Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

VI – A FORÇA DO AMOR: BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS



Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia (Mt 5.7).
Introdução
Vale a pena ser misericordioso num mundo selvagem como o em que vivemos? A lei da selva, onde o maior devora o menor, não seria uma atitude de vida mais coerente com o nosso mundo? Um provérbio popular diz: “Cuide de você mesmo, pois se você não fizer isso, ninguém o fará.” É a lei que impera em nossos dias. Mas Jesus, nesta bem-aventurança, está nos ensinando que são Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
O mundo em que vivemos é incrédulo, pagão e totalmente fechado aos ensinos de Deus. Precisamos proclamar a Jesus, o misericordioso, precisamos proclamar a misericórdia de Deus para este mundo, porque só pela misericórdia de Deus seremos capazes de vencer este mundo, vencer os nossos medos, as nossas incredulidades e o fechamento para a fé existente neste mundo.
A misericórdia é uma qualidade que não é totalmente desconhecida, mesmo em um mundo de homens basicamente egoístas como o nosso. Mas o mesmo homem que é capaz de expressar compaixão ocasional acha os sofrimentos dos outros muito incômodos e a vingança muito doce, além de pensar que, se for misericordioso, as pessoas vão explorá-lo.
Esta já é a quinta bem-aventurança que estudamos. As quatro anteriores dizem respeito a princípios de ordem interna, da nossa relação com Deus, referindo-se à mente, ao coração e ao modo como nos vemos diante de Deus. Porém, as quatro seguintes referem-se a manifestações externas, das nossas ações diante dos homens, que refletem os resultados dessas mesmas atitudes internas. As primeiras tratam da questão do ser, a partir desta progridem para a questão do fazer. No Cristianismo o ser vem antes do fazer. Quem é, faz! A fé sem obras é morta!
1 – O SIGNIFICADO DE SER MISERICORDIOSO
Para os judeus, os primeiros ouvintes de Jesus, misericórdia não era algo importante. Por várias vezes Jesus teve que repreendê-los, principalmente os fariseus, por serem demasiadamente legalistas e nada misericordiosos.
13 Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento (Mt 9.13).
7 Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenados inocentes (Mt 12.7).
Também na filosofia popular de Roma, império dominante na época de Jesus, misericórdia era algo tido por desprezível. Costumava-se chamar misericórdia de “a doença da alma”. Era o supremo símbolo de fraqueza! A força, sim, era valorizada, bem como o destemor, a rigidez, a justiça dura e cruel. O homem digno era o que não se convencia a mudar de atitude, o implacável! O mundo não é nada misericordioso, mas muito cruel.
A – O conceito de misericórdia
Como poderíamos definir misericórdia? Misericórdia é lançar o coração na miséria do outro e estar pronto, em qualquer tempo, para aliviar a sua dor. Misericórdia é compaixão por aqueles que estão na miséria, é um espírito pronto a perdoar. Entretanto, não estamos falando meramente de uma atitude misericordiosa, mas de um modo de vida. Misericórdia é uma atitude de vida. É ver uma pessoa sem alimento e lhe dar comida. É ver uma pessoa solitária e lhe fazer companhia. É atender as necessidades e não apenas senti-las. Não é apenas um sentimento, ela se completa na atitude tomada.
O maior exemplo de misericórdia foi demonstrado por Jesus. Ele curou os doentes, alimentou os famintos, abraçou as crianças, foi amigo dos pecadores, tocou os leprosos. Ele fez com que os solitários se sentissem amados. Ele consolou os aflitos, perdoou os que haviam caído em opróbrio.
São bem-aventurados os que agem com misericórdia porque a misericórdia não é algo meramente ocasional. Todas as pessoas do mundo, ocasionalmente, sentem pena. Basta ver, por exemplo, como contribuem com as campanhas de televisão em benefício de pessoas carentes. Isso não significa ser misericordioso. Ser misericordioso é estar sempre disposto a ajudar, a perdoar, a abrir mão. A compaixão precisa ser demonstrada também na prática. João nos adverte quanto a isso quando diz:
17 Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?
18 Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade (1 Jo 3.17,18).
