De novo, entrou Jesus a falar por parábolas,
dizendo-lhes: O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de
seu filho. Então, enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas;
mas estes não quiseram vir. Enviou ainda outros servos, com esta ordem: Dizei
aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já
foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas. Eles, porém, não se
importaram e se foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio; e os
outros, agarrando os servos, os maltrataram e mataram. O rei ficou irado e,
enviando as suas tropas, exterminou aqueles assassinos e lhes incendiou a
cidade. Então, disse aos seus servos: Está pronta a festa, mas os convidados
não eram dignos. Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai para
as bodas a quantos encontrardes. E, saindo aqueles servos pelas estradas,
reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do banquete ficou
repleta de convidados. Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa,
notou ali um homem que não trazia veste nupcial e perguntou-lhe: Amigo, como
entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu. Então, ordenou o rei aos
serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá
choro e ranger de dentes. Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos
(Mt 22.1-14).
INTRODUÇÃO:
O que é o chamado do evangelho? O
chamado do evangelho é uma convocação de Deus direcionada a todas as pessoas em
obediência à ordem de Jesus Cristo, pois enquanto o Senhor conhece os que são
seus e que responderão de modo positivo à essa proclamação, nós, por sua vez,
não o sabemos e não conhecemos os eleitos de Deus. Por esse motivo a
proclamação do evangelho deve ser direcionada a todas as pessoas, sendo esta a
ordem de Jesus.
Você pode estar se perguntando: Se
Deus escolheu os que são salvos antes da fundação do mundo, qual é a razão,
então, de pregar o evangelho? Pelo fato de que Deus os escolheu, mas determinou
que a forma de os chamar à redenção seria pelo evangelho através da fé. E somos
nós a quem Jesus deixou incumbido esta tarefa.
Deus sabe e conhece aos seus
escolhidos, mas nós não o sabemos, por causa disso precisamos anunciar o
evangelho a todas às pessoas. Outra pergunta questionadora: Se Deus deseja que
todos sejam salvos, por que todos não o são? Porque Ele determinou que a
resposta positiva ao evangelho e que salvaria as pessoas é a fé, e que a
incredulidade ao chamado do evangelho deveria ser punida.
A parábola que Jesus contou acima
tinha a intenção de demonstrar aos judeus que estavam ouvindo de que eles eram
os primeiros convidados, mas que, se recusassem a aceitar ao chamado eles
seriam abandonados, ou seja, a festa aconteceria com ou sem eles, pois, caso
recusassem ao convite, Deus providenciaria outros para ocupar o lugar deles. E
desde ao seu ministério já vemos Jesus fazendo isso, quando dava atenção aos
publicanos e às meretrizes que o ouviam. Neste ponto, que é a rejeição dos
judeus ao seu Messias, o qual estava diante deles, é que acontece a inclusão
dos gentios à fé.
No comissionamento feito por Jesus
Cristo à sua Igreja para pregar ao evangelho não devemos nos esquecer de que o
resultado da proclamação do evangelho não depende de nós, mas da ação do
Espírito Santo. Nosso único dever é proclamar a todos. Convence-los de seus
pecados é tarefa do poder de Deus; somos apenas os instrumentos de transmissão.
Os anjos queriam esta tarefa para eles, mas se fossem eles os pregadores do
evangelho, a fé não teria sentido. Se os anjos anunciassem Jesus Cristo como o
Messias ao povo da forma como anunciou seu nascimento aos pastores no campo,
talvez, não teria havido a rejeição pelo povo. Isso nos leva à nossa primeira
lição:
01 – O MÉTODO CORRETO PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO:
Jesus conta uma parábola para nos
ajudar a entender a maneira correta de pregar o evangelho. Ele começa dizendo:
O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho. Então, enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas...
(Mt 22.2,3).
