14 Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e
de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste
15 e que, desde a infância, sabes as sagradas
letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.
16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil
para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,
17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra.
1 Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que
há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino:
2 prega a palavra, insta, quer seja oportuno,
quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.
3 Pois haverá tempo em que não suportarão a sã
doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias
cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos;
4 e se recusarão a dar ouvidos à
verdade, entregando-se às fábulas (2 Tm 3.14 – 4.4).
INTRODUÇÃO
A cultura ocidental tem
passado por muitas fases nos últimos tempos. Grandes invenções e descobertas
dos séculos recentes levaram o ser humano a pensar que a razão humana era o
máximo e que não precisamos de Deus. Para conhecer a verdade só tínhamos de
apelar à razão. Ao ver que a razão não era tudo o ser humano passou a apelar
para a emoção e só aceitar como verdade aquilo que os seus sentidos
experimentavam. Mas a emoção também não é tudo e chegamos ao século atual com
uma proposta de demolir as propostas anteriores.
Não se pode confiar nem na
razão humana nem nas emoções para conhecer a verdade por um motivo simples: A
filosofia da moda diz que verdade não existe e que se pode até mesmo inventar
uma, quem quiser. Diante disso tudo pode-se dizer que vivemos um colapso de
significado, pois dizem não existir absolutos porque tudo é relativo, quer
dizer, só é verdade até certo ponto, dependendo da ótica que se olha. Dessa
forma, o homem tem uma visão distorcida do mundo, de si mesmo e principalmente
de Deus, fatos que se tornam parte de sua cosmovisão.
1 –
O CONCEITO DISTORCIDO PÓS-MODERNISTA
A pós-modernidade é definida
por muitos autores como a época das incertezas, das fragmentações, das
desconstruções, da troca de valores. Age-se de acordo com o momento e com a
conveniência. Pegar um atalho tornou-se uma prática comum.
A cultura modernista e
racionalista rejeita a Bíblia como verdade por achar que ela está cheia de
erros e não pode ser comprovada cientificamente. No pós-modernismo, cada um
aceita o que quer, sem comprovação nenhuma.
O mundo pluralista fala da
verdade em termos vagos e não concretos. Hoje em dia é politicamente correto
relativizar tudo com afirmações como: a minha verdade não é a sua verdade. Tal
afirmação reflete o descaso do homem moderno para com Deus e a Sua Palavra.
A – A
negação de uma verdade absoluta
O evangelho do
pós-modernismo diz que não existe uma coisa chamada verdade. As implicações
desta forma de pensar e de ver o mundo são muito amplas e afetam a todos os
setores da sociedade, inclusive a Igreja. Isso porque desde a classe elitizada
até as populações mais pobres encontramos essa maneira distorcida de ver o
mundo.
O fato é que isso quer dizer
que, se não existe uma verdade absoluta, não existe nada que seja totalmente
errado. Então, ninguém pode apontar o erro de ninguém, porque, na verdade, não
existe erro algum.
O pensamento pós-modernista
rejeita o Cristianismo, não por achar que ele não seja verdadeiro, mas
exatamente porque o Cristianismo se apresenta como a verdade. E nossa sociedade
não tolera isso.
B – A
relativização da verdade
É interessante pensar que as
pessoas sempre cometeram pecados. Mas houve um tempo em que pelo menos esses
pecados eram reconhecidos como pecados. Se alguém cometesse um adultério 50
anos atrás, essa pessoa tinha consciência de que estava fazendo algo errado.
Mas hoje essa consciência está desaparecendo. A consciência do ser humana está
cauterizada.
O comportamento imoral
continua e não há critérios morais. Dessa forma não há como dizer que isto está
certo e aquilo errado. Enfrentamos não somente um colapso moral, mas também um
colapso de significado: Não existe uma verdade absoluta, tudo é relativo, pois
só é verdade até certo ponto, dependendo do ângulo que se olha.
