Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sábado, 27 de maio de 2023

ROMANOS: O EVANGELHO DE DEUS

Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras, com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor, por intermédio de quem viemos a receber graça e apostolado por amor do seu nome, para a obediência por fé, entre todos os gentios, de cujo número sois também vós, chamados para serdes de Jesus Cristo. A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo (Rm 1.1-7).

INTRODUÇÃO:

Através dos séculos a Igreja tem afirmado, ensinado, que Deus salva pecadores mediante a fé em Jesus Cristo. Essa é a mensagem característica do Evangelho e é a mensagem da Igreja verdadeiramente cristã. A Igreja cristã tem muitas atividades no mundo, ela faz obras sociais, ela atende a necessitados, ela se posiciona diante da cultura, ela se insere na sociedade, mas a Igreja cristã é conhecida porque dela ressoa a mensagem das boas novas do Evangelho de Deus, a qual diz:

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).

Desde o seu início a Igreja cristã vem proclamando esta verdade que é conhecida como o Evangelho de Deus, que nada mais é do que as boas notícias da parte de Deus. Mas desde o início também, a História nos mostra o quanto a Igreja cristã tem tido que lutar para preservar essa mensagem pura.

Logo no primeiro século começaram a aparecer distorções e apresentações falsas dessa mensagem. Já na época do apóstolo Paulo havia os judaizantes, que eram judeus convertidos ao cristianismo que diziam que as boas novas eram o seguinte: Você cria em Cristo para ser o seu Salvador, mas você tinha que guardar as obras da lei que Moisés havia ordenado. E pela visão dos Apóstolos isso é considerado uma distorção do Evangelho, porque o Evangelho é que Deus nos salva gratuitamente pela fé em Cristo Jesus independentemente das nossas obras.

Na mesma época apareceram os libertinos, ainda no período dos Apóstolos. Eram pessoas que diziam: O Evangelho é uma notícia boa demais. Deus nos salva pela fé em Cristo Jesus, logo não importa de que maneira eu viva, não importa o que eu faça, eu serei salvo de qualquer maneira. E aí aproveitavam a graça de Deus como uma desculpa para viver em pecado, o que é outra degeneração do Evangelho

No século segundo aparece uma outra versão do Evangelho chamado gnosticismo, que era uma tentativa de misturar a fé cristã com as categorias do pensamento helênico, da filosofia grega, das religiões de mistérios. Mais outra distorção do Evangelho exigindo que a Igreja combatesse aqueles mestres, discutissem com estes e para a glória de Deus finalmente ganhassem a batalha.

No século quatro aconteceu algo que impactou muito, que foi quando veio a institucionalização da Igreja. A Igreja, de repente, virou uma grande instituição, virou uma grande hierarquia, encabeçada por um papa infalível durante a Idade Medieval e doutrinas estranhas entraram na Igreja, tais como adoração a Maria, mediação de Maria, veneração dos santos, oração pelos mortos, a doutrina do purgatório entre outras. E mais uma vez foi dito que a salvação é pelas obras junto com a fé em Jesus Cristo.

E depois que isso foi vencido pela reforma protestante, aí vem o liberalismo teológico, com estudiosos na Alemanha, depois na Inglaterra e finalmente em toda a Europa, passando para os Estados Unidos e chegando ao Brasil, dizendo que a Bíblia está cheia de erros e que nós vivemos na Idade da Razão, que a ciência já mostrou que Deus não existe, que nós não precisamos de Deus, que a Bíblia, na verdade, é uma coleção de mitos, que a boa notícia é simplesmente que Jesus era um profeta, um ensinador de moralidade, de ética e que os seus discípulos é que inventaram todas essas histórias a respeito dele, de que Ele morreu crucificado e depois ressuscitou, coisas dessa natureza. E novamente a Igreja teve que brigar pela pureza do Evangelho.

E vencido o liberalismo teológico em parte, porque como o movimento ele já praticamente se extinguiu, a Igreja, agora, tem que enfrentar outras versões do Evangelho, que é o evangelho da prosperidade, a teologia da libertação. São igrejas que fazem o Evangelho ser simplesmente a chave que dá acesso a Deus e que este dá trabalho, dá emprego, dá saúde, dá casamento, dá prosperidade, carro do ano e etc. E tudo isso para quem o busca. Dizem que se você fizer campanha, entregar o dízimo e ofertas volumosas, se você fizer sacrifício Deus vai te libertar e você vai ter prosperidade. E mais outra vez lá vai a Igreja ter que brigar pelo Evangelho para mantê-lo puro.

Em todas as gerações a Igreja tem sido obrigada a lutar pela fé evangélica porque há distorções o tempo todo. E nós vivemos numa época em que existe também muitas distorções a respeito daquilo que são as boas notícias da parte de Deus. Por isso que é importante sempre nós voltarmos às Escrituras e fazer essa pergunta: O que é o Evangelho? Estamos nele? Estamos no Evangelho original, puro e simples? É este o Evangelho em que cremos?

É por esse motivo que nós estamos iniciando hoje uma série de estudos na Carta aos Romanos. E hoje nós temos diante de nós o prefácio e a saudação dessa carta que Paulo escreveu. No texto básico acima o Apóstolo Paulo segue o padrão que era costumeiro naquela época de quem escrevia uma carta, ele se apresenta, diz o seu nome, dá algumas explicações a respeito da sua pessoa, identifica os destinatários a quem a carta é dirigida e faz um voto que é uma espécie de desejo, de paz e bênçãos para aqueles que ouvem.

Só que essa introdução que tem sete versículos é maior do que o normal. Se você comparar, inclusive, com outras cartas que o Apóstolo Paulo escreveu e que estão no Novo Testamento, ela é incomum porque ela é bem extensa essa introdução. E aqui Paulo não somente diz o seu nome, mas ele apresenta as suas credenciais, quem ele é e em seguida ele apresenta este Evangelho para o qual ele foi chamado por meio de Jesus Cristo.

Paulo se dirige aos romanos, aos crentes da cidade de Roma, dizendo para eles que eles são amados de Deus e assim por diante. E qual a razão para isso? O motivo é que Paulo estava planejando visitar a Igreja que estava na cidade de Roma, ele queria gastar um tempo com eles, queria ter comunhão com eles, ser edificado por eles, ele vai dizer isso a partir do verso oito. Só que Paulo não era conhecido da Igreja de Roma, ele não fundou a Igreja de Roma. E ele não era conhecido pessoalmente. Certamente a fama de Paulo já tinha chegado na cidade de Roma, mas ele não era conhecido pessoalmente.

E Paulo sabia que tinha uns boatos a respeito dele do tipo assim: De que ele era um mercenário, de que ele plantava Igrejas e pregava o Evangelho para arrecadar dinheiro em fundo próprio, de que ele tinha intenções equivocadas e que Paulo era um apóstata do judaísmo porque Paulo pregava contra Moisés, pregava contra o Templo, contra as gloriosas instituições da Antiga Aliança.

