Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sábado, 30 de outubro de 2010

O BOM USO DOS TALENTOS

14  Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens.
15  A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu.
16  O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco.
17  Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois.
18  Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19  Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles.
20  Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo: Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei.
21  Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
22  E, aproximando-se também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois que ganhei.
23  Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
24  Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste,
25  receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
26  Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
27  Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu.
28  Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez.
29  Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
30  E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes (Mt 25.14-30).
Introdução
A parábola dos talentos é uma das mais lindas ilustrações acerca de princípios do reino de Deus, em relação ao serviço que prestamos a Ele. Ela fala de oportunidades, privilégios e mordomia em relação a sua obra. Jesus se auto-representa na parábola como um dono de terras que tem que se ausentar e confia aos seus servos o trabalho em sua propriedade.
O trabalho seria feito sem nenhuma fiscalização do patrão. Somente no final é que haveria o acerto de contas. A eles caberiam trabalhar com toda a liberdade. Isso se refere a liberdade que cada um de nós temos para trabalhar para o Reino de Deus aqui na Terra. Aparentemente não há uma fiscalização, pois cada um de nós faz do jeito que entende que deve ser feito, mas o acerto de contas de nossa mordomia e trabalho será mais à frente. Isso não significa que o Senhor não está vendo as coisas erradas acontecendo. Ele vê, mas não interfere.
Um talento era uma quantidade ou um peso de ouro ou prata, de aproximadamente 34,272 Kg. Se os talentos da parábola fossem os de prata, cada um deles valeria perto de seis mil denários (60.000 dólares). Um denário correspondia à diária de um trabalhador (dez dólares). A palavra talento na história contada por Jesus tem o sentido de: “fé e capacidades que Deus concede aos crentes, que implicam em uma compreensão do amor de Deus revelado em Cristo”. É nessa visão que estudares está parábola que tanto tem a nos ensinar.
1 – AS CONDIÇÕES PARA A ENTREGA DOS TALENTOS.
14  Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens.
15  A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu.
A – Ser servo
Os homens que receberam os talentos não eram banqueiros nem financistas, mas servos que trabalhavam para aquele senhor. Os servos não têm direito algum sobre os talentos recebidos. Eles são escravos, e os talentos pertencem ao seu senhor. Entregar-lhes esses talentos é um ato de bondade e confiança de seu senhor.
Todo crente tem grande prazer em declarar que é um servo(a) de Deus, mas nem todos refletem nos privilégi­os que isto encerra, na importância que isto confere e na responsabilidade que isto significa. O privilégio consiste em o crente ser filho de Deus pela fé em Jesus e fazer parte da família de Deus. A importância do cren­te como servo de Deus, destaca-se ao fato de considerarmos Cristo ser cha­mado de Servo de Deus, o que nos faz contemplar a vida e o trabalho de Jesus como Servo Modelo. Quanto à responsabilidade do crente como servo de Deus, está a sua obedi­ência irrestrita à vontade do Senhor.
O crente torna-se filho de Deus pela fé e toma-se servo de Deus por amor. O servo de Deus é fiel ao Senhor e para Ele trabalha impulsionado pelo amor que de Deus recebeu e que para Ele retorna como adoração, consagração, comunhão e serviço. Jesus nos instruiu que após fazermos tudo o que nos for ordenado, devemos nos considerar como servos inúteis:
10 Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer
(Lc 17.10).

