Agora, pois, ó Israel, que é que o Senhor
requer de ti? Não é que temas o Senhor, teu Deus, e andes em todos os seus
caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e de
toda a tua alma, para guardares os mandamentos do Senhor e os seus estatutos
que hoje te ordeno, para o teu bem? Eis que os céus e os céus dos céus são do
Senhor, teu Deus, a terra e tudo o que nela há. Tão somente o Senhor se
afeiçoou a teus pais para os amar; a vós outros, descendentes deles, escolheu
de todos os povos, como hoje se vê. Circuncidai, pois, o vosso coração e não
mais endureçais a vossa cerviz. Pois o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses
e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não faz acepção
de pessoas, nem aceita suborno; que faz justiça ao órfão e à viúva e ama o
estrangeiro, dando-lhe pão e vestes. Amai, pois, o estrangeiro, porque fostes
estrangeiros na terra do Egito. Ao Senhor, teu Deus, temerás; a ele servirás, a
ele te chegarás e, pelo seu nome, jurarás. Ele é o teu louvor e o teu Deus, que
te fez estas grandes e temíveis coisas que os teus olhos têm visto. Com setenta
almas, teus pais desceram ao Egito; e, agora, o Senhor, teu Deus, te pôs como
as estrelas dos céus em multidão (Dt 10.12-22).
INTRODUÇÃO:
Temos visto até aqui os mistérios que envolvem a Aliança de Deus
com a humanidade para tentarmos compreender os propósitos de Deus. Vimos que
Deus, o instituidor da Aliança é quem toma toda iniciativa. Ele decidiu criar
ao pactuante à sua imagem e semelhança, dar a ele uma glória superior às demais
criaturas e fazer com ele uma Aliança, a fim de relacionar-se com sua criatura,
criando entre os dois um laço de amor, amor este imensurável por parte do
Criador.
Como instituidor é Deus quem determina as
regras do jogo, porque Ele não está em pé de igualdade com sua mais bela
criatura, porque Deus é Eterno, Imortal, e possui a virtude da misericórdia na
mais completa perfeição. Mas Ele também é justo e firme, e nunca um Zé Mané
levado pelas ondas e influenciado pela ignorância, pelo egoísmo, pelo orgulho
do pactuante. Esta superioridade do Instituidor da Aliança é a segurança que
temos do cumprimento da parte de Deus no acordo, porque se dependesse do
pactuante a Aliança não teria passado da primeira fase. É exatamente isso que estamos
descrevendo ao longo deste estudo. Que Deus abra o seu coração e a sua mente
para entender a verdade e não venhas a cair nas velhas tradições humanas que
exaltam o homem e negam a sublimidade do sacrifício de Cristo.
01
– O CONCEITO DA ALIANÇA:
O grande objetivo da Aliança de Deus com a
humanidade é oferecer ao homem a oportunidade de relacionar-se com Ele, pois
uma aliança é um acordo, um tratado, um compromisso feito entre um grupo de
pessoas que regulamenta os direitos e os deveres de cada um. E em nosso caso a
questão é a Aliança de Deus com a humanidade. Basicamente, esta Aliança são as
diretrizes do relacionamento entre Deus e as suas criaturas. Deus vinha todos
os dias ao Jardim do Éden para falar com o homem face a face para saber como
fora o seu dia, refletindo aí o verdadeiro conceito da Aliança. Fico imaginando
quais seriam os conteúdos diários desta conversa íntima com Deus. Foi assim até
ao dia em que o homem quebrou o acordo e perdeu este relacionamento íntimo e
perfeito com Deus.
E como o homem decaído tem aversão a Deus,
esse relacionamento é restaurado por Deus através de um laço de amor. E este
laço de amor é constituído de promessas, deveres, leis, bênçãos e maldições. E
as promessas de Deus representam um sinal e afirmam a fidelidade de Deus. Deus
tem sido fiel ao cumprimento de suas promessas e tem estabelecido deveres ao pactuante,
mas este tem negligenciado seus deveres, rejeitados as bênçãos da Aliança e
colhido as consequências de sua negligência.
