1 Ora,
disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai
e vai para a terra que te mostrarei;
2 de
ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu
uma bênção!
3
Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem;
em ti serão benditas todas as famílias da terra.
17 E
sucedeu que, posto o sol, houve densas trevas; e eis um fogareiro fumegante e
uma tocha de fogo que passou entre aqueles pedaços.
18
Naquele mesmo dia, fez o SENHOR aliança com Abrão, dizendo: À tua
descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates
(Gn 12.1-3; 15.17-18)
Introdução
Deus
não somente criou todas as coisas, como também governa sobre a Sua Criação. No
texto acima vemos Deus renovando mais uma vez o Seu Pacto, agora com Abraão, e
nas renovações do Pacto podemos perceber claramente o governo de Deus sobre a
Sua criação e também como Ele vai preparando, passo a passo, na História da humanidade,
o desenrolar da Redenção, a consumação de Sua promessa feita lá em Gn 3.15.
Deus
tem prazer em estar sempre criando, começando ou renovando a criação. Vimos
isso na renovação do Pacto com Noé. Deus destruiu tudo e recomeçou tudo de novo
com oito pessoas e os animais daquela arca. A cada acontecimento importante na
História Deus renova. As primeiras criaturas inteligentes de que temos notícias
são os anjos. Eles foram criados formosos, poderosos, altamente inteligentes e
perfeitos. Foram criados para louvar a Deus, para exaltar a Sua santidade. Tudo
ia bem até que um deles, Lúcifer, desejou ser semelhante a Deus. E, pela sua
rebelião contra Deus, ele e os que o seguiram foram punidos.
Depois
disso Deus criou o Universo e criou o homem à Sua imagem e semelhança. Não deu
poder a ele, como o fez com os anjos e nem os criou com tanto esplendor, mas
diz o salmista que ele foi coroado de glória e de honra e que lhe foi dado
domínio sobre a criação. O Jardim do Éden era um mundo perfeito. O homem, a
mulher, os animais domésticos e selvagens, todos viviam na mais perfeita
harmonia. O Senhor vinha à tarde conversar todos os dias com Adão e Eva. Tudo
era maravilhoso e foi assim até ao dia em que o homem desobedeceu a Deus e
pecou. Mais uma vez Deus renova e expulsa Adão e Eva do Jardim para viverem em
um mundo agora amaldiçoado por causa do pecado. Fora do Jardim a humanidade
torna-se fecunda e se multiplica, mas multiplica-se também a maldade de seu
coração, chegando até a tocar o coração de Deus que “se arrepende” de haver
criado o homem e resolve destruir a tudo pelas águas do dilúvio.
Deus
renova novamente ao preservar Noé e sua família, bem como alguns animais. Deus
continua Seu plano com Noé e sua família. Mais tarde, porém, os descendentes de
Noé, ao invés de glorificarem a Deus, resolvem construir uma torre para se
exaltarem. E Deus renova novamente. Desce do céu e confunde a linguagem dos
homens e os espalhou pela face da terra. E assim a raça humana foi se
distanciando cada vez mais de Deus. Mas Deus não abandona a Sua criação e não
se esquece de Sua promessa. Deus continua com Seu plano e vai renovar novamente
o Seu Pacto, agora com Abraão. E quem é Abraão? Abraão era descendente de Sem,
o primogênito de Noé. Abraão casou-se com Sara, a qual era estéril e não podia
ter filhos. Eles moravam em Ur dos Caldeus com Terá, pai de Abraão, até ao dia
em que O Senhor o chama e resolve fazê-lo seu amigo. Deus faz uma aliança com
Abraão e, hoje, vamos estudar esta parceria entre Deus e Abraão e quais são os
seus benefícios até aos dias de hoje.