A misericórdia que Jesus elogia vem da percepção da necessidade desesperada que a própria pessoa tem de misericórdia, não simplesmente a dos homens, mas especialmente a de Deus. Esta é uma misericórdia que mostra compaixão para com os desamparados, como a do bom samaritano, e estende o perdão até mesmo àquele que repete a ofensa. Foi essa a ideia que Jesus estava passando aos seus discípulos quando respondeu a pergunta de Pedro:
21  Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?
22  Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete (Mt 18.21,22).
Quando o apóstolo Pedro pergunta isso a Jesus, o Mestre responde que até setenta vezes sete. Assim, ele nos ensina que a necessidade do perdão é infinita e que não existe uma quantidade para fazermos este ato. Só a nossa limitação e a falta de paciência é que vão limitar, erroneamente, a quantidade de perdão que iremos distribuir.
Podemos salientar que a quantidade não é tão importante, pois não iremos contar, mas o mais importante é a qualidade do perdão. Não adianta perdoar sem esquecimento do fato gerador, ou perdoar com sentimentos negativos ou desejando o mal para a pessoa "perdoada". O verdadeiro perdão requer o esquecimento emocional do fato. Podemos até nos lembrar dos atos passados, mas como aprendizado, sem gerar sentimentos de mágoas ou ódio.
B – A fonte da misericórdia
A misericórdia não é uma virtude natural do homem. Por natureza o homem é mau, cruel, insensível, egoísta, incapaz de exercer a misericórdia. Você precisa nascer de novo antes de ser misericordioso. Você precisa de um novo coração, antes de ter um coração misericordioso. A Bíblia diz que nós não éramos atraentes quando Deus enviou seu Filho para a cruz:
8  Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8).
E os cidadãos do Reino do Céu não devem esquecer esta sua triste origem:
3  Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros.
4  Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos,
5  não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo,
6  que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador,
7  a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna (Tt 3.3-7).
A maior expressão da misericórdia de Jesus é o seu sacrifício na cruz pelos pecadores, mas ela também é expressa no Seu interesse, sem egoísmo, por um mundo pecador e sem atrativos, totalmente perdido. Foi o que Jesus expressou quando:
36  Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor (Mt 9.36).
A misericórdia é uma força motora na pregação do Evangelho. Ser misericordioso é ir ao encontro das necessidades das pessoas. Não apenas sentir compaixão, mas demonstrar compaixão. É dar comida ao faminto, conforto ao aflito, carinho ao rejeitado, perdão para o pecador, companhia ao solitário.
Esta compaixão não é inspirada pelas atraentes qualidades do ofensor, mas se eleva de nosso sentido de gratidão por aquela misericórdia que Deus nos tem mostrado. E exercer misericórdia com os necessitados é uma graça que Deus nos dá em vez de um favor que fazemos às pessoas, porque compaixão é um dom de Deus. É algo somente possível para alguém que nasceu de novo. O homem natural não consegue entender o que é ser misericordioso, porque antes de alguém poder demonstrar misericórdia ele precisa recebê-la. Somente quem já experimentou a misericórdia de Deus pode demonstrá-la a seu semelhante.
2 – COMO SER MISERICORDIOSO
Há muitas maneiras de demonstrar misericórdia. A vida nos oferece muitas ocasiões para isso. Só precisamos ficar atentos e ter o coração disposto a isso.
A – Devemos ser misericordiosos com aqueles que já estão feridos
Jesus não esmaga a cana quebrada. É fácil bater em quem já está caído. É fácil pisar naqueles que já estão no chão. Os escribas arrastaram uma mulher e jogaram-na aos pés de Jesus. Eles queriam que ela fosse apedrejada. Mas Jesus em vez de condená-la, perdoou-a e restaurou-a.
Certamente, a melhor maneira de demonstrar misericórdia é por meio de atos concretos. Jesus enfatizou isso quando contou a parábola do bom samaritano. Devemos lembrar que esta parábola foi contada para responder a uma pergunta:
25  E eis que certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna (Lc 10.25)?
Em resposta veio um princípio:
27  A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Lc 10.27).
O princípio de amar ao próximo. Surge, então, uma nova pergunta:
29  Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo (Lc 20.29)?
E Jesus conta a parábola para responder ambas as perguntas.
30  Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto.
31  Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo.
32  Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo.
33  Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele.
34  E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele.
35  No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar.
36  Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?
37  Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo (Lc 10.30-37).
