Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

LIÇAO II – O AUTOR DO PLANO: DEUS


1  Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia,
2  eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas.
3  Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
4  para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros
5  que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo (1 Pd 1.1-5).
Introdução
Através do pecado de um homem, o mundo todo pecou e foi separado da presença gloriosa de Deus. Mas Deus nos ama infinitamente e incondicionalmente e, pela sua graça, Ele já tinha um plano perfeito para trazer o homem de volta à sua presença. Sendo Onisciente e sabendo que o homem cairia, Deus, antecipadamente, já tinha um plano preparado para a redenção do homem, Ele não foi pego de surpresa na queda do homem. Não houve necessidade de revisão de seu Projeto. Não foi preciso tomar providências imediatas, pois já sabia de tudo antes mesmo da criação do homem:
25  Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos,
26  e que, agora, se tornou manifesto e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno, para a obediência por fé, entre todas as nações,
27  ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém! (Rm 16.25-27).
9  que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos,
10  e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho (2 Tm 2.9,10).
1 – Sua Presciência
A Presciência de Deus nos ensina que Deus sabe todas as coisas antecipadamente. Paulo diz que:
29  Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos (Rm 8.29).
Isso significa que, na eternidade, antes que houvesse mundo, você já estava no coração de Deus.
A – A antecipação do Conhecimento de Deus
Antemão significa antecipação, ou seja, Deus conhece antecipadamente as coisas. Deus é Onisciente, o que quer dizer que Deus conhece tudo, o que torna o conhecimento de Deus um conhecimento completo. A Presciência Onisciente de Deus significa que Ele conhece todas as coisas por antecipação. Isto está claro neste texto e nas palavras do salmista quando diz:
1 SENHOR, tu me sondas e me conheces.
2  Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos.
3  Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos.
4  Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda.
16  Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda (Sl 139.1-4, 16).
Note que o salmista fala do conhecimento profundo de Deus, da forma como Ele penetra em nossos pensamentos e sabe do nosso íntimo, mas diz também sobre a antecipação do conhecimento de Deus quando fala que Ele já sabe de suas palavras antes mesmo de pronunciá-las e também quando diz sobre seus dias que foram escritos por Deus antes mesmo deles acontecerem.
B – As divergências doutrinárias ao conhecimento antecipado de Deus
Ao falar da presciência de Deus falamos também de predestinação. Como falaremos de predestinação mais a frente em nosso estudo, precisamos entender algo aqui sobre presciência de Deus que está ligado com a doutrina da predestinação. Alguns estudiosos da Bíblia, aqueles que não defendem a predestinação, dizem que essa alusão a “conhecer de antemão”, isto é, saber de alguma coisa antes que ela aconteça não pode nos servir de base para a predestinação. Eles dizem que isso não pode estar certo, por pelo menos duas razões:
A primeira é que neste sentido Deus conhece todo mundo e todas as coisas de antemão, ao passo que, aqui, Paulo está se referindo a um grupo específico de pessoas.
Segundo, se Deus predestina as pessoas porque elas haverão de crer, então a salvação depende de seus próprios méritos e não da misericórdia divina e, quanto a salvação, Paulo coloca toda a sua ênfase na livre iniciativa da graça de Deus.
Quanto a isso, o que temos a responder, é que a doutrina da predestinação não é baseada apenas nesta porção da Palavra de Deus, mas em um conjunto de informações espalhadas por toda a Bíblia, conjunto este muito bem unido por não se contradizerem entre si em suas informações. Portanto, esta afirmação não é a base da predestinação, mas a reforça de uma maneira muito significativa.
Quanto as duas questões, o que temos a dizer quanto a primeira é que reconhecemos a Onisciência de Deus, pois temos certeza de que Ele conhece a tudo e a todos minuciosamente e Paulo realmente está falando de um grupo específico de pessoas aqui – aqueles que foram eleitos por Deus para a salvação – mas isso não prejudica em nada o fato de concluirmos sobre a presciência onisciente de Deus, pois o assunto sobre o outro grupo ele falará em outras oportunidades, por hora o que importava era somente aquele.
Quanto a segunda questão, lembramos que a predestinação que defendemos não diz que Deus escolheu aqueles os quais Ele sabia que iriam crer nele, mas cremos que Deus os escolheu para crerem nele. Deus os escolheu não porque iriam crer, mas para crerem. Portanto, não foi uma escolha em conseqüência da fé do escolhido, mas uma escolha em termos de capacitação do escolhido à fé, ou seja, não por fé, mas para a fé. Nesta escolha todo mérito está em Deus, no seu amor e recai totalmente sobre a graça de Deus.