Quantos aos deveres do pactuante, eles estão
constituídos em leis, mandamentos, estatutos e regras para que os cumpramos, os
quais determinam como deve ser nosso relacionamento com Deus. Para vermos sobre
o conceito e finalidade da Aliança, vamos avançar um pouco, para a renovação da
Aliança com Moisés, momento em que nos foi dada a Lei, a qual diz:
Agora,
pois, ó Israel, QUE É QUE O SENHOR
REQUER DE TI? NÃO É QUE TEMAS O
SENHOR, TEU DEUS, E ANDES EM TODOS OS SEUS CAMINHOS, E O AMES, E SIRVAS AO
SENHOR, TEU DEUS, DE TODO O TEU CORAÇÃO E DE TODA A TUA ALMA, PARA GUARDARES OS
MANDAMENTOS DO SENHOR E OS SEUS ESTATUTOS QUE HOJE TE ORDENO, PARA O TEU BEM
(Dt
10.12-13)?
Deus quer relacionar-se com suas criaturas,
mas pela sua justiça e santidade haveria regras para isso, sendo os mandamentos
constituídos por essa finalidade. E estes mandamentos e estatutos foram muito
bem resumidos por Jesus em apenas duas ordenanças que, quando lhe perguntaram,
disse:
Mestre,
qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: AMARÁS O SENHOR, TEU DEUS, DE TODO O TEU CORAÇÃO, DE TODA A TUA ALMA E
DE TODO O TEU ENTENDIMENTO. Este é o grande e primeiro mandamento. O
segundo, semelhante a este, é: AMARÁS O
TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e
os Profetas (Mt 22.36-40).
Jesus está dizendo que o que Deus quer é
relacionar-se com sua criatura e que este reflita este relacionamento em sua
relação uns com os outros, que demonstre ao seu próximo a mesma ternura, o
mesmo amor que Ele teve e tem pelo homem que criou. Este é um verdadeiro resumo
dos termos da Aliança de Deus com a humanidade, de forma que, se nós realmente
o cumprirmos não quebraremos os termos da Aliança, porque quando quebramos a
Aliança com Deus, basicamente, ou transgredimos contra Deus ou transgredimos
contra o nosso próximo. Outra forma de resumo pode ser encontrada nos
primórdios da Lei:
Eis
que, hoje, eu ponho diante de vós A
BÊNÇÃO E A MALDIÇÃO: A BÊNÇÃO, QUANDO CUMPRIRDES OS MANDAMENTOS DO SENHOR,
VOSSO DEUS, QUE HOJE VOS ORDENO; A MALDIÇÃO, SE NÃO CUMPRIRDES OS MANDAMENTOS
DO SENHOR, VOSSO DEUS, MAS VOS DESVIARDES DO CAMINHO QUE HOJE VOS ORDENO,
para seguirdes outros deuses que não conhecestes (Dt
11.26-28).
Este conceito esteve presente desde o
princípio, pois se o homem tivesse permanecido fiel ele estaria até hoje
recebendo todos os dias a visita de Deus e estava assim se relacionando com Ele
até aos dias de hoje. Se não tivesse quebrado a Aliança o homem não teria
conhecido a morte, não teria se separado de seu Criador, não tinha perdido a
comunhão com Ele e a Terra não teria sido amaldiçoada e passasse a produzir
também caldos e abrolhos, mas permaneceria perfeita para sempre, assim como o
novo Céu e a nova Terra permanecerá por toda a eternidade.
A fidelidade a Deus, aos termos da Aliança,
sempre foram valorizados e destacados por Deus. Quando você olha para a Antiga
Aliança, para a vida dos patriarcas, dos profetas, de reis e tantos outros
homens e mulheres, você pode observar que o que fez a diferença em suas vidas
foi o relacionamento que tiveram com Deus. E como obtiveram intenso relacionamento
com Deus? Observando aos preceitos da Aliança. Fizeram o que Adão e Eva
deveriam ter feito: Permanecido fiel. E onde encontraram base para este
relacionamento? Na Palavra de Deus. O salmista destaca muito esta verdade. Ele
diz:
LÂMPADA PARA OS MEUS PÉS É A TUA
PALAVRA E, LUZ PARA OS MEUS CAMINHOS (Sl 119.105).
