Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sábado, 6 de maio de 2023

O CHAMADO DO EVANGELHO

De novo, entrou Jesus a falar por parábolas, dizendo-lhes: O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho. Então, enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; mas estes não quiseram vir. Enviou ainda outros servos, com esta ordem: Dizei aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas. Eles, porém, não se importaram e se foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio; e os outros, agarrando os servos, os maltrataram e mataram. O rei ficou irado e, enviando as suas tropas, exterminou aqueles assassinos e lhes incendiou a cidade. Então, disse aos seus servos: Está pronta a festa, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas a quantos encontrardes. E, saindo aqueles servos pelas estradas, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do banquete ficou repleta de convidados. Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou ali um homem que não trazia veste nupcial e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu. Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes. Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos (Mt 22.1-14).

INTRODUÇÃO:

O que é o chamado do evangelho? O chamado do evangelho é uma convocação de Deus direcionada a todas as pessoas em obediência à ordem de Jesus Cristo, pois enquanto o Senhor conhece os que são seus e que responderão de modo positivo à essa proclamação, nós, por sua vez, não o sabemos e não conhecemos os eleitos de Deus. Por esse motivo a proclamação do evangelho deve ser direcionada a todas as pessoas, sendo esta a ordem de Jesus.

Você pode estar se perguntando: Se Deus escolheu os que são salvos antes da fundação do mundo, qual é a razão, então, de pregar o evangelho? Pelo fato de que Deus os escolheu, mas determinou que a forma de os chamar à redenção seria pelo evangelho através da fé. E somos nós a quem Jesus deixou incumbido esta tarefa.

Deus sabe e conhece aos seus escolhidos, mas nós não o sabemos, por causa disso precisamos anunciar o evangelho a todas às pessoas. Outra pergunta questionadora: Se Deus deseja que todos sejam salvos, por que todos não o são? Porque Ele determinou que a resposta positiva ao evangelho e que salvaria as pessoas é a fé, e que a incredulidade ao chamado do evangelho deveria ser punida.

A parábola que Jesus contou acima tinha a intenção de demonstrar aos judeus que estavam ouvindo de que eles eram os primeiros convidados, mas que, se recusassem a aceitar ao chamado eles seriam abandonados, ou seja, a festa aconteceria com ou sem eles, pois, caso recusassem ao convite, Deus providenciaria outros para ocupar o lugar deles. E desde ao seu ministério já vemos Jesus fazendo isso, quando dava atenção aos publicanos e às meretrizes que o ouviam. Neste ponto, que é a rejeição dos judeus ao seu Messias, o qual estava diante deles, é que acontece a inclusão dos gentios à fé.

No comissionamento feito por Jesus Cristo à sua Igreja para pregar ao evangelho não devemos nos esquecer de que o resultado da proclamação do evangelho não depende de nós, mas da ação do Espírito Santo. Nosso único dever é proclamar a todos. Convence-los de seus pecados é tarefa do poder de Deus; somos apenas os instrumentos de transmissão. Os anjos queriam esta tarefa para eles, mas se fossem eles os pregadores do evangelho, a fé não teria sentido. Se os anjos anunciassem Jesus Cristo como o Messias ao povo da forma como anunciou seu nascimento aos pastores no campo, talvez, não teria havido a rejeição pelo povo. Isso nos leva à nossa primeira lição:

01 – O MÉTODO CORRETO PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO:

Jesus conta uma parábola para nos ajudar a entender a maneira correta de pregar o evangelho. Ele começa dizendo:

O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho. Então, enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas... (Mt 22.2,3).

Jesus contou esta parábola com a intenção de apontar aos judeus de sua época o terrível erro que estavam cometendo ao rejeitarem ao seu Messias e as consequências que sobreviriam a eles por rejeitarem o convite de Jesus à salvação. Diz o texto que o rei mandou seus servos a chamar aos convidados para as bodas. Jesus estava se referindo aos judeus afirmando que eles foram convidados durante todo o tempo do Antigo Testamento por meio da Lei e pelos profetas e que agora chegou o momento de celebrarem as bodas do Cordeiro, porque o Messias prometido, o qual esperavam a tanto tempo, estava ali diante de seus olhos. Isso nos ensina que:

a) A pregação do evangelho é uma convocação:

A palavra chamar pode ser traduzida também por convocar. A pregação do evangelho não é a apresentação de uma possibilidade, e sim uma ordem para vir, pela fé, ao Senhor. O Apóstolo Pedro foi muito enfático no início do anúncio do evangelho ao dizer:

Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo (At 2.38).

O evangelho não oferece a vida ou a morte, mas o evangelho convida para a vida, pois quem não o aceita já está na morte. É justamente isso que João falou quando escreveu:

Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más (Jo 3.18-19).