Jesus contou esta parábola com a
intenção de apontar aos judeus de sua época o terrível erro que estavam
cometendo ao rejeitarem ao seu Messias e as consequências que sobreviriam a
eles por rejeitarem o convite de Jesus à salvação. Diz o texto que o rei mandou
seus servos a chamar aos convidados para as bodas. Jesus estava se referindo
aos judeus afirmando que eles foram convidados durante todo o tempo do Antigo
Testamento por meio da Lei e pelos profetas e que agora chegou o momento de
celebrarem as bodas do Cordeiro, porque o Messias prometido, o qual esperavam a
tanto tempo, estava ali diante de seus olhos. Isso nos ensina que:
a) A pregação do evangelho é uma convocação:
A palavra chamar pode ser traduzida
também por convocar. A pregação do evangelho não é a apresentação de uma
possibilidade, e sim uma ordem para vir, pela fé, ao Senhor. O Apóstolo Pedro
foi muito enfático no início do anúncio do evangelho ao dizer:
Arrependei-vos, e cada um
de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados,
e recebereis o dom do Espírito Santo (At 2.38).
O evangelho não oferece a vida ou a
morte, mas o evangelho convida para a vida, pois quem não o aceita já está na
morte. É justamente isso que João falou quando escreveu:
Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito
Filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram
mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más (Jo 3.18-19).
E Anthony Hoekema diz:
O convite do evangelho não é algo
que deixe a pessoa livre para aceitar ou declinar, como alguém que é convidado
para o futebol, mas é uma ordem do soberano Senhor de toda a criação que manda
que venhamos a Ele para salvação – uma ordem que não pode ser ignorada a custo
de uma eterna perdição.
Não resta dúvida, portanto, de que a
pregação do evangelho é uma convocação formal para que seu ouvinte venha para a
festa das bodas do Cordeiro de Deus. E em outra parábola semelhante Jesus deixa
ainda mais claro a ideia de convocação como pregação do evangelho. Diz o texto:
Certo homem deu uma grande ceia e convidou muitos. À hora da ceia, enviou o seu servo para avisar aos convidados: Vinde, porque tudo
já está preparado. Não obstante, todos,
à uma, começaram a escusar-se. Disse o primeiro: Comprei um campo e preciso
ir vê-lo; rogo-te que me tenhas por escusado. Outro disse: Comprei cinco juntas
de bois e vou experimentá-las; rogo-te que me tenhas por escusado. E outro
disse: Casei-me e, por isso, não posso ir (Lc 14.16-20).
E, novamente, a reação de todos foi a
recusa à convocação. E o que fez, então, aquele Senhor? O texto diz:
Voltando o servo, tudo contou ao seu senhor. Então, irado, o dono da casa
disse ao seu servo: Sai depressa para as
ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos
e os coxos (Lc 14.21).
Jesus está dizendo que aqueles que
foram previamente convidados, que eram os judeus, se recusaram a participar das
bodas, mas que a festa não deixaria de acontecer pela falta deles. Ele manda
“trazer” outros para preencher o lugar dos faltosos. Isso é muito mais do que
um simples convite com duas opções. Portanto, a recusa dos convidados à
convocação do Senhor foi a substituição destes convidados rebeldes por outros
que atenderiam prontamente à convocação de Deus.
b) A pregação do evangelho deve ser apelativa:
Diz a parábola que os que haviam sido
previamente convidados para as bodas se recusaram a vir e, então, o rei mandou
insistir com eles:
Enviou ainda outros servos, com esta ordem: Dizei aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus
bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas
(Mt 22.4).
E qual foi a reação dos convidados?
Eles, porém, não se importaram e se foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio; e os outros, agarrando
os servos, os maltrataram e mataram (Mt 22.5-6).
O que se percebe nas palavras de
Jesus é um alto teor de apelo. A pregação do evangelho deve ser altamente
apelativa, como o próprio Senhor Jesus demonstra quando apelou:
Vinde a mim, todos os que
estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei (Mt 11.28).
No último dia, o grande dia da
festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se
alguém tem sede, venha a mim e beba
(Jo 7.37).
A pregação do evangelho é uma
convocação e ela deve ser apelativa, mas qual deve ser o seu conteúdo?
c) A pregação do evangelho é anunciar a obra redentora de Jesus Cristo:
Este tópico é muito importante para
os dias atuais em que o conteúdo do evangelho tem sido desvirtuado de sua
essência, pois muitas vezes a pregação do evangelho tem se limitado às ofertas
de prosperidade e de soluções de problemas.
