Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

terça-feira, 11 de julho de 2023

A ALIANÇA: SUA UNILATERALIDADE E BILATERALIDADE

Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém! (1 Tm 1.17).

INTRODUÇÃO:

Este é o nosso quarto estudo sobre a Aliança de Deus com o homem. Vimos que Deus criou o homem e sujeitou a ele as criaturas da terra, fazendo com ele uma Aliança, sendo que Deus é o instituidor desta Aliança e o homem a parte pactuante, a parte que foi infiel aos preceitos da Aliança e decaiu em pecado. Esta atitude do pactuante poderia representar o fim da Aliança e ele poderia ter sido largado por Deus à mercê de seu próprio destino. Mas Deus reconhece a miséria em que o homem caiu e a confusão em que se meteu, sabendo que seu destino não seria outra coisa a não ser a sua provável extinção.

E tocado pelo seu amor, graça e misericórdia, Ele não abandona aquela criatura infame e renova com ele sua Aliança. E a cada renovação a atitude do pactuante é sempre a mesma: Desobediência e rebeldia! E a cada negligência do pactuante Deus, instituidor da Aliança, cobre sua mais bela criação de graça e misericórdia, mas nunca o deixando impune de forma que cada violação provoca consequências malignas ao pactuante, até chegar à Nova Aliança, instituída pelo sangue do Cordeiro de Deus e este venceu e derrotou àquela que nada mais é do uma intrusa na criação de Deus, que é a morte. E um dia a criação será totalmente restaurada pela vitória final do Cordeiro.

01 – A UNILATERALIDADE DA ALIANÇA:

Quando Adão e Eva foram criados, eles entraram num relacionamento moral com Deus, seu Criador. Tinham a responsabilidade de obedecê-lo, sem nenhum direito inerente a qualquer recompensa ou bênção por tal obediência. Deus, entretanto, pelo seu grande amor, misericórdia e graça, voluntariamente entrou em uma aliança com as suas criaturas adicionando à Aliança uma promessa de bênção e outra de maldição. Não se tratava de uma aliança entre partes iguais, mas de uma aliança que descansava sobre a iniciativa de Deus e a sua autoridade divina, pela qual instituía os termos da Aliança. À parte pactuante cabia somente obedecer ou desobedecer aos termos da Aliança. Caso obedecesse havia a bênção e caso desobedecesse aconteceria algo muito trágico em sua vida.

E qual foi o desenrolar da história? O homem foi infiel e quando pecou lá no Éden a morte entrou na sua história. Ele foi avisado quanto a isso! Aconteceu exatamente aquilo que Deus disse que aconteceria se eles desobedecessem aos termos da Aliança. A morte foi a penalidade do pecado, o preço do pecado, por isso que quando Jesus, o Messias prometido, ressuscitou, Ele venceu a morte, venceu a intrusa, venceu a penalidade imposta pelo pecado. Esta vitória será consumada na consumação dos séculos, dia este sabido somente por Deus, quando, finalmente, todos os que morreram ressuscitarão para nunca mais conhecerem a morte. Tudo isso estava implícito nas palavras de Deus quando disse:

Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. ESTE TE FERIRÁ A CABEÇA, e tu lhe ferirás o calcanhar (Gn 3.15).

As consequências da violação da Aliança pelo pactuante são inúmeras. Ele nasceu para ser eterno, mas passou a conhecer a morte; ele vivia até mil anos, mas isso foi alterado para até 120 anos em função da maldade de seu coração; Eva era para dar a luz sem dor ou com poucas dores, mas Deus multiplicou estas dores por ela ter dado ouvidos à serpente e comido do fruto proibido; era para o homem relacionar-se face a face com Deus, mas ele perdeu esta relação e hoje ela acontece somente pela fé e espiritualmente; a Terra era para ser perfeita, sem pragas, e toda ela era pra ser uma extensão do Jardim do Éden, mas com a queda ela se tornou maldita e até a natureza perdeu sua perfeição.

Todas estas coisas demonstra a unilateralidade da Aliança de Deus, pois a glória da Aliança não está em seu pactuante, mas sim em seu Instituidor. Isso faz com que a Aliança de Deus com o homem seja soberana e unilateral, pois ela não é um contrato entre dois iguais, mas entre um Deus Todo-Poderoso e sua criatura decaída, entre um Deus Santo e o homem pecador, entre um Deus eterno, imortal e sua criatura mortal. Consequentemente, o homem nada acrescenta à Aliança, ou seja, Deus é quem estabelece as condições soberanamente, cabendo ao homem apenas de ser um recipiente das condições da Aliança, subordinado aos termos instituídos, pois ela é soberanamente estabelecida por Deus.

