Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A COSMOVISÃO CRISTÃ

4  Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.
5  Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.
6  Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração;
7  tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.
8  Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos.
9  E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas (Dt 6.4-9).

Introdução

A cosmovisão secular está em conflito com a cosmovisão bíblica. Por exemplo: enquanto o mundo diz que o homem veio da evolução, a Bíblia diz que ele foi criado e é, em última instância, responsável diante de Deus. Enquanto o mundo diz que a verdade é relativa, a Bíblia diz que ela é absoluta. Enquanto o mundo diz que não há necessidade de salvação e redenção, a Bíblia claramente declara que todas as pessoas tem necessidade de confessar os seus  pecados. O contraste é óbvio e profundo e ambos não podem ser verdadeiros ao mesmo tempo.
Apesar de tudo o Evangelho está progredindo no mundo. Há mais cristãos no mundo hoje como nunca houve. Mais pessoas tem escutado o Evangelho do que antes, e Bíblias são produzidas em massa e estão sendo enviadas para nações por todas as partes do mundo. O Evangelho é pregado na televisão e no rádio e milhões estão vindos a Cristo nos países de terceiro mundo.
No Brasil não é diferente. O preâmbulo da Constituição Federal de 1988 estabelece as primeiras noções interpretativas de todo o conjunto de Leis do texto constitucional. Está incluído nele a expressão “... sob a proteção de Deus”, o que destaca a relação da sociedade brasileira com a tradição cristã. Mas será que o cristianismo da sociedade brasileira é um cristianismo autêntico? Será correto afirmar que a cosmovisão brasileira é uma cosmovisão cristã?
Para responder a estas perguntas é necessário distinguir o que é cosmovisão cristã e como ela é construída e identificada. Toda cosmovisão tem um caráter espiritual. A adesão de uma pessoa a certos valores que direcionam sua maneira de viver é um reflexo da espiritualidade que está presente em sua cosmovisão. Estes valores, aos quais podemos aderir até de forma inconsciente, formam nossas crenças fundamentais. Estes valores exigem um compromisso de fé da nossa parte.
A cosmovisão se refere a qualquer conjunto de ideias, crenças ou valores que forneçam uma estrutura ou mapa para ajudar você a compreender Deus e o mundo, e seu relacionamento com Deus e com o mundo. Uma cosmovisão influencia muito a maneira como a pessoa vê Deus, como ela vê o mal, como ela vê a natureza humana e seus valores. E como a cosmovisão cristã vê a estas coisas?

1 – DEUS, CRIADOR, SOBERANO E ETERNO: A ORIGEM

O ponto inicial da cosmovisão cristã está na criação. O que defendo a respeito da origem de Deus, do Universo, do mundo, do homem e de todos os seres vivos é o ponto inicial para identificar minha cosmovisão.
O ateu defende que o mundo passou a existir a partir de uma grande explosão cósmica e pela evolução de microrganismos unicelulares. Já o cristão defende que Deus criou todas as coisas pelo poder de sua Palavra. Nos dois pontos de vista há indagações. No caso do ateu podemos questionar sobre quem criou o que existia antes da explosão cósmica. E no outro podemos questionar sobre quem criou Deus.
Evidentemente que as duas teorias assumem posições diferentes e constroem sua visão de mundo. No caso da cosmovisão cristã a sua base está na Bíblia e pela Bíblia o pressuposto básico da existência de Deus é a eternidade.

A – A cosmovisão cristã crê na Eternidade de Deus

1  No princípio, criou Deus os céus e a terra (Gn 1.1).

Assim começa a Bíblia e a História da criação porque Deus já existia desde a eternidade e esta doutrina está na base da cosmovisão cristã.

Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus (Sl 90.2).

Pela cosmovisão cristã o mundo jamais pode ser explicado separado do Deus Eterno. É por isso que chamamos a cosmovisão cristã também de cosmovisão teocêntrica, porque ela é uma cosmovisão construída em Deus, o qual ocupa o lugar central.
A cosmovisão cristã também é chamada de cristocêntrica porque enxergamos nela a figura central de Jesus Cristo. E neste ponto a eternidade continua sendo o pressuposto básico da cosmovisão cristã, pois a eternidade do Filho de Deus também é defendida como base para nossa existência e de todo o Universo.

1  No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
3  Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez (Jo 1.1-3).

E lá na criação, em Gênesis, encontramos esta expressão:

26  Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra (Gn 1.26).
22  Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente (Gn 3.22).

E Paulo afirma que:

16  pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.
17  Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste (Cl 1.16,17).

Por isso que a cosmovisão cristã considera todo o Universo a partir da pessoa de Jesus Cristo.

B – A cosmovisão cristã crê na Soberania de Deus

A relação do Criador com sua criação também tem valor distintivo da cosmovisão cristã em relação as demais cosmovisões.
É o exemplo de algumas cosmovisões orientais que até crêem na existência de um criador, mas defende que ele se misturou à sua criação, o que é chamado de panteísmo = deus em tudo.
A cosmovisão cristã não somente reconhece o Deus Trino como o autor de todas as coisas criadas, mas também o vê distinto de toda a criação e, mais ainda, reconhece a superioridade de Deus quanto a Sua criação.

