Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A MARCA DA VIDA

4  Moisés disse: Assim diz o SENHOR: Cerca da meia-noite passarei pelo meio do Egito.
5  E todo primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que se assenta no seu trono, até ao primogênito da serva que está junto à mó, e todo primogênito dos animais.
6  Haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve, nem haverá jamais;
7  porém contra nenhum dos filhos de Israel, desde os homens até aos animais, nem ainda um cão rosnará, para que saibais que o SENHOR fez distinção entre os egípcios e os israelitas.
8  Então, todos estes teus oficiais descerão a mim e se inclinarão perante mim, dizendo: Sai tu e todo o povo que te segue. E, depois disto, sairei. E, ardendo em ira, se retirou da presença de Faraó.
9  Então, disse o SENHOR a Moisés: Faraó não vos ouvirá, para que as minhas maravilhas se multipliquem na terra do Egito.
10  Moisés e Arão fizeram todas essas maravilhas perante Faraó; mas o SENHOR endureceu o coração de Faraó, que não permitiu saíssem da sua terra os filhos de Israel.
1  Disse o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito:
2  Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano.
3  Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família.
4  Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número das almas; conforme o que cada um puder comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro.
5  O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito;
6  e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde.
7  Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem;
8  naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão.
9  Não comereis do animal nada cru, nem cozido em água, porém assado ao fogo: a cabeça, as pernas e a fressura.
10  Nada deixareis dele até pela manhã; o que, porém, ficar até pela manhã, queimá-lo-eis.
11  Desta maneira o comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa do SENHOR.
12  Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR.
13  O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito.
14  Este dia vos será por memorial, e o celebrareis como solenidade ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.
15  Sete dias comereis pães asmos. Logo ao primeiro dia, tirareis o fermento das vossas casas, pois qualquer que comer coisa levedada, desde o primeiro dia até ao sétimo dia, essa pessoa será eliminada de Israel.
16  Ao primeiro dia, haverá para vós outros santa assembléia; também, ao sétimo dia, tereis santa assembléia; nenhuma obra se fará nele, exceto o que diz respeito ao comer; somente isso podereis fazer.
17  Guardai, pois, a Festa dos Pães Asmos, porque, nesse mesmo dia, tirei vossas hostes da terra do Egito; portanto, guardareis este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo.
18  Desde o dia catorze do primeiro mês, à tarde, comereis pães asmos até à tarde do dia vinte e um do mesmo mês.
19  Por sete dias, não se ache nenhum fermento nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado será eliminado da congregação de Israel, tanto o peregrino como o natural da terra.
20  Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações, comereis pães asmos (Ex 11.4-20).

Introdução

O que é uma marca? Para que ela serve? Marca é a representação simbólica de uma entidade, algo que permite identificá-la de um modo imediato. Uma marca pode ser um signo, um símbolo ou um ícone qualquer, até mesmo uma simples palavra pode representar uma marca. Comercialmente, a marca é um “sinal que serve para distinguir os produtos ou serviços de uma empresa dos outros de outras empresas”. Marca também significa propriedade, os fazendeiros costumam marcar suas reses com sua marca de identificação, significando que aquele animal lhe pertence. Uma marca também serve para identificação, os cristãos antigos se identificavam com a figura de um peixe; era um sinal secreto.
No texto que lemos temos o registro de uma marca. Que marca era essa? Era um desenho? Um símbolo? Uma palavra? Não sabemos. Mas sua importância era vital, pois representava viver. Esta marca era a instituição da Páscoa do Senhor e hoje vamos fazer uma analogia entre esta instituição e a Páscoa que comemoramos hoje: a morte e a ressurreição de Cristo.

1 – A PASSAGEM DA MORTE

Por que celebrar a Páscoa? Por que sacrificar um cordeiro? Por que a marca com o sangue do cordeiro? Porque o anjo da morte iria passar para matar e mataria a todo primogênito que não estivesse marcado com o sangue.