Outra afirmação é que o verbo “conhecer” expressa muito mais do que mera cognição intelectual. Ele denota um relacionamento pessoal de cuidado e afeição. Portanto, afirmam que o verbo “conhecer” é usado em um sentido praticamente sinônimo de “amar”. Portanto, “aqueles que Ele conheceu de antemão” seria virtualmente equivalente a “aqueles que Ele amou de antemão”. Concluem, portanto, que presciência aqui é “amor peculiar e soberano”.
O que podemos dizer é que, primeiro, cremos realmente no relacionamento pessoal e afeição de Deus pelos seus escolhidos, mas conhecer nem sempre significa relacionamento, pois Deus não conhece somente seus escolhidos, Ele tem também conhecimento dos pecados e das desobediências daqueles que são condenados por Ele, mas Deus não se relaciona com os pecadores. O conhecimento de Deus da vida dos pecadores é tão profundo que Ele não precisa de nenhuma testemunha para condenar alguém, afinal, Seu conhecimento da vida íntima da pessoa é suficiente para Ele pronunciar sua sentença.
Segundo, não podemos, neste texto, isolar o termo “antemão conheceu” e desprezar os demais: “predestinou”, “chamou”, “justificou” e “glorificou”. Eles formam um conjunto de fatores em que um acontece em decorrência de outro. Deus conhecia aqueles que predestinou, sabia de sua insignificância e de sua incapacidade para a fé, por isso, aqueles que Ele mesmo predestinou os chamam para a fé e quando são chamados são também justificados por Cristo e, por fim, serão glorificados.
E em terceiro lugar, Deus não escolheu somente os que Ele conhecia, mas, dentre todos aqueles que Ele conhecia, Ele escolheu uns para a fé e destinou outros para a perdição. Para aqueles que não conseguem entender esta polêmica, medite no que nos diz o sábio Salomão:
4 O SENHOR fez todas as coisas para determinados fins e até o perverso, para o dia da calamidade (Pv 16.4).
É difícil de entender e aceitar isso? Claro que é. Quando o salmista se deparou com tal conhecimento de Deus, ele disse:
6  Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir (Sl 139.6).
Quem somos nós para questionar aquele que assim fez? Quem somos nós para chamar Deus de injusto? Aliás, o homem é a única criatura de Deus que tem a audácia de questioná-lo. Ele ordena ao vento e à tempestade e eles prontamente atendem Seu comando, Ele ordena ao jumento, ao leão e ao peixe e todos lhe atendem prontamente e quando sai uma ordem de Deus do céu os anjos a executam imediatamente, mas quanto ao homem, ele tem a audácia de questioná-Lo e desobedecê-Lo. É muita petulância em uma só criatura tão miserável!
Diz-se que uma decisão judicial não se questiona, se cumpre, se agimos assim com um juiz terreno, não devemos maior lealdade àquele que é o Supremo Juiz? Ele nos diz em Isaias que:
8  Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR,
9  porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos (Is 55.8,9).
C – O verdadeiro significado do conhecimento antecipado de Deus
Apesar de já termos respondido a isso nas respostas acima, vamos comentar mais alguma coisa sobre o assunto. A palavra “conheceu” aqui é um conhecimento especial. Deus conhece a todos. Não há nada que Deus não conheça, porque Ele conhece tudo e a todos, em qualquer lugar e em qualquer tempo. Mas, Paulo está falando de um tipo especial de conhecimento, um conhecimento íntimo que significa o seguinte: antes de Deus plantar, lançar os fundamentos da terra, Deus já havia conhecido você, Deus já havia amado você, Deus já havia traçado um plano perfeito, eterno e vencedor na sua vida. Olha que coisa fantástica. Deus já havia concebido você antes de conceber o Universo. Deus já havia amado você antes de trazer à existência todas as coisas. O amor de Deus por você é um amor eterno. O conhecimento de Deus por você é um conhecimento eterno.
2 – Seu amor incondicional
A Bíblia nos fala que o amor de Deus pelos homens é tão imenso que Ele enviou o seu próprio filho, o Messias, o Redentor, para que através de sua morte Ele nos resgatasse do nosso pecado.