Paulo sabia de tudo isso e Paulo queria que a Igreja de Roma o aceitasse como missionário, porque ele tinha planos de pregar o Evangelho na Espanha. E se você olhar no mapa a Espanha estava lá em cima e Roma estava exatamente no caminho. A Igreja de Roma era uma igreja que poderia servir de base para o projeto missionário de Paulo.

Então, ele escreve essa carta com o objetivo de se apresentar e de apresentar o Evangelho que ele prega. E ele faz isso explicando e já antecipando aquelas objeções que algumas pessoas deveriam levantar do tipo assim: Paulo, você tá pregando que a salvação é pela fé, mas, então, para que que serve a Lei? Paulo, você tá dizendo que a salvação é mediante a fé em Jesus Cristo, mas e aí? Como fica o Antigo Testamento e os sacrifícios? Como é que fica a nação de Israel? E enfim, todas aquelas acusações e perguntas e críticas que eram feitas é com relação a Paulo e ao Evangelho que ele pregava e vivia. Então, a Carta aos Romanos é uma carta missionária em que o Apóstolo Paulo expõe quem ele é, o Evangelho que ele prega, com o objetivo de ganhar o apoio da Igreja de Roma para pregar o Evangelho na Espanha.

É por isso que aqui nessa introdução ele já dá um resumo da carta. Ele diz quem ele é e o objetivo ao fazer isso é assegurar os romanos de que ele não é um mercenário. Ele diz quem ele é, ele diz qual é o Evangelho que ele prega, qual o conteúdo desse Evangelho, de quem ele recebeu e ele estabelece uma relação entre o Evangelho e a Antiga Aliança, as promessas de Deus no Antigo Testamento e ele se dirige aos romanos como sendo parte do propósito de Deus que é levar esse Evangelho não somente à nação de Israel, mas também ao mundo todo.

O objetivo desse estudo é fazer a exposição desses versos iniciais da Carta aos Romanos, focando naquilo que Paulo nos ensina a respeito do Evangelho. Ao fazermos isso nós estamos voltando à proposição original a qual é a pergunta: O que é o Evangelho? E o que é o Evangelho? Creio que a Carta aos Romanos é o melhor lugar para a gente responder a essa pergunta, porque Paulo escreveu exatamente para isso, para explicar aos romanos o que é o Evangelho, este Evangelho que ele prega.

01 – O EVANGELHO É O EVANGELHO DE DEUS:

Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus...

Em primeiro lugar, o que Paulo nos ensina é que o Evangelho é de Deus. E Paulo, além de citar o seu nome, ele apresenta três credenciais e todas elas têm a ver com o fato de que o Evangelho é de Deus.

a) Paulo diz que é um servo de Jesus Cristo:

A palavra “servo” significa literalmente de que ele é um escravo de Jesus Cristo. Ao usar essa expressão o apóstolo Paulo está indicando a sua devoção a Jesus Cristo e a sua submissão a Ele. Paulo é um escravo de Jesus Cristo e os seus leitores entenderiam isso muito bem, pois estima-se que havia cerca de cem milhões de escravos no Império Romano. A escravidão era uma instituição reconhecida e legalizada naquela época. O escravo não tinha direito a nada, nem a vida, e ele dependia totalmente do seu senhor e vivia para obedecer ao seu senhor, os romanos. Nenhum Romano nunca se chamaria de escravo porque eles eram muito altivos, eles eram os dominadores do mundo da época.

Mas Paulo não tem receio de se apresentar àqueles crentes de Roma como sendo um escravo de Jesus Cristo e ao fazer isso ele coloca Jesus Cristo como Senhor, como alguém de quem você pode ser um servo, um escravo e dedicar afeição, obediência e submissão absoluta a Ele. Paulo se apresenta dessa forma em primeiro lugar como escravo de Jesus Cristo.

b) Paulo traz aqui para os seus leitores é que ele foi chamado para ser Apóstolo:

E é de propósito que ele diz isso. Não foi ele que se constituiu um Apóstolo, mas ele foi chamado por Deus para ser um Apóstolo. A palavra Apóstolo significa alguém que é enviado e indicava naquela época uma espécie de delegação, uma pessoa que recebia autoridade de outra para representá-lo nos negócios.

O termo “apóstolo” tinha sido usado um pouco antes do Apóstolo Paulo, no mundo romano e grego, para designar os comandantes dos navios que eram enviados de um determinado porto levando uma carga para ser entregue em outro porto. O nome primeiro do navio era apóstolo, depois virou do comandante do navio e finalmente virou uma espécie de preposto, alguém que vai com autoridade de outro representar em algum negócio.

Cristo instituiu apóstolos, pessoas que Ele chamou e deu representação de si mesmo, deu poderes especiais, missão especial; deu uma tarefa específica. E Paulo disse que ele é um desses Apóstolos, é uma dessas pessoas especiais que Deus levantou para serem representantes de Cristo e levar avante os negócios de Cristo aqui nesse mundo. Só que Paulo disse que não foi ele que se colocou Apóstolo, mas ele foi chamado por Deus.

A origem do seu apostolado é na vontade de Deus e ele sem dúvida está se referindo ao que aconteceu naquele dia em que ele foi para a cidade de Damasco, como fariseu, como judeu, perseguidor do Evangelho, com o objetivo de encontrar cristãos e os trazer presos para Jerusalém para serem julgados e quem sabe até mortos. E no caminho de Damasco, nessa missão que ele tinha recebido da alta liderança dos judeus, Cristo aparece a Paulo no caminho. Cristo ressurreto aparece no seu corpo glorioso diante de Paulo e ali ele não somente traz aquele fariseu arrogante aos seus pés, mas também lhe dá uma missão e lhe disse: Eu te levantei para serdes a minha voz e o meu representante em todas as nações do mundo. Naquele dia Paulo foi convertido a Cristo e ali ele recebeu o chamado, ele foi constituído Apóstolo, chamado por Deus para pregar o Evangelho e para lançar as bases da Igreja.

c) Paulo diz que foi separado para o evangelho de Deus:

Paulo quer dizer que naquela ocasião ele foi separado para pregar o Evangelho de Deus. Deus o separou ali para pregar o seu Evangelho. Há um jogo de palavras aqui na língua grega que não aparece no português. É que a palavra “separado” em grego tem a mesma raiz da palavra “fariseu”. Ela tem as mesmas consoantes a mesma raiz. N nome fariseu apareceu a cerca de 300 anos antes de Cristo durante a guerra dos Macabeus, que foi uma revolução que os judeus fizeram porque não aceitavam a influência de potências estrangeiras dentro da sua religião e da sua cultura. Quem liderou esse levante foi um sacerdote chamado Macabeus, ele e toda a sua família. E desse movimento de reação contra a influência estrangeira em Israel surgiu o grupo dos racindins ou separados em grego. Portanto, os fariseus nasceram como sendo um grupo religioso dentro de Israel que queriam se separar da influência estrangeira. Eles queriam manter puros a tradição de Israel, a religião que Moisés havia entregado. É aí que surge o termo fariseu. O fariseu era alguém separado, ele não se misturava com as práticas pagãs, não se misturava com a idolatria, não queria saber da cultura helênica.

