Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

segunda-feira, 16 de março de 2015

AS ESCRITURAS SAGRADAS COMO BASE

14  Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste
15  e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.
16  Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,
17  a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.
1  Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino:
2  prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.
3  Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos;
4  e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (2 Tm 3.14 – 4.4).

INTRODUÇÃO

A cultura ocidental tem passado por muitas fases nos últimos tempos. Grandes invenções e descobertas dos séculos recentes levaram o ser humano a pensar que a razão humana era o máximo e que não precisamos de Deus. Para conhecer a verdade só tínhamos de apelar à razão. Ao ver que a razão não era tudo o ser humano passou a apelar para a emoção e só aceitar como verdade aquilo que os seus sentidos experimentavam. Mas a emoção também não é tudo e chegamos ao século atual com uma proposta de demolir as propostas anteriores.
Não se pode confiar nem na razão humana nem nas emoções para conhecer a verdade por um motivo simples: A filosofia da moda diz que verdade não existe e que se pode até mesmo inventar uma, quem quiser. Diante disso tudo pode-se dizer que vivemos um colapso de significado, pois dizem não existir absolutos porque tudo é relativo, quer dizer, só é verdade até certo ponto, dependendo da ótica que se olha. Dessa forma, o homem tem uma visão distorcida do mundo, de si mesmo e principalmente de Deus, fatos que se tornam parte de sua cosmovisão.

1 – O CONCEITO DISTORCIDO PÓS-MODERNISTA

A pós-modernidade é definida por muitos autores como a época das incertezas, das fragmentações, das desconstruções, da troca de valores. Age-se de acordo com o momento e com a conveniência. Pegar um atalho tornou-se uma prática comum.
A cultura modernista e racionalista rejeita a Bíblia como verdade por achar que ela está cheia de erros e não pode ser comprovada cientificamente. No pós-modernismo, cada um aceita o que quer, sem comprovação nenhuma.
O mundo pluralista fala da verdade em termos vagos e não concretos. Hoje em dia é politicamente correto relativizar tudo com afirmações como: a minha verdade não é a sua verdade. Tal afirmação reflete o descaso do homem moderno para com Deus e a Sua Palavra.

A – A negação de uma verdade absoluta

O evangelho do pós-modernismo diz que não existe uma coisa chamada verdade. As implicações desta forma de pensar e de ver o mundo são muito amplas e afetam a todos os setores da sociedade, inclusive a Igreja. Isso porque desde a classe elitizada até as populações mais pobres encontramos essa maneira distorcida de ver o mundo.
O fato é que isso quer dizer que, se não existe uma verdade absoluta, não existe nada que seja totalmente errado. Então, ninguém pode apontar o erro de ninguém, porque, na verdade, não existe erro algum.
O pensamento pós-modernista rejeita o Cristianismo, não por achar que ele não seja verdadeiro, mas exatamente porque o Cristianismo se apresenta como a verdade. E nossa sociedade não tolera isso.

B – A relativização da verdade

É interessante pensar que as pessoas sempre cometeram pecados. Mas houve um tempo em que pelo menos esses pecados eram reconhecidos como pecados. Se alguém cometesse um adultério 50 anos atrás, essa pessoa tinha consciência de que estava fazendo algo errado. Mas hoje essa consciência está desaparecendo. A consciência do ser humana está cauterizada.
O comportamento imoral continua e não há critérios morais. Dessa forma não há como dizer que isto está certo e aquilo errado. Enfrentamos não somente um colapso moral, mas também um colapso de significado: Não existe uma verdade absoluta, tudo é relativo, pois só é verdade até certo ponto, dependendo do ângulo que se olha.
E se você acha que isso tudo não influencia em nada a Igreja está enganado, pois até mesmo muitos crentes têm relativizado a verdade com suas desobediências e rebeldias. O autor do livro “Reforma hoje” comenta que:
Tudo isso já seria suficientemente trágico se tais tendências configurassem a consciência do mundo, mas não da igreja.
Mas essas tendências invadiram a Igreja. A verdade tem sido rejeitada dentro da própria Igreja. A doutrina é continuamente posta de lado para que todos possam se encaixar. A ausência de precisão doutrinária e de pregação verdadeiramente bíblica caracteriza a época atual. O que se ouve muitas vezes hoje não é a exposição da Palavra de Deus, mas como diz o autor do livro acima:
Mensagens de motivação, suavizantes terapias para o eu e fórmulas para a saúde, prosperidade, integração pessoal, harmonia celeste, etc.
Os indivíduos procuram credos menos comprometidos e mais animados, pois o homem pós-moderno pensa mais na expansão da mente do que na salvação da alma.

C – O desprezo pela verdade

Convivemos ainda com o pragmatismo, que ensina que os princípios não são importantes, mas somente se algo funciona. E essa filosofia dá o mesmo tratamento à verdade. William James, um de seus mais famosos filósofos, afirma que:
A verdade é o conveniente com relação ao saber. Uma afirmação é considerada verdade se traz os resultados certos. É o conveniente confirmado pela experiência futura.
Note que o importante nesse conceito são os resultados e não se a preposição apresentada é falsa ou verdadeira. Se algum bom resultado é produzido, mesmo a afirmação sendo falsa pode tornar-se verdadeira.
Chegamos ao ponto em que a sociedade passou a exaltar a mentira, sendo ela não somente aceitável pela sociedade como também necessária em muitas situações. Essa apologia da mentira é, ela própria, mais uma mentira.
Contrastando com todos estes pensamentos, a Palavra de Deus enfatiza a objetividade da verdade. Existe verdade e também existe mentira. E nenhuma mentira procede da verdade.