E Anthony Hoekema diz:

O convite do evangelho não é algo que deixe a pessoa livre para aceitar ou declinar, como alguém que é convidado para o futebol, mas é uma ordem do soberano Senhor de toda a criação que manda que venhamos a Ele para salvação – uma ordem que não pode ser ignorada a custo de uma eterna perdição.

Não resta dúvida, portanto, de que a pregação do evangelho é uma convocação formal para que seu ouvinte venha para a festa das bodas do Cordeiro de Deus. E em outra parábola semelhante Jesus deixa ainda mais claro a ideia de convocação como pregação do evangelho. Diz o texto:

Certo homem deu uma grande ceia e convidou muitos. À hora da ceia, enviou o seu servo para avisar aos convidados: Vinde, porque tudo já está preparado. Não obstante, todos, à uma, começaram a escusar-se. Disse o primeiro: Comprei um campo e preciso ir vê-lo; rogo-te que me tenhas por escusado. Outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las; rogo-te que me tenhas por escusado. E outro disse: Casei-me e, por isso, não posso ir (Lc 14.16-20).

E, novamente, a reação de todos foi a recusa à convocação. E o que fez, então, aquele Senhor? O texto diz:

Voltando o servo, tudo contou ao seu senhor. Então, irado, o dono da casa disse ao seu servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos (Lc 14.21).

Jesus está dizendo que aqueles que foram previamente convidados, que eram os judeus, se recusaram a participar das bodas, mas que a festa não deixaria de acontecer pela falta deles. Ele manda “trazer” outros para preencher o lugar dos faltosos. Isso é muito mais do que um simples convite com duas opções. Portanto, a recusa dos convidados à convocação do Senhor foi a substituição destes convidados rebeldes por outros que atenderiam prontamente à convocação de Deus.

b) A pregação do evangelho deve ser apelativa:

Diz a parábola que os que haviam sido previamente convidados para as bodas se recusaram a vir e, então, o rei mandou insistir com eles:

Enviou ainda outros servos, com esta ordem: Dizei aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas (Mt 22.4).

E qual foi a reação dos convidados?

Eles, porém, não se importaram e se foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio; e os outros, agarrando os servos, os maltrataram e mataram (Mt 22.5-6).

O que se percebe nas palavras de Jesus é um alto teor de apelo. A pregação do evangelho deve ser altamente apelativa, como o próprio Senhor Jesus demonstra quando apelou:

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei (Mt 11.28).

No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba (Jo 7.37).

A pregação do evangelho é uma convocação e ela deve ser apelativa, mas qual deve ser o seu conteúdo?

c) A pregação do evangelho é anunciar a obra redentora de Jesus Cristo:

Este tópico é muito importante para os dias atuais em que o conteúdo do evangelho tem sido desvirtuado de sua essência, pois muitas vezes a pregação do evangelho tem se limitado às ofertas de prosperidade e de soluções de problemas.

É urgente a necessidade de se voltar ao conteúdo da apresentação do evangelho pelos discípulos de Cristo, os quais não apresentavam a Jesus como a solução de todos os seus problemas, mas sim como o salvador crucificado e ressurreto, poderoso para dar a vida eterna a todos os que se achegasse a Ele com fé. Eles aprenderam isso com o próprio Senhor Jesus que, antes de ser assunto ao céu, lhes mostrou como deveriam proceder dizendo:

Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado (Mt 28.19-20).

A ordem de Jesus, primeiramente, é a de fazermos discípulos enquanto avançamos na vida. Discípulo combina com dois significados profundos: Crer e aprender. Portanto, aquele que crê em Cristo devem levar uma vida de constante obediência e aprendizado. O discípulo deve estar disposto a aprender e considerando o grande conteúdo do evangelho ele tem muito a aprender.

A segunda coisa que Jesus ordenou para a pregação do evangelho está ligada à primeira. Primeiro Jesus ordenou que seu discípulo ensinasse, mas ensinar o que? Ensinar a guardar todas as coisas que seu Mestre havia ensinado para eles e que eles aprenderam ao longo de sua vida.

Os discípulos não receberam a ordem de oferecer aos seus ouvintes uma vida de prosperidade, de sucesso, sem problemas, sem aflições, de viver na igreja como se vivesse em um clube. Eles nunca fariam isso porque nunca ouviram isso de Jesus. Pelo contrário, a motivação que Jesus lhes ofereciam era a perseguição, pois sempre lhes diziam:

Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim (Jo 15.18).

A mensagem de Jesus para eles era que os perseguiriam, assim como perseguiram a Ele.

Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa (Jo 15.20).

O caminho que Jesus lhes ofereceu foi o caminho estreito e difícil de se percorrer. Mas Jesus também lhes falou que o fato de serem perseguidos não era motivo de tristeza, mas sim de satisfação:

Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós (Mt 5.10-12).

Em obediência à ordem de Cristo de ensinar a guardar todas as coisas que Ele havia dito, seus discípulos anunciavam na pregação do evangelho a obra redentora de Cristo, pois durante seu ministério Jesus ensinou a grandeza do amor de Deus de oferecer seu Único Filho em sacrifício pelo pecado. Ouviram Ele dizer que morreria, mas que ressuscitaria no terceiro dia. E dessa forma os discípulos apresentam a Jesus na pregação do evangelho, um Jesus que foi crucificado por causa do pecado, mas que hoje está vivo e ressurreto e um dia voltará para julgar a todos.

Era para os discípulos ensinar a guardar os ensinos de Cristo. E qual era o ensino de Jesus? Ele dizia:

Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou (Jo 14.23-24).

E este deve ser o objetivo da pregação do evangelho: Fazer crentes fieis ao Senhor, crentes dispostos a aprender, guardar e ensinar as coisas ensinadas. Um discípulo deve ser ensinado a crer em Jesus, como também de obedecer a Ele, pois não há como receber a Cristo como Salvador sem que Ele seja também Senhor de nossa vida.

01 – O ALVO PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO:

A pregação do evangelho é proclamar a obra redentora de Cristo. Ela é convocatória e apelativa, mas a quem ela deve ser direcionada? A todos! Todos têm de ouvir a pregação do evangelho, todos precisam ouvir da obra redentora de Cristo na cruz. Não devemos e não podemos discriminar ninguém. Mas você pode estar se perguntando: Deus não escolheu alguns para salvação e a outros não? Então, qual é a razão de chamar a todos? Porque Deus conhece aos seus escolhidos e estes lhe ouvem a voz, mas nós não sabemos quem são eles e por esta razão Jesus deu a ordem de pregar a todos, institivamente:

E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura (Mc 16.15).

Deus tem um chamado geral para todas as pessoas. Isso não significa que todos terão que ser salvas, mas que Deus deseja que todas ouçam a esse chamado, a essa convocação. Jesus deixou esse princípio bem claro quando disse:

Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos (Mt 22.14).

O chamado do evangelho é direcionado a um número muito grande de pessoas, mas a resposta positiva a esse chamado vem apenas dos escolhidos, cujo número é bem menor. O próprio Senhor Jesus chama a todos quando diz:

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei (Mt 11.28).

Ele não disse para vir a Ele somente seus escolhidos porque o convite do evangelho não é direcionado apenas aos eleitos de Deus, mas a todos. Todavia, somente os que entenderem o convite de Jesus e reconhecerem que estão cansados e sobrecarregados e se dispuserem a ir até Ele para serem aliviados é que obterão os benefícios deste convite. Os demais foram apenas ouvintes. Todos devem ser notificados pela pregação do evangelho a se arrependerem. O autor de Atos escreve:

Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos (At 17.30-31).

O argumento de que, se Deus escolheu os que serão salvos, então, não há sentido em pregar o evangelho, denota falta de compreensão da Palavra de Deus. Deus determinou que seus eleitos se arrependessem e fossem salvo através da pregação do evangelho e quem de nós tem a capacidade de saber quem são estes eleitos? Nenhum de nós, mas tão somente o Espírito Santo. Portanto, a eleição de Deus não deve ser levada em consideração no quesito para quem devo anunciar o evangelho e sim a ordem de Cristo para que o evangelho fosse pregado a toda criatura e em todas as nações.

Outro motivo de anunciar o evangelho a todos é a situação de perdição em que todos se encontram, pois, a Bíblia diz:

Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.23).

Todos nós, antes de conhecer a Cristo, estávamos errados e desgarrados de Deus e todos nós precisamos ouvir a verdade. E qual é esta verdade? A verdade de que existe somente um Deus:

Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos (Ef 4.5-6).

A verdade de que existe somente um caminho para se chegar até este Deus único e Jesus é este caminho:

Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6).

A verdade de que não existe salvação em nenhum outro a não ser em Jesus Cristo, o cordeiro de Deus:

E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.12).

Todos precisam ser alertados quantos as mentiras das tradições humanas, principalmente o errôneo e velho ditado de que todos os caminhos levam a Deus, porque há um só Deus e um só caminho que leve a esse Deus único e esse caminho é Jesus Cristo. Portanto, se alguém quiser ser salvo precisa receber a Jesus como Senhor e Salvador de sua vida.