O termo "inútil" corresponde a "desprovido de mérito adquirido". Servo inútil é ser um servo sem qualquer mérito em si mesmo, ou seja, Deus nun­ca será nosso devedor. Nós é que de­vemos tudo a Ele. Devemos tanto a Deus, que na exe­cução do seu trabalho, seja ele qual for, nunca iremos além do nosso dever.
Somos para sempre devedores a Deus e temos que nos render voluntária e plenamente a Ele como Redentor, pois fomos graciosamente resgatados da miserável servidão do pecado, por pre­ço incalculável, o do sangue precioso de Jesus.
É de Deus mesmo que nos vem a graça, capacidade, dons e recur­sos para servi-Lo. Mesmo que façamos o melhor, es­taremos sempre em falta com Ele. Era esta a servidão esperada pelo Senhor daqueles servos.
B – Segundo a capacidade de cada servo
A distribuição dos talentos não se deu de maneira igual, mas aconteceu segundo a capacidade de cada servo. A capacidade dos servos era diferente, mas cada um recebeu a parte que poderia desenvolver. Falaremos mais sobre este assunto no tópico dois.
C – Liberdade quanto ao seu uso e responsabilidade no acerto de contas
O senhor não se pôs a fiscalizar os servos, a ver como eles desenvolveriam os talentos. Entregue a parte que cada um devia cuidar, o senhor viajou imediatamente. Os servos eram livres para o trabalho, embora fossem responsáveis perante seu senhor.
É assim que Deus trabalha conosco. Ele nos dá capacidades espirituais não porque as merecemos, mas porque Ele é bom. Ele nos conhece de uma maneira muito melhor do que nós mesmos nos conhecemos. Ele nos dá oportunidades conforme a capacidade de cada um de nós e nos deixam livres para que as trabalhemos.
Por que mais talentos para um e menos para outros? Não temos a resposta. Mas Deus que conhece todos sabe quanto cada um pode receber e desenvolver. Não desenvolvemos o que Ele nos dá por negligência e omissão, não por falta de capacidade.
2 – A FINALIDADE DOS TALENTOS
16  O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco.
17  Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois.
18  Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor.
Jesus fala de três servos que receberam os talentos. Eram pessoas que certamente tinham a confiança irrestrita do seu senhor. Um recebeu cinco, outro dois e outro um e todos tinham a liberdade de usá-los como quisessem. Esse homem tão rico não teria somente três servos, com certeza haveriam muitos outros na sua propriedade, mas esses a quem os talentos foram entregues, mereciam confiança especial. Um deles traiu essa confiança, mas dois a confirmaram.
A – Os talentos são para serem desempenhados
Os dois primeiros servos foram imediatamente trabalhar e negociar com o dinheiro de seu senhor. Entenderam a pesada responsabilidade posta sobre eles. Havia tempo e oportunidade para servir, mas chegaria também o tempo em que teriam de prestar contas com seu senhor. Sendo assim responsáveis e diligentes, seu trabalho rendeu e puderam dobrar a quantia que receberam. Seu trabalho e sua dedicação deram frutos.
B – Eles não podem ser negligenciados
O que recebeu cinco, não titubeou, e saiu em busca de um retorno à confiança de seu senhor, da mesma forma fez o que recebeu dois. Mas o enfoque maior fica para o primeiro, e Jesus fez questão de destacá-lo negativamente:
18  Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor.
Em lugar de trabalhar e desenvolver o talento recebido, aquele servo infiel o escondeu, cavou uma cova e enterrou o dinheiro de seu senhor. Se o dinheiro fosse dele, ele poderia fazer o que quisesse, mas ele recebera o dinheiro para desenvolvê-lo, não tinha o direito de agir dessa maneira. Foi negligente, ingrato e infiel.
Não agimos nós assim também quando Deus nos dá capacidades e oportunidades e nós não as desenvolvemos? Nós as enterramos. Nós as escondemos. Não seria melhor usar tudo de maneira que agrade ao Senhor? O esforço gasto para esconder o talento poderia ser usado para os fins devidos, para as finalidades esperadas pelo dono do talento.
O maior erro daquele servo foi ter recebido os bens do seu senhor e negligenciado. Quantos servos não gostariam de estar no lugar daquele homem, mas o privilégio foi dado e ele, e por isso, seu senhor não conseguiu entender o seu desdém para com o talento recebido, pouco na verdade, mas era sua capacidade para aquilo.
Por que ele enterrou o talento recebido? A maior razão está em ele não valorizar o talento que recebeu. Subestimou o talento recebido. Os recursos eram poucos e por isso julgou ele, desnecessário seu uso. Quem menos tem, passa por um processo de autocomiseração. Acham-se diminuídos e fragilizados, e por isso, se julgam sem nenhum valor perante os mais graduados em dons e talentos. Talentos e dons são para serem usados independentes de quantidade, pelo contrário, ainda que pouco, temos que empregar maior qualidade possível em seu uso.
Temos a tendência sempre de subestimarmos nossos poucos recursos por entender que quem tem mais, possui obrigações maiores. Mas o princípio divino do serviço do Reino revela-nos que nossas obrigações são iguais, independente de quanto temos ou fazemos. Os talentos não foram dados para deleite nosso, mas para serem usados e desenvolvidos para a glória de Deus, para que eles dêem frutos para a glória de Deus e de sua causa.