É urgente a necessidade de se voltar
ao conteúdo da apresentação do evangelho pelos discípulos de Cristo, os quais
não apresentavam a Jesus como a solução de todos os seus problemas, mas sim
como o salvador crucificado e ressurreto, poderoso para dar a vida eterna a
todos os que se achegasse a Ele com fé. Eles aprenderam isso com o próprio
Senhor Jesus que, antes de ser assunto ao céu, lhes mostrou como deveriam
proceder dizendo:
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os
a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado (Mt 28.19-20).
A ordem de Jesus, primeiramente, é a
de fazermos discípulos enquanto avançamos na vida. Discípulo combina com dois
significados profundos: Crer e aprender. Portanto, aquele que crê em Cristo
devem levar uma vida de constante obediência e aprendizado. O discípulo deve
estar disposto a aprender e considerando o grande conteúdo do evangelho ele tem
muito a aprender.
A segunda coisa que Jesus ordenou
para a pregação do evangelho está ligada à primeira. Primeiro Jesus ordenou que
seu discípulo ensinasse, mas ensinar o que? Ensinar a guardar todas as coisas
que seu Mestre havia ensinado para eles e que eles aprenderam ao longo de sua
vida.
Os discípulos não receberam a ordem
de oferecer aos seus ouvintes uma vida de prosperidade, de sucesso, sem
problemas, sem aflições, de viver na igreja como se vivesse em um clube. Eles
nunca fariam isso porque nunca ouviram isso de Jesus. Pelo contrário, a
motivação que Jesus lhes ofereciam era a perseguição, pois sempre lhes diziam:
Se o mundo vos odeia,
sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim (Jo 15.18).
A mensagem de Jesus para eles era que
os perseguiriam, assim como perseguiram a Ele.
Lembrai-vos da palavra que eu vos
disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se
guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa (Jo 15.20).
O caminho que Jesus lhes ofereceu foi
o caminho estreito e difícil de se percorrer. Mas Jesus também lhes falou que o
fato de serem perseguidos não era motivo de tristeza, mas sim de satisfação:
Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha
causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra
vós. Regozijai-vos e exultai,
porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas
que viveram antes de vós (Mt 5.10-12).
Em obediência à ordem de Cristo de
ensinar a guardar todas as coisas que Ele havia dito, seus discípulos
anunciavam na pregação do evangelho a obra redentora de Cristo, pois durante
seu ministério Jesus ensinou a grandeza do amor de Deus de oferecer seu Único
Filho em sacrifício pelo pecado. Ouviram Ele dizer que morreria, mas que
ressuscitaria no terceiro dia. E dessa forma os discípulos apresentam a Jesus
na pregação do evangelho, um Jesus que foi crucificado por causa do pecado, mas
que hoje está vivo e ressurreto e um dia voltará para julgar a todos.
Era para os discípulos ensinar a
guardar os ensinos de Cristo. E qual era o ensino de Jesus? Ele dizia:
Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra;
e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. Quem não me ama não guarda as minhas
palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me
enviou (Jo 14.23-24).
E este deve ser o objetivo da
pregação do evangelho: Fazer crentes fieis ao Senhor, crentes dispostos a
aprender, guardar e ensinar as coisas ensinadas. Um discípulo deve ser ensinado
a crer em Jesus, como também de obedecer a Ele, pois não há como receber a
Cristo como Salvador sem que Ele seja também Senhor de nossa vida.
01 – O ALVO PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO:
A pregação do evangelho é proclamar a
obra redentora de Cristo. Ela é convocatória e apelativa, mas a quem ela deve
ser direcionada? A todos! Todos têm de ouvir a pregação do evangelho, todos
precisam ouvir da obra redentora de Cristo na cruz. Não devemos e não podemos
discriminar ninguém. Mas você pode estar se perguntando: Deus não escolheu
alguns para salvação e a outros não? Então, qual é a razão de chamar a todos?
Porque Deus conhece aos seus escolhidos e estes lhe ouvem a voz, mas nós não
sabemos quem são eles e por esta razão Jesus deu a ordem de pregar a todos,
institivamente:
E disse-lhes:
Ide por todo o mundo e pregai o evangelho
a toda criatura (Mc 16.15).
Deus tem um chamado geral para todas
as pessoas. Isso não significa que todos terão que ser salvas, mas que Deus
deseja que todas ouçam a esse chamado, a essa convocação. Jesus deixou esse
princípio bem claro quando disse:
Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos
(Mt 22.14).
