A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência. ¹² Viu
Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia
corrompido o seu caminho na terra. ¹³ Então, disse Deus a Noé: Resolvi dar cabo
de toda carne, porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os
farei perecer juntamente com a terra. ¹⁴ Faze uma arca de tábuas de cipreste;
nela farás compartimentos e a calafetarás com betume por dentro e por fora. ¹⁵
Deste modo a farás: de trezentos côvados será o comprimento; de cinquenta, a
largura; e a altura, de trinta. ¹⁶ Farás ao seu redor uma abertura de um côvado
de altura; a porta da arca colocarás lateralmente; farás pavimentos na arca: um
em baixo, um segundo e um terceiro. ¹⁷ Porque estou para derramar águas em
dilúvio sobre a terra para consumir toda carne em que há fôlego de vida debaixo
dos céus; tudo o que há na terra perecerá. ¹⁸ Contigo, porém, estabelecerei a
minha aliança; entrarás na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as mulheres
de teus filhos. ¹⁹ De tudo o que vive, de toda carne, dois de cada espécie,
macho e fêmea, farás entrar na arca, para os conservares vivos contigo. ²⁰ Das
aves segundo as suas espécies, do gado segundo as suas espécies, de todo réptil
da terra segundo as suas espécies, dois de cada espécie virão a ti, para os
conservares em vida. ²¹ Leva contigo de tudo o que se come, ajunta-o contigo;
ser-te-á para alimento, a ti e a eles. ²² Assim fez Noé, consoante a tudo o que
Deus lhe ordenara
(Gn 6.11-22).
INTRODUÇÃO:
Quando Deus olha para as gerações nos
dias de Noé percebe o quanto o mal se multiplicou entre eles, mas a justiça de
Noé não passa despercebida por Deus. Noé
era uma exceção, um solitário em sua geração. Já imaginou em toda uma geração
Deus encontrar apenas um que andava com Ele? Sua fidelidade não permitiu que
este único justo perecesse juntamente com os demais, assim como não permitiu
que Ló perecesse juntamente com os das cidades de Sodoma e Gomorra. Então, Deus
resolve mandar o dilúvio, mas não se esquece de sua misericórdia e, através do
justo Noé Deus vai estabelecer oportunidades para o arrependimento daquela
geração, pois Deus não queria que somente Noé e sua família entrassem naquela
arca. E desde o anúncio do dilúvio até ao último detalhe da fabricação da arca,
Noé prega para aquela geração e os convidam a entrarem com ele na arca, mas
ninguém o ouviu e somente ele e sua família entraram na arca, pois o capítulo
sete de Gênesis começa com Deus ordenando:
Disse o Senhor a Noé: ENTRA NA ARCA, TU E TODA A TUA CASA, PORQUE RECONHEÇO QUE TENS SIDO
JUSTO DIANTE DE MIM NO MEIO DESTA GERAÇÃO (Gn 7.1).
Nem um sequer dos
dias de Noé deu atenção ao que ele lhes dizia.
01 – A MISSÃO DO JUSTO NOÉ:
Pedro confirma a
missão de Noé ao citá-lo como um profeta:
E não poupou o mundo antigo, MAS PRESERVOU A NOÉ, PREGADOR DA JUSTIÇA, e
mais sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de ímpios (2 Pd 2.5).
Notou como que
mais uma vez a iniciativa de preservação da humanidade vem de Deus? Noé foi
preparado pela graça de Deus para uma obra redentora: Preservar a raça humana e
a vida animal da destruição do dilúvio. Esta obra redentora consistia na
pregação do iminente juízo de Deus, pois enquanto construía a arca, Noé pregava
àquela geração. E de acordo com o texto, Noé não converteu a ninguém com a sua
pregação a não ser a sua própria família, três filhos e três noras, mais a sua
esposa, ou seja, apenas oito pessoas embarcaram naquela arca! Mais uma vez fica
em evidência a dureza dos corações das pessoas nos dias de Noé, fato que levou
Jesus a comparar aos últimos dias com os dias de Noé em relação à dureza dos
corações dos homens.