E se você acha que isso tudo
não influencia em nada a Igreja está enganado, pois até mesmo muitos crentes têm
relativizado a verdade com suas desobediências e rebeldias. O autor do livro
“Reforma hoje” comenta que:
Tudo isso já
seria suficientemente trágico se tais tendências configurassem a consciência do
mundo, mas não da igreja.
Mas essas tendências
invadiram a Igreja. A verdade tem sido rejeitada dentro da própria Igreja. A
doutrina é continuamente posta de lado para que todos possam se encaixar. A
ausência de precisão doutrinária e de pregação verdadeiramente bíblica
caracteriza a época atual. O que se ouve muitas vezes hoje não é a exposição da
Palavra de Deus, mas como diz o autor do livro acima:
Mensagens de
motivação, suavizantes terapias para o eu e fórmulas para a saúde,
prosperidade, integração pessoal, harmonia celeste, etc.
Os indivíduos procuram
credos menos comprometidos e mais animados, pois o homem pós-moderno pensa mais
na expansão da mente do que na salvação da alma.
C –
O desprezo pela verdade
Convivemos ainda com o
pragmatismo, que ensina que os princípios não são importantes, mas somente se
algo funciona. E essa filosofia dá o mesmo tratamento à verdade. William James,
um de seus mais famosos filósofos, afirma que:
A verdade é o
conveniente com relação ao saber. Uma afirmação é considerada verdade se traz
os resultados certos. É o conveniente confirmado pela experiência futura.
Note que o importante nesse
conceito são os resultados e não se a preposição apresentada é falsa ou
verdadeira. Se algum bom resultado é produzido, mesmo a afirmação sendo falsa
pode tornar-se verdadeira.
Chegamos ao ponto em que a
sociedade passou a exaltar a mentira, sendo ela não somente aceitável pela
sociedade como também necessária em muitas situações. Essa apologia da mentira
é, ela própria, mais uma mentira.
Contrastando com todos estes
pensamentos, a Palavra de Deus enfatiza a objetividade da verdade. Existe
verdade e também existe mentira. E nenhuma mentira procede da verdade.
21 Não vos escrevi porque não
saibais a verdade; antes, porque a sabeis, e
porque mentira alguma jamais procede da verdade (1 Jo 2.21).
Jesus exalta a verdade e
mostra a possibilidade de ela caracterizar uma pessoa.
2 – EVIDÊNCIAS
DA AUTENTICIDADE DAS ESCRITURAS SAGRADAS
São muitas as evidências da
autenticidade tanto do Antigo quanto do Novo Testamento que corroboram em favor
da identidade da Bíblia como a Palavra de Deus. Ela foi escrita num período
muito longo, aproximadamente 1500 anos. São diversos autores, são mais de 40
homens ungidos pelo Espírito Santo e eram pessoas de todas as classes sociais,
do humilde ao nobre. Desde a sua finalização, Já são quase 2 mil anos. Apesar
dos milênios, ela continua na sua forma original. Com certeza é a mão do Senhor
na sua preservação.
A –
A evidência da sua unidade
A Bíblia não possui uma
unidade superficial, mas profunda. Quanto mais profundamente a estudamos, mais
completa essa unidade se nos revela. É legítimo procurar a origem e o caráter
de uma obra escrita por meio do exame de seu conteúdo. A Bíblia revela unidade
e consistência espantosas quanto ao seu conteúdo, levando-se em conta a grande
diversidade em sua composição.
O conjunto foi escrito em um
período de aproximadamente quinze séculos, por mais de 40 autores diferentes,
provenientes de várias classes sociais – políticos, pescadores, agricultores,
médicos, reis, etc. Cada um deles escreveu em diferentes locais – palácios,
prisões, navios, viagens, exílios, entre outros lugares. Seus textos variavam
entre relatos históricos, genealogias, legislações, poesias, profecias e cartas
epistolares.