Não inutilize seu talento. Encontre lugar para usá-lo onde quer que seja. Não o enterre alegando falta de oportunidade, pois em algum lugar no reino, haverá uma utilidade a altura do seu talento, a você compete apenas achar esse lugar. Ore a Deus, Ele irá revelar a você, o que o Senhor não quer e no seu retorno encontrar seus dons e talentos enterrados e sem uso. Cuidado, pois não encontrarás uma desculpa razoável diante Dele.
3 – A PRESTAÇÃO DE CONTAS DOS TALENTOS
19  Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles.
O senhor demorou a voltar. Só depois de muito tempo, ele apareceu para cobrar o resultado dos talentos. Os servos não sabiam quando ele haveria de regressar. Demorou muito tempo, mas poderia ter voltado depressa. Os dois primeiros servos continuaram o seu trabalho sem descanso, servindo com perseverança.
Há pessoas que trabalham bem por algum tempo, mas não há perseverança. O desânimo vem e toma conta. Assim vão-se as oportunidades e enterram-se os talentos. Um dia nosso Deus vai prestar contas conosco, como estaremos diante dele? Teremos de prestar contas daquilo que ele tem colocado sobre nossa administração: A capacidade para realizar boas coisas para a edificação e crescimento da igreja, para a salvação dos perdidos e a de contribuir financeiramente para que o reino de Deus cresça. Se não usarmos esses talentos, perderemos a recompensa. Na prestação de contas teremos:
A – A recompensa
20  Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo: Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei.
21  Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
22  E, aproximando-se também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois que ganhei.
23  Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
Os dois primeiros servos trabalharam os talentos e foram coroados de êxitos em seus esforços. O senhor conhecia a capacidade deles. Quando prestam contas, entregam quantia dobrada. Ouvem do senhor o louvor pela sua dedicação. São chamados de bons e fiéis servos. Há promessas feitas aos servos bons e fiéis. Eles vão administrar mais ainda: “Sobre o muito te colocarei”. Entrarão no gozo de seu senhor. Este gozo é a felicidade e a glória de que Ele, Jesus, goza, e na qual vai introduzir também os seus servos.
A mesma recompensa e o mesmo louvor dados ao servo que trouxe cinco novos talentos, recebeu aquele que entregou dois. A quantidade não pesa diante de Deus, mas a qualidade do serviço e da dedicação.
B – O castigo
24  Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste,
25  receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
26  Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
27  Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu.
28  Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez.
29  Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
30  E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes.
O que recebera um talento é reprovado por sua injustiça e preguiça. Ele não assume a sua falta, mas joga a culpa sobre o próprio senhor, chamando-o de duro e injusto e afirma que seu senhor quer ceifar sem semear. Percebe-se que ele tinha visão errada do seu senhor e se relacionava mal com ele “sabendo que és homem severo”. Que pensamento mais tolo. O pobre servo imaginava seu senhor como um tirano insensível que só pensava em castigá-lo caso falhasse. Se seu senhor fosse assim tão frio e insensível como imaginava aquele servo não teria deixado eles à vontade com seus bens.
Infelizmente, hoje no Reino de Deus, muitos estão parados em relação a talentos e dons exatamente por não conhecer seu Senhor na intimidade e por não se relacionar bem com Ele. Relacionam-se baseados no que ouvem por bocas alheias e naquilo que aprendem de terceiros e não por experiência pessoal. É hora de buscarmos algo mais profundo com Deus, e assim, descobrir o que Ele quer de nós em relação a seu reino aqui na terra.
Não tem nenhuma desculpa amado de Deus, para você deixar de usar os dons e talentos que Deus lhe deu. Afinal, alguma coisa você sabe fazer para Ele. Não importa o que. Procure seu lugar no Reino de Deus.
Na realidade o servo infiel mostra que no seu coração só existe temor e não amor. Ele não recebe louvor e nem recompensa, mas dura repreensão e castigo. O senhor tira-lhe o talento, e manda dá-lo ao que recebera cinco. O único talento que o mau e infiel servo tivera recebido não fora usado, não fora desenvolvido. Por isso ele o perdeu.
A punição para quem for infiel é a perda da oportunidade; não haverá mais tempo de voltar atrás; além de ouvir as duras palavras do Senhor que o chama de mau, preguiçoso e inútil. Que não estejamos entre os que ouvirão estas duras palavras da parte do Senhor no dia do acerto de contas.
47 Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites.
48 Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão (Lc 12.47,48).

Conclusão
Se não somos os donos e sim meros administradores teremos de prestar contas um dia de nossa mordomia. Que quando esse dia chegar o Senhor nos ache fiéis e nos louve como louvou na parábola os dois primeiros servos.
Quem não usa as oportunidades e as capacidades que Deus dá merece castigo e punição. Ele rejeita Jesus Cristo. Ele não se aproveita dos benefícios da vinda, da vida e da morte do Senhor. Ele não faz uso dos recursos espirituais que Deus põe à sua disposição. Àqueles que recebem de Deus os talentos e os desenvolvem, e trabalham com eles, serão acrescidos de outros. Esses servos estarão com o Senhor para todo o sempre, e se alegrarão com Ele eternamente.
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

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