E aqui Paulo faz um jogo de palavras, porque Paulo tinha sido um fariseu e dos melhores, treinado aos pés de Gamaliel, mas agora Paulo é um fariseu, mas um fariseu de Jesus Cristo. Ele disse que Jesus o “separou” e esta é a mesma palavra para fariseu. Ele foi separado, ele que tinha sido antes um separado, um separatista, defensor da Lei de Moisés. Mas agora Deus, que lhe apareceu e o chamou para ser Apóstolo, diz: Agora você continua sendo separado, só que para pregar o meu Evangelho, o evangelho que eu te dou, as boas novas que procedem de mim. Então Paulo é um servo, separado para pregar o Evangelho de Deus, aquelas boas notícias que procedem de Deus.

O motivo desta apresentação que Paulo faz não é para se vangloriar, mas para se defender. Ele quer dizer que todas estas coisas têm origem em Deus, e que foi Deus quem fez dele um servo de Jesus Cristo, foi Deus quem o chamou no caminho de Damasco para ser um Apóstolo e foi Deus quem o separou para pregar o Evangelho. Com isso ele está dizendo que s boatos que correm a seu respeito, de que ele é um mercenário, que ele se fez Apóstolo, de que ele se coloca nessa posição, isso não procede. Ele está dizendo: Vocês conhecem a minha história, eu fui um fariseu, eu fui um perseguidor, eu era um servo das tradições do meu povo, mas Deus me transformou completamente e Ele me estabeleceu como pregador desse evangelho.

Paulo quer, então, assegurar aos romanos, a quem ele escreve, de que de fato ele é um servo de Jesus, separado para pregar o Evangelho e que esse Evangelho não é uma invenção dele, mas é o Evangelho de Deus, o mesmo Deus que o chamou, o mesmo Deus que o constituiu e o mesmo Deus que lhe deu o Evangelho, as boas notícias. E o objetivo de Paulo é apresentar esse evangelho na carta que ele está escrevendo, que é a carta aos romanos.

A primeira coisa que aprendemos aqui é que o Evangelho não tem origem humana, ele é a mensagem de Deus, do Deus que chamou e chama pessoas, que constituiu e constitui pessoas com o objetivo de, através delas, levar essa mensagem das Boas Novas aos povos da Terra.

02 – O EVANGELHO É UMA PROMESSA ANTIGA DE DEUS:

... o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras ...

Paulo está dizendo que esse Evangelho consiste na verdade em uma promessa que Deus havia feito. Deus havia prometido alguma coisa e que coisa foi essa que Deus prometeu? Lendo as Antigas Escrituras, começando no livro de Gênesis, nós vemos como Deus veio fazendo promessa lá no Jardim do Éden. No dia da queda Ele fez a promessa pela primeira vez, a promessa de a descendência da mulher virar alguém que esmagará a cabeça da serpente.

Depois, essa promessa se repete quando Ele chama um homem chamado Abraão e diz: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra. E depois, quando Ele dá a Lei à nação de Israel, os descendentes de Abraão, Ele coloca dentro da Lei as leis referentes aos sacrifícios de animais e diz que quando o Israelita pecar ele deve oferecer um animal e o sangue deve ser derramado e eu verei aquele sangue e eu o perdoarei. Era uma promessa que era baseado no sangue de alguém. Os profetas vieram e começaram a anunciar as boas notícias de que um dia Deus haveria de perdoar completamente o pecado do seu povo.

Isaías fala disso. Em Isaías 53 nós lemos de como Isaías descreve alguém que é chamado “o servo do Senhor”, que na cruz, em agonia e morte, está pagando, sofrendo pelos pecados do povo de Deus. E pelos sofrimentos dele, Deus, então, perdoa completamente o seu povo. O profeta Ezequiel fala de uma nova aliança. Deus prometeu fazer uma nova aliança e que perdoaria completamente o pecado do seu povo e que daria o Espírito Santo. O profeta Joel prometeu que Deus haveria de derramar o seu Espírito sobre toda a carne. Os profetas todos falaram a respeito dessa promessa de que Deus haveria de mandar um Salvador ao mundo.

Então, o Evangelho que Paulo prega não é uma coisa que ele inventou. Ele não inventou nada. Ele está simplesmente anunciando que aquilo que foi prometido Deus cumpriu em Cristo, que Jesus Cristo é o cumprimento de todas essas antigas promessas e que, portanto, a boa notícia de que Cristo é o Salvador está em perfeita harmonia com a Antiga Aliança, está em perfeita harmonia com os profetas. O Evangelho é simplesmente Deus agindo, dando sequência àquilo que Ele havia prometido no Antigo Testamento. No Velho Testamento você tem a promessa e no Novo Testamento você tem o comprimento. É isso que é o Evangelho.

Paulo vê o Antigo Testamento como sendo o registro santo dessa promessa. Por isso que é um erro muito grande para nós desprezarmos o Antigo Testamento. Nós gostamos muito dos Evangelhos, especialmente do Evangelho de João, que nos fala de amor e coisas bonitas. Lemos a história de Jesus nos Evangelhos, as cartas de Paulo, a sublimidade de Efésios, a majestade de Apocalipse e por aí vai. Não queremos saber muito do Antigo Testamento e quando gostamos é dos Salmos, e alguns especialmente do 23. Mas as Sagradas Escrituras são o registro dessas promessas e elas foram dadas por inspiração divina, elas nos mostram como Deus, desde o começo, desde o início, lá no Jardim do Éden, Ele vem dizendo que iria mandar um Salvador.

Nós não podemos entender o Novo Testamento sem termos o Velho Testamento, mas para entendermos o Velho nós também precisamos do Novo. Os dois estão juntos, eles se completam. A Bíblia toda é o Evangelho e ele não é uma novidade inventada por homens, mas é a continuação da história da Redenção. Deus cumprindo, Deus agindo em mais uma etapa no seu propósito de salvar a humanidade.

03 – O EVANGELHO GIRA EM TORNO DE UMA PESSOA:

... com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi ...

O Evangelho é a boa notícia a respeito de uma Pessoa. O Evangelho não é sobre prosperidade material, o Evangelho não é sobre receber bênçãos, o Evangelho não é sobre moralidade, o Evangelho não é sobre ética, o Evangelho é a respeito de uma Pessoa, a respeito de seu Filho Jesus Cristo, o qual é o centro do Evangelho e, portanto, Ele deve ser o centro da pregação da Igreja. De tudo aquilo que nós somos e fazemos com respeito ao seu Filho, a promessa de Deus era com respeito a Ele, de que Deus haveria de mandar alguém para ser o Salvador.

a) Esta Pessoa viria da descendência de Davi:

... o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi ...