Cada um de seus autores
possuía antecedentes únicos em sua constituição como pessoas, carregando suas
escritas com experiências, virtudes e fraquezas pessoais. Escreveram em três
idiomas diferentes – hebraico, aramaico e grego, e trataram de centenas de
temas. Ainda assim, diante de tão grande diversidade, seus escritos combinados
formam entre si um todo homogêneo e consistente, que aponta para o
relacionamento entre Deus e a humanidade. O salmista explica esta unidade
quando diz:
96 Tenho visto que toda
perfeição tem seu limite; mas o teu
mandamento é ilimitado (Sl 119.96).
Sua unidade se explica pelo
fato dela ter a sua origem no coração do Senhor e segundo o Espírito Santo foi
revelada a homens consagrados.
20 sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de
particular elucidação;
21 porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana;
entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo
(2 Pd 1.20-21).
A Bíblia é auto-suficiente,
ela se explica em suas próprias paginas, sendo desnecessária qualquer outra
literatura para fazer-se entender. Ela é completa e suficiente para nos guiar
sem erros em direção à salvação pela fé.
23 Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da
disciplina são o caminho da vida (Pv 6.23).
7 A lei
do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá
sabedoria aos símplices.
10 São mais desejáveis do que
ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o
destilar dos favos (Sl 19.7,10).
140 Puríssima é a tua palavra; por isso, o teu servo a estima.
160 As tuas palavras são em tudo verdade desde o princípio, e cada um
dos teus justos juízos dura para sempre (Sl 119.140, 160).
105 Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus
caminhos (Sl 119.105).
O estudo da revelação,
inspiração e iluminação da Bíblia ensina ao homem como a verdade de Deus pôde
ser transmitida sem erro, por homens falíveis, e de como o Deus eterno abre o
entendimento para que os homens compreendam a verdade.
B
– A evidência da sua influência
A Bíblia exerce uma
influência marcante sobre toda a sociedade, e isso se comprova factualmente,
pois ela já foi impressa, no todo ou em parte, em mais de dois mil idiomas (a
ONU afirma que atualmente existem 3 mil idiomas ou dialetos falados no mundo),
se tornando o livro mais difundido e lido na história da Terra. Os princípios
revelados pelas Escrituras serviram para a formulação de todo o sistema legal
das nações modernas. Thiessen disse:
a Bíblia…
produziu os resultados supremos em todas as profissões existentes na vida
humana. Tem inspirado sublimemente as artes, a arquitetura, a literatura e a
música… Não há livro que se compare a ela na sua influência benéfica sobre a
raça humana.
Cada porção das Escrituras
revela um padrão ético e moral que supera em muito os padrões esperados de
homens e mulheres comuns. O foco da ética e moralidade bíblicas não se atém
apenas ao que a pessoa faz, mas ao que a pessoa é.
Apesar de sua influência
mundial, a Bíblia é um livro especifico para o povo de Deus. O ímpio a encara
como mais uma literatura e não dão a devida credibilidade às suas informações.
Ela foi escrita para os eleitos! E para aceitá-la é necessário crer
integralmente em suas informações. É um livro de fé, para um povo de fé.
Explicá-la é praticamente
desnecessário. Entendê-la, não depende de uma boa formação cultural, de
sabedoria, ou mesmo dominar sua língua original. Na verdade apenas se aceita
seus princípios, sem questioná-los! Ela é a única fonte reveladora de Deus, Sua
vontade e propósitos para Seus filhos. Aos que querem viver em comunhão com
Deus precisam conhecê-la e meditar em suas verdades.
C –
A evidência de sua preservação ao longo dos séculos
Em muitas épocas foi
intentada a destruição da Bíblia ou a sua leitura foi proibida à população,
contudo, nenhuma delas obteve êxito em sua extinção. E ainda levando-se em
conta que durante muitos séculos ela foi copiada manualmente, grande era a
probabilidade de ela ter desaparecido. Um célebre filósofo, chamado Voltaire
predisse que “dentro de cem anos, o Cristianismo desapareceria”. Cinquenta anos
depois da sua morte, ocorrida em 1778, a Sociedade Bíblia de Genebra estava
usando o seu prelo e a sua casa para produzir grandes pilhas de Bíblias,
conforme relata Sidney Collett.