A Palavra de Deus era o
seu guia. Ele confirma essa verdade quando diz:
DE QUE MANEIRA PODERÁ O JOVEM
GUARDAR PURO O SEU CAMINHO? OBSERVANDO-O SEGUNDO A TUA PALAVRA (Sl
119.9).
Porque ele tinha em mente
a valorização dos preceitos de Deus e submetia-se a eles dizendo:
TU ORDENASTE OS TEUS MANDAMENTOS,
PARA QUE OS CUMPRAMOS À RISCA (Sl 119.4).
Ele tinha firme em sua
mente a importância de obedecer a Deus. Ah! Como que Adão e Eva tinham que ter
tido isso firme na mente quando estavam lá no Jardim do Éden. O guia de suas
vidas deveria ter sido a ordenança de Deus quando disse:
De toda árvore do jardim comerás livremente, MAS DA ÁRVORE DO CONHECIMENTO DO BEM E DO MAL NÃO COMERÁS; porque,
no dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gn 2.16-17).
Mas eles não se
mantiveram firme nesta palavra, foram infelizes e com ele toda a humanidade. E,
hoje, se alguém deseja se relacionar com Deus não há outra maneira a não ser
por intermédio de Jesus Cristo e a sua permanência em sua palavra. Quem assim o
faz é feliz e colhe as mais ricas bênçãos de Deus, conforme diz o salmista:
BEM-AVENTURADOS OS QUE GUARDAM AS
SUAS PRESCRIÇÕES E O BUSCAM DE TODO O CORAÇÃO; NÃO PRATICAM INIQUIDADE E ANDAM
NOS SEUS CAMINHOS (Sl 119.2-3).
É muito feliz aquele que
obedece a Deus e se relaciona com Ele. E
como estamos hoje em que vivemos sob a Nova Aliança? Antes de partir Jesus
deixou estabelecido um memorial para não nos esquecermos da Aliança quando
disse:
Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice,
dizendo: ESTE CÁLICE É A NOVA ALIANÇA NO
MEU SANGUE; FAZEI ISTO, TODAS AS VEZES QUE O BEBERDES, EM MEMÓRIA DE MIM
(1 Co 11.25).
E a finalidade desta Nova
Aliança continua sendo a mesma: Andar com Deus. E Jesus sempre deixou isso bem
claro quando dizia:
PERMANECEI EM MIM, E EU
PERMANECEREI EM VÓS. Como não
pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim,
nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim (Jo 15,4).
Isso trás a ideia de
relacionamento, justamente a ideia do conceito da Aliança. E o que acontece com
aquele que não se relaciona com Deus? Jesus responde:
SE ALGUÉM NÃO PERMANECER EM MIM,
SERÁ LANÇADO FORA, à semelhança
do ramo, E SECARÁ; E O APANHAM, LANÇAM
NO FOGO E O QUEIMAM (Jo 15.6).
Ou seja, quem não se
relaciona com Deus não gozará a eternidade no Céu, na presença de Deus, mas sim
no inferno, onde há a absoluta ausência de Deus.
Desde os dias de Cristo o homem ouve as boas-novas do evangelho, no
qual Deus apresenta o sacrifício de Seu Filho, Jesus Cristo, como suficiente
para cumprir as exigências de Deus na restauração e salvação do homem. Caso o
homem aceite e viva nos termos da Aliança ele se relaciona com seu Criador, mas
caso venha a rejeitar a Cristo e não crer nele, se ele morrer nesta condição,
as maldições da Aliança será a única alternativa para ele, sendo ela a de
perecer eternamente no inferno por rejeitar a salvação de Deus. Deus cumpriu a
sua promessa providenciando o Messias e quando Ele veio ofereceu o bem mais
precioso deste mundo ao dizer:
EU
VIM PARA QUE TENHAM VIDA E A TENHAM EM ABUNDÂNCIA (Jo 10.10).