01 – UMA PARCERIA PARA GERAR UM POVO
Como
nasceu a nação de Israel? Se você prestou atenção na leitura de nosso texto
básico, você contemplou o nascimento de uma grande nação: Israel. Isso mesmo,
Israel nasceu naquele encontro entre Deus e Abraão. Quando Deus iniciou um
relacionamento com Abraão, Ele o chamou fazendo-lhe grandes e maravilhosas
promessas. Essas promessas revelavam o propósito de Deus para Abraão, e
asseguravam todas as condições necessárias para o nascimento de uma nação muito
especial para Deus. E que promessas são essas?
A – A promessa de uma terra
1 Ora,
disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai
e vai para a terra que te mostrarei;
18
Naquele mesmo dia, fez o SENHOR aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra,
desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates.
Esta
era uma das mais fortes promessas de Deus a Abraão e não é a toa que ela é a
primeira delas. Uma nação para ser uma nação precisa de ter uma terra, um lugar
seu, a qual possa chamar de pátria. Uma nação para ter dignidade precisa estar
em sua terra. Uma nação para ser abençoada precisa ser em sua terra. E para um
peregrino, que peregrinava por terras estrangeiras, a promessa de uma terra
soava aos ouvidos como uma canção de ninar. E para um povo que permaneceu por
quatro séculos escravos em uma nação estrangeira, uma terra era a mais gloriosa
de todas as esperanças.
A
terra prometida era uma terra em que manava leite e mel, ou seja, havia muita
abundância por ser uma terra fértil. E esta terra era para ser um lar para
Abraão e seus descendentes, uma terra para terem a experiência de possuir uma
identidade nacional, serem uma nação santa, de propriedade exclusiva de Deus. E
sempre que Deus aparecia a Abraão, Ele fazia questão de enfatizar a Sua
promessa:
7
Disse-lhe mais: Eu sou o SENHOR que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te por herança esta terra (Gn
15.7).
Interessante
que esta promessa não era para agora, não era para Abraão tomar posse da terra,
mas era para a sua descendência, ou seja, Abraão não viu o cumprimento desta
promessa, apenas a visualizou pela fé. Mas perguntou:
8
Perguntou-lhe Abrão: SENHOR Deus, como
saberei que hei de possuí-la (Gn 15.8)?
Para
responder Deus pediu a Abraão um sacrifício e neste sacrifício Deus fez uma
revelação para ele:
13
então, lhe foi dito: Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à
escravidão, e será afligida por quatrocentos anos.
14 Mas
também eu julgarei a gente a que têm de sujeitar-se; e depois sairão com grandes riquezas.
15 E
tu irás para os teus pais em paz; serás sepultado em ditosa velhice.
16 Na quarta geração, tornarão para aqui;
porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus (Gn 15.13-16).
Deus
estava se referindo ao fato de Jacó, neto de Abraão, for morar no Egito com sua
família por causa de José. Lá esta família se tornou um povo e foi escravizado
pelo Egito. Quatro séculos depois Deus envia através de Moisés dez pragas ao Egito
e liberta o Seu Povo da escravidão. Depois de peregrinar por 40 anos no
deserto, finalmente o povo “torna para
aqui”, que era a terra onde Abraão estava realizando aquele sacrifício.
Naquele momento Deus aceitou o sacrifício de Abraão e ali confirmou com Abraão
a Sua aliança:
18
Naquele mesmo dia, fez o SENHOR
aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio
do Egito até ao grande rio Eufrates (Gn 15.18)
E
pela História sabemos que Deus cumpriu a Sua promessa a Abraão quando Israel,
sob a liderança de Josué, conquista a terra prometida e toma posse de sua
herança.
B – A promessa de se tornar uma grande
nação
2 de ti farei uma grande nação, e te
abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!