O chamado do evangelho é direcionado
a um número muito grande de pessoas, mas a resposta positiva a esse chamado vem
apenas dos escolhidos, cujo número é bem menor. O próprio Senhor Jesus chama a
todos quando diz:
Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei
(Mt 11.28).
Ele não disse para vir a Ele somente
seus escolhidos porque o convite do evangelho não é direcionado apenas aos
eleitos de Deus, mas a todos. Todavia, somente os que entenderem o convite de
Jesus e reconhecerem que estão cansados e sobrecarregados e se dispuserem a ir
até Ele para serem aliviados é que obterão os benefícios deste convite. Os
demais foram apenas ouvintes. Todos devem ser notificados pela pregação do
evangelho a se arrependerem. O autor de Atos escreve:
Ora, não levou Deus em conta os
tempos da ignorância; agora, porém,
notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto
estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um
varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os
mortos (At 17.30-31).
O argumento de que, se Deus escolheu os
que serão salvos, então, não há sentido em pregar o evangelho, denota falta de
compreensão da Palavra de Deus. Deus determinou que seus eleitos se
arrependessem e fossem salvo através da pregação do evangelho e quem de nós tem
a capacidade de saber quem são estes eleitos? Nenhum de nós, mas tão somente o
Espírito Santo. Portanto, a eleição de Deus não deve ser levada em consideração
no quesito para quem devo anunciar o evangelho e sim a ordem de Cristo para que
o evangelho fosse pregado a toda criatura e em todas as nações.
Outro motivo de anunciar o evangelho
a todos é a situação de perdição em que todos se encontram, pois, a Bíblia diz:
Pois todos pecaram e carecem da glória de
Deus (Rm 3.23).
Todos nós, antes de conhecer a
Cristo, estávamos errados e desgarrados de Deus e todos nós precisamos ouvir a
verdade. E qual é esta verdade? A verdade de que existe somente um Deus:
Há um só Senhor, uma só fé,
um só batismo; um só Deus e Pai de todos,
o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos (Ef 4.5-6).
A verdade de que existe somente um
caminho para se chegar até este Deus único e Jesus é este caminho:
Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o
caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6).
A verdade de que não existe salvação
em nenhum outro a não ser em Jesus Cristo, o cordeiro de Deus:
E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não
existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos
salvos (At 4.12).
Todos precisam ser alertados quantos
as mentiras das tradições humanas, principalmente o errôneo e velho ditado de
que todos os caminhos levam a Deus, porque há um só Deus e um só caminho que
leve a esse Deus único e esse caminho é Jesus Cristo. Portanto, se alguém
quiser ser salvo precisa receber a Jesus como Senhor e Salvador de sua vida.
O método comum de Deus para alcançar
e salvar a seus escolhidos é a proclamação do evangelho por parte de seus
discípulos. Foi aos seus discípulos que Jesus ordenou pregar o evangelho a toda
criatura. Mas caso alguém nunca tenha ouvido a pregação do evangelho por parte
dos discípulos de Cristo, existe, ainda, a revelação de Deus que torna qualquer
um indesculpável:
A ira de Deus se revela do céu
contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela
injustiça; porquanto o que de Deus se
pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus,
assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se
reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas
que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto,
tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças;
antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o
coração insensato (Rm 1.18-21).
A pregação do evangelho é um reforço
desta manifestação de Deus através de sua criação.
03 – O TEMPO PARA A PREGAÇÃO DO EVANGELHO:
Na pregação do evangelho, que é
convocatória e apelativa, devemos anunciar a obra redentora de Cristo a todas
as pessoas. E por quanto tempo devemos anunciar ao evangelho? Jesus responde:
Não dizeis vós que ainda há quatro
meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa (Jo 4.35).
O tempo é agora, antes da ceifa e
Jesus alerta aos discípulos de que os campos estão prontos para a ceifa. E não
é assim em que se encontra o mundo lá fora? As pessoas estão desesperadas,
desesperançadas, sofrendo por causa de seus pecados, sozinhos por terem
recusado e abandonado a Deus, mas elas precisam ouvir para terem a oportunidade
de se arrependerem e se voltarem para Deus. Jesus deixou o seu exemplo quando
disse:
Mas ele lhes
disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu
trabalho também (Jo 5.17).
