1 Ora, a fé é a certeza de coisas que se
esperam, a convicção de fatos que se não vêem.
2 Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom
testemunho.
3 Pela fé, entendemos que foi o
universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir
das coisas que não aparecem (Hb 11.1-3).
Introdução
Nosso ponto de vista sobre a
criação reflete se realmente acreditamos na Palavra de Deus ou se duvidamos da
sua veracidade. Como cristãos, temos de diferenciar entre o criacionismo e o
evolucionismo. O criacionismo bíblico é fundamental para a fé cristã e sua narrativa
se encontra no livro de Gênesis capítulo primeiro. O criacionismo se opõe ao
evolucionismo, que é a teoria de que o Universo começou com um "Big Bang"
e tenha evoluído constantemente desde então.
A importância do
criacionismo bíblico é que ele responde às perguntas fundamentais da existência
humana, tais como chegamos aqui? De onde viemos? Por que estamos aqui? Qual é a
causa de todos os nossos problemas? O que acontece conosco quando morremos?
Existe vida após a morte?
O livro de Gênesis é o alicerce
para o restante da Escritura Sagrada, pois é onde encontramos as respostas a todas
estas questões. Por isso, o livro de Gênesis tem sido comparado à raiz de uma
árvore por ser considerado a âncora da Escritura Sagrada. Se você cortar a raiz
de uma árvore, ela morre, se você descartar Genesis, você remove o valor e a
autoridade de toda a Escritura Sagrada.
A doutrina da Criação é
importante para a formação da cosmovisão cristã, pois ela oferece maior sentido
às coisas que existem e ao próprio homem. Para entendê-la, segundo nosso texto
básico, é necessário a fé. Por isso, não precisamos, necessariamente, de provas
cientificas para provar o criacionismo, mas tão somente da fundamentação da
Palavra de Deus, a qual deve ser suficiente para nos conduzir a crer que todas
as coisas foram criadas por um Deus sábio e poderoso. Afinal, foi pelo poder
desta Palavra que tudo se formou e este mesmo poder desta mesma Palavra leva muitos
a crerem que Deus é o autor da Criação.
Criacionismo e evolucionismo
têm sido tratados de maneira distinta, especialmente no campo acadêmico, porque
a ideia de um Criador é considerada apenas como uma proposta religiosa, sem o
devido fundamento científico, enquanto que o evolucionismo é considerado fruto
da ciência. Mas na verdade, ambos derivam de pressupostos filosóficos sobre a
existência de todas as coisas. Algumas posições evolucionistas, consideradas
plenamente científicas, no fundo também são filosóficas na medida em que exigem
uma crença última como base de sua pressuposição.
A proposta criacionista
bíblica de que o Universo teve um Criador nos conduz a respostas adequadas
sobre funcionamento, significado e propósito do Universo. Vamos a ela.
01 –
DEUS E A CRIAÇÃO
1 No princípio, criou Deus os
céus e a terra (Gn 1.1).
Quando falamos em criação o
ponto fundamental é Deus, pois foi Ele o Criador de todas as coisas. Há algo em
Deus que possa desaboná-lo como autor da Criação? Quando estudamos os atributos
de Deus, chegamos à conclusão de que não há nada em Deus que possa
desacreditá-lo como Criador, pelo contrário, tudo nele se converge como única
possibilidade da existência de todas as coisas. O primeiro verso da Bíblia nos dá
três grandes verdades que fazem parte dos fundamentos do criacionismo bíblico e
da fé cristã.
A –
A Eternidade de Deus
Há uma camiseta que gosto
muito de ver por aí. Na frente tem esta frase: “Deus está morto!” Autor Nietzsche.
E atrás vem outra frase: “Nietzsche morreu!” Autor Deus.
Deus é eterno. Ele é
perpétuo, não tem começo e nem tem fim, ou seja, a existência de Deus se
estende sem limite ao passado e sem limite ao futuro. O tempo não impõe limites
a Deus, por isso Ele pode ser o Criador de todas as coisas porque Ele existe
antes mesmo de todas elas existirem:
1 Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de
geração em geração.
2 Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de
eternidade a eternidade, tu és Deus (Sl 90.1-2).