10  Pelo que Davi louvou ao SENHOR perante a congregação toda e disse: Bendito és tu, SENHOR, Deus de Israel, nosso pai, de eternidade em eternidade.
11  Teu, SENHOR, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, SENHOR, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos (1 Cr 29.10,11).
Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam (Sl 24.1).

Deus é superior não somente pelo seu poder criador, mas também pela excelência de seu Ser. Ao falar da impossibilidade de se encontrar alguém semelhante a Deus, Isaias reconhece a excelência do Ser de Deus:

13  Quem guiou o Espírito do SENHOR? Ou, como seu conselheiro, o ensinou?
14  Com quem tomou ele conselho, para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do juízo, e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho de entendimento?
17  Todas as nações são perante ele como coisa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como um vácuo.
18  Com quem comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com ele (Is 40.13,14, 17, 18)?

O salmista tem a mesma visão a respeito de Deus:

6  Pois quem nos céus é comparável ao SENHOR? Entre os seres celestiais, quem é semelhante ao SENHOR?
7  Deus é sobremodo tremendo na assembléia dos santos e temível sobre todos os que o rodeiam.
8  Ó SENHOR, Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu és, SENHOR, com a tua fidelidade ao redor de ti?!
11  Teus são os céus, tua, a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste (Sl 89.6-8, 11).

A superioridade do Criador também existe na sua excelência moral, pois Deus é Santo. O reconhecimento da santidade de Deus é um atributo fundamental na cosmovisão cristã. A pureza perfeita do Ser e caráter de Deus o torna Supremo e digno de ser glorificado por todos.

11  Ó SENHOR, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas (Ex 15.11)?
9  Exaltai ao SENHOR, nosso Deus, e prostrai-vos ante o seu santo monte, porque santo é o SENHOR, nosso Deus (Sl 99.9).

C – A cosmovisão cristã crê na Glória de Deus

Evidentemente que a Eternidade e a Soberania de Deus resultam no reconhecimento de sua glória.

Excelso é o SENHOR, acima de todas as nações, e a sua glória, acima dos céus.
5  Quem há semelhante ao SENHOR, nosso Deus, cujo trono está nas alturas,
6  que se inclina para ver o que se passa no céu e sobre a terra (Sl 113.4-6)?

A glória do Senhor é o alvo de toda a criação, pois tudo existe para o louvor de sua glória.

Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos (Sl 19.1).
6  Direi ao Norte: entrega! E ao Sul: não retenhas! Trazei meus filhos de longe e minhas filhas, das extremidades da terra,
7  a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória, e que formei, e fiz (Is 40.6-7).
12  a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo (Ef 1.12).
1  Tributai ao SENHOR, filhos de Deus, tributai ao SENHOR glória e força.
Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade (Sl 29.1,2).

A glória de Deus é o elevado fim de toda a criação. Toda a existência deve louvar a Deus e este é um pressuposto fundamental da cosmovisão cristã bíblica.

2 – A QUEDA DO HOMEM: O DESVIO

A cosmovisão cristã defende que a criação era originalmente perfeita. Esse pressuposto nos conduz a uma importante pergunta: Se Deus existe, por que tantas coisas parecem estar erradas? Por causa da queda do homem!

A – A queda é fruto de uma inversão da centralidade do Universo

A queda do homem foi o ato da desobediência de Adão e Eva ocorrido lá no Jardim do Éden quando comeram do fruto proibido por Deus, o que deixou o homem em condição de pecado. Este ato e esta condição do homem representam a perda na qualidade e no funcionamento da estrutura da criação. Ou seja, a criação tem uma origem perfeita, mas a sua condição atual é de mau funcionamento. O sábio Salomão reflete muito bem isso quando disse:

29  Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias (Ec 7.29).

O ponto central disso está na inversão da centralidade do Universo. Tudo foi criado para revelar a glória de Deus. O ser humano foi criado para reconhecer a glória de Deus de maneira natural, racional e consciente. Entretanto, com a queda, o homem rejeitou a centralidade de Deus na criação e preferiu transferir a glória do Criador para a criatura

20  Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;
21  porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.
22  Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos
23  e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.
24  Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si;
25  pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! (Rm 1.20-25)

O homem se rebelou contra a estrutura original e, pelo seu egoísmo, passou a existir para si mesmo e não mais para Deus.

19  O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas (Fp 3.19).

B – A queda é resultado do desejo humano de viver sem Deus

O pecado colocou o homem em situação de rebeldia contra Deus. Ele não somente leva o homem a se colocar no centro de todas as coisas e viver para si mesmo, mas também faz com que o ser humano deseje viver sem Deus.

21  Tens feito estas coisas, e eu me calei; pensavas que eu era teu igual; mas eu te argüirei e porei tudo à tua vista.
22  Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus, para que não vos despedace, sem haver quem vos livre (Sl 50.21-22).
44  Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus único (Jo 5.44)?