Quando acontecem com Jó todas aquelas tragédias ele não fica em silêncio, antes, ele questiona Deus, achando que Deus não tinha o direito de fazer o que fez ou de permitir que acontecesse o que aconteceu em sua vida. No final Deus não dá respostas aos questionamentos de Jó, mas Ele questiona a Jó e o coloca em uma sinuca, dizendo:

Depois disto, o Senhor, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó: QUEM É ESTE QUE ESCURECE OS MEUS DESÍGNIOS COM PALAVRAS SEM CONHECIMENTO? Cinge, pois, os lombos como homem, pois eu te perguntarei, e tu me farás saber. ONDE ESTAVAS TU, quando eu lançava os fundamentos da terra? Dize-mo, se tens entendimento. QUEM lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou QUEM estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases ou QUEM lhe assentou a pedra angular, quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus? Ou QUEM encerrou o mar com portas, quando irrompeu da madre; quando eu lhe pus as nuvens por vestidura e a escuridão por fraldas? Quando eu lhe tracei limites, e lhe pus ferrolhos e portas, e disse: até aqui virás e não mais adiante, e aqui se quebrará o orgulho das tuas ondas? ACASO, DESDE QUE COMEÇARAM OS TEUS DIAS, deste ordem à madrugada ou fizeste a alva saber o seu lugar, para que se apegasse às orlas da terra, e desta fossem os perversos sacudidos? Acaso, entraste nos mananciais do mar ou percorreste o mais profundo do abismo? Porventura, te foram reveladas as portas da morte ou viste essas portas da região tenebrosa? Tens ideia nítida da largura da terra? DIZE-MO, SE O SABES. Onde está o caminho para a morada da luz? E, quanto às trevas, onde é o seu lugar, para que as conduzas aos seus limites e discirnas as veredas para a sua casa? QUEM abriu regos para o aguaceiro ou caminho para os relâmpagos dos trovões; para que se faça chover sobre a terra, onde não há ninguém, e no ermo, em que não há gente; para dessedentar a terra deserta e assolada e para fazer crescer os renovos da erva? Acaso, a chuva tem pai? Ou QUEM gera as gotas do orvalho? De que ventre procede o gelo? E quem dá à luz a geada do céu? As águas ficam duras como a pedra, e a superfície das profundezas se torna compacta. SABES TU as ordenanças dos céus, PODES ESTABELECER a sua influência sobre a terra? PODES levantar a tua voz até às nuvens, para que a abundância das águas te cubra? Ou ORDENARÁS aos relâmpagos que saiam e te digam: Eis-nos aqui (Jó 38.1-13, 16-20, 25-30, 33-35)?

Imagino Jó, de cabeça baixa, olhando ao chão, ouvindo todas essas coisas. Deus deixou bem claro a sua Soberania para Jó e o fez refletir sobre sua insignificância, de que ele era apenas a criatura e não o criador. Tal experiência gerou em Jó uma expressão de vida pessoal com Deus, o qual falou:

Então, respondeu Jó ao Senhor: BEM SEI QUE TUDO PODES, E NENHUM DOS TEUS PLANOS PODE SER FRUSTRADO. EU TE CONHECIA SÓ DE OUVIR, MAS AGORA OS MEUS OLHOS TE VEEM (Jó 42.1-2,5).

Talvez você diga: Mas Jó era temente a Deus e por isso ele foi tocado e movido por Deus a falar o que disse, a fazer o que fez e a ser o que foi. Mas e Ciro? Rei de um imenso império, cruel e idólatra, mas que fora movido por Deus para libertar o povo de Israel de seu cativeiro, devolvendo-o para sua terra natal, depois de cumprido o tempo determinado por Deus. E Faraó do Egito? Homem idólatra que não cria em Deus, mas isso não o impediu de estar sob o domínio de Deus, pois a Bíblia diz que Deus endureceu seu coração para que não deixasse o povo de Israel partir antes do acontecimento das dez pragas.

