4 Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único
SENHOR.
5 Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o
teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.
6 Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão
no teu coração;
7 tu as inculcarás a teus filhos, e delas
falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao
levantar-te.
8 Também as atarás como sinal na tua mão, e te
serão por frontal entre os olhos.
9 E as escreverás nos umbrais de
tua casa e nas tuas portas (Dt 6.4-9).
Introdução
A cosmovisão secular está em
conflito com a cosmovisão bíblica. Por exemplo: enquanto o mundo diz que o
homem veio da evolução, a Bíblia diz que ele foi criado e é, em última
instância, responsável diante de Deus. Enquanto o mundo diz que a verdade é
relativa, a Bíblia diz que ela é absoluta. Enquanto o mundo diz que não há
necessidade de salvação e redenção, a Bíblia claramente declara que todas as
pessoas tem necessidade de confessar os seus pecados. O contraste é óbvio
e profundo e ambos não podem ser verdadeiros ao mesmo tempo.
Apesar de tudo o Evangelho
está progredindo no mundo. Há mais cristãos no mundo hoje como nunca houve. Mais
pessoas tem escutado o Evangelho do que antes, e Bíblias são produzidas em
massa e estão sendo enviadas para nações por todas as partes do mundo. O
Evangelho é pregado na televisão e no rádio e milhões estão vindos a Cristo nos
países de terceiro mundo.
No Brasil não é diferente. O
preâmbulo da Constituição Federal de 1988 estabelece as primeiras noções
interpretativas de todo o conjunto de Leis do texto constitucional. Está
incluído nele a expressão “... sob a proteção de Deus”, o que destaca a relação
da sociedade brasileira com a tradição cristã. Mas será que o cristianismo da
sociedade brasileira é um cristianismo autêntico? Será correto afirmar que a
cosmovisão brasileira é uma cosmovisão cristã?
Para responder a estas
perguntas é necessário distinguir o que é cosmovisão cristã e como ela é
construída e identificada. Toda cosmovisão tem um caráter espiritual. A adesão
de uma pessoa a certos valores que direcionam sua maneira de viver é um reflexo
da espiritualidade que está presente em sua cosmovisão. Estes valores, aos
quais podemos aderir até de forma inconsciente, formam nossas crenças
fundamentais. Estes valores exigem um compromisso de fé da nossa parte.
A cosmovisão se refere a
qualquer conjunto de ideias, crenças ou valores que forneçam uma estrutura ou
mapa para ajudar você a compreender Deus e o mundo, e seu relacionamento com
Deus e com o mundo. Uma cosmovisão influencia muito a maneira como a pessoa vê
Deus, como ela vê o mal, como ela vê a natureza humana e seus valores. E como a
cosmovisão cristã vê a estas coisas?
1 –
DEUS, CRIADOR, SOBERANO E ETERNO: A ORIGEM
O ponto inicial da
cosmovisão cristã está na criação. O que defendo a respeito da origem de Deus,
do Universo, do mundo, do homem e de todos os seres vivos é o ponto inicial
para identificar minha cosmovisão.
O ateu defende que o mundo
passou a existir a partir de uma grande explosão cósmica e pela evolução de
microrganismos unicelulares. Já o cristão defende que Deus criou todas as
coisas pelo poder de sua Palavra. Nos dois pontos de vista há indagações. No
caso do ateu podemos questionar sobre quem criou o que existia antes da
explosão cósmica. E no outro podemos questionar sobre quem criou Deus.
Evidentemente que as duas
teorias assumem posições diferentes e constroem sua visão de mundo. No caso da
cosmovisão cristã a sua base está na Bíblia e pela Bíblia o pressuposto básico
da existência de Deus é a eternidade.
A –
A cosmovisão cristã crê na Eternidade de Deus
1 No princípio, criou Deus os
céus e a terra (Gn 1.1).
Assim começa a Bíblia e a
História da criação porque Deus já existia desde a eternidade e esta doutrina
está na base da cosmovisão cristã.
2 Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de
eternidade a eternidade, tu és Deus (Sl 90.2).
Pela cosmovisão cristã o
mundo jamais pode ser explicado separado do Deus Eterno. É por isso que
chamamos a cosmovisão cristã também de cosmovisão teocêntrica, porque ela é uma
cosmovisão construída em Deus, o qual ocupa o lugar central.
A cosmovisão cristã também é
chamada de cristocêntrica porque enxergamos nela a figura central de Jesus
Cristo. E neste ponto a eternidade continua sendo o pressuposto básico da
cosmovisão cristã, pois a eternidade do Filho de Deus também é defendida como
base para nossa existência e de todo o Universo.