Paulo, aqui, fala de Jesus em termos de sua humanidade e de sua divindade. Ele diz aqui que o Filho de Deus é aquele que haveria de vir ao mundo e que Ele, segundo a carne, veio da descendência de Davi. Segundo a carne quer dizer segundo a natureza humana e aqui é uma referência ao fato de que no tempo apontado por Deus, aquela promessa se materializou quando o Filho de Deus se tornou um de nós. Ele nasceu da Virgem Maria, concebido pelo poder do Espírito Santo. Ele se tornou segundo a carne, Ele se tornou um de nós, Ele assumiu a carne humana, os ossos humanos, o sangue humano, Ele assumiu uma verdadeira natureza humana.

Mais do que isso, Ele, quando nasceu, nasceu como descendente do Rei Davi, que foi aquele rei de Israel a quem Deus ratificou a promessa, dizendo que da tua descendência virá alguém que se sentará no trono do meu povo para todo o sempre. Era mais uma promessa. Então, quando Cristo nasce, Ele nasce descendente de Davi, da linhagem de Davi, com direito ao trono de Israel, com direito ao trono do Universo. Vemos aí mais uma vez no Novo Testamento Deus cumprindo a promessa feita no Antigo Testamento.

O Filho de Deus, a respeito de quem o Evangelho gira, se tornou carne, se fez um de nós e Ele nasceu cumprindo todas as promessas, Ele nasce da descendência de Davi, mas Ele era mais do que um judeu de linhagem real, Ele era mais do que um judeu com pretensões ao trono. Ele, na verdade, era o Filho de Deus, mais do que filho de Davi, Ele era o Filho de Deus.

b) Esta Pessoa foi designada, com poder, Filho de Deus:

... e foi designado Filho de Deus com poder ...

Depois de ter falado sobre a perfeita humanidade do Filho de Deus, Paulo, agora, fala a respeito da sua divindade, dizendo que Ele, Jesus Cristo, foi designado com poder Filho de Deus. Com poder, ou seja, houve alguma coisa que aconteceu, algumas coisas aconteceram que designaram, demonstraram, confirmaram e deixaram claro para todo mundo que aquele judeu, descendente de Davi, era mais do que um homem como um de nós, mas Ele era o próprio Deus e Paulo menciona duas coisas aqui:

B1) Primeiro, que Jesus foi designado Filho de Deus com poder segundo o Espírito de Santidade:

... e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de ...

Tem duas possibilidades de interpretar essa frase. Primeiro é uma referência ao Espírito Santo, mas seria uma construção estranha, porque Paulo quer falar do Espírito Santo aqui. É a única vez na Bíblia que aparece essa expressão “Espírito de Santidade” com referência ao Espírito Santo. A outra é que pode se referir ao fato de que Cristo, durante a sua vida aqui como homem, Ele nunca cometeu pecado. Ele foi Santo em todo o seu procedimento e só há um ser que consegue ser santo em todo o seu procedimento que é Deus. Então, foi demonstrado que Ele é o Filho de Deus por causa do Espírito de Santidade que havia nele e pelo qual Ele nunca pecou, ao contrário de toda a raça humana.

B2) Segundo, que Jesus foi designado Filho de Deus pela ressurreição dos mortos:

... e foi designado Filho de Deus ... pela ressurreição dos mortos ...

Mas tem uma segunda coisa que designa e que mostra que Jesus era o Filho de Deus. Paulo diz aqui que é pela ressurreição dos mortos. Ao ressurgir dos mortos ao terceiro dia, depois de se oferecer como sacrifício pelos pecados do seu povo, Jesus foi poderosamente designado como Filho de Deus. Se Ele tivesse ficado morto depois da crucificação pelos Romanos, Ele seria considerado até hoje como simplesmente mais um revoltoso judeu como Teudas, como um tal de Judas, que foram revolucionários que apareceram antes de Jesus e que lideraram o povo. Só Teudas levou mais de 400 homens numa revolução armada contra Roma. Os romanos mataram Teudas e o movimento acabou. Depois apareceu um tal de Judas no tempo do recenseamento, aquele em que José e Maria participaram, que também levantou as multidões e muita gente o seguiu. Os romanos mataram esse tal de Judas e o movimento acabou também.

E Jesus, aos olhos daquele pessoal, parecia ser mais um líder revolucionário. Se Ele tivesse ficado morto na sepultura, Ele estaria na galeria junto com Teudas, Judas e outros revolucionários judeus, cujos movimentos não deram em nada. Mas quando Ele ressurge dos mortos ao terceiro dia, então, Ele é designado Filho de Deus. É confirmado, demonstrado de que Ele é o Filho de Deus e que Ele é diferente de todos os outros. E Paulo ainda acrescenta, ele diz que Jesus foi designado filho de Deus com poder, ao ressurgir dos mortos no terceiro dia, Filho de Deus sobre quem é o Evangelho e que Ele sobe aos Céus e se senta no Trono da Majestade. E aí Jesus pôde dizer aos discípulos que toda a autoridade lhe foi dada, no Céu e na Terra, portanto, ide e pregai o Evangelho a toda criatura.

O Evangelho é a respeito de uma Pessoa, o Evangelho gira em torno da Pessoa de Cristo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus, ressurreto de entre os mortos, entronizado à direita de Deus e que tem todo poder no Céu e na Terra.

c) A identificação da Pessoa: Jesus Cristo:

... a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor, por intermédio de quem viemos a receber graça e apostolado por amor do seu nome ...

E Paulo finalmente diz quem é este Filho de Deus, a saber, Jesus Cristo. Ele identifica agora a Pessoa em torno do qual gira o Evangelho: Jesus Cristo. Ele é o cumprimento de todas as promessas, Ele é o centro do Evangelho, Ele é a razão das boas novas, e aí Paulo acrescenta: Jesus Cristo nosso Senhor de quem eu sou escravo, de quem eu sou servo. Ele é o Senhor de tudo e de todos.

Essa é A terceira coisa que Paulo nos diz neste texto. A primeira que o Evangelho é de Deus, a segunda que o Evangelho foi prometido, é uma promessa que Deus fez no Antigo Testamento e que está sendo cumprida hoje, terceira que o Evangelho é sobre uma Pessoa, o Filho de Deus, verdadeiro homem e verdadeiro Deus.

04 – O EVANGELHO DEVE SER OBEDECIDO E CRIDO POR TODOS:

... para a obediência por fé, entre todos os gentios, de cujo número sois também vós, chamados para serdes de Jesus Cristo. A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo ...

Os gentios eram aqueles que não eram judeus, eram os não judeus. O mundo, naquela época, era dividido em duas raças. Havia os judeus, que se considerava o povo escolhido de Deus e quem não fosse judeu era gentio ou era dos povos. Paulo diz que Cristo, quando lhe apareceu, esse Cristo que ressurgiu dos mortos, lhe constituiu Apóstolo para obediência do seu nome, por fé entre os gentios.

Essa foi a missão que Paulo recebeu. Esse é o apostolado de Paulo. Cristo o encarregou de ir a todas as nações e anunciar as boas notícias, as que Deus já cumpriu a promessa, que o Salvador já veio e que pela fé, nele, as pessoas são perdoadas e recebem a remissão de seus pecados. Que não só os judeus, mas todas as nações, as mais distantes, precisam ouvir essa boa notícia, porque não há salvação e nenhum outro não há nenhum outro caminho a não ser Jesus Cristo.