A Bíblia é totalmente
relacionada à natureza complexa do ser humano, tratando de todas as áreas
inerentes à sua vida. Ainda que tenha sido escrita há milhares de anos atrás, a
Bíblia continua atendendo às necessidades de cada geração. As Escrituras
dirigem continuamente aquele que as lê em direção ao Deus verdadeiro, lhe
possibilitando um encontro pessoal e transformador com Ele.
3 –
AS ESCRITURAS SAGRADAS SÃO A FONTE DA COSMOVISÃO CRISTÃ
A cosmovisão cristã tem como
fonte de suas crenças a Bíblia, a revelação de Deus, porque ela nos apresenta
valores absolutos, padrões perfeitos e limites. Também nela encontramos as
virtudes procedentes de Deus e que devem estar presentes na vida dos seus
servos. Isso é muito importante, porque a ausência de valores absolutos leva,
por exemplo, a visão humanista a suprimir a verdade.
Além de a Bíblia fornecer a
visão do próprio Criador a respeito da realidade e do bem, tê-la como base
evita os desvios próprios do coração influenciado pela contaminação do pecado.
Razões fundamentais para que a cosmovisão cristã recorra a ela como fonte
absoluta de suas crenças.
A –
A objetividade das Escrituras Sagradas
A cosmovisão cristã busca
suas respostas nas Escrituras Sagradas em função de sua objetividade e nelas
aprende que o propósito de toda a existência do homem e de toda a criação é a
glória de Deus. A Bíblia foi escrita para nossa instrução e conhecimento e é
direcionada a todos os homens. Estes, porém, não devem subtrair ou adicionar
nada ao seu conteúdo.
4 Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito,
a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos
esperança (Rm 15.4).
25 Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar
segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do
mistério guardado em silêncio nos tempos eternos,
26 e que, agora, se tornou manifesto e foi dado
a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus
eterno, para a obediência por fé, entre
todas as nações,
27 ao Deus único e sábio seja
dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém (Rm
16.25-27)!
2 Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela,
para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando (Dt
4.2).
32 Tudo o que eu te ordeno
observarás; nada lhe acrescentarás, nem
diminuirás (Dt 12.32).
A finalidade principal dos
ensinamentos de Deus é regenerar, vivificar, iluminar, santificar, produzir fé,
conceder esperança, levar à obediência, purificar, dar crescimento, edificar,
aconselhar, consolar e alegrar. O autor de Hebreus diz:
12 Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer
espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas
e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração (Hb 4.12).
No entanto, os ensinamentos
da Bíblia serão verdadeiramente entendidos apenas por aqueles que se deixam
envolver pelo Espírito Santo. Os demais, que não possuem o Espírito, não
conseguem entendê-la ou aceitá-la e a sua ignorância os leva ao erro. O Senhor
Jesus e o Espírito Santo nos capacitam a entendê-la e a aceitá-la sem
questionamentos. E os homens que foram transformados em novas criaturas devem
observar seus ensinamentos e aceitá-los. A Bíblia é fonte de vida e crescimento
na comunhão com Deus. Ela mesma nos diz:
16 Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e
aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e
hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração (Cl 3.16).
28 Ele, porém, respondeu: Antes,
bem-aventurados são os que ouvem a
palavra de Deus e a guardam (Lc 11.28)!
Os homens que continuam a
viver segundo a carne, impulsionados pelo maligno, são inimigos da Palavra e
para estes os seus ensinamentos são nulos, rejeitados e não são obedecidos. A
Bíblia, objetivamente, nos adverte à obediência:
21 Portanto, despojando-vos de toda impureza e
acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual
é poderosa para salvar a vossa alma.