A atitude que o samaritano tomou é uma atitude de quem é misericordioso. As ações daquele samaritano exemplificam perfeitamente o que é misericórdia e como agir com misericórdia, ele pegou o judeu caído, ferido e tratou dele. Isso é misericórdia.
Esta lição de misericórdia foi um tapa na cara dos ouvintes de Jesus. Observe que Ele usou um conceito da lei e a figura de religiosos dessa lei, um levita e um sacerdote, sendo que nenhum deles demonstrou misericórdia, ou seja, amor ao seu próximo, o que implica em desobediência à lei, enquanto que o que veio demonstrar obediência e misericórdia foi uma figura nada bem vista pelo judeu: um samaritano.
B – Devemos ser misericordiosos com os necessitados
Podemos demonstrar misericórdia tendo piedade das pessoas. O salmista também ensina o princípio da bem-aventurança dos misericordiosos:
1  Bem-aventurado o que acode ao necessitado; o SENHOR o livra no dia do mal.
2  O SENHOR o protege, preserva-lhe a vida e o faz feliz na terra; não o entrega à discrição dos seus inimigos.
3  O SENHOR o assiste no leito da enfermidade; na doença, tu lhe afofas a cama (Sl 41.1-3).
Quando Jesus falou sobre o grande julgamento de Deus, Ele disse que acusará algumas pessoas naquele dia porque não demonstraram misericórdia. E Ele diz o porque:
42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;
43 sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me.
44 E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos?
45 Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer (Mt 25.42-45).
É onde vemos que misericórdia não um mero sentimento, mas atitudes a serem tomadas. Um irmão, cujo carro teve problemas mecânicos já tarde da noite, pensou em telefonar a um irmão para pedir ajuda. Ligou e, depois de relatar sua situação, ouviu o seguinte: Tudo bem, meu irmão. Estarei aqui orando para que seu problema seja resolvido e você seja socorrido. Precisamos pensar em misericórdia principalmente em termos de atos concretos. Isso não quer dizer que orar por uma pessoa não o seja, certamente o é, mas de nada adianta orar por alguém se tem a chance de, além de orar, ajudá-lo e nada faz para isso.
C – Devemos ser misericordiosos com aqueles que nos ofendem
Um jeito de ser misericordioso é ser tolerante para com os outros. Podemos ser misericordiosos perdoando aos que nos ofendem. Quando nos recusamos a perdoar alguém, não estamos sendo piedosos e deixamos de ser bem-aventurados e de receber misericórdia. Jesus teve piedade das pessoas que o crucificaram, daqueles que o ofendeu com tantas injustiças:
34 Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes (Lc 23.34).
O misericordioso perdoa as ofensas. Ele não registra mágoas. Ele não guarda rancor. Ele não armazena ira. Ele perdoa. Ele vence o mal com o bem. Jesus expressou esse perdão muito bem em outra parábola, a do credor incompassivo. Recebemos de Deus o perdão pelas muitas ofensas que cometemos contra Ele, da mesma forma devemos expressar este perdão ao próximo sempre que necessário.
D – Devemos ser misericordiosos advertindo os pecadores e chamando-os ao arrependimento
Outro modo de demonstrar misericórdia é avisar as pessoas sobre o risco que correm quando cometem erros. Avisar alguém sobre a possível consequência de um ato impensado é uma grande demonstração de compaixão. Falar aos homens a tenebrosa condição em que se encontram em seus pecados é um profundo ato de misericórdia.
Nesse sentido, falar de Jesus para as pessoas é a maior demonstração de misericórdia que existe, pois a conversão as livrará da condenação da morte e do inferno. Esquivar-se disso é demonstrar completa falta de sensibilidade e absoluto desinteresse pelas almas que estão a cada dia mais próximas da perdição.
3 – O RESULTADO DE SER MISERICORDIOSO
Ser misericordioso não é nada fácil, não é mesmo? É uma das atitudes que pensamos não trazer recompensa. A maioria das pessoas que ajudamos não nos dão qualquer retorno. Um bom exemplo disso pode ser encontrado na vida dos pais. Muitos educam seus filhos com todo carinho e dedicação. Será que recebem a devida gratidão pelo que fizeram? Muitas vezes não! Mas sabe por que vale a pena ser misericordioso? Porque há um Deus que sabe recompensar e punir. E esse Deus promete misericórdia aos misericordiosos.
