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Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão fartos (Mt
5.6).
Introdução
Malcolm
Muggeridge diz que: Jesus é o profeta dos
derrotados, não o acampamento dos vitoriosos; aquele que proclama que os
primeiros serão os últimos, que os fracos são os fortes e que os simples são os
sábios (O Fim da Cristandade, p. 56). Em nenhum lugar este fato é mais
evidente do que nas bem-aventuranças.
A
quarta bem-aventurança cria uma ponte que liga as três primeiras às quatro
últimas. Ela representa o maior avanço em nossa progressão da experiência cristã.
Ao passo que as primeiras duas bem-aventuranças (os humildes de espírito e os
que choram) exemplificam o reconhecimento de nossa fraqueza humana e pecado, e
a terceira (os mansos) expressa nossa humildade à luz dessa fraqueza, a quarta
é o direcionamento ao aspecto positivo do cristianismo: a fome e sede de
justiça. Ela desvia o foco do problema para a solução.
As
duas primeiras bem-aventuranças representam as necessidades humanas que
conduzem à salvação, as quatro últimas resultam de um relacionamento salvador
com Jesus e tem uma natureza mais ativa do que as três primeiras. Ser
misericordioso, puro de coração, e assim por diante, são os frutos de ter
encontrado justiça em Jesus.
Justiça
significa dar a cada um o que lhe é de direito. A Bíblia nos ensina que Deus é
Justo Juiz, portanto dará a cada um segundo as suas obras. O texto nos desafia
a ter sede dessa justiça ou desse juízo divino. Ter sede de Justiça é ter
desespero pela presença e pela manifestação da justiça de Deus para que cada um
tenha seus direitos respeitados.
E
qual é a fome do mundo? Todas as pessoas do mundo buscam, constantemente, a
felicidade. De um jeito ou de outro, o que as pessoas mais querem no mundo é
serem felizes. O lema do mundo poderia ser: Felicidade a qualquer preço. E realmente
são muitos os recursos utilizados para a busca da felicidade:
- Alguns
confiam nas diversões, bailes festas, aventuras;
- Outras
buscam a felicidade na experiência com bebidas, drogas ou mesmo na violência;
- Os
mais recatados desejam encontrar um grande amor, uma paixão que lhes dê uma
razão de viver;
-
E a maioria confiam no dinheiro, crendo que, se ele não traz felicidade, sua
falta gera infelicidade.
Estamos
habituados a pensar, como o mundo, que precisamos buscar a felicidade e a
evitar qualquer coisa que nos possa trazer desvantagens. Mas, ao contrário de
procurar a felicidade, devemos buscar a justiça, pois somente assim seremos
realmente felizes. O ensino da Bíblia é que as desvantagens, a longo prazo,
serão convertidas em vantagens.
1 – A FOME DO MUNDO, SUA CONSEQUÊNCIA E
SUA NECESSIDADE
A
palavra fome, nesta bem-aventurança, é a mesma usada por Mateus ao falar do
jejum de 40 dias de Jesus no deserto, quando este teve fome. Esta fome
desesperada pode ser grandemente estranha a nós pelo fato de desconhecermos a
experiência da fome.
A – A necessidade básica
espiritual do mundo: Encontrar-se com Deus
Há
embutido em cada ser humano, uma inevitável necessidade de Deus. Esta fome de
Deus é comoventemente expressada por Davi, quando fugia de Saul:
1 Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco
ansiosamente; a minha alma tem sede de
ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água (Sl 63.1).
O
pecado colocou no coração de cada homem um grande vazio. Esta bem-aventurança
fala desse profundo vazio espiritual do incrédulo que o está levando à morte. Ele
tenta preencher este vazio com meras coisas e emoções carnais, tais como o
dinheiro, o prazer e até mesmo a sabedoria mundana que são incapazes de
satisfazerem sua necessidade fundamental e seu apetite insaciável. Isso o deixa
cada vez mais vazio, irrealizado e acabado. A Bíblia diz que:
10 Quem
ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da
renda; também isto é vaidade (Ec 5.10,11).