E Paulo disse que foi por meio dele que ele recebeu esse apostolado, para obediência da fé. Note, cuidadosamente, a expressão “a obediência por fé”, porque fé, e nós vamos aprender isso aqui na Carta aos Romanos, não é você somente acreditar no que eu estou dizendo a você, que Jesus é o Filho de Deus, que Ele é o cumprimento das promessas, que Ele é a realização dos planos de Deus. Mas fé é obedecer a esse Cristo, é obedecer ao que Ele diz, é se sujeitar ao seu Senhorio.

Portanto, fé não é simplesmente um sentimento intelectual, uma concordância que nós temos para com essas verdades. Mas é uma inclinação da nossa vontade, é um compromisso da nossa vontade, do nosso querer com a pessoa em que nós dizemos crer. Por isso que Paulo disse que a missão dele é pregar a obediência da fé ou a obediência que procede da fé em Cristo Jesus e dizer às pessoas que creiam em Jesus Cristo e andam nos caminhos dele. Isso era o que ele tinha que anunciar a todas as nações, essa era a missão que ele recebeu e esse é o desejo de Deus, que por amor a Cristo as nações ouçam a boa notícia do Evangelho.

05 – É PELO EVANGELHO QUE DEUS NOS CHAMA PARA SUA GLÓRIA:

..., chamados para serdes de Jesus Cristo ...

E Paulo finalmente se dirige aos destinatários da carta. Ele introduz os destinatários dizendo que vós sois chamados para serdes de Jesus Cristo. Ele tinha dito que a missão dele era pregar o Evangelho aos gentios, entre os quais estão aqueles moradores de Roma, que já tinha sido chamados por Deus.

O Chamado de Deus aqui deve ser interpretado como o chamado de Paulo, de quando Deus apareceu ao Apóstolo Paulo no caminho de Damasco. Não foi assim do tipo Jesus apareceu, Paulo parou e Jesus disse: Oi, bom dia! Eu sou Jesus Cristo. E Paulo responde: Ah! Muito prazer! E Jesus diz: Eu queria lhe convidar para que você seja crente. E Paulo responde: Não quero! Não foi assim: Você tem o direito de escolher, você tem livre arbítrio, escolha se você quer ou não ser meu servo. Não foi assim que Cristo fez com o Paulo. Quando Paulo diz aqui que os romanos foram chamados para ser de Jesus Cristo, ele não está se referindo a um convite de Deus do tipo assim: Olha, eu estou convidando você para ser de Jesus, você quer? A decisão é sua. Se fosse assim você sabe quantas pessoas seriam crentes? Zero!

O chamado aqui é uma compulsão de Deus no coração do pecador. Ele é um chamado irresistível. Deus atrai o pecador, inclina a sua vontade, abre o seu entendimento e o atrai com laços de amor no poder do Espírito Santo. Se não fosse isso você não era crente, você não estaria lendo estas palavras. Eles, os crentes romanos, foram chamados por Deus. O Evangelho tem a origem em Deus, a salvação tem origem em Deus, é Deus quem chama e nós vamos e nós obedecemos.

06 – DEUS AMA AOS SEUS COM UM AMOR ESPECIAL:

A todos os amados de Deus, que estais em Roma ...

Deus amou o mundo, é verdade, mas Ele ama os seus com um amor especial, o amor que chama, amor irresistível, amor redentor e salvador. O amor de Deus pela humanidade é o que a gente chama da graça comum. Deus ama todas as suas criaturas, mas estes que Ele chama, Ele ama com um amor especial, com amor redentor, que levou Cristo a morrer por eles na cruz. São amados de Deus. Nós não somos amados de Deus na mesma forma que Deus ama o mundo, mas nós somos amados de Deus no sentido de que Ele nos amou e nos chamou, irresistivelmente, pelo Evangelho, para sermos dele. É esse amor redentor de Deus que nos separa do mundo, somos objeto desse amor e desse chamado específico que Paulo repete aí no final.

07 – SOMOS CHAMADOS PARA SERMOS SANTOS:

... chamados para serdes santos ...

Chamados para serdes Santos. Paulo diz isso logo para evitar qualquer coisa do tipo: Então, Deus me elegeu, Deus me predestinou e Deus me chamou irresistivelmente. Ele me ama de uma forma especial, então isso quer dizer que eu posso viver de qualquer maneira. Não, você foi chamado para ser o quê? Santo! O Evangelho nos chama para sermos santos, na obediência por fé. Lembra da fé verdadeira? A fé que obedece? E o chamado é para ser santo, não é para viver de qualquer maneira.

A boa notícia é essa, que Deus cumpriu as promessas na pessoa de Jesus Cristo e agora está, pela pregação da Palavra, chamando o seu povo, constituindo uma nova raça, a sua família, um povo para o seu louvor. E que privilégio fazer parte desse povo.

08 – O REFORÇO DA DIVINDADE DE CRISTO NA SAUDAÇÃO FINAL:

... graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo ...

E Paulo termina dizendo: Graça a voz dos outros e paz da parte de Deus nosso pai e do Senhor Jesus Cristo. Ao colocar Jesus ao lado de Deus como sendo originador da Graça e da paz, Paulo está falando da divindade de Cristo. Graça e paz vem do Pai e do Filho, com isso ele quer dizer: Jesus Cristo é Deus. Ele é o Filho de Deus, a segunda pessoa da Trindade. Adoremos ao Senhor nosso Deus.

CONCLUSÃO:

A indagação inicial foi a respeito do Evangelho. Durante a sua história, a igreja sempre teve que lutar para preservação do Evangelho. E o que Paulo nos ensina que a respeito desse Evangelho?

Primeiro, que o Evangelho são boas notícias que procedem de Deus. Essa mensagem não tem origem no coração humano, a mente humana não poderia conceber tal plano, mas tem origem no próprio Criador e Senhor de todas as coisas.

Segundo, que o Evangelho foi antecipado há muito tempo atrás através dos escritos de Israel, através dos profetas que Deus levantou e que registraram as promessas que Deus havia feito. Portanto, não é nenhuma invenção dos cristãos e está em perfeita harmonia com aquilo que vem desde a antiguidade.

Terceira coisa que nós aprendemos é que Deus levantou pessoas, a quem chamou de Apóstolos, mediante Jesus Cristo, para ser os anunciadores dessa mensagem, da mesma forma como ele levantou os profetas para escrever as promessas. E nós não temos mais profetas como Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, que foram aqueles que registraram as promessas. Deus levantou os apóstolos para registrar o cumprimento e é por isso que nós não temos mais apóstolos, como os doze e Paulo. Não temos mais porque eles foram chamados exatamente para registrar o cumprimento das promessas pelos profetas.

Hoje, nós estamos edificados sobre o fundamento dos Profetas e dos Apóstolos, que é a Sagrada Escrituras. Nós não precisamos de apóstolos, precisamos de pastores e mestres para nos ensinar aquilo que os Profetas e Apóstolos registraram da parte de Deus.