A – A abrangência da morte

4  Moisés disse: Assim diz o SENHOR: Cerca da meia-noite passarei pelo meio do Egito.
5  E todo primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que se assenta no seu trono, até ao primogênito da serva que está junto à mó, e todo primogênito dos animais.

Em se tratando do Egito, local onde o Anjo da morte passaria, podemos dizer que a morte era universal, ou seja, alcançaria a todos, desde a família de Faraó, passando pelos seus servos e indo até mesmo aos animais; ninguém, nenhum primogênito escaparia da morte. Encontramos esta mesma semelhança no pecado de Adão. A Bíblia diz que:

12  Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5.12).

Quando Adão pecou, todos nós pecamos com ele, quando Adão morreu, todos nós morremos com ele. Veja mais estes versos:

14  ... reinou a morte ... mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão.
15  ... pela ofensa de um só, morreram muitos.
16  ... somente um pecou.
17  ... pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte.
18  ... por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação.
19  ... pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores (Rm 5.14-19).

De forma que, se você é descendente de Adão, a morte lhe alcançou. E mesmo que você seja contra com o que Adão tenha feito, você não tem escolha, a morte lhe alcançou mesmo assim, pois a Bíblia diz que:

23  pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.23).

B – O poder da morte

6  Haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve, nem haverá jamais;

O que está acontecendo aqui? Ou melhor, o que vai acontecer? Deus vai fechar a cortina das dez pragas do Egito com a morte dos primogênitos. Era a última praga, a palavra final de Deus, depois disso Israel seria libertado do Egito.
A praga era sobremodo terrível! E assim é a morte! Terrível! Obscuro! Desastrosa! Ela significa separação, não uma separação amigável, com direito a despedida, mas uma separação brusca, inesperada, com conseqüências extremamente tristes. Haveria um grande clamor por toda a terra do Egito pela passagem da morte.
Quando Adão pecou a morte entrou na humanidade. Quando Adão pecou ele morreu e nós morremos com ele. Primeiro espiritualmente, pois o homem não podia mais se encontrar com Deus no Jardim do Éden, depois fisicamente e Adão se separou de entes queridos através da morte. A conseqüência de seu pecado foi a morte:

12  Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.
23  porque o salário do pecado é a morte (Rm 5.12; 6.23).

A última praga do Egito foi a morte e da mesma forma ela será o último inimigo a cair por terra na volta de Cristo:

24  E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder.
25  Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés.
26  O último inimigo a ser destruído é a morte (1 Co 15.24-26).

Deus fechará as cortinas dessa era com a destruição da morte.

C – O livramento da morte

7  porém contra nenhum dos filhos de Israel, desde os homens até aos animais, nem ainda um cão rosnará, para que saibais que o SENHOR fez distinção entre os egípcios e os israelitas.

Israel não seria atingido pela morte. O anjo da morte não levantaria sua mão contra Israel. Da mesma forma aquele que crê em Cristo não sofrerá os danos da morte.
Jesus venceu a morte quando morreu e ressuscitou. Alguns já haviam ressuscitado antes de Cristo e outros ressuscitaram depois de Cristo, mas todos eles ressuscitaram para morrer de novo, somente Cristo ressuscitou para nunca mais morrer, porque Ele venceu a morte:

9  sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele (Rm 6.9).

A ressurreição de Jesus é a nossa segurança. O corpo glorificado de Jesus é a nossa certeza de que também teremos um corpo glorificado, um corpo que não morre mais. Jesus foi nosso “test drive”, o que sucedeu a Ele também se sucederá conosco.

54  E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória ( 1 Co 15.54).

Israel foi libertado da morte no Egito. A Igreja de Deus será libertada da morte na vinda do Noivo para as festas das bodas do Cordeiro de Deus.

2 – O sacrifício do Cordeiro

3  Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família.
6  e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde.

A morte não atingiria a Israel, mas era necessário fazer alguma coisa para que isso acontecesse; havia um ritual sagrado a ser seguido e Deus passa, então, a falar o que e como Israel deveria fazer para ser libertado da visitação do anjo da morte.