1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus.
2 Ele
estava no princípio com Deus.
3 Todas as coisas foram feitas
por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez (Jo 1.1-3).
E lá na criação, em Gênesis,
encontramos esta expressão:
26 Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a
nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves
dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os
répteis que rastejam pela terra (Gn 1.26).
22 Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós,
conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da
árvore da vida, e coma, e viva eternamente (Gn 3.22).
E Paulo afirma que:
16 pois,
nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis
e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer
potestades. Tudo foi criado por meio
dele e para ele.
17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste (Cl 1.16,17).
Por isso que a cosmovisão
cristã considera todo o Universo a partir da pessoa de Jesus Cristo.
B –
A cosmovisão cristã crê na Soberania de Deus
A relação do Criador com sua
criação também tem valor distintivo da cosmovisão cristã em relação as demais
cosmovisões.
É o exemplo de algumas
cosmovisões orientais que até crêem na existência de um criador, mas defende
que ele se misturou à sua criação, o que é chamado de panteísmo = deus em tudo.
A cosmovisão cristã não
somente reconhece o Deus Trino como o autor de todas as coisas criadas, mas
também o vê distinto de toda a criação e, mais ainda, reconhece a superioridade
de Deus quanto a Sua criação.
10 Pelo que Davi louvou ao SENHOR perante a
congregação toda e disse: Bendito és tu, SENHOR, Deus de Israel, nosso pai, de
eternidade em eternidade.
11 Teu, SENHOR, é o poder, a
grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos
céus e na terra; teu, SENHOR, é o reino, e
tu te exaltaste por chefe sobre todos (1 Cr 29.10,11).
1 Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e
os que nele habitam (Sl 24.1).
Deus é superior não somente
pelo seu poder criador, mas também pela excelência de seu Ser. Ao falar da
impossibilidade de se encontrar alguém semelhante a Deus, Isaias reconhece a
excelência do Ser de Deus:
13 Quem
guiou o Espírito do SENHOR? Ou, como seu conselheiro, o ensinou?
14 Com
quem tomou ele conselho, para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na
vereda do juízo, e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho de
entendimento?
17 Todas as nações são perante ele como coisa
que não é nada; ele as considera menos do que nada, como um vácuo.
18 Com quem comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com
ele (Is 40.13,14, 17, 18)?
O salmista tem a mesma visão
a respeito de Deus:
6 Pois quem nos céus é comparável ao SENHOR?
Entre os seres celestiais, quem é semelhante ao SENHOR?
7 Deus é sobremodo tremendo na assembléia dos
santos e temível sobre todos os que o rodeiam.
8 Ó SENHOR, Deus dos Exércitos, quem é poderoso
como tu és, SENHOR, com a tua fidelidade ao redor de ti?!
11 Teus são os céus, tua, a
terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste (Sl 89.6-8, 11).
A superioridade do Criador
também existe na sua excelência moral, pois Deus é Santo. O reconhecimento da
santidade de Deus é um atributo fundamental na cosmovisão cristã. A pureza
perfeita do Ser e caráter de Deus o torna Supremo e digno de ser glorificado
por todos.
11 Ó SENHOR, quem é como tu
entre os deuses? Quem é como tu, glorificado
em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas (Ex
15.11)?
9 Exaltai ao SENHOR, nosso Deus,
e prostrai-vos ante o seu santo monte, porque
santo é o SENHOR, nosso Deus (Sl 99.9).
C –
A cosmovisão cristã crê na Glória de Deus
Evidentemente que a
Eternidade e a Soberania de Deus resultam no reconhecimento de sua glória.
4 Excelso
é o SENHOR, acima de todas as nações, e a sua glória, acima dos céus.
5 Quem há semelhante ao SENHOR, nosso Deus,
cujo trono está nas alturas,
6 que se inclina para ver o que
se passa no céu e sobre a terra (Sl 113.4-6)?
A glória do Senhor é o alvo
de toda a criação, pois tudo existe para o louvor de sua glória.
1 Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras
das suas mãos (Sl 19.1).
6 Direi ao Norte: entrega! E ao Sul: não
retenhas! Trazei meus filhos de longe e minhas filhas, das extremidades da
terra,
7 a todos os que são chamados
pelo meu nome, e os que criei para minha glória, e que formei, e fiz (Is
40.6-7).
12 a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão
esperamos em Cristo (Ef 1.12).