Há
uma diferença fundamental entre estar de estômago faminto e de coração faminto.
Até mesmo as pessoas mais insensíveis são movidas pela fome do corpo,
entretanto, parece haver poucos que reconhecem a fome do espírito e o vazio que
o pecado produz.
Espiritualmente
falando, os homens sem Deus estão mortos em seus delitos e pecados, mas eles
teimosamente se recusam a reconhecer isso e vivem uma vida sem Deus, totalmente
sem significado. Isso porque nem todos os que estão numa terra distante tem a
sanidade mental para confessar, como o filho pródigo, que estava morrendo de
fome em terra estranha. Tais indivíduos continuam a procurar, insensatamente,
alguma coisa para preencher o vazio de suas vidas. A justiça que estas almas
deslocadas e oprimidas pelo pecado necessitam é, primeiro de tudo, a justiça de
um direto relacionamento com Deus, através do perdão e da justificação. A
Bíblia diz:
1 Justificados, pois, mediante a fé, temos
paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;
2 por
intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual
estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus (Rm 5.1,2).
18
Ora, tudo provém de Deus, que nos
reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da
reconciliação,
19 a
saber, que Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas
transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.
20 De
sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por
nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com
Deus.
21
Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de
Deus (2 Co 5.18-21).
E
depois de alcançarem o perdão e a reconciliação com Deus elas não devem desejar
somente sentirem-se justas, mas também fazer justiça. Ambas as ideias de
justiça estão presentes no Sermão do Monte:
1 Guardai-vos
de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos
por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste (Mt
6.1).
20 Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus,
jamais entrareis no reino dos céus.
45
para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer
o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.
46
Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os
publicanos também o mesmo?
47
E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem
os gentios também o mesmo?
48 Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste (Mt 5.20,
45-48).
Deus
não somente está determinado a perdoar-nos, mas a mudar-nos, para nos fazer
participantes da divina natureza. Ele nos tem assegurado de que vamos ser como
Ele. Que maravilhosa esperança!
Nunca
poderemos ter, sentir ou conhecer o suficiente, para encontrar contentamento
sem Deus. O que precisamos é de justiça e, como Jesus diz, aqueles que anseiam
por ela estão destinados a conhecer uma transcendente satisfação: Serão fartos!
B – A fome do mundo: Felicidade
Talvez
este seja o grande problema do mundo: Ele deseja muito a felicidade. E está
disposto a pagar qualquer preço, fazer qualquer loucura, envolver-se nas
situações mais estranhas por um pouco de felicidade. É o objetivo maior de todos
os seres humanos. Não é errado o fato de a fome e a sede do mundo são de
felicidade. O problema é que não há fome e sede de justiça.
Sabe
qual é o negócio mais lucrativo do mundo? O que está relacionado a
entretenimento. Milhões e milhões são gastos na tentativa de oferecer conforto,
bem-estar, paz, segurança, alegria, etc. Quantas alternativas existem para que
alguém encontre uma suposta alegria! Podemos citar parques de diversão,
cinemas, boates, drogas, yoga, restaurantes e até mesmo cultos religiosos! As
pessoas têm tentado de tudo para se sentirem bem.
Jesus
está falando de uma falta que sentimos com muita frequência: A fome e a sede. A
fome e a sede são necessidades básicas para sobrevivência de qualquer ser vivo.
Só o ar, podemos dizer, é mais urgente do que a água e o alimento. Mas nem
precisamos sentir falta do ar para buscá-lo, pois o temos em todo momento. Já
com relação aos alimentos e à água, temos uma necessidade mais ocasional, por
isso nos lembramos muito mais deles do que de qualquer outra coisa.