Talvez, o fato do anúncio de Noé ser uma novidade, o anúncio
de algo que ainda não tinha acontecido, tenha contribuído para a incredulidade
daquela geração. Há possibilidade de interpretar Hebreus 11.7 com Gênesis 2.6
como que nunca havia chovido antes do dilúvio. Hebreus diz:
Pela fé, Noé, DIVINAMENTE INSTRUÍDO ACERCA DE
ACONTECIMENTOS QUE AINDA NÃO SE VIAM e sendo temente a Deus, aparelhou uma
arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou
herdeiro da justiça que vem da fé (Hb 11.7).
A chuva pode ser o entendimento correto de “acontecimentos que ainda não se viam”,
ou, também, pode estar se referindo ao dilúvio em geral. E Gênesis diz:
Não havia ainda
nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado;
PORQUE O SENHOR DEUS NÃO FIZERA CHOVER
SOBRE A TERRA, e também não havia homem para lavrar o solo. ⁶ MAS UMA NEBLINA SUBIA DA TERRA E REGAVA
TODA A SUPERFÍCIE DO SOLO (Gn 2.5-6).
Antes do dilúvio, na Terra, possivelmente não havia chovido
ainda. Parece que, antes do dilúvio, o orvalho era suficiente para manter a
criação regada. Mas a Bíblia não nos diz, especificamente, se havia ou não
chovido antes do dilúvio. Noé parecia entender o que era chuva quando Deus
mencionou isso para ele dizendo:
Porque, daqui a
sete dias, FAREI CHOVER SOBRE A TERRA
durante quarenta dias e quarenta noites; e da superfície da terra exterminarei
todos os seres que fiz. ⁵ E TUDO FEZ
NOÉ, SEGUNDO O SENHOR LHE ORDENARA (Gn 7.4-5).
Podemos até especular que tenha chovido antes do Dilúvio,
mas, novamente, a Bíblia não diz especificamente sobre isso.
Além de Gênesis,
a Carta aos Hebreus também fala da missão de Noé, pois fala da fé e do temor
com que Noé construiu a arca pela qual condenou o mundo de sua época, dizendo:
PELA FÉ, Noé, divinamente instruído acerca de
acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, APARELHOU UMA ARCA PARA A SALVAÇÃO DE SUA
CASA; PELA QUAL CONDENOU O MUNDO
e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé (Hb 11.7).
Uma geração condenada
por abandonar ao seu Deus, mas uma geração que ouviu, por aproximadamente cem
anos, a pregação de Noé. Mais uma vez Deus exalta a fé. Coloque-se no lugar de
Noé! Vamos supor que você nunca tinha visto uma chuva, uma inundação, mas que
de repente alguém chega para você e diz para construir um barco porque vai
chover muito. Vamos supor que ninguém conhece a Deus, somente você e, de
repente, você começa a proclamar que Deus vai destruir tudo com água e aplicar
o seu juízo. Com certeza agiríamos como a geração de Noé e, talvez, até nos
internariam em um hospício. Foi exatamente isso que aconteceu com Noé. Até ao
dia do dilúvio, provavelmente, não tinha chovido ainda na Terra e ninguém conhecia
a Deus com exceção de Noé.
Hoje, existem
várias pessoas que proclamam o mesmo Deus que anunciamos, mas com Noé não era
assim, pois ele era o único que cria em Deus em toda a terra. Em uma situação
como essa com certeza ele era taxado como louco, já que servia a um Deus que
ninguém mais servia. A história de Noé exalta a misericórdia e a
fidelidade de Deus desde o momento em que Ele aparece para Noé e diz:
Então, disse Deus a Noé: RESOLVI DAR CABO DE TODA CARNE, PORQUE A
TERRA ESTÁ CHEIA DA VIOLÊNCIA DOS HOMENS; eis que os farei perecer juntamente
com a terra. FAZE UMA ARCA DE TÁBUAS DE
CIPRESTE; nela farás compartimentos e a calafetarás com betume por dentro e
por fora (Gn 6.13-14).