Aproveite a oportunidade de restauração que
Deus lhe oferece hoje e volta-se para Ele, porque, como no princípio, Deus quer
se relacionar com você. Pense nisso!
02
– A ALIANÇA E SUA FINALIDADE: ANDAR COM DEUS:
Quando Deus criou o homem, formando-o do pó da
Terra, soprou em suas narinas o sopro da vida e ele passou a ser alma vivente.
A partir deste momento a sua alma jamais morrerá porque ela é uma extensão de
Deus. A vida lhe entrou pelas narinas, em seu íntimo, em seu interior e dali
vivificou o corpo. Este ato maravilhoso da graça de Deus tinha uma finalidade:
Criar uma criatura à imagem e semelhança dele para relacionar-se com ela. Mas
Deus é perfeito e Santo e só pode relacionar-se com alguém em igual perfeição e
santidade. A Bíblia diz que DEUS É LUZ E NÃO HÁ NELE TREVA NENHUMA
(1 Jo 1.5).
E quando o homem perdeu seu estado original de
perfeição e santidade, ele perdeu seu relacionamento com seu Criador. No Éden,
Deus vinha todos os dias conversar face a face com o homem. Não era um
relacionamento espiritual, mas pessoal. E o homem, com a queda, perdeu esta
comunhão. Deus, em sua infinita graça, resolveu restaurar este relacionamento
ao invés de por um fim nele, mas para isso haveria algo a se fazer, um preço a
se pagar, porque uma dívida foi criada.
E neste contexto entra a Pessoa do Filho de
Deus, que não é somente uma extensão de Deus, como o homem, mas o próprio Deus.
E porque este relacionamento não é mais algo natural e espontâneo para o homem,
ele acontece somente através de uma guerra que acontece no íntimo, no interior,
na parte provinda do sopro de Deus que fora afetada pelo pecado. Então, para
relacionar-se com sua criatura, Deus estabelece uma Aliança e é através desta
Aliança que as criaturas que habitam na Terra se relacionam com Deus.
Deus fez com sua criatura um acordo, um trato,
um compromisso regulamentado por direitos e deveres de cada um. E os preceitos
desta Aliança tornam-se as diretrizes do relacionamento entre Deus e as suas
criaturas. Com a quebra do homem no acordo Deus, motivado por um amor
imensurável, toma a iniciativa e estabelece critérios para restabelecer o
relacionamento entre Ele e a sua criatura. É a parte fiel do Instituidor da
Aliança que mantêm vivo o acordo, mas pela sua justiça Deus estabelece mais uma
vez os deveres do pactuante, constituídos em leis, mandamentos, estatutos e
regras para que os cumpramos, os quais determinam como deve ser nosso relacionamento
com Deus. Moisés expressa muito bem isso quando escreveu:
Agora,
pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o Senhor, teu
Deus, E ANDES EM TODOS OS SEUS CAMINHOS,
e o ames, e sirvas ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a
tua alma, PARA GUARDARES OS MANDAMENTOS
DO SENHOR E OS SEUS ESTATUTOS QUE HOJE TE ORDENO, PARA O TEU BEM (Dt
10.12-13)?
O objetivo principal dos deveres do pactuante
estipulados por Deus é regulamentar o relacionamento entre o homem para com Ele.
Relacionar-se com Deus era o objetivo da Aliança e seus preceitos tinham uma
finalidade: Conduzir o homem a andar com Deus.