Tudo isso significa que Deus agiu na vida desses homens mesmo contra suas próprias vontades. Mesmo incrédulos estes homens se curvaram ante a majestade de Deus, não para adorá-lo, mas para reconhecer que Ele reina e domina sobre todos. E isso acontecerá com todos, inclusive àqueles que não creem, não acreditam, e não servem a Deus, pois a Bíblia diz:

Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, PARA QUE AO NOME DE JESUS SE DOBRE TODO JOELHO, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai (Fp 2.9-11).

Todos, sem nenhuma exceção, dobrarão seus joelhos e se prostrarão perante o Senhor. Isso nos mostra que nada nem ninguém estão fora do domínio do instituidor da Aliança. Ele é Soberano e a sua Aliança é unilateral. É Ele quem dita as ordens, é Ele quem determina as regras, é Ele quem sustenta na História a Aliança e encaminha a humanidade para a grande e final vitória do Cordeiro de Deus. Portanto, sejam o fiel ou o rebelde, sejam o crente ou o pagão, sejam o justo ou o ímpio, todos, independentemente de sua crença, estão sob o domínio do reinado de Deus.

E isso acontecerá independente da fé ou da vontade de quem quer que seja, pois até mesmo àqueles que negam e blasfemam de Deus nesta terra terão que se prostrar diante dele e reconhecer a sua Soberania, pois Ele é a autoridade máxima da Aliança. Ninguém pode questioná-lo e nem resistir a Ele. Soberanamente, Deus conduz a História e levará até ao fim os termos de sua Aliança.

A aliança original entre Deus e a humanidade foi uma aliança de obras, pois também é conhecida como o Pacto das obras. Nesta aliança, Deus exigiu obediência perfeita e total ao seu governo. Prometeu vida eterna com bênção pela obediência, mas ameaçou a humanidade com a morte, caso desobedecessem a sua ordem. Todos os seres humanos, de Adão até nós, no tempo presente, inevitavelmente são membros dessa Aliança e estão sujeitos a ela. As pessoas podem até nega-la, recusarem-se a obedecê-la ou até mesmo recusarem-se a reconhecer a institucionalidade de tal Aliança, mas nunca poderão escapar dela, porque todo ser humano se acha em relacionamento de aliança com Deus, seja como violador ou como cumpridor da Aliança, pois todos são abrangidos por ela.

A Aliança das obras destaca a nossa necessidade de redenção, pois nós a violamos e destaca também a nossa esperança de redenção, pois Cristo cumpriu os seus termos por nós. Que Deus te abençoe a entender, aceitar e a se submeter à unilateralidade da Aliança. Que nunca venhas a questionar a autoridade de Deus, mas, antes, submeta-se à autoridade divina, para que seja um pactuante movido pelo amor e submissão e não pela rebeldia.

02 – A ALIANÇA E SUA BILATERALIDADE:

Deus, em sua Soberania, criou os Céus e a Terra, criou os animais, as aves, os peixes e as plantas e criou o homem à sua imagem e semelhança e instituiu com ele uma Aliança. Este ser, criado por Deus à sua imagem, foi criado em um estado de pureza, mas por causa do pecado sua natureza foi contaminada e ele perdeu seu estado original e decaiu em miséria e perdição. Este estado degenerativo o tornou incapaz de voltar-se ao seu Criador e relacionar-se com Ele, afastou o homem de Deus e o delimitou em seu quesito espiritual, não conseguindo este fazer mais nada em relação a Deus. Subordinado à Aliança, o homem quebra seu acordo com Deus, é expulso do Jardim do Éden e separa-se de Deus. Sendo Deus o Instituidor da Aliança, considera a incapacidade do pactuante e tem misericórdia daquela criatura decaída e elabora um plano de redenção para ele.

Motivado pelo amor e pela sua graça Deus, ao invés de concluir e cancelar a Aliança, dando um ponto final na existência do homem sobre a Terra, Ele a renova e oferece uma oportunidade de retorno ao homem através de um que, um dia, satisfaria a sua justiça e pagaria o preço do pecado. E por que Ele renova a Aliança? Qual sua finalidade? Deus não queria dar um fim ao relacionamento com a sua criatura. Uma das finalidades da Aliança é fazer o homem andar com Deus e se Deus não renova a Aliança e busca o homem como uma ovelha perdida, ele estaria para sempre perdido, pois pela sua própria natureza o homem afasta-se completamente de Deus, sem possibilidade de retorno. Era necessário manter o vínculo com Deus e estabelecer um relacionamento, firmar com ele um acordo e nesse acordo as partes assumem deveres e responsabilidades de uma para com a outra, por meio de juramento.