Quarta coisa que o Evangelho é sobre Jesus Cristo. Vamos parar de seguir falso profeta, gente que fica falando de outro evangelho e raramente fala da Pessoa de Cristo, da sua obra na cruz, da sua morte, da sua ressurreição e o povo vai atrás, porque o faço profeta lança isca, você faz isso e você faz aquilo outro, faz campanha, faz promessa, faz propósito e eu vou encher você de bênçãos. Isso não é o Evangelho.

Não estou dizendo que Deus não pode abençoar você, mas estou dizendo se você está em uma igreja evangélica, ou se você é crente porque veio atrás da benção, você está sendo enganado por um falso profeta, está enganando o seu próprio coração. O Evangelho é a respeito de uma pessoa, aquele que é o cumprimento das promessas de Deus de que Ele mandaria um Salvador para nos livrar dos nossos pecados e nos dar a vida eterna. Se você crê nisso você será salvo dos seus pecados e herdará a vida eterna, senão você vai viver nesse mundo enganado por um falso profeta, vai morrer nos seus pecados pelos quais você vai responder diante de Deus no dia do juízo e viver no sofrimento eterno no inferno. O inferno está cheio de gente que um dia creu em um falso evangelho. O verdadeiro Evangelho é esse aqui, ensinado pelo Apóstolo Paulo, ensinado pelos profetas no Antigo Testamento, pelos Apóstolos no Novo Testamento e ele é o nosso fundamento.

Talvez, você tenha ouvido um falso evangelho até ao dia de hoje, mas eu queria que você examinasse o que você tenha ouvido à luz da palavra de Deus. Talvez, você professe e crê nesse Evangelho, mas esse Evangelho é um chamado para ser santo. A fé sem obras é morta, a fé no Evangelho produz obediência e o nosso chamado é um chamado para santidade. Você não pode professar que é um servo de Jesus Cristo se você vive desobedecendo ao seu Senhor, quebrando a sua Lei, ofendendo a Ele com suas práticas religiosas.

O Evangelho é poderoso não somente para nos perdoar, mas também para nos transformar. E eu queria que você cresse nisso. O Evangelho é o poder de Deus para salvar todo aquele que crê. Talvez, você está aqui carregado de culpa pelos seus pecados. Eis a boa notícia: Deus já mandou alguém para tirar sua culpa, pagar a sua culpa, remir os seus pecados, alguém em quem você pode ter a vida eterna, em quem você pode ter graça e paz. Este alguém é Jesus Cristo, Filho de Deus, descendente de Davi, ressurreto dos mortos e que tem todo poder no Céu e na Terra. Que Ele te abençoe a crer assim! Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

Bibliografia:

Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

Rev. Augustus Nicodemus. Mensagem da Série Romanos: O Evangelho de Deus.

 

sábado, 6 de maio de 2023

O CHAMADO DO EVANGELHO

De novo, entrou Jesus a falar por parábolas, dizendo-lhes: O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho. Então, enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; mas estes não quiseram vir. Enviou ainda outros servos, com esta ordem: Dizei aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas. Eles, porém, não se importaram e se foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio; e os outros, agarrando os servos, os maltrataram e mataram. O rei ficou irado e, enviando as suas tropas, exterminou aqueles assassinos e lhes incendiou a cidade. Então, disse aos seus servos: Está pronta a festa, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas a quantos encontrardes. E, saindo aqueles servos pelas estradas, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do banquete ficou repleta de convidados. Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou ali um homem que não trazia veste nupcial e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu. Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes. Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos (Mt 22.1-14).

INTRODUÇÃO:

O que é o chamado do evangelho? O chamado do evangelho é uma convocação de Deus direcionada a todas as pessoas em obediência à ordem de Jesus Cristo, pois enquanto o Senhor conhece os que são seus e que responderão de modo positivo à essa proclamação, nós, por sua vez, não o sabemos e não conhecemos os eleitos de Deus. Por esse motivo a proclamação do evangelho deve ser direcionada a todas as pessoas, sendo esta a ordem de Jesus.

Você pode estar se perguntando: Se Deus escolheu os que são salvos antes da fundação do mundo, qual é a razão, então, de pregar o evangelho? Pelo fato de que Deus os escolheu, mas determinou que a forma de os chamar à redenção seria pelo evangelho através da fé. E somos nós a quem Jesus deixou incumbido esta tarefa.

Deus sabe e conhece aos seus escolhidos, mas nós não o sabemos, por causa disso precisamos anunciar o evangelho a todas às pessoas. Outra pergunta questionadora: Se Deus deseja que todos sejam salvos, por que todos não o são? Porque Ele determinou que a resposta positiva ao evangelho e que salvaria as pessoas é a fé, e que a incredulidade ao chamado do evangelho deveria ser punida.

A parábola que Jesus contou acima tinha a intenção de demonstrar aos judeus que estavam ouvindo de que eles eram os primeiros convidados, mas que, se recusassem a aceitar ao chamado eles seriam abandonados, ou seja, a festa aconteceria com ou sem eles, pois, caso recusassem ao convite, Deus providenciaria outros para ocupar o lugar deles. E desde ao seu ministério já vemos Jesus fazendo isso, quando dava atenção aos publicanos e às meretrizes que o ouviam. Neste ponto, que é a rejeição dos judeus ao seu Messias, o qual estava diante deles, é que acontece a inclusão dos gentios à fé.

No comissionamento feito por Jesus Cristo à sua Igreja para pregar ao evangelho não devemos nos esquecer de que o resultado da proclamação do evangelho não depende de nós, mas da ação do Espírito Santo. Nosso único dever é proclamar a todos. Convence-los de seus pecados é tarefa do poder de Deus; somos apenas os instrumentos de transmissão. Os anjos queriam esta tarefa para eles, mas se fossem eles os pregadores do evangelho, a fé não teria sentido. Se os anjos anunciassem Jesus Cristo como o Messias ao povo da forma como anunciou seu nascimento aos pastores no campo, talvez, não teria havido a rejeição pelo povo. Isso nos leva à nossa primeira lição:

01 – O MÉTODO CORRETO PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO:

Jesus conta uma parábola para nos ajudar a entender a maneira correta de pregar o evangelho. Ele começa dizendo:

O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho. Então, enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas... (Mt 22.2,3).

Jesus contou esta parábola com a intenção de apontar aos judeus de sua época o terrível erro que estavam cometendo ao rejeitarem ao seu Messias e as consequências que sobreviriam a eles por rejeitarem o convite de Jesus à salvação. Diz o texto que o rei mandou seus servos a chamar aos convidados para as bodas. Jesus estava se referindo aos judeus afirmando que eles foram convidados durante todo o tempo do Antigo Testamento por meio da Lei e pelos profetas e que agora chegou o momento de celebrarem as bodas do Cordeiro, porque o Messias prometido, o qual esperavam a tanto tempo, estava ali diante de seus olhos. Isso nos ensina que:

a) A pregação do evangelho é uma convocação:

A palavra chamar pode ser traduzida também por convocar. A pregação do evangelho não é a apresentação de uma possibilidade, e sim uma ordem para vir, pela fé, ao Senhor. O Apóstolo Pedro foi muito enfático no início do anúncio do evangelho ao dizer:

Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo (At 2.38).