A imagem aqui, na mente do
salmista, é a de um Deus que permanece por todo tempo, da eternidade passada à
eternidade futura. O tempo não muda a Deus! O profeta Isaias diz:
15 Porque assim diz o Alto, o
Sublime, que habita a eternidade, o
qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o
contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e
vivificar o coração dos contritos (Is 57.15).
E Eliú, amigo de Jó, dá este
testemunho a respeito de Deus:
26 Eis que Deus é grande, e não
o podemos compreender; o número dos seus
anos não se pode calcular (Jó 36.26).
Realmente é muito difícil
para o ser humano conceber o conceito de algo que não teve começo, que tem
sempre existido e que sempre existirá, pois nunca terá fim. No entanto, a
Bíblia não tenta provar a existência de Deus ou a Sua eternidade, mas ela
simplesmente começa com a frase:
1 No princípio, criou Deus os
céus e a terra (Gn 1.1).
Indicando com isso que no
início do tempo registrado Deus já existia. Quando Moisés foi chamado por Deus
para ir aos israelitas com uma mensagem Sua, Moisés quis saber o que dizer quando
lhe perguntasse o nome de quem o enviou. A resposta de Deus foi reveladora:
14 Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim
dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros (Êx 3.14).
Isto revela a verdadeira
essência de Deus! Revela a Sua auto-existência e que Ele é o Ser dos seres.
Também descreve Sua eternidade e imutabilidade, bem como a Sua constância e
fidelidade no cumprimento de Suas promessas do passado, presente e futuro. O
sentido é: não apenas sou o que sou no momento, mas continuarei a ser o que
tenho sido e o que sempre serei. Como duvidar que um Deus que se apresente assim
não possa ter criado todas as coisas?
E pelo fato do criacionismo
ser uma questão de fé, ninguém será inocentado diante de Deus por não crer nele
e em toda a Sua obra. Isto por causa do testemunho da sua própria criação. O
apóstolo Paulo, em Romanos, nos revela que a natureza eterna de Deus e o Seu
eterno poder são revelados através da Sua própria criação:
20 Porque os atributos
invisíveis de Deus, assim o seu eterno
poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos
por meio das coisas que foram criadas (Rm 1.20).
E o salmista também declara
isso quando disse:
1 Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos (Sl 19.1).
Quando Deus começou a criar
o universo, o tempo começou, e começou a haver uma sucessão de momentos e
acontecimentos encadeados. Mas antes de haver um universo, e antes de haver o
tempo, Deus já existia, sem princípio e sem ser influenciado pelo tempo.
B
– A Onipotência de Deus
A palavra onipotente vem de
omni – que significa "todo" e potente que significa
"poder". É o atributo de Deus em que Ele tem todo o poder sobre todas
as coisas em todos os momentos e em todos os sentidos. A Onipotência de Deus é
um assunto a ser estudado longamente, mas cito-a aqui para reafirmar que não há
nada que desabone a Deus como Criador de todas as coisas e pelo testemunho das
Escrituras Sagradas podemos ter uma pequena noção do poder de Deus:
14 Acaso, para o SENHOR há coisa demasiadamente difícil? Daqui a um
ano, neste mesmo tempo, voltarei a ti, e Sara terá um filho (Gn 18.14).
1 Então, respondeu Jó ao SENHOR:
2 Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado
(Jó 42.1-2).
1 Louvai ao SENHOR, porque é bom e amável
cantar louvores ao nosso Deus; fica-lhe bem o cântico de louvor.
4 Conta
o número das estrelas, chamando-as todas pelo seu nome.
5 Grande é o Senhor nosso e mui poderoso; o seu entendimento não se pode medir (Sl 147.1,4-5).
17 Ah! SENHOR Deus, eis que
fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com o teu braço estendido;
coisa alguma te é demasiadamente maravilhosa (Je 32.17).
28 Não sabes, não ouviste que o
eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se
fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu
entendimento (Is 40.28).
27 Jesus, porém, fitando neles o
olhar, disse: Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível (Mc
10.27).
37 Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas (Lc
1.37).