A – Receber de Deus o que foi dado aos outros
O resultado de ser misericordioso é receber misericórdia. Receberemos de Deus exatamente o que demos aos outros. Manifestamos aos outros misericórdia e de Deus receberemos misericórdia. É possível que talvez alguém que você tenha ajudado alguma vez se disponha a ajudá-lo quando você precisar, mas não são os homens que vão nos recompensar com misericórdia e sim Deus. O misericordioso abre as torneiras celestiais sobre a sua cabeça. Ele abre os celeiros do céu para abastecer a sua própria alma.
Jesus nos ensina que não devemos fazer o bem para as pessoas esperando que elas nos recompensem. Devemos fazer o bem a elas sem esperar nada em troca. Nesse sentido, Ele disse que alguém que fizesse o bem apenas aos amigos não estava fazendo nada de extraordinário.
46 Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?
47 E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo (Mt 5.46,47)?
Jesus deixou isso claro quando nos ensinou a orar:
12 E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores (Mt 6.12).
Ele ensinou isso também bem claramente na parábola do credor incompassivo:
32 Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste;
33 não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti (Mt 18.32,33)?
Se recebemos de Deus uma ilimitada misericórdia por Ele ter cancelado nossos impagáveis débitos por causa de nossos pecados, como poderemos não ser misericordiosos com os outros? Assim, se não perdoarmos, não podemos esperar o perdão; se não formos misericordiosos, não podemos esperar misericórdia. Extraordinário é ajudar alguém que não gosta de você e alguém de quem você não espera nada em troca. Ainda podemos entender que quem não é misericordioso, não pode esperar misericórdia.
B – Receber de Deus recompensas nesta vida e no porvir
A Bíblia ensina que o misericordioso é abençoado tanto nesta vida quanto será no porvir.
1  Bem-aventurado o que acode ao necessitado; o SENHOR o livra no dia do mal.
2  O SENHOR o protege, preserva-lhe a vida e o faz feliz na terra; não o entrega à discrição dos seus inimigos.
3  O SENHOR o assiste no leito da enfermidade; na doença, tu lhe afofas a cama (Sl 41.1-3).
5  Ditoso o homem que se compadece e empresta; ele defenderá a sua causa em juízo;
6  não será jamais abalado; será tido em memória eterna (Sl 112.5,6).
25  A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado (Pv 11.25).
26  É sempre compassivo e empresta, e a sua descendência será uma bênção (Sl 37.26).
17  Quem se compadece do pobre ao SENHOR empresta, e este lhe paga o seu benefício (Pv 19.17).
O misericordioso ajuda os outros a viver e Deus lhe preserva a vida. A quinta bem-aventurança ensina que a misericórdia para o homem não vem do homem, mas sim de Deus. Deus é o sujeito da quinta bem-aventurança tanto quanto de todas as outras. É Ele quem dá o Reino dos céus aos humildes de espírito, o consolo aos que choram, a terra aos mansos, a satisfação aos que têm fome e sede de justiça, e misericórdia aos misericordiosos.
Conclusão
Quando nós somos misericordiosos, vemos o ciclo da misericórdia de Deus.  Deus é misericordioso conosco por nos ter salvado por meio de Cristo. Em obediência, nós somos misericordiosos com os outros e, então, recebemos ainda mais da misericórdia divina sobre as nossas vidas.
De forma alguma devemos pensar que seremos salvo porque somos piedosos. Salvação é pela graça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo. Nós não somos salvos por nossas ações, mas porque recebemos a misericórdia de Deus. Ser misericordioso não é causa da nossa salvação, mas podemos dizer que é uma prova dela.
Não devemos deixar de cuidar dos outros, pois se formos piedosos com os outros, Deus sempre será misericordioso conosco. Ele é a fonte de toda misericórdia. Somos bem-aventurados se obedecermos à Palavra do Senhor e se não negarmos aos outros aquilo que temos recebido largamente de Deus. Precisamos ter a consciência despertada para a importância de sermos misericordiosos e nos incentivarmos a buscarmos essa prática. Que Deus assim nos abençoe e nos faça praticantes da misericórdia! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.
 

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