1 Tributai ao SENHOR, filhos de Deus, tributai
ao SENHOR glória e força.
2 Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na
beleza da santidade (Sl 29.1,2).
A glória de Deus é o elevado
fim de toda a criação. Toda a existência deve louvar a Deus e este é um
pressuposto fundamental da cosmovisão cristã bíblica.
2 –
A QUEDA DO HOMEM: O DESVIO
A cosmovisão cristã defende
que a criação era originalmente perfeita. Esse pressuposto nos conduz a uma
importante pergunta: Se Deus existe, por que tantas coisas parecem estar
erradas? Por causa da queda do homem!
A –
A queda é fruto de uma inversão da centralidade do Universo
A queda do homem foi o ato
da desobediência de Adão e Eva ocorrido lá no Jardim do Éden quando comeram do
fruto proibido por Deus, o que deixou o homem em condição de pecado. Este ato e
esta condição do homem representam a perda na qualidade e no funcionamento da
estrutura da criação. Ou seja, a criação tem uma origem perfeita, mas a sua
condição atual é de mau funcionamento. O sábio Salomão reflete muito bem isso
quando disse:
29 Eis o que tão-somente achei:
que Deus fez o homem reto, mas ele
se meteu em muitas astúcias (Ec 7.29).
O ponto central disso está
na inversão da centralidade do Universo. Tudo foi criado para revelar a glória
de Deus. O ser humano foi criado para reconhecer a glória de Deus de maneira
natural, racional e consciente. Entretanto, com a queda, o homem rejeitou a
centralidade de Deus na criação e preferiu transferir a glória do Criador para
a criatura
20 Porque os atributos invisíveis de Deus, assim
o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se
reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas
que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;
21 porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o
glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus
próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.
22 Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos
23 e
mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem
corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.
24 Por isso, Deus entregou tais homens à
imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu
corpo entre si;
25 pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a
criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! (Rm
1.20-25)
O homem se rebelou contra a
estrutura original e, pelo seu egoísmo, passou a existir para si mesmo e não
mais para Deus.
19 O destino deles é a perdição,
o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se
preocupam com as coisas terrenas (Fp 3.19).
B –
A queda é resultado do desejo humano de viver sem Deus
O pecado colocou o homem em
situação de rebeldia contra Deus. Ele não somente leva o homem a se colocar no
centro de todas as coisas e viver para si mesmo, mas também faz com que o ser
humano deseje viver sem Deus.
21 Tens feito estas coisas, e eu me calei; pensavas que eu era teu igual; mas eu
te argüirei e porei tudo à tua vista.
22 Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus, para que
não vos despedace, sem haver quem vos livre (Sl 50.21-22).
44 Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros
e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus único (Jo 5.44)?
Este desejo pode acontecer
de forma consciente e inconsciente. Quando o homem declara que não crê na
existência de Deus está rejeitando a Deus de forma consciente. Quando ele
professa que crê em Deus, mas vive como se Deus não existisse, ele está
rejeitando o governo de Deus em sua vida de forma inconsciente.
Há várias manifestações
desse comportamento de rejeição por Deus no homem, mas todas são resultados da
queda. O pecado interferiu na percepção humana de que Deus é o centro da
criação.
C –
A queda produz um mundo anticristão
O movimento contra o
cristianismo não é produto somente de discriminação religiosa. Não se trata
apenas do resultado de uma competição entre as religiões. Ele surge das bases
das cosmovisões que não são centradas em Deus.
Quando Jesus Cristo afirmou
que o mundo odiaria aos cristãos, disse que todo este ódio seria a consequência
gerado pelo ódio dos homens a Cristo e a Deus que o enviou.
18 Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do
que a vós outros, me odiou a mim.
19 Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que
era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia.
20 Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não
é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão
a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa.
21 Tudo isto, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não
conhecem aquele que me enviou (Jo 15.18-21).
Nunca devemos nos esquecer
de que os modelos de cosmovisão não centrados em Deus são anticristãs, pois
nascem de uma proposta de rejeição e oposição a Deus.