Vemos aí
a sentença de Deus, mas Ele não deixaria de lado a sua misericórdia e nem a sua
fidelidade à Aliança. Primeiro, Ele ordena a Noé a construção da arca para sua
salvação e de sua criação. Depois, Deus estende sua misericórdia àquela geração,
estabelecendo a missão de Noé que deveria pregar o dilúvio e convidar a todos
para entrarem, juntamente com ele e sua família, naquela arca. Mas ninguém deu
ouvido a Noé e ninguém aceitou ao convite para entrar naquela arca, até ao dia
em que começou a chover. E Deus, conhecendo a bondade de Noé, sela a porta da
arca para que ninguém entre por ela depois que começou a chover, pois depois
que a chuva veio não há mais sentido para a fé, porque A FÉ É A CERTEZA DE COISAS QUE SE
ESPERAM, A CONVICÇÃO DE FATOS QUE SE NÃO VEEM (Hb 11.1).
Depois
da inundação só resta o desespero e o arrependimento de não ter dado ouvido à
pregação de Noé. Por isso que não há mais oportunidade de salvação após a
morte, porque depois que seus olhos veem a realidade do além, a fé perde todo
sentido, e a salvação acontece somente pela fé, conforme Paulo nos diz:
Porque PELA GRAÇA SOIS SALVOS, MEDIANTE A FÉ; e isto não vem de vós; é dom
de Deus; ⁹ NÃO DE OBRAS, PARA QUE
NINGUÉM SE GLORIE (Ef 2.8-9).
Nenhuma
boa obra, nenhuma vida de santidade e nem a oração de alguém a seu favor vai um
dia substituir a fé que Deus exige hoje de você. Pense nisso com muita
seriedade e não seja incrédulo como os contemporâneos de Noé, pois se isso
acontecer, seu destino na eternidade será o mesmo daquela geração incrédula e
perversa. Mas se você ouvir a Deus será abençoado como Noé e sua família, pois
depois da arca pronta, Deus aparece novamente para Noé e diz:
Disse o Senhor a Noé: ENTRA NA ARCA, TU E TODA A TUA CASA, PORQUE
RECONHEÇO QUE TENS SIDO JUSTO DIANTE DE MIM NO MEIO DESTA GERAÇÃO (Gn
7.1).
Na
providência de Deus, depois de ter cumprido a risca a sua missão, Noé e sua
família são salvos do dilúvio.
Nossos
dias não estão diferentes dos dias de Noé. A maioria da humanidade não crê e
nem serve a Deus. Estão todos caminhando no espaçoso caminho que leva para a
perdição. Nos dias de hoje já se cumpriu a promessa feita lá no Éden. Aquele
que esmagaria a cabeça da serpente já veio e venceu a morte, mas muitos o
rejeitaram e o rejeitam até aos dias de hoje. Nos dias de Noé Deus mandou o
dilúvio e pôs fim àquela geração rebelde. Nos nossos dias Deus, um dia, porá
fim, desta vez definitivamente, a esta geração que se recusa a servi-lo e a
adorá-lo. Isso acontecerá com a volta gloriosa do Senhor Jesus.
Nos dias
de Noé ele pregou e não o ouviram, mas como ele estava do lado certo e dizia a
verdade, tudo que ele pregava se cumpriu e todos pereceram. Hoje, a Igreja do
Senhor Jesus faz o mesmo papel de Noé e prega o Evangelho, o qual é
ridicularizado e rejeitado pela maioria de seus ouvintes. Noé pregava a verdade
e foi rejeitado. Da mesma forma a Igreja, que prega a verdade, é rejeitada
pelos seus ouvintes. Isso significa que está acontecendo em nossos dias
exatamente o que aconteceu nos dias de Noé, cumprindo as palavras de Jesus que
disse:
Mas a respeito daquele dia e hora
ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai. ³⁷ POIS ASSIM COMO FOI NOS DIAS DE NOÉ, TAMBÉM
SERÁ A VINDA DO FILHO DO HOMEM. ³⁸ Porquanto, assim como nos dias
anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, ATÉ AO DIA EM QUE NOÉ ENTROU NA ARCA, ³⁹ E
NÃO O PERCEBERAM, SENÃO QUANDO VEIO O DILÚVIO e os levou a todos, assim
será também a vinda do Filho do Homem (Mt 24.36-39).