Sem
a ingestão de líquidos ou alimentos é impossível que se conserve a vida
biológica, mas tão prejudicial quanto a ausência de alimento ou de liquido é a
contaminação daquilo que se ingere. Às vezes, o desespero da fome e da sede pode
levar pessoas a comerem lixo, por isso é que não basta ter fome e sede, mas é
necessário ter fome e sede dos alimentos que trarão vida e não morte.
Por
isso devemos ter fome e sede de justiça e não de injustiça, ou de violência ou
vingança pessoal, mas fome de Deus e da Sua justiça. Buscar a justiça, como já vimos,
significa receber a justiça de Cristo. É esta que salva o homem, mas o mundo
busca em primeiro lugar a felicidade e nunca a alcança, pois esta não foi feita
para ser buscada, mas para ser uma consequência de outros atos.
C – A consequência: Continuar com fome
As
pessoas que tem fome de felicidade não serão saciadas. Certamente não
conseguirão ser felizes. É como o faminto que sonha estar comendo e tem a
sensação de que sua fome foi saciada. Assim são as pessoas que buscam a
felicidade por meio das coisas mundanas: Logo acordam e descobrem que o vazio
no estômago permanece. Descobrem que a água que pensam ver no meio do deserto
não passa de uma miragem. Continuarão com fome e sede. A Bíblia diz:
2 Porque gastais o dinheiro naquilo que não é
pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o
que é bom e vos deleitareis com finos manjares (Is 55.2).
Pessoas
assim são como os judeus no tempo de Jeremias que, além de deixar o Senhor, o
manancial de águas vivas, cavaram cisternas rotas, que não retêm as águas.
13 Porque dois
males cometeu o meu povo: A mim me
deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que
não retêm as águas (Jr 2.13).
Uma
cisterna rota é uma cisterna com vazamento. Logo a água escapa e só resta a
sensação desanimadora de ver todo o trabalho perdido, pois a água já não está
mais lá! Quem tem fome e sede da felicidade e a busca de forma errada e nos
lugares errados, continuará com essa terrível sensação de vazio. Quem busca a
felicidade a todo custo não a alcançará de forma alguma; pelo contrário, cada
vez se distanciará mais dela. A Bíblia convida:
1 Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às
águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e
comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite (Is 55.1).
Ao
contrário de procurar a felicidade, devemos buscar a justiça, pois somente
assim seremos realmente felizes. Por mais que as diversões e os prazeres que o
mundo oferece pareçam trazer uma sensação de felicidade, tudo não passa de uma
sensação enganosa, pois não dura e, no fim, traz mais prejuízo do que lucro.
Correr atrás da felicidade sem desejar a justiça é como correr atrás do vento.
2 – A FOME DO CRENTE, SUA CONSEQUÊNCIA E
SEU COMPROMISSO COM A JUSTIÇA
O
termo “bem-aventurados” é muito citado, porém, não totalmente vivido por muitos
filhos de Deus. Significa basicamente ser feliz, mas como a própria felicidade
tem sido banalizada, mal entendida e confundida com ter as coisas, a
infelicidade tem dominado a vida de muitos crentes. Ser feliz no conceito de
Jesus é algo além de possuir as coisas e tem a ver com o interior do ser
humano. Para Jesus a plenitude da felicidade é independente de ter ou não qualquer
coisa, mas ser alguma coisa ou alguém, ou mesmo ter em si valores que realmente
tem valor. A infelicidade de muitos pode estar conectada com a falta de fome e
sede de justiça e não com a falta de sorrisos ou bens materiais.
A – A fome do crente: A justiça
Todos
os problemas no mundo atual resultam do fato de que a humanidade não está bem
com Deus. Todos os nossos anseios e frustrações se originam nesse conceito. Ter
fome e sede de justiça basicamente significa desejar estar livre do pecado em
todas as suas formas. Consequentemente, essa fome e sede é um desejo de estar
bem com Deus.