22 Tornai-vos,
pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós
mesmos.
23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não
praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto
natural;
24 pois a si mesmo se contempla, e se retira, e
para logo se esquece de como era a sua aparência.
25 Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da
liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso
praticante, esse será bem-aventurado no
que realizar (Tg 1.21-25).
A Bíblia deve ser observada
e seus ensinamentos praticados no dia-a-dia. A meditação em suas verdades nos
aproxima e nos faz semelhantes ao Criador.
B –
A veracidade das Escrituras Sagradas
Olhe o diálogo entre Pilatos
e Jesus quando este foi levado diante dele pelas autoridades judaicas:
33 Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou
Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus?
34 Respondeu Jesus: Vem de ti mesmo esta
pergunta ou to disseram outros a meu respeito?
35 Replicou Pilatos: Porventura, sou judeu? A
tua própria gente e os principais sacerdotes é que te entregaram a mim. Que
fizeste?
36 Respondeu Jesus: O meu reino não é deste
mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por
mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é
daqui.
37 Então, lhe disse Pilatos:
Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e
para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha
voz (Jo 18.33-37).
Então Pilatos perguntou em
um tom de descaso:
38 Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? Tendo dito isto,
voltou aos judeus e lhes disse: Eu não acho nele crime algum (Jo 18.38).
Mas não esperou qualquer
resposta de Jesus. Ele não acreditava que Jesus lhe desse uma resposta à sua
pergunta, talvez, por não acreditar que a verdade realmente existisse, pelo
menos não uma verdade absoluta. Então, poderíamos dizer que Pilatos, um
habitante do primeiro século, expressou uma maneira de pensar amplamente aceita
hoje. Se Pilatos esperasse, talvez Jesus lhe desse uma resposta clara, como já
havia feito antes:
6 Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6).
Esta sim é uma verdade
absoluta. E o que é esta verdade? É a Palavra de Deus! Na oração sacerdotal Jesus
estava orando ao Pai pelos discípulos. Era uma oração de despedida. Sabendo o
que lhe aconteceria no dia seguinte, Jesus orou ao Seu Pai, pedindo-lhe que
cumprisse aquilo que já estava determinado. Jesus pediu principalmente proteção
para seus discípulos, pois, em breve, teria que deixá-los. Ele confiava que a
Palavra que lhes havia ensinado era a maior proteção deles, pois era a Verdade.
14 Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo
os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou.
15 Não peço que os tires do mundo, e sim que os
guardes do mal.
16 Eles não são do mundo, como também eu não
sou.
17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade (Jo 17.14-17).
Não poderia haver resposta
melhor à pergunta de Pilatos. Que é a verdade? A Palavra de Deus é a Verdade.
Sim, existe uma verdade e ela é absoluta! Ela é o ensino de Jesus a respeito do
Pai e de Seu Reino.
3 E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste (Jo 17.3).
Portanto, a verdade é a
Palavra de Deus a respeito da salvação. Esta salvação somente pode ser
alcançada quando se conhece o Pai e o Filho. Ela é a revelação de Deus aos
homens sobre como podem ser salvos. Essa revelação está em nossas mãos em forma
descritiva: A Bíblia, a Palavra de Deus. Ela é a Palavra infalível de Deus. E essa
Palavra nos revela Deus, Seus atributos, Seu plano eterno e imutável e todos os
meios pelos quais podemos viver e agradá-Lo.
C –
A rejeição das Escrituras Sagradas
O mundo odeia a verdade
porque é difícil vivê-la. O mundo odeia a verdade porque odeia a Deus. O mundo
odeia a verdade porque ela não faz parte nem pactua com este mundo mentiroso,
hipócrita e imoral.
14 Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são
do mundo, como também eu não sou.
16 Eles não são do mundo, como
também eu não sou (Jo 17.14,16).