Agora,
com a promessa de uma terra, ele poderia ser uma grande nação. Deus daria
aquela terra a Abraão, faria dele uma grande família e esta família se tornaria
uma grande nação, uma nação politicamente organizada. Mais uma vez Abraão é
testado em sua fé. Como ele se tornaria em uma família e desta família uma
nação se ele não tinha herdeiro? Sara era estéril! Claro que isto incomodava a
Abraão, tanto que lançou diante de Deus a sua ansiedade:
1
Depois destes acontecimentos, veio a palavra do SENHOR a Abrão, numa
visão, e disse: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, e teu galardão será
sobremodo grande.
2
Respondeu Abrão: SENHOR Deus, que
me haverás de dar, se continuo sem filhos e o herdeiro da minha casa é o
damasceno Eliézer?
3
Disse mais Abrão: A mim não me
concedeste descendência, e um servo nascido na minha casa será o meu
herdeiro (Gn 15.1-3).
Abraão
não conseguia entender como ele se tornaria uma nação sem filhos legítimos. E
Deus lhe respondeu:
4 A
isto respondeu logo o SENHOR, dizendo: Não
será esse o teu herdeiro; mas aquele que será gerado de ti será o teu herdeiro.
5
Então, conduziu-o até fora e disse: Olha
para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade (Gn
15.4,5).
E
Abraão não duvidou do poder de Deus e do que Ele poderia fazer em sua vida e na
vida de seus filhos:
6 Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi
imputado para justiça (Gn 15.6).
Esta
promessa era tão importante quanto a primeira, pois desta nação haveria de vir
o descendente, o Messias Prometido, que seria Jesus Cristo e Ele esmagaria a
cabeça da serpente, que é Satanás. Pela promessa deste descendente, Abraão e
sua descendência seriam abençoados, e isto pressupõe o cuidado e a proteção
constante de Deus e da Sua providência. Este descendente também faria de Abraão
um grande nome, um nome famoso, e sua descendência seria de grande influência
na terra.
Deus
ainda promete abençoar aos que abençoarem a Abraão e amaldiçoar aos que o
amaldiçoarem. Isso fica muito evidente em alguns acontecimentos na vida de
Abraão. Quando Abraão peregrinava pelo Egito, Faraó tentou tomar a Sara de
Abraão, e grandes pragas assolaram a casa do rei, que logo entendeu a situação
e restituiu Sara ao patriarca. Abimeleque, rei de Gerar, tentou possuir Sara e
Deus amaldiçoou a sua casa com esterilidade e enquanto Abraão não intercedeu
pelo rei a maldição não cessou. O Pacto com Abraão era tão intenso que os
amigos de Abraão tornavam-se amigos de Deus, e os inimigos de Abraão
tornavam-se inimigos de Deus.
C – A promessa de fazer de
Abrão um canal de bênção para todas as famílias da terra
3
Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da
terra.
Promessa
que transcende a nação de Israel. Abraão seria pai de uma grande família e esta
família se tornaria uma grande nação. Mas esta nação não se limitava a nação de
Israel, e sim ao Israel espiritual. Abraão seria o pai de uma grande família,
vinda de todas as nações da terra, uma família de fé. Por intermédio do Senhor
Jesus Cristo, o descendente prometido, nascido de mulher, o qual era da
descendência de Abraão, aqueles que crêem em Seu nome, advindo de todos os
povos da terra, poderiam ser feitos filhos de Deus e herdeiros de um reino
eterno. Paulo fala sobre isso em Romanos:
6 E
não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel
são, de fato, israelitas;
7 nem
por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será
chamada a tua descendência.
8 Isto
é, estes filhos de Deus não são propriamente
os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa
(Rm 9.6-8).
E
em Gálatas:
7
Sabei, pois, que os da fé é que
são filhos de Abraão (Gl 3.7).
E
Pedro, falando à Igreja de Jesus Cristo, composta de judeus e gentios, diz:
9 Vós,
porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10
vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado
misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia (1 Pd 2.9,10).