O método comum de Deus para alcançar e salvar a seus escolhidos é a proclamação do evangelho por parte de seus discípulos. Foi aos seus discípulos que Jesus ordenou pregar o evangelho a toda criatura. Mas caso alguém nunca tenha ouvido a pregação do evangelho por parte dos discípulos de Cristo, existe, ainda, a revelação de Deus que torna qualquer um indesculpável:

A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato (Rm 1.18-21).

A pregação do evangelho é um reforço desta manifestação de Deus através de sua criação.

03 – O TEMPO PARA A PREGAÇÃO DO EVANGELHO:

Na pregação do evangelho, que é convocatória e apelativa, devemos anunciar a obra redentora de Cristo a todas as pessoas. E por quanto tempo devemos anunciar ao evangelho? Jesus responde:

Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa (Jo 4.35).

O tempo é agora, antes da ceifa e Jesus alerta aos discípulos de que os campos estão prontos para a ceifa. E não é assim em que se encontra o mundo lá fora? As pessoas estão desesperadas, desesperançadas, sofrendo por causa de seus pecados, sozinhos por terem recusado e abandonado a Deus, mas elas precisam ouvir para terem a oportunidade de se arrependerem e se voltarem para Deus. Jesus deixou o seu exemplo quando disse:

Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também (Jo 5.17).

Agora, chegou a nossa hora de fazermos a nossa parte. É nossa hora de prosseguirmos com a obra de Cristo e anunciar ao mundo o que Ele fez por amor. A ordenança de fazermos isso veio do próprio Senhor Jesus quando ordenou:

Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século (Mt 28.19-20).

E nesta obra Ele prometeu estar junto de nós, sempre. Não podemos desanimar. Paulos nos exorta a exercer a paciência na pregação do evangelho, sendo a nossa tarefa de semear, pois a colheita pertence a Deus. E ele compara isso àquele que planta uma semente:

Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas (Tg 5.7).

E o Senhor diz que a sua Palavra anunciada sempre cumprirá com seu dever. É o que Ele promete quando diz:

Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei (Is 55.10-11).

Talvez, você esteja se questionando que o anúncio do evangelho é feito a dois mil anos e nada de Cristo voltar até agora. Esta é a refutação de muitos ao ouvirem o evangelho. Mas Pedro diz que não devemos nos desanimar por esta questão, afinal, independente da volta de Cristo, o tempo termina para aquele que morre e ele precisa ouvir do evangelho antes que isso ocorra. Pedro diz:

Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento (2 Pd 3.9).

O tempo oportuno para anunciar ao evangelho, até que Cristo volte, sempre será o aqui e agora. A demora de sua volta se deve ao fato dele oferecer a oportunidade de salvação a todos. Se Ele tivesse voltado a cem anos atrás eu não estaria escrevendo estas palavras, pois nem a oportunidade de nascer eu teria recebido, porque a sua volta representa o fim das primeiras coisas, pois Jesus ensinou:

Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus. Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu (Mt 22.29-30).

Independente da demora de sua volta, um dia Jesus voltará para pôr um fim nas primeiras coisas. Se ansiamos a este dia devemos anunciar ao evangelho, pois Pedro assim nos exorta:

Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão (2 Pd 3.11-12).

E a maneira de apressarmos esta vinda é anunciando ao evangelho, não se esquecendo de que há um número determinado para nascerem, conforme revelação da a João, que assim escreveu:

Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram (Ap 6.11).

O dia que este número se completar nada mais deterá a volta de nosso Senhor Jesus Cristo. Enquanto isso não ocorrer devemos anunciar, em todo tempo, o evangelho para libertação dos pecadores, chamando-os ao arrependimento.

CONCLUSÃO:

A nossa posição como pessoas regeneradas deve ser a de anunciar ao evangelho a todas as pessoas, como Jesus ordenou, confiando que o resultado da pregação pertence ao Senhor. Não podemos e não devemos discriminar ninguém, assim como não podemos determinar o efeito da pregação. Criativas técnicas de comunicação poderão ser eficientes na comunicação, mas não no quesito de mudar os corações, de transformar vidas. Observação a estes princípios e a confiança na soberania de Deus nos dará mais entusiasmo na prática da evangelização e nos tornará mais dedicados à ordem de Jesus de ir e pregar o evangelho a todas as pessoas. Que Deus lhe ajude a obedecer ao nosso Mestre! Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

 

 

 

BIBLIOGRAFIA:

Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

Revista Expressão: A Essência da Fé. Autor: Leandro Antônio de Lima. Editora Cultura Crista

Anthony Hoekema: Salvos pela Graça. São Paulo: Cultura Cristã, 1997. P.76.

 

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