Este desejo pode acontecer de forma consciente e inconsciente. Quando o homem declara que não crê na existência de Deus está rejeitando a Deus de forma consciente. Quando ele professa que crê em Deus, mas vive como se Deus não existisse, ele está rejeitando o governo de Deus em sua vida de forma inconsciente.
Há várias manifestações desse comportamento de rejeição por Deus no homem, mas todas são resultados da queda. O pecado interferiu na percepção humana de que Deus é o centro da criação.

C – A queda produz um mundo anticristão

O movimento contra o cristianismo não é produto somente de discriminação religiosa. Não se trata apenas do resultado de uma competição entre as religiões. Ele surge das bases das cosmovisões que não são centradas em Deus.
Quando Jesus Cristo afirmou que o mundo odiaria aos cristãos, disse que todo este ódio seria a consequência gerado pelo ódio dos homens a Cristo e a Deus que o enviou.

18  Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim.
19  Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia.
20  Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa.
21  Tudo isto, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não conhecem aquele que me enviou (Jo 15.18-21).

Nunca devemos nos esquecer de que os modelos de cosmovisão não centrados em Deus são anticristãs, pois nascem de uma proposta de rejeição e oposição a Deus.

3 – A REDENÇÃO EM CRISTO: O CORRETIVO

Redenção, no cristianismo, é a crença na libertação do homem por meio do sacrifício de Jesus Cristo. A ideia de uma libertação dos males e do sofrimento ocorre também em outras religiões. Por exemplo, o islamismo, mesmo não compartilhando com o cristianismo o conceito do pecado original, acredita que todo homem nasce precisando de salvação, que só pode ser obtida pela fé e submissão a Deus. No hinduísmo, ela é entendida como libertação do ciclo de renascimentos e da lei do carma. Já o budismo acredita na libertação do mundo das aparências por meio de um esforço pessoal ao longo de um caminho de oito etapas: perfeito entendimento, perfeita intenção, perfeita fala, perfeita conduta, perfeita ocupação, perfeito esforço, perfeita contemplação e perfeita concentração. Em todas elas o sacrifício de Cristo é deixado de lado. E o sacrifício de Cristo é a base da libertação do homem.

A – A redenção é uma proposta de paz

A Bíblia ensina que a obra da Redenção é uma proposta de realinhamento do homem com Deus, tornando-o a ter uma atitude de submissão a Deus. Na obra da redenção, a guerra existente no coração do homem contra Deus é desfeita e o relacionamento da criatura com seu criador é pacificado, tudo por meio de Cristo.

Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;
2  por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus (Rm 5.1-2).

Isso significa que Deus, pela obra mediadora de Jesus Cristo, reestrutura o pensamento do homem, transformando seu coração, seu caráter, seu modo de viver, resultando em um retorno a Deus e um relacionamento com Deus no centro.

26  Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.
27  Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis (Ez 36.26-27).

B – A redenção é uma proposta de perdão

Para o estabelecimento da paz com o homem, Deus exige o cumprimento da sua justiça e isso Ele fez na morte do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, o Mediador:

18  Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,
19  a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.
20  De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus.
21  Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus (2 Co 5.18-21).

Isso mostra o caráter judicial da redenção e o perdão que nos é oferecido gratuitamente teve, na verdade, um elevado preço:

18  sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram,
19  mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo,
20  conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós
21  que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus (1 Pd 1.18-21).

Esse perdão nos é concedido não por méritos nosso, mas pelos méritos de Cristo, que ainda nos dá a condição privilegiada de sermos libertos do poder destruidor do pecado.

1  Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?
2  De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?
14  Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça (Rm 6.1-2, 14).

C – A redenção é uma proposta de liberdade

Uma vez pacificado o nosso relacionamento com Deus e perdoados judicialmente das acusações da nossa rejeição a Deus, a Redenção ainda nos oferece outra condição privilegiada: a possibilidade de um viver centrado em Deus.

10  Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
11  Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus (Rm 6.10,11).

A paz, o perdão e a liberdade oferecidos na redenção permitem que o homem, embora ainda seja um pecador, consiga viver em um relacionamento de amor a Deus.
A liberdade oferecida como resultado da redenção não retira totalmente os efeitos da queda, mas nos habilita imediatamente a viver uma realidade com Deus no centro.

Conclusão

A cosmovisão cristã é algo a ser aprendido e desenvolvido dia após dia, por meio do crescimento da nossa consciência de Deus e de Sua Sublimidade como Senhor de tudo e de todos. Em um tempo marcado pela fragmentação e pelo individualismo, pela pobreza do pensar, o que nos falta é exatamente uma cosmovisão cristã autêntica.
Com a queda, através do pecado, o homem se tornou desfavorável a uma relação com Deus no centro e passou a existir uma relação de inimizade entre o homem com Deus. Neste estado o homem está inteiramente inclinado a viver sem Deus, negando a Deus, quer consciente quer inconscientemente. Dessa forma, o homem desenvolveu uma visão de mundo anticristã. O resultado da obra redentora de Cristo é uma restauração da cosmovisão cristã bíblica, autêntica, teocêntrica, isto é, centrada em Deus. Que esta seja a sua cosmovisão. Amém!


Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

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