Agora, chegou a nossa hora de
fazermos a nossa parte. É nossa hora de prosseguirmos com a obra de Cristo e
anunciar ao mundo o que Ele fez por amor. A ordenança de fazermos isso veio do
próprio Senhor Jesus quando ordenou:
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que
vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação
do século (Mt 28.19-20).
E nesta obra Ele prometeu estar junto
de nós, sempre. Não podemos desanimar. Paulos nos exorta a exercer a paciência
na pregação do evangelho, sendo a nossa tarefa de semear, pois a colheita
pertence a Deus. E ele compara isso àquele que planta uma semente:
Sede, pois, irmãos, pacientes, até
à vinda do Senhor. Eis que o lavrador
aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as
últimas chuvas (Tg 5.7).
E o Senhor diz que a sua Palavra
anunciada sempre cumprirá com seu dever. É o que Ele promete quando diz:
Porque, assim como descem a chuva e
a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem,
e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha
boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo
para que a designei (Is 55.10-11).
Talvez, você esteja se questionando
que o anúncio do evangelho é feito a dois mil anos e nada de Cristo voltar até
agora. Esta é a refutação de muitos ao ouvirem o evangelho. Mas Pedro diz que
não devemos nos desanimar por esta questão, afinal, independente da volta de
Cristo, o tempo termina para aquele que morre e ele precisa ouvir do evangelho
antes que isso ocorra. Pedro diz:
Não retarda o Senhor a sua
promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão
que todos cheguem ao arrependimento (2 Pd 3.9).
O tempo oportuno para anunciar ao
evangelho, até que Cristo volte, sempre será o aqui e agora. A demora de sua
volta se deve ao fato dele oferecer a oportunidade de salvação a todos. Se Ele
tivesse voltado a cem anos atrás eu não estaria escrevendo estas palavras, pois
nem a oportunidade de nascer eu teria recebido, porque a sua volta representa o
fim das primeiras coisas, pois Jesus ensinou:
Respondeu-lhes Jesus: Errais, não
conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus. Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são,
porém, como os anjos no céu (Mt 22.29-30).
Independente da demora de sua volta,
um dia Jesus voltará para pôr um fim nas primeiras coisas. Se ansiamos a este
dia devemos anunciar ao evangelho, pois Pedro assim nos exorta:
Visto que todas essas coisas hão de
ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e
piedade, esperando e apressando a vinda
do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e
os elementos abrasados se derreterão (2 Pd 3.11-12).
E a maneira de apressarmos esta vinda
é anunciando ao evangelho, não se esquecendo de que há um número determinado
para nascerem, conforme revelação da a João, que assim escreveu:
Então, a cada um deles foi dada uma
vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos
seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram
(Ap 6.11).
O dia que este número se completar
nada mais deterá a volta de nosso Senhor Jesus Cristo. Enquanto isso não
ocorrer devemos anunciar, em todo tempo, o evangelho para libertação dos
pecadores, chamando-os ao arrependimento.
CONCLUSÃO:
A nossa posição como pessoas
regeneradas deve ser a de anunciar ao evangelho a todas as pessoas, como Jesus
ordenou, confiando que o resultado da pregação pertence ao Senhor. Não podemos
e não devemos discriminar ninguém, assim como não podemos determinar o efeito
da pregação. Criativas técnicas de comunicação poderão ser eficientes na
comunicação, mas não no quesito de mudar os corações, de transformar vidas.
Observação a estes princípios e a confiança na soberania de Deus nos dará mais
entusiasmo na prática da evangelização e nos tornará mais dedicados à ordem de
Jesus de ir e pregar o evangelho a todas as pessoas. Que Deus lhe ajude a
obedecer ao nosso Mestre! Amém!
Luiz Lobianco
BIBLIOGRAFIA:
Bíblia Sagrada. Traduzida em
português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil.
Sociedade Bíblica do Brasil.
Revista Expressão: A Essência da Fé. Autor: Leandro Antônio
de Lima. Editora Cultura Crista
Anthony Hoekema: Salvos pela Graça. São Paulo: Cultura Cristã, 1997. P.76.
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