E quando tudo parecia perdido e que o objetivo
da Aliança parecia ter fracassado, surge dentre os perdidos um que anda com
Deus: Enoque. Este conseguiu vivenciar em sua vida os preceitos da Aliança e
cumpriu, prazerosamente, com seus deveres instituídos pelo Criador. Aquilo foi
tão agradável a Deus que este o trasladou deste mundo para o Reino de Deus sem
que este conhecesse a morte. Deus não precisa de motivação, mas a vida de
Enoque era como que se estivesse falando a Deus que vale a pena continuar fiel
à sua Aliança. E quando o Messias prometido veio a sua mensagem era de
relacionamento, sendo o ápice desta mensagem João capítulo 15, onde Jesus diz:
EU SOU A VIDEIRA, VÓS, OS RAMOS.
QUEM PERMANECE EM MIM, E EU, NELE, ESSE DÁ MUITO FRUTO; porque sem mim nada podeis fazer (Jo
15.5).
E o grande mandamento da
Lei era de relacionamento, pois Jesus disse quando lhe perguntaram:
Mestre,
qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: AMARÁS O SENHOR, TEU DEUS, DE TODO O TEU CORAÇÃO, DE TODA A TUA ALMA E
DE TODO O TEU ENTENDIMENTO. Este
é o grande e primeiro mandamento (Mt 22.36-38).
E só conseguiremos expressar este amor se
andarmos com Deus. E Jesus relaciona este relacionamento com Deus com o
relacionamento com nosso próximo quando disse:
O
segundo, semelhante a este, é: AMARÁS O
TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e
os Profetas (Mt 22.39-40).
Por isso João diz:
Se alguém disser: AMO A DEUS, E
ODIAR A SEU IRMÃO, É MENTIROSO; POIS AQUELE QUE NÃO AMA A SEU IRMÃO, A QUEM VÊ,
NÃO PODE AMAR A DEUS, A QUEM NÃO VÊ (1 Jo 4.20).
Impossível amar a Deus e
odiar ao seu irmão. Logo depois da
queda o relacionamento com o próximo entra em colapso. Primeiro, com Adão e Eva
jogando a culpa um no outro e depois quando Caim mata a Abel, seu irmão. E
porque isso aconteceu? Porque Caim parou de andar com Deus. Esta foi a grande
diferença entre Caim e Abel: O relacionamento com Deus, a proximidade com Deus.
E estes dois grandes mandamentos de Jesus é um verdadeiro resumo dos termos da
Aliança de Deus com a humanidade, de forma que, se nós realmente o cumprirmos
não quebraremos os termos desta Aliança, porque quando quebramos a aliança com
Deus, basicamente, ou transgredimos contra Deus ou transgredimos contra o nosso
próximo, de forma que não somente o nosso relacionamento com Deus é relevante,
como também nosso relacionamento com o próximo, pois não é a toa que seis dos
dez mandamentos referem-se ao relacionamento com nosso próximo, sendo eles:
Honra teu pai e tua mãe; Não matarás; Não adulterarás; Não furtarás;
Não dirás falso testemunho contra o teu próximo; Não cobiçarás (Ex
20.12-17).
Pode-se notar a
importância que Deus dá aos nossos relacionamentos. A Aliança está relacionada com andar com Deus,
sendo esta a melhor expressão para a compreendermos, pois ela trás a ideia de
um relacionamento motivado pelo amor de Deus para com a sua criação, para com o
homem, fazendo-o viver novamente para a glória de Deus. Noé andava com Deus,
Abraão andava com Deus e andar com Deus era a exigência principal dos estatutos
de Deus a Israel, seu povo. E quando alguns homens se dispuseram a seguir a
Jesus, Ele deixou bem claro que seguir a Ele implicava em renúncia e devoção
quando disse:
Então,
disse Jesus a seus discípulos: SE ALGUÉM
QUER VIR APÓS MIM, a si mesmo se negue, TOME A SUA CRUZ E SIGA-ME (Mt 16.24).
Este é o preço de andar com Cristo. Esse é o
espírito da Aliança. E esse relacionamento com Deus está sempre alicerçado na
Palavra de Deus que assegura as suas condições com promessas, com bênçãos, mas
também com maldições, caso o homem seja infiel. Embora todas as maldições
advindas do pecado tenham sido removidas por Cristo na cruz, o princípio da
obediência é eterno, e Deus jamais terá por inocente o culpado. Que Deus te
abençoe a permanecer fiel aos princípios da Aliança. Amém!