A Igreja
continuará a pregar ao Evangelho e o mundo continuará a rejeitar em ouvi-lo,
até ao dia em que tocará a trombeta de Deus e, então, aparecerá no céu o sinal
do Filho do Homem e todos os olhos verão Jesus voltando, mas nesta hora será
tarde demais e todos, instantaneamente, darão conta de si mesmo do erro que
cometeram em recusar a ouvir a verdade que a Igreja pregava. Nada mais resta
para eles a não ser o que Jesus profetizou que fariam, quando disse:
NESSES DIAS, DIRÃO AOS MONTES: CAÍ SOBRE NÓS! E AOS OUTEIROS: COBRI-NOS! (Lc23.30).
Mas
nenhum monte e nenhum, nada e ninguém os livrará da Ira de Deus. Hoje, Jesus
está dizendo:
EIS QUE ESTOU À PORTA E BATO; SE ALGUÉM OUVIR A MINHA VOZ E ABRIR A
PORTA, ENTRAREI EM SUA CASA E CEAREI COM ELE, E ELE, COMIGO (Ap.
3.20).
E disse
ainda:
EU SOU A PORTA. SE ALGUÉM ENTRAR POR MIM, SERÁ SALVO; entrará, e sairá, e achará pastagem (Jo
10.9).
O dia
que esta porta se fechar não haverá mais oportunidade de salvação, pois assim
como a porta da arca foi selada e ninguém mais entrou, assim também será um dia
selada a porta da salvação e ninguém mais poderá ser salvo. Depois disso nada
mais restará a não ser o juízo de Deus.
Esta
porta não será fechada somente na volta de Cristo, porque esta porta é fechada
e selada exclusivamente para você depois de sua morte. A decisão que precisa
ser tomada tem que ser hoje, pela fé, antes de seus olhos verem a realidade do
além e ser tarde demais para decidir, pela fé, por Cristo. Que Deus te abençoe
a encontrar o caminho de sua salvação!
02 – ENFIM, O DILÚVIO:
A maldade do
homem se multiplicou sobra a face da terra e isso levou Deus a tomar uma
atitude drástica naqueles dias. Depois de um século de oportunidade que Deus
oferece àquela geração, finalmente Deus executa sua palavra e o dilúvio
acontece:
E aconteceu que, depois de sete dias, VIERAM SOBRE A TERRA AS ÁGUAS DO DILÚVIO. No ano seiscentos da vida
de Noé, aos dezessete dias do segundo mês, NESSE
DIA ROMPERAM-SE TODAS AS FONTES DO GRANDE ABISMO, E AS COMPORTAS DOS CÉUS SE
ABRIRAM, E HOUVE COPIOSA CHUVA SOBRE A TERRA DURANTE QUARENTA DIAS E QUARENTA
NOITES (Gn
7.10-12).
Depois do nascimento de Cristo, o dilúvio foi o acontecimento mais marcante da
história da humanidade. Pode-se dizer que foi um divisor de águas, separando de
forma impressionante duas Eras, pois Noé é o último representante de uma era
encerrada na história da humanidade, identificada na Bíblia como “nos dias de
Noé”. Houve profundas mudanças naqueles dias, entre as quais podemos citar os
anos de vida do homem e a transformação geográfica que ocorreu na Terra.