O estabelecimento da Aliança é unilateral, é soberana, pois ela foi instituída pelo Todo-poderoso, Eterno, Imortal, sendo Ele o único responsável pela sua preservação e pelas suas renovações, pois Ele é a única parte com atributos suficientes para manter a Aliança. Mas, por um lado ela é bilateral em sua resposta, ou seja, Deus estabelece as normas da Aliança, mas não força o homem a aceitar os termos da Aliança e cumpri-los, nem tampouco responde pelo homem, mas convida-o a entrar na Aliança e a andar com Ele. É o que percebemos ao ler a forma como Deus chama o homem à sua Aliança quando diz:

E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: DE TODA ÁRVORE DO JARDIM COMERÁS LIVREMENTE, MAS DA ÁRVORE DO CONHECIMENTO DO BEM E DO MAL NÃO COMERÁS; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gn 2.16-17).

Deus deu uma ordem ao homem e esperou dele a sua resposta. Deus deixou aquela árvore ao alcance do homem para que este decidisse o que iria fazer. Era uma prova. E provar aos corações é obra do Senhor até aos nossos dias, pois o sábio Salomão escreveu:

O crisol prova a prata, e o forno, o ouro; MAS AOS CORAÇÕES PROVA O SENHOR (Pv 17.3).

Disse também:

Como o crisol prova a prata, e o forno, o ouro, ASSIM, O HOMEM É PROVADO PELOS LOUVORES QUE RECEBE (Pv 27.21).

Deus precisava provar a fidelidade de Adão. Deus poderia ter feito com a árvore do conhecimento do bem e do mal o mesmo que fizera com a árvore da vida:

Então, disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente. O Senhor Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado. E, expulso o homem, COLOCOU QUERUBINS AO ORIENTE DO JARDIM DO ÉDEN E O REFULGIR DE UMA ESPADA QUE SE REVOLVIA, PARA GUARDAR O CAMINHO DA ÁRVORE DA VIDA (Gn 3.22-24).

Deus poderia fazer a mesma coisa e impedir o acesso do homem àquela maldita árvore, mas, fazendo assim, a vontade e a decisão do homem jamais seria manifestada. Existia a necessidade da revelação da vontade do homem, porque ele foi criado livre para realizar a sua vontade. Por isso que Deus estabelece uma norma e espera do homem a sua resposta. Este mesmo conceito nós encontramos nas renovações da Aliança. Com Moisés, Deus diz:

Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? NÃO É QUE TEMAS O SENHOR, TEU DEUS, E ANDES EM TODOS OS SEUS CAMINHOS, E O AMES, E SIRVAS AO SENHOR, TEU DEUS, DE TODO O TEU CORAÇÃO E DE TODA A TUA ALMA, PARA GUARDARES OS MANDAMENTOS DO SENHOR E OS SEUS ESTATUTOS QUE HOJE TE ORDENO, PARA O TEU BEM (Dt 10.12-13)?

O chamado de Deus é um convite ao homem. E o retorno do homem ao relacionamento com seu Criador depende da resposta dele à Aliança. Ou ele resolve obedecer aos termos da Aliança e se submete a ela, ou resolve se rebelar contra ela, não se submetendo à autoridade divina. Ou ele recebe as bênçãos da Aliança quando cumpre seus preceitos, ou ele recebe as maldições da Aliança quando desobedece aos seus princípios.

Não há meio termo, não há um aviso final para aderir à Aliança, a oportunidade para isso é nesta vida, enquanto estamos vivos, porque depois da morte vêm apenas as consequências de nossas escolhas. Por isso que temos que dar hoje a resposta a esta Aliança, ao chamado de Deus. Quando Deus chamou a Abraão a sua resposta foi sair imediatamente do meio de seus parentes e partir para uma terra estranha, conforme Deus solicitou; quando Deus chamou a Noé a sua resposta foi construir a arca e quando Deus estabeleceu a Lei sob a liderança de Moisés a resposta do povo foi aceitar as condições da Aliança, pois a Bíblia diz:

Veio, pois, Moisés e referiu ao povo todas as palavras do SENHOR e todos os estatutos; então, TODO O POVO RESPONDEU A UMA VOZ E DISSE: TUDO O QUE FALOU O SENHOR FAREMOS (Ex 24.3).

Eles concordaram, mas não cumpriram, e sabemos das consequências desta desobediência: Nenhum deles entrou na terra prometida a não ser dois deles que se destacaram pela obediência. Neste mesmo sentido Deus estabelece a Nova Aliança. Ao firmá-la Jesus falou:

E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM (Lc 22.19).