Muitos
de nós nunca experimentamos verdadeira fome e sede físicas. Achamos que ficar
um dia sem almoçar ou algumas horas sem beber água é um sacrifício. Mas existem
muitas pessoas no mundo que realmente passam fome, inclusive em nosso país, que
tem uma taxa alarmante de subnutrição. Só quem já ficou muito tempo sem comida
e água sabe qual é a sensação de falta que toma conta do corpo. É de uma fome
assim que Jesus fala nesta bem-aventurança. Um desejo avassalador, constante,
que não descansa enquanto não for satisfeito. Não se trata de um desejo por
felicidade, mas por justiça, e aqui está a diferença entre a fome do crente com
a fome do incrédulo.
Há
dois aspectos dessa justiça. O primeiro diz respeito a justiça legal, a
justificação. Ela nos ensina que Deus justifica o ímpio por causa dos méritos
de Cristo. Na cruz do Calvário Jesus satisfez a justiça divina, de modo que
esta não mais cairá com sua espada sobre nossas vidas, porque já caiu sobre a
pessoa de Jesus. Ele pagou o preço da nossa justificação. Portanto, trata-se de
desejar, ou seja, ter fome e sede dessa justiça, a justiça de Cristo. O outro
aspecto é o da justiça moral. É o desejo do crente de ter uma vida justa.
Inclusive esse é o assunto principal do Sermão do Monte:
20 Porque vos digo
que, se a vossa justiça não exceder em
muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus (Mt
5.20).
1 Guardai-vos de exercer a vossa justiça
diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não
tereis galardão junto de vosso Pai celeste (Mt 6.1).
33 Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino
e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas (Mt 6.33).
Logo,
nosso assunto aqui é a santificação. Cristo ensina que o crente deve ter fome e
sede de uma vida justa, uma vida que agrade a Deus. Ensina, ainda, que a
justiça deve ser buscada em primeiro lugar juntamente com o Reino de Deus. Mas
será que as pessoas estão interessadas em justiça? Será que os próprios crentes
estão interessados em uma vida justa? Podemos ver muitas pessoas interessadas
em ser mais espirituais ou mais piedosas, mas raramente alguém que deseja ser
mais justo. Entretanto, Jesus disse que seriam abençoados os que tivessem fome
e sede de justiça.
Ser
justo não é algo que está muito em moda. O que parece ser moda entre os
evangélicos hoje é ter visões e revelações, ser considerado alguém muito
especial, fazer orações poderosas e etc.. Entretanto, ser correto nos
relacionamentos parece não ser a última palavra no meio evangélico nos dias de hoje.
Se pudéssemos olhar a relação dos que estão no SPC, nos assustaríamos com o
número de crentes lá.
B – A consequência: Ser completamente
saciado
A
consequência daquele que, em primeiro lugar, busca a justiça, pois tem fome e
sede dela, é dupla. Por um lado Jesus dá uma declaração de que ele já é feliz:
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Bem-aventurados os que tem fome e
sede de justiça, porque serão fartos.
É
muito interessante analisar que eles não buscam a felicidade, mas a justiça, e
a consequência é que acabam sendo bem-aventurados exatamente por causa disso.
Felicidade não se conquista ou se busca, mas é algo acrescentado quando não nos
esquecemos da verdadeira prioridade, que é a justiça.
Por
outro lado, Jesus ainda nos diz que essas pessoas serão saciadas. Não diz que
eles se saciarão, mas que serão saciadas. Ao contrário de procurar a
felicidade, devemos buscar a justiça. Nossa parte é buscar a justiça de Deus; a
parte de Deus é satisfazer.
A
expressão “ser saciado” significa, literalmente, “ser cheio.” Havia um vazio e
agora ele não existe mais. Quem deseja a justiça será cheio dela. Se eu não
gosto de uma comida, esta não vai me atrair e nem me saciar. Por isso que os
ímpios, que nunca desejam a justiça, poderão ser saciados.