Noé obedeceu
a Deus, mesmo diante de um plano aparentemente absurdo: Construir uma arca no
quintal de casa. Com sua fé em Deus, Noé contrastou com a incredulidade dos
seus contemporâneos. Para Deus, não restou outra coisa a ser feito senão aplicar
o seu juízo, mas não se esquecendo de sua Aliança.
Os
contemporâneos de Noé foram incrédulos e vemos a incredulidade sempre se
repetindo na história de Israel e sempre vemos Deus aplicando na nação o seu
juízo, mas nunca deixando de lado a sua misericórdia e a sua fidelidade. Neste
ponto Ezequiel diz:
Mas
eis que alguns restarão nela, que levarão fora tanto filhos como filhas; EIS QUE ELES VIRÃO A VÓS OUTROS, E VEREIS O
SEU CAMINHO E OS SEUS FEITOS; E FICAREIS CONSOLADOS DO MAL QUE EU FIZ VIR SOBRE
JERUSALÉM, sim, de tudo o que fiz vir sobre ela. Eles vos consolarão quando
virdes o seu caminho e os seus feitos; E
SABEREIS QUE NÃO FOI SEM MOTIVO TUDO QUANTO FIZ NELA, diz o SENHOR Deus (Ez 14.22-23).
Sempre existem
resultados positivos colhidos da aplicação do juízo de Deus. E o dilúvio também
não foi sem motivo, não foi em vão e seus resultados também são positivos.
Imagine a repercussão dele na geração dos netos de Noé, ao passar aquela
história para seus filhos e olharem para sua geração e verem neles os efeitos
daquele grande mal que sobreveio sobre a humanidade, pois foram preservados
pela misericórdia de Deus e sua fidelidade à Aliança. Jesus fez uma comparação
entre os dias de Noé com os dias que antecederiam a sua volta. Ele disse:
Pois
ASSIM COMO FOI NOS DIAS DE NOÉ, TAMBÉM
SERÁ A VINDA DO FILHO DO HOMEM. Porquanto, assim como nos dias anteriores
ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, ATÉ AO DIA EM QUE NOÉ ENTROU NA ARCA, E NÃO
O PERCEBERAM, SENÃO QUANDO VEIO O DILÚVIO E OS LEVOU A TODOS, ASSIM SERÁ TAMBÉM
A VINDA DO FILHO DO HOMEM (Mt 24.37-39).
Infelizmente
a história da incredulidade do homem e da aplicação do juízo de Deus à
humanidade vai se repetir novamente. Contudo, Deus não deixará de lado a sua
misericórdia para com seus eleitos e não se esquecerá de sua Aliança e de suas
promessas. Apesar dos nossos dias serem comparados com os dias de Noé em
relação à incredulidade, existe em nossos dias um agravante, pois assim Jesus
falou de nossos dias:
PORQUE NESSE TEMPO HAVERÁ GRANDE
TRIBULAÇÃO, COMO DESDE O PRINCÍPIO DO MUNDO ATÉ AGORA NÃO TEM HAVIDO E NEM
HAVERÁ JAMAIS (Mt 24.21).
Nos dias de Noé a multiplicação da maldade e a incredulidade do homem foram
marcantes, nos nossos dias o destaque vai, além da multiplicação da maldade e
da iniquidade, para a grande tribulação que acontecerá no final dos tempos, tão
grande e tão forte que nunca houve na História da humanidade tempos iguais. Diante
desta grande tribulação, Deus não se esquece de sua Igreja, pois Jesus, falando
dos últimos dias e da tribulação que ocorreria nestes dias, falou:
NÃO TIVESSEM AQUELES DIAS SIDO
ABREVIADOS, NINGUÉM SERIA SALVO; MAS, POR CAUSA DOS ESCOLHIDOS, TAIS DIAS SERÃO
ABREVIADOS (Mt 24.22).