Jesus está revelando algo
muito interessante com respeito à verdade e é algo que se refere a Ele e a nós
também: O fato de não ser deste mundo e, por consequência, ser odiado por ele.
Um cristão de verdade é
amoroso, pacífico e perdoador. Os obedientes às palavras de Jesus são
abnegados, mansos e bons. A sabedoria comum diz que não é natural odiar quem
lhe ama. Pelo contrário, as pessoas odeiam quem as agride. Então, por que os
cristãos são tão odiados? Por que o mundo odeia os discípulos de Jesus? Porque eles
receberam a Palavra de Deus. Portanto, não é difícil concluir que o mundo odeia
a Palavra de Deus, assim como odeia os discípulos e o Seu Mestre, porque nenhum
deles é deste mundo.
18 Se o
mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim.
19 Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que
era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia.
20 Lembrai-vos da palavra que eu
vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se
guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa (Jo 15.18-20).
O mundo não ouve as palavras
de Jesus e as palavras de seus discípulos porque não são palavras deste mundo,
mas Palavra de Deus. O mundo odeia a verdade. É perfeitamente evidente que ele
prefere a mentira, porque a mentira lhe é uma coisa comum.
44 Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos.
Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele
não há verdade. Quando ele profere
mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira (Jo
8.44).
A Igreja é odiada devido à
sua missão. A missão da Igreja é muito mais do que dizer aos perdidos: “Jesus
te ama”. Em termos simples, a missão da Igreja é remover dos ímpios, pela
pregação do Evangelho, aquilo que lhes é mais precioso: a sua autojustificação.
A missão da Igreja é mover o ímpio para uma liberdade que eles julgam ser de
escravidão. A missão da Igreja é separar o homem de seus pecados malditos para
uma bênção que eles vêem como uma vida de tédio e tristeza.
O mundo odeia a verdade
porque ela mostra quem o homem realmente é, sua depravação, sua culpa e sua
condenação. O homem não aceita a verdade porque ele não suporta olhar para a
justiça eterna de Deus e enxergar a sua própria natureza maculada pelo pecado.
Por isso o ser humano ataca a verdade.
Mas talvez o aspecto mais
odiado pelo mundo no que concerne à verdade é o fato de que ela causa uma
grande separação entre as pessoas que a aceitam e as pessoas que fogem dela. Assim,
a Palavra causa uma separação entre os crentes e os não-crentes. Os crentes são
separados do mundo e devem viver vida santa, e a Palavra é o instrumento pelo
qual isto é possível. Esta santificação tem um objetivo. Ela é profundamente
necessária na vida do crente para que ele possa cumprir a missão que Jesus lhe
designou:
18 Assim como tu me enviaste ao
mundo, também eu os enviei ao mundo
(Jo 17.18).
E Jesus envia seus
discípulos ao mundo santificados pela Palavra e com o objetivo de proclamarem
essa mesma Palavra. Portanto, existe uma verdade, e o mundo a odeia porque ela
não é do mundo, mas é de Deus. Essa verdade tem o poder de separar as pessoas
tornando-as verdadeiras discípulas de Cristo, as quais são responsáveis por
anunciá-lo ao mundo.
Conclusão
A nova forma de ver o mundo,
que tem sido chamada de pós-modernismo, declara que não existe uma verdade
absoluta, que tudo é relativo. Vimos que, se esse pensamento estivesse correto,
então não existiria bem ou mal, nem justiça ou pecado. Essa forma de pensamento
pode ser encontrada em todos os lugares, em todas as camadas da população.
Entretanto, vimos que esta forma de pensar é completamente contrária ao que a
Escritura ensina. Jesus declarou que a verdade existe. Ele é a verdade e, como
consequência, a Palavra que o revela é a verdade. O mundo odeia a verdade
porque ela mostra sua fraqueza, sua condenação, ao passo que santifica aqueles
que crêem nela, revelando a grandeza e a majestade do caráter de Deus. Que Deus
lhe abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
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