Quando a Bíblia apresenta
Deus como o Criador, ela propõe a visão de um Deus Soberano que, poderosamente,
criou todas as coisas pelo poder da sua palavra.
4 Porque a palavra do SENHOR é reta, e todo o
seu proceder é fiel.
5 Ele ama a justiça e o direito; a terra está
cheia da bondade do SENHOR.
6 Os
céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército
deles.
7 Ele ajunta em montão as águas do mar; e em
reservatório encerra as grandes vagas.
8 Tema ao SENHOR toda a terra, temam-no todos
os habitantes do mundo.
9 Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir
(Sl 33.4-9).
E o poder da Palavra de Deus
é colocado sempre em conexão com a sua obra criadora:
1 Aleluia! Louvai ao SENHOR do alto dos céus,
louvai-o nas alturas.
2 Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o,
todas as suas legiões celestes.
3 Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as
estrelas luzentes.
4 Louvai-o, céus dos céus e as águas que estão
acima do firmamento.
5 Louvem o nome do SENHOR, pois mandou ele, e foram criados.
6 E os estabeleceu para todo o
sempre; fixou-lhes uma ordem que não passará (Sl 148.1-6).
Portanto, em nenhum lugar a
Onipotência de Deus é vista mais claramente do que na Criação, pois o relato
bíblico da Criação se estrutura em torno da figura Onipotente de Deus,
destacando continuamente o fato de que Ele fez todas as coisas pelo poder da
Sua Palavra. Na criação, a repetição das expressões “disse Deus” e “assim se
fez” é uma ênfase desse poder criativo:
3 Disse
Deus: Haja luz; e houve luz.
6 E
disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e
águas.
7 Fez, pois, Deus o firmamento e separação
entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez.
9 Disse
também Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a
porção seca. E assim se fez.
11 E
disse: Produza a terra relva, ervas que dêem semente e árvores frutíferas
que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez.
14 Disse
também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação
entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e
anos.
15 E sejam para luzeiros no firmamento dos céus,
para alumiar a terra. E assim se fez.
16 Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior
para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas.
17 E os colocou no firmamento dos céus para
alumiarem a terra,
18 para governarem o dia e a noite e fazerem
separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom.
20 Disse
também Deus: Povoem-se as águas de enxames de seres viventes; e voem as
aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus.
21 Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos
e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as águas, segundo as
suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso
era bom.
24 Disse
também Deus: Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie:
animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez.
25 E fez Deus os animais selváticos, segundo a
sua espécie, e os animais domésticos, conforme a sua espécie, e todos os
répteis da terra, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.
26 Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus,
sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que
rastejam pela terra (Gn 1.3,6-9,11,14-18,20-21,24-26).
E este mundo criado pelo
poder da Palavra de Deus funciona sob o comando deste Deus que é Onipotente, de
forma que o poder de Deus também é visto na preservação da Sua criação.
7 Cantai ao SENHOR com ações de graças; entoai
louvores, ao som da harpa, ao nosso Deus,
8 que
cobre de nuvens os céus, prepara a chuva para a terra, faz brotar nos montes a
erva
9 e dá o alimento aos animais e aos filhos dos corvos, quando clamam
(Sl 107.7-9).
Toda a vida na Terra
pereceria se não fosse pela provisão contínua de Deus, de tudo o que precisamos
para comer, vestir e habitar, todos feitos com recursos renováveis sustentados
pelo Seu poder. Deus criou tudo o que existe a partir do nada pelo poder de Sua
Palavra.
C –
A Sabedoria de Deus
Toda a obra da Criação é
resultado da ação da sabedoria de Deus. Cada parte da Criação é terminada com a
frase “e viu Deus que isso era bom”. Porque a ordem como elas foram criadas
destaca a sabedoria de Deus. Hoje, com o avanço da ciência, podemos conhecer
com mais clareza esta ordem da criação, como por exemplo, a distância em que a
Terra está do Sol, a camada de ozônio na atmosfera da Terra, a importância da
distância da Lua da Terra para as marés e assim por diante. São detalhes tão
importantes que sem qualquer um deles comprometeria a vida na Terra.