Tais palavras demonstram o quanto será terrível o dia da Ira de Deus e
tão esplêndida é a misericórdia de Deus. Deus teve misericórdia de seus
escolhidos e abreviou tais dias. Ele é Deus benigno, fiel, que não se esquece
de sua Aliança. Você faz parte daqueles que vivem nestes últimos tempos. Nem
preciso te lembrar do quanto está difícil viver em nossos tempos, o quanto
aumentou a maldade do homem, o quanto a incredulidade reina em nossos tempos; e
olha que nem entramos ainda na grande tribulação, vivemos apenas os primórdios
destes dias. Mas apesar de parecer que Deus nos abandonou ou que Ele tenha
perdido o controle da situação, na verdade, Ele está agindo e executando seu
plano na íntegra de seu planejamento. E quando ocorrerá a volta de Cristo? Os
discípulos de Jesus quiseram saber, mas assim foram advertidos por Ele:
Respondeu-lhes: NÃO
VOS COMPETE CONHECER TEMPOS OU ÉPOCAS QUE O PAI RESERVOU PELA SUA EXCLUSIVA
AUTORIDADE (At 1.7).
Este dia é discricionalidade exclusiva de Deus. A Ele e somente a Ele
pertence a determinação dos últimos dias. Para nós parece demorado, parece que
Deus mudou de ideia, parece que Deus deixou a humanidade à mercê de seu próprio
destino, afinal, desde que Jesus foi elevado ao Céu ouve-se falar de sua volta.
Mas se desde os dias dos Apóstolos já reclamavam da demora de Jesus, como não
reclamariam depois de se passado dois mil anos? Mas Pedro nos explica a razão
desta demora:
Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam
demorada; pelo contrário, ELE É
LONGÂNIMO PARA CONVOSCO, NÃO QUERENDO QUE NENHUM PEREÇA, SENÃO QUE TODOS
CHEGUEM AO ARREPENDIMENTO (2 Pd 3.9).
É para dar oportunidade a todos que Deus demora na aplicação de sua Ira,
pois assim como nos dias de Noé Deus concedeu um século de oportunidade para as
pessoas ouvirem a pregação do justo Noé e se arrependerem, assim também Deus
está dando oportunidade para que as pessoas ouçam a pregação da Igreja de Deus,
se arrependam e se convertam de seus maus caminhos. Mas Pedro também adverte:
VIRÁ, ENTRETANTO, COMO LADRÃO, O DIA
DO SENHOR, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se
desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas (2 Pd
3.10).
Por mais que demore este dia chegará. O dilúvio foi um sinal da justiça e
da misericórdia de Deus, que fez acontecer o dilúvio por causa da maldade da
humanidade, porque a terra estava cheia de violência por causa dos homens. A
humanidade se tornou perversa e violenta e só queria fazer o mal, o que
entristeceu a Deus, que decidiu destruir sua criação. Deus, com o dilúvio,
destruiu todas as criaturas na terra, mas poupou quem entrou na arca. Deus foi
cruel por isso? O dilúvio foi uma injustiça de Deus? Não! Deus não é cruel e o
dilúvio não foi um ato de injustiça, pois Deus não se agrada com a morte de
ninguém. Ele mesmo diz:
PORQUE NÃO TENHO PRAZER NA MORTE DE
NINGUÉM, DIZ O SENHOR DEUS. Portanto, convertei-vos e vivei (Ez
18.32).
Mas o pecado tem de ser castigado e o preço do pecado é a morte. Paulo
confirma isso quando diz que O SALÁRIO DO PECADO É A MORTE (RM
6.23). As pessoas do tempo de Noé tinham abandonado a Deus e se entregado
completamente ao pecado, estavam vivendo em desobediência e rebeldia, agindo
com incredulidade quanto a Deus e ao seu juízo, negligenciaram a pregação de
Noé. Mais cedo ou mais tarde, todos iriam colher as consequências disso, todos seriam
castigados. E um dia haverá novo julgamento da humanidade, pois Jesus
disse:
QUANDO VIER O FILHO DO HOMEM NA SUA
MAJESTADE E TODOS OS ANJOS COM ELE, ENTÃO, SE ASSENTARÁ NO TRONO DA SUA GLÓRIA;
³² E TODAS AS NAÇÕES SERÃO REUNIDAS EM SUA PRESENÇA, E ELE SEPARARÁ UNS DOS
OUTROS, COMO O PASTOR SEPARA DOS CABRITOS AS OVELHAS; ³³ e porá as ovelhas à sua direita,
mas os cabritos, à esquerda; ³⁴ então, dirá o Rei aos que estiverem à sua
direita: VINDE, BENDITOS DE MEU PAI!