Todas
as promessas de Deus a Abraão cumpriram-se no devido tempo. Eram promessas
extraordinárias de um Deus Soberano a um homem que peregrinou por terras
estrangeiras, que creu nas promessas que lhe foram feitas e por isso ganhou de
Deus uma terra maravilhosa. Tornou-se também em uma grande nação, foi abençoado
e tornou-se abençoador de muitas famílias da terra. Entretanto, tudo isso
trazia para o patriarca grandes responsabilidades. As promessas de Deus e os
deveres de Abraão no Pacto tornavam a relação entre Deus e Abraão muito
especial. Obediência era a única resposta que Deus esperava de Abraão. E a
pronta obediência de Abraão foi a resposta ao primeiro chamado de Deus à vida
de Abraão: Sai da tua terra, da tua
parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei. Sua
resposta foi imediata: Partiu, pois,
Abrão, como lho ordenara o SENHOR.
02 – UM POVO CONSTITUÍDO DE VÁRIOS POVOS
Vimos
até aqui a promessa de Deus de dar a Abraão uma terra e fazer dele uma grande
nação, que por sua vez viria a ser uma bênção para todas as famílias na terra.
E de que modo essa bênção alcançaria a todos os povos da terra? É o que veremos
neste tópico.
A – Unidos por Aliança
Em
uma solene declaração, Deus fornece a Abraão esclarecimentos quanto ao seu modo
de agir:
7 Estabelecerei a minha aliança entre mim e
ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua,
para ser o teu Deus e da tua descendência.
8
Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a
terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus.
9
Disse mais Deus a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no decurso das suas
gerações (Gn 17.7-9).
Deus
disse para Abraão: Estabelecerei a minha
aliança entre mim e ti e a tua descendência. É a aliança o meio de Deus
reunir um povo único procedente de várias raças; um povo unido não pelo sangue,
não pela cultura, não pela cor, não pelo sistema de governo e nem pela
política, nem pela geografia, nem pela economia, mas unicamente pela relação
com Deus. Por que deveria ser assim?
B – A finalidade da união: Ser o Deus
deste povo
Esta
é a finalidade da Aliança, das promessas e de todas as ações de Deus em favor
deste povo escolhido. Deus criou Adão e Eva para ser o seu Deus! Deus livrou a
Noé e a sua família para ser o seu Deus! Deus chama a Abraão para ser o seu
Deus! Deus escolhe um povo para ser exclusivamente Seu unicamente para ser o
Deus deste povo! Deus redime a Igreja para ser o Deus desta Igreja! Entende
porque Deus não pode suportar a idolatria? Entende como Ele não pode inocentar
àqueles que se prostram, adoram, cantam e oram para estátuas, para santos,
sejam eles quais forem? É muita ingratidão para com aquele que tudo fez. Esta
glória pertence unicamente a Deus e Ele mesmo diz que não a passará para
ninguém, seja quem for:
8 Eu
sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha
glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura (Is
42.8).
E
qual a glória? Ele diz:
5
Assim diz Deus, o SENHOR, que
criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz; que dá
fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela.
6 Eu,
o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te
farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios;
7 para abrires os olhos aos cegos, para
tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas (Is 42.5-7).
É
Deus quem providencia! É Deus quem liberta! É Deus! O mérito é Seu! Da mesma
forma, quem sofreu e quem morreu pelos nossos pecados foi o Senhor Jesus
Cristo. Não foram os apóstolos, não foi nenhum membro de Sua família terrena,
não foi nenhum mártir, não foi nenhum santo da Igreja, mas foi Jesus, somente
Ele! Jesus Cristo! Ele é digno desta honra conquistada com o seu próprio sangue!
Glória que Ele jamais passará para ninguém! Olhe como Ele é único:
6
Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o
caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6).
5
Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem (1 Tm 2.5).
Quão
infeliz é aquele que deixa a Deus para ir até outros deuses. Deus não precisa
de intermediários, o acesso a Ele está aberto, basta levantar as mãos, orar e
invocar o nome de Deus e Ele te ouvirá. Por isso que o salmista afirma:
12 Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR, e o
povo que ele escolheu para sua herança (Sl 33.12).