Anticriacionistas dizem que
pensar em um Criador como organizador do Universo é uma ideia tola, de cabeças
fechadas pela religião. As pessoas preferem acreditar no evolucionismo a
acreditar no criacionismo por acharem muito difícil a possibilidade de tudo ter
sido criado por um Deus Eterno, Onipotente e Sábio. Preferem acreditar que as
criaturas foram evoluindo e se adaptando a crer que já foram criadas prontas e
aptas ao ambiente em que vivem.
Entretanto, quando olhamos
para a ordem da Criação, acho muito mais provável crer que alguém planejou e
organizou toda ela do que acreditar que do caos pudesse surgir tanta ordem
significativa para a vida, mesmo que o tempo dado a isso seja tão imenso. A
probabilidade de ocorrer tanta ordem assim do caos é incalculável, e creio que
não aconteceria nem por toda a eternidade.
Quando olhamos para uma
criatura que vive nas cavernas, na ausência de qualquer luminosidade, com
sentidos aguçados que favorece a falta de visão, não significa que evoluíram a
isso, mas sim que foram criadas assim por alguém muito sábio para viverem naquele
lugar. Isto é sabedoria! Deus é sábio o suficiente para criar todas as coisas
com toda essa ordem? A Bíblia responde:
33 Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de
Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus
caminhos!
34 Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?
35 Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha
a ser restituído?
36 Porque dele, e por meio dele,
e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém! (Rm
11.33-36)
30 Não há sabedoria, nem inteligência, nem mesmo conselho contra o SENHOR (Pv 21.30).
25 Quando regulou
o peso do vento e fixou a medida das águas;
26 quando determinou
leis para a chuva e caminho para o relâmpago dos trovões,
27 então, viu ele a sabedoria e
a manifestou; estabeleceu-a e também a esquadrinhou (Jó28.25-27).
24 Que variedade, SENHOR, nas
tuas obras! Todas com sabedoria as
fizeste; cheia está a terra das tuas riquezas (Sl 104.24).
O tempo não exerce
influência sobre o conhecimento divino. Deus jamais aprende coisas novas e nem se
esquece de nada, pois isso significaria uma mudança no seu conhecimento
perfeito. Isso implica também que a passagem do tempo nada acrescenta nem
subtrai nada ao conhecimento de Deus: Ele conhece todas as coisas passadas,
presentes e futuras, e as conhece com igual realismo.
Todos os homens podem ver e
entender esse aspecto da natureza de Deus pelo testemunho dos vários aspectos
da ordem criada. O sol e os corpos celestes continuam em suas órbitas século
após século. As estações vão e vêm em seu tempo determinado, as árvores
produzem folhas na primavera e perdem-nas no outono. Ano após ano as coisas
continuam, e ninguém pode parar ou alterar o plano de Deus. Tudo isso comprova
o poder eterno e sábio de Deus.
Portanto, olhando para a
ordem existente no Universo é mais lógico pensar na existência de um
organizador das coisas existentes do que tudo tenha se formado pelo acaso. Esta
ideia é mais coerente com o Universo que conhecemos do que qualquer outra.
02 –
O SER HUMANO E A CRIAÇÃO
Estudando sobre Deus,
encontramos algumas respostas a pergunta sobre a criação de tudo que existe,
mas e sobre o ser humano, por que ele foi criado? Para que estamos aqui? A
resposta a estas perguntas encontramos no criacionismo, porque ele não se
preocupa somente em mostrar como viemos, mas também o por que viemos.
A
– Criados para um propósito
Uma das perguntas base da
construção de diversas cosmovisões é: para que existo? A busca de sentido na
vida é uma inquietação que só pode ser respondida adequadamente a partir de uma
cosmovisão centrada no entendimento da origem de todas as coisas, pois várias
respostas antropocêntricas, centradas no homem, são dadas a essa pergunta.
A cosmovisão cristã bíblica
propõe que o homem existe para um propósito: glorificar a Deus. A primeira
pergunta do Breve Catecismo diz: Qual o fim principal do homem? A resposta é: o
fim principal do homem é glorificar a Deus e alegrar-se nele para sempre.