O convite estava lançado e esperava do homem uma resposta. Movido pelo Espírito Santo alguns mantêm vivo àquele memorial e realiza aquela cerimônia constantemente. E a realização deste memorial pelo homem dependeria do caminho que ele decide trilhar, pois Jesus disse:

Entrai pela porta estreita (LARGA É A PORTA, E ESPAÇOSO, O CAMINHO QUE CONDUZ PARA A PERDIÇÃO, e são muitos os que entram por ela), porque ESTREITA É A PORTA, E APERTADO, O CAMINHO QUE CONDUZ PARA A VIDA, e são poucos os que acertam com ela (Mt 7.13-14).

Mais uma vez temos diante de nós um convite. E da mesma forma que havia duas árvores para que o homem decidisse qual delas queria comer, há para o homem dois caminhos para que ele decida qual deles quer trilhar. O exercício da fé sempre é um convite. Os Apóstolos sempre diziam àqueles que ouviam o Evangelho:

CRÊ NO SENHOR JESUS e serás salvo (At 16.31).

Lançavam o convite e aguardavam a resposta. E esta foi a ordem de Jesus. Ele disse:

E, à medida que seguirdes, PREGAI QUE ESTÁ PRÓXIMO O REINO DOS CÉUS (Mt 10.7).

E o que eles deveriam fazer? Aguardar a resposta:

Ao entrardes na casa, saudai-a; se, COM EFEITO, A CASA FOR DIGNA, VENHA SOBRE ELA A VOSSA PAZ; se, porém, não o for, torne para vós outros a vossa paz (Mt 10.12-13).

Se a resposta fosse positiva haveria paz e salvação. Contudo, havia a possibilidade de outra resposta sem ser a positiva:

SE ALGUÉM NÃO VOS RECEBER, NEM OUVIR AS VOSSAS PALAVRAS, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés. Em verdade vos digo que menos rigor haverá para Sodoma e Gomorra, no Dia do Juízo, do que para aquela cidade (Mt 10.14-15).

E se a resposta fosse negativa tudo que restava era o julgamento final. E o que nós temos no julgamento final? Primeiramente, uma separação das pessoas:

Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, E ELE SEPARARÁ UNS DOS OUTROS, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda (Mt 25.31-33).

Ou seja, Ele separa os que responderam positivamente ao seu chamado daqueles que responderam negativamente. E para cada grupo Jesus dará uma resposta. A resposta de Jesus àqueles que responderam positivamente ao convite do Evangelho foi:

Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: VINDE, BENDITOS DE MEU PAI! ENTRAI NA POSSE DO REINO QUE VOS ESTÁ PREPARADO DESDE A FUNDAÇÃO DO MUNDO (Mt 25.34).

Enquanto que a resposta àqueles que responderam negativamente foi:

Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: APARTAI-VOS DE MIM, MALDITOS, PARA O FOGO ETERNO, PREPARADO PARA O DIABO E SEUS ANJOS (Mt 25.41).

 A resposta recebida foi de acordo com as decisões tomadas.

CONCLUSÃO:

Na Aliança, além da unilateralidade de Deus, existe a bilateralidade do homem, porque diante dele está dois caminhos a seguir e uma decisão a ser tomada. E existe um tempo determinado para esta decisão, pois a Bíblia diz:

E, assim como AOS HOMENS ESTÁ ORDENADO MORREREM UMA SÓ VEZ, vindo, depois disto, o juízo (Hb 9.27).

O tempo é nesta vida. A decisão precisa ser tomada enquanto você ainda está vivo. Que o Espírito Santo fale ao seu coração e te conduza a obediência aos preceitos da Aliança, porque se for esta a sua resposta terás um verdadeiro relacionamento com Deus e acontecerá em sua vida a realidade do propósito da vinda de Jesus, que é:

EU VIM PARA QUE TENHAM VIDA e a tenham em abundância (Jo 10.10).

Toma hoje a decisão de caminhar pelo caminho estreito. Ele é o mais difícil, você será taxado de fanático, considerado um antiquado, tentarão você com ofertas para aproveitar a vida nesta terra, mas persistindo firme terás um tesouro no Céu e curtirá a eternidade em um paraíso. Pense nisso!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

Bibliografia:

Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

Revista Palavra Viva: O Pacto da Graça. Editora Cultura Cristã.

 

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