03
– A ALIANÇA E SUA FINALIDADE: SER O TEU DEUS E DA TUA DESCENDÊNCIA:
Deus, em sua soberania, criou os Céus, a Terra
e o homem e instituiu uma Aliança com ele. Uma das finalidades desta Aliança é
que o homem se relacione com Deus e ande com seu Criador. E qual seria a outra
finalidade desta aliança? Desta vez vamos avançar para a renovação da Aliança
com Abraão. Deus mesmo responde quando diz:
ESTABELECEREI A MINHA ALIANÇA entre mim e ti e a tua descendência no
decurso das suas gerações, Aliança perpétua, PARA SER O TEU DEUS E DA TUA DESCENDÊNCIA (Gn
17.7).
Observe a finalidade da Aliança: Para
ser o teu Deus e da tua descendência. Esta finalidade faz parte da
Aliança desde o Éden, pois é para “ser o
seu Deus” é que Deus redime e restaura o homem. E esta finalidade vai se
repetir em todas as renovações da Aliança ao longo da História e faz parte
também do plano da Redenção. Esta era a finalidade da Aliança com Noé, com
Abraão, com Israel, com Davi e também com a Nova Aliança efetivada por Jesus
Cristo, o Messias, mostrando que o grande desejo de Deus era estar sempre
presente com o seu povo, relacionando-se assim com ele. Foi exatamente isso que
Jesus falou aos seus discípulos naquele momento de despedida, quando disse:
E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para
mim mesmo, PARA QUE, ONDE EU ESTOU,
ESTEJAIS VÓS TAMBÉM (Jo 14.3).
Ele é o bom pastor e seu
desejo é estar junto a suas ovelhas para ser o seu pastor, o seu Deus. Esta ideia de relacionamento entre Deus e sua
criatura está muito presente na Aliança. No princípio da Nova Aliança, quando
um anjo anunciou o nome do filho de Maria, ele fez referência a Emanuel, que
quer dizer Deus conosco. Quando o Senhor Jesus inicia seu ministério escolhe
discípulos para estarem com Ele, e afirmou que na casa de seu Pai há muitas
moradas, e que era seu propósito que onde quer que Ele esteja seus discípulos
estivessem também com Ele. E quando Jesus estava para ser elevado às alturas,
as suas últimas palavras foram:
E EIS QUE ESTOU CONVOSCO TODOS OS DIAS
ATÉ À CONSUMAÇÃO DO SÉCULO (Mt
28.20).
Esta presença, este relacionamento era para
estabelecer Deus como único Deus de suas vidas. Sempre que Jesus menciona nosso relacionamento com
Ele, Jesus afirma que este relacionamento deve acontecer para a glória de Deus:
NISTO É GLORIFICADO MEU PAI, em que deis muito fruto; E ASSIM VOS TORNAREIS MEUS DISCÍPULOS
(Jo 15.8).
Tornamo-nos discípulos de
Cristo no momento em que glorificamos a Deus como Senhor de nossas vidas. Isso
significa que relacionar com Deus não é apenas levantar as mãos na hora do
apelo na igreja, mas permanecer em Deus. Quem não permanece nele e em suas
palavras não pode chama-lo de meu Deus.
Quando Jesus entrou
triunfantemente em Jerusalém Ele sabia que a sua hora estava chegando. A partir
daquele momento Jesus começa a se despedir de seus discípulos. E uma das
palavras mais repetida por Jesus neste momento foi a palavra “permanecer”. Em uma destas vezes Ele
disse:
Eu sou a videira, vós, os ramos. QUEM
PERMANECE EM MIM, E EU, NELE, ESSE DÁ MUITO FRUTO; porque sem mim nada
podeis fazer (Jo 15.5).
E em outro momento Ele
disse:
AQUELE QUE TEM OS MEUS
MANDAMENTOS E OS GUARDA, ESSE É O QUE ME AMA; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me
manifestarei a ele (Jo 14.21).