Somente dessa forma o homem encontra seu mais profundo significado em conexão
com o seu Criador, pois ele é um ser que existe para o seu Criador e nele
encontra seu objetivo existencial.
2 A
minha alma suspira e desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo!
3 O pardal encontrou casa, e a
andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, os teus altares,
SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu! (Sl 84.2,3)
De toda a criação, o ser
humano foi o único criado à imagem e semelhança de Deus e isso implica, entre
tantas outras coisas, que ele deva exercer o domínio sobre a Criação como
representante de Deus.
26 Também disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança; tenha
ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os
animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam
pela terra.
27 Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à
imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
28 E Deus os abençoou e lhes
disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre
os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela
terra (Gn 1.26-28).
Portanto, o papel do ser
humano na criação deve estar em consonância com o seu objetivo existencial de
glorificar a Deus, que nos leva à ideia de que o homem existe para servir a
Deus.
24 Não adorarás os seus deuses, nem lhes darás
culto, nem farás conforme as suas obras; antes, os destruirás totalmente e
despedaçarás de todo as suas colunas.
25 Servireis ao SENHOR, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a
vossa água; e tirará do vosso meio as enfermidades (Êx 23.24-25).
O ser humano é o principal
agente cuidador da criação de Deus e ele deve agir assim para que toda a obra
criada desempenhe o seu papel máximo que é exaltar o seu Criador, assim como o
Sol, que cumpre a sua função diária de iluminar e por cumprir sua função ele
proclama a glória de Deus. Da mesma forma, o ser humano, quando age com amor e
cuidado para com o seu próximo, está cumprindo o seu propósito sociocultural e
refletindo o governo do próprio Deus, exaltando o seu Criador e Senhor.
B –
Herdeiros de uma herança maldita
O ser humano foi criado para
um propósito sim, mas este propósito foi infectado pelo pecado da desobediência
ocorrida lá no Jardim do Éden e isto faz parte da história da Criação. É importante
que entendamos que a raça humana está unida em um homem – Adão, o primeiro
homem, uma pessoa que realmente existiu. Se Adão não for uma verdadeira pessoa,
então não temos nenhuma explicação plausível de como o pecado entrou no mundo,
pois a evolução não explica o pecado, a teoria do homem de Neandertal não
explica o pecado e a teoria do Homo Sapiens também não explica a origem do
pecado.
E ainda, se a humanidade em
Adão não caiu da graça, então ela também não precisa ser salva pela graça por
meio de Jesus Cristo. Sem a queda não há sentido no Pacto da Graça. Mas a queda
foi real e seus efeitos na humanidade foram catastróficos:
12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado
no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os
homens, porque todos pecaram (Rm 5.12).
21 Visto
que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos
mortos.
22 Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão
vivificados em Cristo (1 Co 15.21,22).
E toda a criação está
sujeita ao pecado desde os primeiros momentos de sua queda:
17 E a Adão disse: Visto que
atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não
comesses, maldita é a terra por tua causa;
em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida (Gn 3.17).
Portanto, o comportamento da
Criação não é mais o mesmo que apresentava originalmente. Troca de acusações e
apontamentos de culpados entre Adão e Eva nos mostram isso. Entretanto, mesmo
sob estas condições, a natureza continua revelando o caráter perfeito do seu
Criador, pois ela ainda mantém qualidades da sua perfeição original.
1 Ó SENHOR, Senhor nosso, quão
magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois
expuseste nos céus a tua majestade (Sl 8.1).
A queda é o segundo pilar da
fé cristã e vamos estudá-la em nossa segunda lição mais distintamente e com
profundidade.
C –
Resgatados para uma herança bendita
O criacionismo bíblico
responde à questão da condição da raça humana. Trata da queda do homem, mas
também deixa-nos com a esperança de redenção. A percepção cristã da vida crê
que existe algo além do que vemos. Assim como a Queda faz parte da história da
Criação, a Redenção da criação decaída também faz parte dela.
E assim como caímos com
Adão, igualmente fomos redimidos em Cristo. Este paralelo – Adão é o cabeça da
raça caída, e Cristo é o cabeça de uma raça redimida – é importante para a
nossa compreensão da salvação.