A – A substituição do primogênito pelo cordeiro

3  ... cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família.

Não morreria nenhum primogênito das famílias de Israel, não haveria nenhum pranto, nenhum clamor entre Israel, mas para isso teria que morrer um cordeiro para cada família; um cordeiro teria que ser sacrificado por cada família em Israel. O cordeiro morreu para salvar o primogênito da família, o cordeiro morreu no lugar do primogênito.
O anjo da morte visitou o Egito e nenhum cordeiro foi morto por nenhum primogênito egípcio e por isso nenhuma família egípcia deixou de chorar pela morte de seu primogênito; não houve nenhuma substituição.

B – A condição para o cordeiro ser o substituto

5  O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; ...

Um inocente cordeiro morreria no lugar do primogênito, mas não podia ser qualquer cordeiro, ele tinha que ser um macho, deveria ter apenas um ano e não podia ter nenhum defeito. Esta condição prefigurava a santidade de Cristo.

C – A prefiguração do Sacrifício de Cristo

Todo este ritual estava prefigurando o Sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. Aquela cruz era para mim e para você, mas Jesus a tomou em nosso lugar e a manchou com seu sangue inocente. Quando João Batista viu a Jesus pela primeira vez disse:

29  ... Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! (Jo 1.29)

Jesus era humano como qualquer um de nós, mas nunca pecou. Era santo e inocente e por isso podia substituir a humanidade e se sacrificar por ela.

18  Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; ... (1 Pd 3.18)

3 – O sangue que salva

7  Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem;
12  Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR.
13  O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito.

Além do sacrifício do cordeiro, ainda deveria ser feito uma outra coisa, o sangue do cordeiro deveria ser usado para marcar as casas pelas quais o cordeiro foi morto.

A – A proteção do sangue do cordeiro

7  Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem;

Se alguma família fosse pequena e não conseguiria comer um cordeiro ela deveria se unir com uma outra família de pequeno porte e dividir o cordeiro, mas deveria passar a noite na casa marcada pelo sangue do cordeiro, não deveria ter ninguém em sua casa, porque o anjo da morte entraria em toda casa em que não havia a marca do sangue do cordeiro.
Isso significa que a distinção estava no sangue, a proteção estava no sangue e não no fato de ser israelita, se fosse israelita, mas não houvesse a marca do sangue do cordeiro, a morte o alcançaria.

B – A aceitação do sacrifício do cordeiro

13  ... quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito.

Porque o sacrifício foi aceito, o inocente cordeiro foi aceito, o seu sangue foi aceito, a sua substituição foi aceita e o primogênito foi salvo.

C – A eficácia do Sangue de Cristo

Em Cristo nós somos protegidos e amparados. A Bíblia nos diz que:

18  Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca (1 Jo 5.18).

Estamos seguros nas mãos do Cordeiro de Deus que foi morto lá na cruz do Calvário. Depois da Páscoa, muitos outros cordeiros tiveram que morrer pelos pecados do povo, pois o sacrifício do cordeiro era ineficiente para salvar gerações vindouras e até mesmo remir pecados posteriores ao seu sacrifício, mas o sacrifício de Cristo foi eficaz e nunca mais foi necessário a morte de outro cordeiro. A Bíblia nos diz que:

11  Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação,
12  não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.
13  Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne,
14  muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! (Hb 9.11-14)

23  Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores.
24  Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus;
25  nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio.
26  Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado.
27  E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo,
28  assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação b 9.23-28).

Conclusão

A instituição da Páscoa prefigurava o sacrifício de Cristo, tudo representava o Cordeiro de Deus que viria ao mundo, morreria na cruz do Calvário e ressuscitaria no terceiro dia. Ele nos substituiu na cruz e nele temos toda segurança, porque Jesus venceu a morte quando ressuscitou. Seu sacrifício foi aceito pelo Pai e nele somos salvos e livres da ira de Deus.

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

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