O evangelho não oferece a vida ou a morte, mas o evangelho convida para a vida, pois quem não o aceita já está na morte. É justamente isso que João falou quando escreveu:

Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más (Jo 3.18-19).

E Anthony Hoekema diz:

O convite do evangelho não é algo que deixe a pessoa livre para aceitar ou declinar, como alguém que é convidado para o futebol, mas é uma ordem do soberano Senhor de toda a criação que manda que venhamos a Ele para salvação – uma ordem que não pode ser ignorada a custo de uma eterna perdição.

Não resta dúvida, portanto, de que a pregação do evangelho é uma convocação formal para que seu ouvinte venha para a festa das bodas do Cordeiro de Deus. E em outra parábola semelhante Jesus deixa ainda mais claro a ideia de convocação como pregação do evangelho. Diz o texto:

Certo homem deu uma grande ceia e convidou muitos. À hora da ceia, enviou o seu servo para avisar aos convidados: Vinde, porque tudo já está preparado. Não obstante, todos, à uma, começaram a escusar-se. Disse o primeiro: Comprei um campo e preciso ir vê-lo; rogo-te que me tenhas por escusado. Outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las; rogo-te que me tenhas por escusado. E outro disse: Casei-me e, por isso, não posso ir (Lc 14.16-20).

E, novamente, a reação de todos foi a recusa à convocação. E o que fez, então, aquele Senhor? O texto diz:

Voltando o servo, tudo contou ao seu senhor. Então, irado, o dono da casa disse ao seu servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos (Lc 14.21).

Jesus está dizendo que aqueles que foram previamente convidados, que eram os judeus, se recusaram a participar das bodas, mas que a festa não deixaria de acontecer pela falta deles. Ele manda “trazer” outros para preencher o lugar dos faltosos. Isso é muito mais do que um simples convite com duas opções. Portanto, a recusa dos convidados à convocação do Senhor foi a substituição destes convidados rebeldes por outros que atenderiam prontamente à convocação de Deus.

b) A pregação do evangelho deve ser apelativa:

Diz a parábola que os que haviam sido previamente convidados para as bodas se recusaram a vir e, então, o rei mandou insistir com eles:

Enviou ainda outros servos, com esta ordem: Dizei aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas (Mt 22.4).

E qual foi a reação dos convidados?

Eles, porém, não se importaram e se foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio; e os outros, agarrando os servos, os maltrataram e mataram (Mt 22.5-6).

O que se percebe nas palavras de Jesus é um alto teor de apelo. A pregação do evangelho deve ser altamente apelativa, como o próprio Senhor Jesus demonstra quando apelou:

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei (Mt 11.28).

No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba (Jo 7.37).

A pregação do evangelho é uma convocação e ela deve ser apelativa, mas qual deve ser o seu conteúdo?

c) A pregação do evangelho é anunciar a obra redentora de Jesus Cristo:

Este tópico é muito importante para os dias atuais em que o conteúdo do evangelho tem sido desvirtuado de sua essência, pois muitas vezes a pregação do evangelho tem se limitado às ofertas de prosperidade e de soluções de problemas.

É urgente a necessidade de se voltar ao conteúdo da apresentação do evangelho pelos discípulos de Cristo, os quais não apresentavam a Jesus como a solução de todos os seus problemas, mas sim como o salvador crucificado e ressurreto, poderoso para dar a vida eterna a todos os que se achegasse a Ele com fé. Eles aprenderam isso com o próprio Senhor Jesus que, antes de ser assunto ao céu, lhes mostrou como deveriam proceder dizendo:

Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado (Mt 28.19-20).

A ordem de Jesus, primeiramente, é a de fazermos discípulos enquanto avançamos na vida. Discípulo combina com dois significados profundos: Crer e aprender. Portanto, aquele que crê em Cristo devem levar uma vida de constante obediência e aprendizado. O discípulo deve estar disposto a aprender e considerando o grande conteúdo do evangelho ele tem muito a aprender.

A segunda coisa que Jesus ordenou para a pregação do evangelho está ligada à primeira. Primeiro Jesus ordenou que seu discípulo ensinasse, mas ensinar o que? Ensinar a guardar todas as coisas que seu Mestre havia ensinado para eles e que eles aprenderam ao longo de sua vida.

Os discípulos não receberam a ordem de oferecer aos seus ouvintes uma vida de prosperidade, de sucesso, sem problemas, sem aflições, de viver na igreja como se vivesse em um clube. Eles nunca fariam isso porque nunca ouviram isso de Jesus. Pelo contrário, a motivação que Jesus lhes ofereciam era a perseguição, pois sempre lhes diziam:

Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim (Jo 15.18).

A mensagem de Jesus para eles era que os perseguiriam, assim como perseguiram a Ele.

Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa (Jo 15.20).

O caminho que Jesus lhes ofereceu foi o caminho estreito e difícil de se percorrer. Mas Jesus também lhes falou que o fato de serem perseguidos não era motivo de tristeza, mas sim de satisfação:

Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós (Mt 5.10-12).

Em obediência à ordem de Cristo de ensinar a guardar todas as coisas que Ele havia dito, seus discípulos anunciavam na pregação do evangelho a obra redentora de Cristo, pois durante seu ministério Jesus ensinou a grandeza do amor de Deus de oferecer seu Único Filho em sacrifício pelo pecado. Ouviram Ele dizer que morreria, mas que ressuscitaria no terceiro dia. E dessa forma os discípulos apresentam a Jesus na pregação do evangelho, um Jesus que foi crucificado por causa do pecado, mas que hoje está vivo e ressurreto e um dia voltará para julgar a todos.

Era para os discípulos ensinar a guardar os ensinos de Cristo. E qual era o ensino de Jesus? Ele dizia:

Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou (Jo 14.23-24).

E este deve ser o objetivo da pregação do evangelho: Fazer crentes fieis ao Senhor, crentes dispostos a aprender, guardar e ensinar as coisas ensinadas. Um discípulo deve ser ensinado a crer em Jesus, como também de obedecer a Ele, pois não há como receber a Cristo como Salvador sem que Ele seja também Senhor de nossa vida.

01 – O ALVO PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO:

A pregação do evangelho é proclamar a obra redentora de Cristo. Ela é convocatória e apelativa, mas a quem ela deve ser direcionada? A todos! Todos têm de ouvir a pregação do evangelho, todos precisam ouvir da obra redentora de Cristo na cruz. Não devemos e não podemos discriminar ninguém. Mas você pode estar se perguntando: Deus não escolheu alguns para salvação e a outros não? Então, qual é a razão de chamar a todos? Porque Deus conhece aos seus escolhidos e estes lhe ouvem a voz, mas nós não sabemos quem são eles e por esta razão Jesus deu a ordem de pregar a todos, institivamente:

E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura (Mc 16.15).