A
nação, cujo Deus é o Senhor, é feliz porque crê em Deus e a Ele submete-se em
amor e vive em Aliança com Deus. A nação, cujo Deus é o Senhor, não adora a ídolos,
não se prostra diante de imagens de escultura, não procura nenhum outro mediador
a não o Senhor Jesus Cristo. Esta é a nação feliz e abençoada!
C – A extensão da união: A todos os
povos da terra
Deus
disse a Abraão: Para ser o Teu Deus e da tua descendência. A Aliança entre Deus
e Abraão era para ser estendida a todas as famílias da terra e não somente aos
descendentes biológicos de Abraão. E estes descendentes estariam ligados a que?
A fé!
6 Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi
imputado para justiça (Gn 15.6).
A
fé é a ponte que liga todos os povos do mundo a Abraão, o pai da fé. Reconhecer
e aceitar a Soberania de Deus, o Seu Governo, e crer em Deus torna qualquer
pessoa, de qualquer raça, um filho de Abraão. Lembram quais são os filhos de
Abraão?
6 É o
caso de Abraão, que creu em Deus, e isso
lhe foi imputado para justiça.
7
Sabei, pois, que os da fé é que
são filhos de Abraão.
8 Ora,
tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios,
preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti,
serão abençoados todos os povos.
9 De modo que os da fé são abençoados com
o crente Abraão (Gl 3.6-9).
Abraão
creu em Deus e nas suas promessas. O patriarca creu na fidelidade de Deus que
afirmou que lhe daria uma terra, que faria dele uma grande nação, que
engrandeceria o seu nome, que abençoaria a ele e aos seus descendentes, que
todas as famílias da terra seriam benditas nele, e que Ele seria o seu Deus e o
Deus de sua descendência. Abraão aceitou o Pacto estabelecido por Deus e teve
com o Senhor um relacionamento de obediência, amor e fé.
03 – UMA PARCERIA PERPÉTUA
7 Estabelecerei
a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas
gerações, aliança perpétua, para ser
o teu Deus e da tua descendência.
Muitos
afirmam que a Aliança com Abraão já não tem nenhum valor para os crentes do
Novo Testamento. Será verdade? Por duas vezes surgiu esta pergunta neste estudo
e mais uma vez será feita: Quem são os filhos de Abraão hoje? Lembram? Esta
questão não está sendo levantada agora, ela tem sido feita desde Paulo em suas
cartas. Aliás, desde João Batista, que afirmou:
9 e
não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus
pode suscitar filhos a Abraão (Mt 3.9).
E
que pedras são estas? As pessoas que ele estava batizando. Isso significa que
não é pelo fato de se ter sangue judeu que faz da pessoa um legítimo parceiro
de Deus. Paulo confirma isso em Romanos:
6 E
não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas;
7 nem por serem descendentes de Abraão são
todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
8 Isto
é, estes filhos de Deus não são
propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os
filhos da promessa (Rm 9.6-8).
E
quem são os filhos da promessa? Os eleitos de Deus! Paulo está dizendo que
devem ser considerados como descendência (de Abraão) os filhos da promessa. Por
que eles devem ser considerados? Porque eles crêem e obedecem a Deus como o fez
Abraão. E quem afirma isso é próprio Senhor Jesus:
39
Então, lhe responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, praticai as obras
de Abraão.
40 Mas
agora procurais matar-me, a mim que
vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão (Jo 8.39,40).
Eles
não creram. Abraão creu! Eles não obedeceram. Abraão obedeceu! Realmente Abraão
não procedeu como eles. E Jesus foi ainda mais duro com eles ao lhes revelar o
verdadeiro pai deles:
44 Vós sois do diabo, que é vosso pai, e
quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais
se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira,
fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44).