Muitos cristãos estão confundindo a vida na
Aliança, que é um constante andar com Deus, com mera religiosidade. Quando
Jesus convidou os discípulos para estarem com Ele, Jesus estava estabelecendo
um relacionamento de vida com eles. E antes de partir Jesus enfatizou a necessidade da permanência deste
relacionamento, porque permanecer é interagir com Deus. O mesmo Ele
pretende fazer hoje com você, pois quando Jesus nos convida para ir até Ele,
não nos convida para entrarmos em uma denominação, mas nos convida para
segui-lo e estabelecer com Ele um relacionamento.
A Bíblia fala da necessidade de obediência ao
evangelho de Deus em que estão os termos da Nova Aliança. Fomos eleitos não
somente para sermos salvos. Salvação é o direito da eleição, mas a obediência é
o nosso dever quanto a ela. A Bíblia diz:
Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, AOS
ELEITOS que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia
e Bitínia, ELEITOS, SEGUNDO A
PRESCIÊNCIA DE DEUS PAI, em santificação do Espírito, PARA A OBEDIÊNCIA e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e
paz vos sejam multiplicadas (1 Pd 1.1-2).
Quem não obedece não
permanece nas palavras de Cristo. Muitas
pessoas têm sido levadas a pensar que estão salvas pelo simples fato de um dia
terem levantado as suas mãos em um culto, dizendo com isso aceitar a Jesus.
Triste engano! Aceitar a Jesus é crer nele, na sua Palavra. Aceitar a Jesus é mudar
de vida, é nascer de novo. Aceitar a Jesus é andar com Ele e perseverar em estar
em sua presença, porque ser o seu Deus é a finalidade principal da Aliança, ser
o seu Deus é a razão do sacrifício de Cristo na cruz por você, ser o seu Deus é
o motivo da ressurreição de Cristo e é por ser e para ser o seu Deus é que um
dia Ele voltará nas nuvens para buscar a sua Igreja. Esta é a finalidade da
Aliança.
CONCLUSÃO:
Podemos concluir que o coração da Aliança,
segundo a Bíblia, é a restauração da comunhão entre Deus e os homens, perdida
lá no Jardim do Éden e restaurada no sacrifício de Cristo. Por isso que falar
da Aliança é falar de um relacionamento iniciado por Deus, sustentado por Deus,
e mantido eternamente por Deus e somente por Deus. E por quê? Porque Ele quer
ser o nosso Deus. E não foi exatamente isso que profetizou o profeta Jeremias
quando disse:
Porque
ESTA É A ALIANÇA QUE FIRMAREI com a
casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na mente, lhes imprimirei
as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; EU SEREI O SEU DEUS, E ELES SERÃO O MEU POVO (Je
31.33).
Isso não seria possível pela iniciativa própria
do homem. Era necessária uma aliança entre um soberanamente posicionado e o
outro completamente decaído e impossibilitado de qualquer reação positiva
voltada para Deus.
Entendeu a lógica da Aliança? Relacionar-se
com Deus e ter Ele como Senhor de sua vida? Consegue vislumbrar isso com a
morte de Cristo? A Aliança da redenção, estabelecido no dia em que o homem
pecou e caiu de seu estado natural, foi motivado pela graça de Deus, pois o
homem, na condição de pecado e miséria em que ficou precisava mais do que a
bondade de Deus, ele precisava agora da justiça e da misericórdia de Deus,
justiça esta encontrada somente em Cristo. Que Deus nos abençoe e nos ajude a
andar com Ele todos os dias de nossa vida para que tenhamos com o nosso Deus um
relacionamento de vida e assim podermos chama-lo de nosso Deus, pois somente
quem permanece nele e em suas palavras, obedecendo aos seus mandamentos pode
chama-lo de Aba, Pai! Amém!
Luiz Lobianco
Bibliografia:
Bíblia Sagrada.
Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no
Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.
Revista Palavra
Viva: O Pacto da Graça. Editora Cultura Cristã.
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