Deus tem um chamado geral para todas as pessoas. Isso não significa que todos terão que ser salvas, mas que Deus deseja que todas ouçam a esse chamado, a essa convocação. Jesus deixou esse princípio bem claro quando disse:

Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos (Mt 22.14).

O chamado do evangelho é direcionado a um número muito grande de pessoas, mas a resposta positiva a esse chamado vem apenas dos escolhidos, cujo número é bem menor. O próprio Senhor Jesus chama a todos quando diz:

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei (Mt 11.28).

Ele não disse para vir a Ele somente seus escolhidos porque o convite do evangelho não é direcionado apenas aos eleitos de Deus, mas a todos. Todavia, somente os que entenderem o convite de Jesus e reconhecerem que estão cansados e sobrecarregados e se dispuserem a ir até Ele para serem aliviados é que obterão os benefícios deste convite. Os demais foram apenas ouvintes. Todos devem ser notificados pela pregação do evangelho a se arrependerem. O autor de Atos escreve:

Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos (At 17.30-31).

O argumento de que, se Deus escolheu os que serão salvos, então, não há sentido em pregar o evangelho, denota falta de compreensão da Palavra de Deus. Deus determinou que seus eleitos se arrependessem e fossem salvo através da pregação do evangelho e quem de nós tem a capacidade de saber quem são estes eleitos? Nenhum de nós, mas tão somente o Espírito Santo. Portanto, a eleição de Deus não deve ser levada em consideração no quesito para quem devo anunciar o evangelho e sim a ordem de Cristo para que o evangelho fosse pregado a toda criatura e em todas as nações.

Outro motivo de anunciar o evangelho a todos é a situação de perdição em que todos se encontram, pois, a Bíblia diz:

Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.23).

Todos nós, antes de conhecer a Cristo, estávamos errados e desgarrados de Deus e todos nós precisamos ouvir a verdade. E qual é esta verdade? A verdade de que existe somente um Deus:

Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos (Ef 4.5-6).

A verdade de que existe somente um caminho para se chegar até este Deus único e Jesus é este caminho:

Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6).

A verdade de que não existe salvação em nenhum outro a não ser em Jesus Cristo, o cordeiro de Deus:

E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.12).

Todos precisam ser alertados quantos as mentiras das tradições humanas, principalmente o errôneo e velho ditado de que todos os caminhos levam a Deus, porque há um só Deus e um só caminho que leve a esse Deus único e esse caminho é Jesus Cristo. Portanto, se alguém quiser ser salvo precisa receber a Jesus como Senhor e Salvador de sua vida.

O método comum de Deus para alcançar e salvar a seus escolhidos é a proclamação do evangelho por parte de seus discípulos. Foi aos seus discípulos que Jesus ordenou pregar o evangelho a toda criatura. Mas caso alguém nunca tenha ouvido a pregação do evangelho por parte dos discípulos de Cristo, existe, ainda, a revelação de Deus que torna qualquer um indesculpável:

A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato (Rm 1.18-21).

A pregação do evangelho é um reforço desta manifestação de Deus através de sua criação.

03 – O TEMPO PARA A PREGAÇÃO DO EVANGELHO:

Na pregação do evangelho, que é convocatória e apelativa, devemos anunciar a obra redentora de Cristo a todas as pessoas. E por quanto tempo devemos anunciar ao evangelho? Jesus responde:

Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa (Jo 4.35).

O tempo é agora, antes da ceifa e Jesus alerta aos discípulos de que os campos estão prontos para a ceifa. E não é assim em que se encontra o mundo lá fora? As pessoas estão desesperadas, desesperançadas, sofrendo por causa de seus pecados, sozinhos por terem recusado e abandonado a Deus, mas elas precisam ouvir para terem a oportunidade de se arrependerem e se voltarem para Deus. Jesus deixou o seu exemplo quando disse:

Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também (Jo 5.17).

Agora, chegou a nossa hora de fazermos a nossa parte. É nossa hora de prosseguirmos com a obra de Cristo e anunciar ao mundo o que Ele fez por amor. A ordenança de fazermos isso veio do próprio Senhor Jesus quando ordenou:

Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século (Mt 28.19-20).

E nesta obra Ele prometeu estar junto de nós, sempre. Não podemos desanimar. Paulos nos exorta a exercer a paciência na pregação do evangelho, sendo a nossa tarefa de semear, pois a colheita pertence a Deus. E ele compara isso àquele que planta uma semente:

Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas (Tg 5.7).

E o Senhor diz que a sua Palavra anunciada sempre cumprirá com seu dever. É o que Ele promete quando diz:

Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei (Is 55.10-11).

Talvez, você esteja se questionando que o anúncio do evangelho é feito a dois mil anos e nada de Cristo voltar até agora. Esta é a refutação de muitos ao ouvirem o evangelho. Mas Pedro diz que não devemos nos desanimar por esta questão, afinal, independente da volta de Cristo, o tempo termina para aquele que morre e ele precisa ouvir do evangelho antes que isso ocorra. Pedro diz:

Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento (2 Pd 3.9).

O tempo oportuno para anunciar ao evangelho, até que Cristo volte, sempre será o aqui e agora. A demora de sua volta se deve ao fato dele oferecer a oportunidade de salvação a todos. Se Ele tivesse voltado a cem anos atrás eu não estaria escrevendo estas palavras, pois nem a oportunidade de nascer eu teria recebido, porque a sua volta representa o fim das primeiras coisas, pois Jesus ensinou:

Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus. Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu (Mt 22.29-30).

Independente da demora de sua volta, um dia Jesus voltará para pôr um fim nas primeiras coisas. Se ansiamos a este dia devemos anunciar ao evangelho, pois Pedro assim nos exorta:

Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão (2 Pd 3.11-12).

E a maneira de apressarmos esta vinda é anunciando ao evangelho, não se esquecendo de que há um número determinado para nascerem, conforme revelação da a João, que assim escreveu:

Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram (Ap 6.11).

O dia que este número se completar nada mais deterá a volta de nosso Senhor Jesus Cristo. Enquanto isso não ocorrer devemos anunciar, em todo tempo, o evangelho para libertação dos pecadores, chamando-os ao arrependimento.

CONCLUSÃO:

A nossa posição como pessoas regeneradas deve ser a de anunciar ao evangelho a todas as pessoas, como Jesus ordenou, confiando que o resultado da pregação pertence ao Senhor. Não podemos e não devemos discriminar ninguém, assim como não podemos determinar o efeito da pregação. Criativas técnicas de comunicação poderão ser eficientes na comunicação, mas não no quesito de mudar os corações, de transformar vidas. Observação a estes princípios e a confiança na soberania de Deus nos dará mais entusiasmo na prática da evangelização e nos tornará mais dedicados à ordem de Jesus de ir e pregar o evangelho a todas as pessoas. Que Deus lhe ajude a obedecer ao nosso Mestre! Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

 

 

 

BIBLIOGRAFIA:

Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

Revista Expressão: A Essência da Fé. Autor: Leandro Antônio de Lima. Editora Cultura Crista

Anthony Hoekema: Salvos pela Graça. São Paulo: Cultura Cristã, 1997. P.76.