15 Todavia, não é assim o dom gratuito como a
ofensa; porque, se, pela ofensa de um
só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só
homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos.
16 O dom, entretanto, não é como no caso em que somente um pecou; porque o julgamento
derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação.
17 Se,
pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que
recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de
um só, a saber, Jesus Cristo.
18 Pois assim
como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação,
assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens
para a justificação que dá vida.
19 Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim
também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.
20 Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa;
mas onde abundou o pecado, superabundou a graça,
21 a fim de que, como o pecado
reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida
eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor (Rm 5.15-21).
Redenção fala de salvação e
salvação ocorre nesta vida, mas é desfrutada na vida vindoura, após a morte. A
última questão fundamental para a humanidade é o que acontece conosco quando
morremos. Se o homem for apenas parte do Universo evoluído e retornar ao pó
quando morre, temos de afirmar que não temos alma ou espírito e que esta vida é
tudo que existe. Essa crença nos deixa com apenas um objetivo na vida: seguir o
plano de evolução – sobrevivência dos mais aptos.
O Cristianismo, por outro
lado, apresenta-nos com um bem moral estabelecido por um Ser sobrenatural e
transcendente. A moralidade de Deus define um padrão imutável que não só
promove uma vida melhor para nós pessoalmente, mas também nos ensina a amar os outros
e, por último, a trazer glória ao nosso Criador. Este padrão é exemplificado em
Cristo. É através da Sua vida, morte e ressurreição que encontramos um
propósito para esta vida e esperança de uma vida futura com Deus no céu.
O Criacionismo bíblico é importante
por ser o único sistema que responde às perguntas básicas da vida e nos dá
significado maior do que nós mesmos imaginamos. Devemos olhar para o
criacionismo bíblico como base para o nosso sistema de valores. A narrativa da
criação deve ser factual e não apenas uma história, pois se for ficção, então
os valores implicados são fundamentados pelo homem, sujeitos a mudanças na
medida em que este evolui. Deve ficar claro para todos os cristãos que o
criacionismo e a evolução são mutuamente exclusivos e estão em oposição um ao
outro.
A redenção é o terceiro
pilar da fé cristã e vamos estudá-la em nossa terceira lição com mais
substancialidade sobre o assunto.
03 –
O GOVERNO DE DEUS SOBRE A CRIAÇÃO
Estamos acostumados a ouvir dois
argumentos das pessoas que não acreditam em Deus como Criador. O primeiro é que,
se Ele realmente foi o Criador, por que, então, abandonou a sua criação? O
outro é que, se Deus é Santo e Ele é o Criador, então, por que há tanta maldade
neste mundo? Encontramos as respostas a estas perguntas na Criação.
A verdade é que, sendo o que
são ou fazendo o que não importa, todos estão sob a autoridade de Deus. Esta
rebeldia com questionamentos ao governo de Deus pode ser explicada na Criação. Há
uma grande diferença em relação à criação do ser humano com o restante da
criação! Ao ser criado à imagem e semelhança de Deus o homem recebeu espírito,
vontade, emoções, inteligência e personalidade, características que as outras
criaturas não possuem. Tudo isso quer dizer que o homem pode fazer escolhas.
Então, apesar de estarmos
todos sob a autoridade de Deus, pois todo joelho se dobrará perante Ele, o Seu
governo depende da escolha e concordância do homem para um governo permitido,
um governo com consentimento. Como isso ocorre? Deus comunica a Sua vontade ao
homem através da Sua Palavra. O homem, então, torna-se responsável por obedecer
ou não à vontade de Deus. Se obedecer significa que o governo de Deus está permitido
em sua vida. Se escolher não obedecer significa que o governo de Deus não está
permitido em sua vida. A obediência ou a desobediência do homem são atitudes
conscientes, atitudes onde a inteligência que lhe foi dada participa
ativamente, atitudes em que ele exercita a sua capacidade de fazer escolhas.
Entretanto, todo ser humano é responsável pelas suas escolhas.
Você acha que uma baleia
pode escolher andar? Ou um passarinho pode decidir viver debaixo d’água? Não!