As
obras deles estavam se identificando com as obras do diabo. E por que mais eles
eram filhos do diabo? Jesus responde:
45
Mas, porque eu digo a verdade, não
me credes (Jo 8.45).
Porque
não creram! E porque não creram não são filhos de Abraão, não são filhos da
promessa, não são filhos da fé. E porque não são filhos da fé, mas da
incredulidade, é que são filhos do diabo. Precisamos imitar a Abraão na fé e
obediência, mas fé em quem? Obediência a quem? A Jesus Cristo! Deus nos fala para
ouvirmos a Jesus:
35 E
dela veio uma voz, dizendo: Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi (Lc 9.35).
Foi
através de Jesus que a bênção de Abraão alcançou os gentios (aquele que não é
judeu), porque Jesus tomou a nossa maldição na cruz e nos libertou da
condenação do pecado. Por isso que em Abraão são benditas todas as famílias da
terra. Paulo afirma isso em Gálatas:
29 E, se sois de Cristo, também sois descendentes
de Abraão e herdeiros segundo a
promessa (Gl 3.29).
Paulo
está afirmando que os que são de Cristo são os verdadeiros filhos e herdeiros
de Abraão segundo a promessa de Deus. Ser de Cristo, ser discípulo dele,
confiar na Sua obra realizada na cruz é ser um verdadeiro filho de Abraão. Crer
em Jesus e no Seu Evangelho, ouvir a Jesus e obedecê-lo é verdadeiramente
imitar a Abraão.
A
promessa foi feita a Abraão, mas foi cumprida em Jesus Cristo. O centro da
História nunca foi o patriarca Abraão, mas sim o seu Descendente: Jesus Cristo!
Abraão não pode abençoar e nem amaldiçoar a ninguém, pois esta tarefa foi
passada dos patriarcas de Israel para o Messias, Jesus Cristo. Os homens serão
julgados não pelo que pensam a respeito de Abraão ou de Israel, mas pelo que
pensam a respeito de Jesus Cristo.
Claro
que Israel, o povo judeu, não fica de fora da promessa. Para eles tem a
promessa da terra prometida e de lá jamais os tirarão novamente; ninguém tomará
deles a sua terra, é promessa de Deus. E quanto a salvação, eles também
precisam crer e aceitar a Jesus Cristo para serem salvos. Entretanto, os
verdadeiros filhos da promessa hoje são os que aceitam o Evangelho de Cristo,
independente de serem judeus ou de qualquer outra raça do mundo. Os inimigos de
Deus são os que se opõem à Sua Igreja e não crêem em Cristo.
Conclusão
No
Pacto com Abraão ficou mais claro e amplo o conceito de povo de Deus. As
promessas feitas a Abraão adquirem uma nova dimensão em Cristo, pois ao
patriarca, foi prometido uma grande extensão de terra, mas aos mansos, a
herança é a terra toda:
5
Bem-aventurados os mansos, porque
herdarão a terra (Mt 5.5).
Ao
patriarca foi prometido um grande nome, mas os crentes estão revestidos de
autoridade sob o nome que está acima de todo nome: Jesus Cristo:
12 E
não há salvação em nenhum outro; porque
abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual
importa que sejamos salvos (At 4.12).
Ao
patriarca foi prometido ser abençoado, mas o crente em Cristo herda toda a
sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo:
3
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões
celestiais em Cristo (Ef 1.3)
As
bênçãos de Abraão nos alcançam muito mais enriquecidas em Jesus Cristo, nosso Senhor
e Redentor, o Noivo da Igreja, que prometeu jamais desampará-la, que prometeu voltar
para buscar a Sua noiva, os verdadeiros descendentes de Abraão, para a festa do
Cordeiro, uma festa que jamais terá fim. Que Ele lhe conceda a Sua bênção!
Amém!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida.
Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.
Revista Palavra Viva: O Pacto da Graça. Editora Cultura
Crista
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