ENTRAI NA POSSE DO REINO QUE VOS ESTÁ PREPARADO desde a fundação do mundo.
⁴¹ Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: APARTAI-VOS DE MIM, MALDITOS, PARA O FOGO
ETERNO, PREPARADO PARA O DIABO E SEUS ANJOS (Mt
25.31-34, 41).
Todos que vivem no pecado, rejeitando a Deus, serão castigados. Mas Deus
mais uma vez demonstra a sua misericórdia, pois providenciou uma escapatória:
Jesus. Jesus é a nossa arca, nossa única salvação, pois a Bíblia diz:
E NÃO HÁ SALVAÇÃO EM NENHUM OUTRO;
PORQUE ABAIXO DO CÉU NÃO EXISTE NENHUM OUTRO NOME, DADO ENTRE OS HOMENS, PELO
QUAL IMPORTA QUE SEJAMOS SALVOS (At 4.12).
Quem se arrepende de seus pecados e aceita Jesus como salvador receberá a
misericórdia de Deus e viverá eternamente, conforme diz a Bíblia:
PORQUE DEUS AMOU AO MUNDO DE TAL
MANEIRA QUE DEU O SEU FILHO UNIGÊNITO, PARA QUE TODO O QUE NELE CRÊ NÃO PEREÇA,
MAS TENHA A VIDA ETERNA (Jo 3.16).
Restando a cada um de nós fazer o que Pedro falou a uma grande multidão:
ARREPENDEI-VOS, POIS, E CONVERTEI-VOS
PARA SEREM CANCELADOS OS VOSSOS PECADOS (At
3.19).
CONCLUSÃO:
Tudo que acontece em nossos dias e tudo que vivemos tem seu motivo e faz
parte do planejamento de Deus. Se o desafio nos dias de Noé era crer e entrar
na arca, não é diferente em nossos dias, em que precisamos crer em Jesus Cristo.
Apesar das tribulações, da incredulidade, das dificuldades, a resposta que Deus
espera de nós a tudo isso é a fé. Por isso, não importa a situação em que estás
vivendo, porque ela é passageira e um dia terá fim, mas a atitude que você toma
diante dessa vida difícil trará resultados eternos. Por mais difícil que seja,
creia, e por causa de sua fé e perseverança Deus lhe dará a coroa da vida na
eternidade.
Não pereça como os contemporâneos de Noé pereceram. Não fique ao lado da
maioria, como os contemporâneos de Noé ficaram. Não sejas incrédulo como os
contemporâneos de Noé, antes, creia no juízo de Deus e prepare-se para
comparecer perante Ele. Termino deixando a mesma advertência que Ezequiel
deixou com a nação de Israel, o qual disse:
PORTANTO, EU VOS JULGAREI, A CADA UM SEGUNDO
OS SEUS CAMINHOS, ó casa de
Israel, diz o Senhor Deus. Convertei-vos e desviai-vos de todas as vossas
transgressões; e a iniquidade não vos servirá de tropeço. ³¹ Lançai de vós
todas as vossas transgressões com que transgredistes e criai em vós coração
novo e espírito novo; pois, por que morreríeis, ó casa de Israel (Ez 18.3031)?
Que Deus te abençoe e te conduza a uma vida de fé para que não venha a
perecer na eternidade. Amém!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira
de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.
Revista Palavra Viva: O Pacto da Graça. Editora Cultura
Cristã.
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