Mas o homem pode fazer escolhas. E como ele pode fazer escolhas ele pode
escolher obedecer ou desobedecer a Deus. Ele pode escolher acreditar no
criacionismo ou no evolucionismo. Por isso que nunca vemos a natureza
desobedecer a uma ordem divina. Deus diz ao vento para! E ele obedece! Diz ao
Mar acalma! E ele obedece! Retêm a chuva e ela obedece! Dá ordem aos animais e
eles obedecem! Entretanto, o ser humano tem a petulância de desobedecê-Lo e
questionar a sua autoridade.
Esta rebelião ao governo de
Deus também pode ser visto na Criação através da Queda. Enquanto o homem e a
mulher aceitaram o governo de Deus sobre suas vidas tudo estava em harmonia: O
homem consigo mesmo, o homem com sua esposa, o homem com a natureza e o homem
com Deus. Mas, ao invés de exercerem a autoridade que receberam de Deus e
mandar a serpente a se calar e ir embora, antes ouviram o seu discurso, a sua
proposta indecente, a qual pode ser compreendida da seguinte maneira:
“Deixem de ser tolos!
Esqueçam essa história de obedecer a Deus, Ele está escondendo de vocês algo
muito bom, que eu conheço e vocês não. Vejam, na verdade, vocês não precisam de
Deus, e podem ter uma vida muito melhor se comerem daquele fruto. Vocês vão ser
iguais a Deus! Já pensaram nisso? Iguais a Ele? Vocês vão conhecer o bem e o
mal, o que acham?”
E eles comeram e se
rebelaram contra uma ordem clara de Deus. Essencialmente o pecado é isso:
rebelião contra Deus! Fazer a minha vontade, fazer o que me dá na cabeça, fazer
o que eu quero, fazer o que parece melhor para mim, deixando de lado a
autoridade de Deus, a vontade de Deus, o governo de Deus, o Reino de Deus.
A Queda trouxe consequências
gravíssimas para a humanidade. Não há mais a harmonia que havia enquanto houve obediência.
Não existe mais paz entre o homem consigo mesmo, o homem com seu semelhante, o
homem com a natureza e o homem com Deus.
10 como está escrito: Não há justo, nem um sequer,
11 não há quem entenda, não há quem busque a
Deus;
12 todos
se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há
nem um sequer.
13 A garganta deles é sepulcro aberto; com a
língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios,
14 a boca, eles a têm cheia de maldição e de
amargura;
15 são os seus pés velozes para derramar sangue,
16 nos seus caminhos, há destruição e miséria;
17 desconheceram o caminho da paz.
18 Não há temor de Deus diante de seus olhos.
23 pois
todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.10-18,23).
Então, na verdade, não foi
Deus quem abandonou a sua Criação, mas sim ela que se rebelou contra Ele e
ainda por cima se sente injustiçada pelo afastamento de Deus. Também a origem
de todo o mal não está em Deus, mas sim na maldade existente no coração do
homem rebelado com Deus e que não permite o Seu governo sobre a sua vida.
Conclusão
Os oposicionistas do
criacionismo se apóiam muito no evolucionismo que não passa de uma teoria,
porque nunca pôde ser confirmado cientificamente. A ciência acusa os crentes de
agirem sem fatos comprobatórios, entretanto, quer que creiamos na teoria do Big
Bang, no evolucionismo e em várias outras teorias, mas Deus é o único que é
digno de receber a honra e a glória pela Criação, porque Ele é perfeito e criou
tudo de modo perfeito.
A cosmovisão cristã tem a
percepção da glória de Deus e de sua dignidade como Criador e a razão e o
objetivo da existência da raça humana é o louvor à glória de Deus. A visão
cristã é a de que existe um Deus Criador, distinto de sua Criação, que
estabeleceu com ela uma relação de governo, conduzindo-a a funcionar de maneira
perfeita. O Criador concedeu ao homem autoridade para representá-Lo, dando-lhe
domínio sobre a obra criada, com a finalidade de conduzi-la ao funcionamento
perfeito de dar glória a Deus. Que Deus lhe abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Amém! Toda glória a Deus, Criador de todas as coisas! Que Ele também te abençoe!
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