A
obra santificadora do Espírito Santo sacia nossa fome e nossa sede de justiça
moral. A obra do Espírito Santo em nossa vida nos torna mais parecidos com
Deus, remodelando nosso caráter e nossa conduta de forma a sermos mais justos.
A
nossa fome e sede não serão totalmente saciadas nesta vida. Deus nos sacia, mas
teremos fome novamente, até porque nunca seremos completamente justos, uma vez
que o pecado ainda não foi extinto deste mundo. Mas virá o tempo em que os
salvos jamais terão fome e nunca mais terão sede.
16 Jamais terão fome, nunca mais terão sede,
não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum,
17 pois o cordeiro
que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da
água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima (Ap 7.16,17).
Precisamos
nos convencer de que devemos buscar uma vida justa, pois esta é a verdadeira
fonte da felicidade.
C – O compromisso: promover a
justiça
A
fome e sede de justiça deve nos conduzir a duas atitudes ou nos levar a
responder diante da realidade e dos desafios de duas formas: Primeiro não sendo
indiferente diante das injustiças, pois se tem algo difícil de não demonstrar
ou de esconder é quando estamos com fome ou com sede. Então, não deveríamos ser
indiferentes quando assistimos qualquer tipo de injustiça. Precisamos de ter a
fome e a sede que geraram essa revolta santa nos profetas que preferiram perder
a cabeça, como João Batista, a ficarem calados e serem coniventes com qualquer
tipo de erro, pecado ou injustiça.
Em
segundo lugar a fome e a sede de justiça devem nos conduzir a alguma atitude
que possamos, de alguma forma, promover qualquer tipo de mudança para revelar
que a vontade do Deus justo está se manifestando. Seja através da oração de um
coração desesperado, de uma palavra de confronto, de um voto consciente ou
ainda de qualquer resposta prática que contribua para manifestação da Justiça
de Deus, afinal os verdadeiramente bem-aventurados são aqueles que, pelo
desespero de vêem a justiça de Deus se manifestando, se posicionam com todas as
suas forças para promovê-la.
Os que têm fome e sede de justiça são os que,
por ansiarem ver o triunfo final de Deus sobre o mal e o Seu Reino plenamente
estabelecido, anseiam também por fazerem o que é justo e reto diante deste Deus
tão conhecido pela sua justiça. Todos estes tem a crescente satisfação de saber
que estão avançando e não bloqueando os propósitos de Deus em suas vidas.
Há,
nesta bem-aventurança, um chamado para mudança de prioridades. Para muitos de
nós, um justo relacionamento com Deus é visto como uma parte importante da boa
vida que todo indivíduo bem formado deveria ter. Mas Jesus diz que esse
relacionamento com Deus tem que ser mais do que um interesse vital, ele tem que
se tornar a paixão dominante de nossa existência.
Conclusão
Jesus
não pretendia ensinar a respeito de salvação nas bem-aventuranças. Ele quis
mostrar a discordância existente entre a visão mundana e a visão divina sobre a
vida. Coisas que para o mundo parecem absurdas e cheias de prejuízo são dignas
para Deus. Quem o seguir receberá toda a recompensa.
O
mundo procura a felicidade e, por isso, nunca a encontra. As pessoas acham que
vieram a este mundo com o único objetivo de serem felizes. Por isso gastam toda
sua vida e suas forças em uma busca frenética por bem-estar, conforto e
felicidade. O resultado é que nunca serão saciadas. Aquele que nasceu de novo é
incentivado por Jesus a buscar não a felicidade, mas a justiça. Ser justo deve
ser o maior desejo de alguém que conhece o Senhor. Quando todo o nosso apetite
está direcionado para isso, Jesus nos diz que já somos felizes e nos garante,
ainda, que seremos saciados desse nosso desejo. Que Deus nos abençoe a sermos famintos
pela justiça! Amém!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida.
Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.
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