3
– A REDENÇÃO EM CRISTO: O CORRETIVO
Redenção, no cristianismo, é
a crença na libertação do homem por meio do sacrifício de Jesus Cristo. A ideia
de uma libertação dos males e do sofrimento ocorre também em outras religiões. Por
exemplo, o islamismo, mesmo não compartilhando com o cristianismo o conceito do
pecado original, acredita que todo homem nasce precisando de salvação, que só
pode ser obtida pela fé e submissão a Deus. No hinduísmo, ela é entendida como
libertação do ciclo de renascimentos e da lei do carma. Já o budismo acredita
na libertação do mundo das aparências por meio de um esforço pessoal ao longo
de um caminho de oito etapas: perfeito entendimento, perfeita intenção,
perfeita fala, perfeita conduta, perfeita ocupação, perfeito esforço, perfeita
contemplação e perfeita concentração. Em todas elas o sacrifício de Cristo é
deixado de lado. E o sacrifício de Cristo é a base da libertação do homem.
A –
A redenção é uma proposta de paz
A Bíblia ensina que a obra
da Redenção é uma proposta de realinhamento do homem com Deus, tornando-o a ter
uma atitude de submissão a Deus. Na obra da redenção, a guerra existente no
coração do homem contra Deus é desfeita e o relacionamento da criatura com seu
criador é pacificado, tudo por meio de Cristo.
1 Justificados,
pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;
2 por intermédio de quem
obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e
gloriamo-nos na esperança da glória de Deus (Rm 5.1-2).
Isso significa que Deus,
pela obra mediadora de Jesus Cristo, reestrutura o pensamento do homem,
transformando seu coração, seu caráter, seu modo de viver, resultando em um
retorno a Deus e um relacionamento com Deus no centro.
26 Dar-vos-ei
coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração
de pedra e vos darei coração de carne.
27 Porei dentro de vós o meu
Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os
observeis (Ez 36.26-27).
B –
A redenção é uma proposta de perdão
Para o estabelecimento da
paz com o homem, Deus exige o cumprimento da sua justiça e isso Ele fez na
morte do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, o Mediador:
18 Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio
de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,
19 a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando
aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.
20 De sorte que somos embaixadores em nome de
Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois,
rogamos que vos reconcilieis com Deus.
21 Aquele que não conheceu
pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de
Deus (2 Co 5.18-21).
Isso mostra o caráter
judicial da redenção e o perdão que nos é oferecido gratuitamente teve, na
verdade, um elevado preço:
18 sabendo que não foi mediante coisas
corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil
procedimento que vossos pais vos legaram,
19 mas
pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de
Cristo,
20 conhecido, com efeito, antes da fundação do
mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós
21 que, por meio dele, tendes fé
em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a
vossa fé e esperança estejam em Deus (1 Pd 1.18-21).
Esse perdão nos é concedido
não por méritos nosso, mas pelos méritos de Cristo, que ainda nos dá a condição
privilegiada de sermos libertos do poder destruidor do pecado.
1 Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado,
para que seja a graça mais abundante?
2 De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?
14 Porque o pecado não terá
domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça (Rm 6.1-2,
14).
C –
A redenção é uma proposta de liberdade
Uma vez pacificado o nosso
relacionamento com Deus e perdoados judicialmente das acusações da nossa
rejeição a Deus, a Redenção ainda nos oferece outra condição privilegiada: a
possibilidade de um viver centrado em Deus.
10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para
sempre morreu para o pecado; mas, quanto
a viver, vive para Deus.
11 Assim também vós
considerai-vos mortos para o pecado, mas
vivos para Deus, em Cristo Jesus (Rm 6.10,11).
A paz, o perdão e a
liberdade oferecidos na redenção permitem que o homem, embora ainda seja um
pecador, consiga viver em um relacionamento de amor a Deus.
A liberdade oferecida como
resultado da redenção não retira totalmente os efeitos da queda, mas nos
habilita imediatamente a viver uma realidade com Deus no centro.
Conclusão
A cosmovisão cristã é algo a
ser aprendido e desenvolvido dia após dia, por meio do crescimento da nossa
consciência de Deus e de Sua Sublimidade como Senhor de tudo e de todos. Em um
tempo marcado pela fragmentação e pelo individualismo, pela pobreza do pensar,
o que nos falta é exatamente uma cosmovisão cristã autêntica.
Com a queda, através do
pecado, o homem se tornou desfavorável a uma relação com Deus no centro e
passou a existir uma relação de inimizade entre o homem com Deus. Neste estado
o homem está inteiramente inclinado a viver sem Deus, negando a Deus, quer
consciente quer inconscientemente. Dessa forma, o homem desenvolveu uma visão
de mundo anticristã. O resultado da obra redentora de Cristo é uma restauração
da cosmovisão cristã bíblica, autêntica, teocêntrica, isto é, centrada em Deus.
Que esta seja a sua cosmovisão. Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
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