16  Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).
O plano de salvação de Deus consistia em alguém morrer pelo pecador, mas alguém que não tivesse pecado, que não tivesse mácula. Entretanto, somente o próprio Deus tem esta condição, apenas Ele é Santo. Deus, então, promete ao homem um redentor, o Messias e entrega Seu Único Filho em sacrifício pelo Homem. Paulo diz que:
8  Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8).
Jesus Cristo foi o único ser humano que nasceu sem pecado, porque foi milagrosamente concebido pelo Espírito Santo sem a participação do homem. Assim, Cristo não herdou o pecado de Adão, e através da sua vida, morte e ressurreição é que nós somos resgatados da condenação do pecado. Pedro diz que:
18  Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito (1 Pd 3.18).
Jesus é o cordeiro de Deus, sacrificado em nosso lugar para nos libertar do pecado. O sacrifício de Cristo é perfeito e completamente aceitável por Deus.
Não importa o quanto nos rebelemos contra Deus, nem quão libertina tenha sido nossa conduta, o Pai continua nos amando e oferecendo Seu perdão. Não há limites para o generoso amor de Deus. Ele nos ama ainda que não o amemos, perdoa-nos ainda que não o mereçamos, chama-nos mesmo que não respondamos, quer nos salvar mesmo que não valorizemos o custo infinito de nossa salvação. Sublime amor, o amor de Deus, que ofereceu por nós seu Filho Único.
3 – Sua graça infinita
O que é graça? Graça é favor imerecido. A salvação do homem não se dá por mérito próprio. O homem não pode salvar-se a si mesmo. Somente Jesus Cristo pode, com seu sacrifício, salvar a todo o que Nele crer. Não é possível ao homem salvar-se através da caridade, do pagamento de promessas, penitências e sacrifícios, como nos diz Paulo na carta aos Efésios:
8  Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;
9  não de obras, para que ninguém se glorie.
10  Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas (Ef 2.8-10).
Portanto, fazer o bem, a caridade, amar ao próximo, ter uma vida limpa é nossa obrigação, mas em nada contribui para nossa salvação porque o que nos salva é a nossa fé no que Jesus fez por nós. Existem várias religiões, várias filosofias de vida que nos prometem caminhos para Deus, através da penitência e das boas obras, mas a Bíblia nos mostra que somos salvos pela graça de Deus. Por Jesus Cristo é que somos salvos e não há outro redentor. O autor de Atos nos diz que:
12  E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.12).
Aceitar a Jesus é crer na verdade escrita na Bíblia. É acreditar que Jesus Cristo é o Messias de Deus e que Ele morreu na cruz para nos redimir de todo pecado, que Deus o ressuscitou e Ele hoje está vivo e nos ama infinitamente. Aceitar a Jesus é pedir que Ele entre em nossas vidas e que seja o nosso único e suficiente Salvador e Senhor de nossa vida. Jesus é um presente de Deus é a consumação de sua graça.
Conclusão
No tempo, foi Deus quem tomou a iniciativa de relacionar-se com você. Não foi você quem amou a Deus, foi Deus quem amou você. O amor seu por Deus, na verdade, foi uma resposta do amor de Deus por você. O seu amor por Deus é um refluxo do fluxo do amor de Deus por você. O seu amor por Deus foi uma resposta a este amor profundo, insondável de Deus por você. Você só ama a Deus porque Ele te amou primeiro:
19  Nós amamos porque ele nos amou primeiro (1 Jo 4.19).
Não foi você quem descobriu Deus. Foi Deus quem encontrou você, porque, na verdade, você estava sem rumo, perdido, e a Bíblia nos diz que Jesus veio para buscar e salvar o que estava perdido. Na verdade, se corremos na direção de Deus, é porque antes, Ele nos atraiu para Si com cordas de amor de tal maneira que não foi você quem escolheu Deus, foi Deus quem escolheu você. Jesus Cristo disse:
16  Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda (Jo 15.16).
Na verdade, tudo provém de Deus. Foi Deus mesmo quem escolheu, foi Deus mesmo quem buscou, foi Deus mesmo quem encontrou e foi Deus mesmo quem reconciliou você com Ele. Neste sentido podemos nos referir ao autor do plano da salvação do homem, um autor que conheceu, amou e perdoou por causa de sua infinita graça.
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

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