou uma igreja se reunir e Jesus não estar presente?
B
– Jesus promete comunhão àquela Igreja
20 ... se alguém ouvir a minha
voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.
Ambas as figuras, aqui,
representam a comunhão com Cristo. Ele entra na casa e habita naqueles que
obedecem a sua palavra. O convite de Jesus aqui não é coletivo, é pessoal: “se
alguém”. Em uma comunidade você tem pessoas que abrem a porta para Jesus e tem
íntima comunhão com Ele, mas tem também pessoas que fecham a porta.
Cear com alguém sugere uma
relação especial de estar de acordo ou em comunhão. O convite de Jesus é para
você cear com Ele. Que sublime privilégio receber o convite de cear com Jesus,
de Ele sentar-se a nossa mesa, de comer à mesa na presença do Rei, nós que não
somos dignos de Ele entrar em nosso teto. É algo difícil de entender, mas isto
não é uma questão de entendimento e sim de relacionamento. É comunhão com
Jesus. É vida com Jesus.
23 Respondeu Jesus: Se alguém me
ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos
nele morada (Jo 14.23).
Onde está Jesus na sua vida?
Foi posto para fora? Está sendo convidado a retirar-se?
C
– Jesus promete conduzir o vencedor ao Seu Trono de glória
21 Ao vencedor, dar-lhe-ei
sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu
Pai no seu trono.
Quando você aceita o convite
de cear com Jesus em secreto, Ele promete sentá-lo em Seu Trono em público. Você
dá lugar para Jesus à mesa e Ele dá lugar a você em Seu Trono. Quando você tem
comunhão com Ele você reina com Ele.
Os vencedores terão o
privilégio de reinar com Cristo. Tal honra não seria para os orgulhosos e autossuficientes,
mas para os humildes e obedientes. Jesus foi obediente ao Pai aqui na terra
para ser exaltado ao lado dele no céu. Somente os obedientes serão exaltados
com Cristo. A grande riqueza, a grande importância não é ser rico na terra, mas
é assentar-se no trono com Deus, com Jesus lá no céu.
22 Quem tem ouvidos, ouça o que
o Espírito diz às igrejas.
Jesus bate a porta e chama.
Ele não simplesmente bate e não simplesmente chama, Ele bate e chama. Ele bate
pelas circunstâncias e chama pela Sua Palavra. Às vezes Jesus está batendo a
nossa porta pelas circunstâncias e nos chamando pela Sua Palavra, mas não
estamos ouvindo a Sua voz.
Conclusão
Na carta à Igreja em
Laodicéia, Jesus não citou nenhuma doutrina errada e nenhum pecado de imoralidade.
Ele não condenou a Igreja por práticas idólatras. Esta Igreja, que se achava
rica e forte, foi criticada por seu orgulho e autossuficiência. Exaltou-se, ao
invés de se humilhar diante do Senhor dos senhores.
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia principal: Rev. Hernandes Dias Lopes
Nenhum comentário:
Postar um comentário