21  Não vos escrevi porque não saibais a verdade; antes, porque a sabeis, e porque mentira alguma jamais procede da verdade (1 Jo 2.21).

Jesus exalta a verdade e mostra a possibilidade de ela caracterizar uma pessoa.

2 – EVIDÊNCIAS DA AUTENTICIDADE DAS ESCRITURAS SAGRADAS

São muitas as evidências da autenticidade tanto do Antigo quanto do Novo Testamento que corroboram em favor da identidade da Bíblia como a Palavra de Deus. Ela foi escrita num período muito longo, aproximadamente 1500 anos. São diversos autores, são mais de 40 homens ungidos pelo Espírito Santo e eram pessoas de todas as classes sociais, do humilde ao nobre. Desde a sua finalização, Já são quase 2 mil anos. Apesar dos milênios, ela continua na sua forma original. Com certeza é a mão do Senhor na sua preservação.

A – A evidência da sua unidade

A Bíblia não possui uma unidade superficial, mas profunda. Quanto mais profundamente a estudamos, mais completa essa unidade se nos revela. É legítimo procurar a origem e o caráter de uma obra escrita por meio do exame de seu conteúdo. A Bíblia revela unidade e consistência espantosas quanto ao seu conteúdo, levando-se em conta a grande diversidade em sua composição.
O conjunto foi escrito em um período de aproximadamente quinze séculos, por mais de 40 autores diferentes, provenientes de várias classes sociais – políticos, pescadores, agricultores, médicos, reis, etc. Cada um deles escreveu em diferentes locais – palácios, prisões, navios, viagens, exílios, entre outros lugares. Seus textos variavam entre relatos históricos, genealogias, legislações, poesias, profecias e cartas epistolares.
Cada um de seus autores possuía antecedentes únicos em sua constituição como pessoas, carregando suas escritas com experiências, virtudes e fraquezas pessoais. Escreveram em três idiomas diferentes – hebraico, aramaico e grego, e trataram de centenas de temas. Ainda assim, diante de tão grande diversidade, seus escritos combinados formam entre si um todo homogêneo e consistente, que aponta para o relacionamento entre Deus e a humanidade. O salmista explica esta unidade quando diz:

96  Tenho visto que toda perfeição tem seu limite; mas o teu mandamento é ilimitado (Sl 119.96).

Sua unidade se explica pelo fato dela ter a sua origem no coração do Senhor e segundo o Espírito Santo foi revelada a homens consagrados.

20  sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação;
21  porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo (2 Pd 1.20-21).

A Bíblia é auto-suficiente, ela se explica em suas próprias paginas, sendo desnecessária qualquer outra literatura para fazer-se entender. Ela é completa e suficiente para nos guiar sem erros em direção à salvação pela fé.

23  Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida (Pv 6.23).
A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices.
10  São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos (Sl 19.7,10).
140  Puríssima é a tua palavra; por isso, o teu servo a estima.
160  As tuas palavras são em tudo verdade desde o princípio, e cada um dos teus justos juízos dura para sempre (Sl 119.140, 160).
105  Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos (Sl 119.105).

O estudo da revelação, inspiração e iluminação da Bíblia ensina ao homem como a verdade de Deus pôde ser transmitida sem erro, por homens falíveis, e de como o Deus eterno abre o entendimento para que os homens compreendam a verdade.

B – A evidência da sua influência

A Bíblia exerce uma influência marcante sobre toda a sociedade, e isso se comprova factualmente, pois ela já foi impressa, no todo ou em parte, em mais de dois mil idiomas (a ONU afirma que atualmente existem 3 mil idiomas ou dialetos falados no mundo), se tornando o livro mais difundido e lido na história da Terra. Os princípios revelados pelas Escrituras serviram para a formulação de todo o sistema legal das nações modernas. Thiessen disse:
a Bíblia… produziu os resultados supremos em todas as profissões existentes na vida humana. Tem inspirado sublimemente as artes, a arquitetura, a literatura e a música… Não há livro que se compare a ela na sua influência benéfica sobre a raça humana.
Cada porção das Escrituras revela um padrão ético e moral que supera em muito os padrões esperados de homens e mulheres comuns. O foco da ética e moralidade bíblicas não se atém apenas ao que a pessoa faz, mas ao que a pessoa é.
Apesar de sua influência mundial, a Bíblia é um livro especifico para o povo de Deus. O ímpio a encara como mais uma literatura e não dão a devida credibilidade às suas informações. Ela foi escrita para os eleitos! E para aceitá-la é necessário crer integralmente em suas informações. É um livro de fé, para um povo de fé.
Explicá-la é praticamente desnecessário. Entendê-la, não depende de uma boa formação cultural, de sabedoria, ou mesmo dominar sua língua original. Na verdade apenas se aceita seus princípios, sem questioná-los! Ela é a única fonte reveladora de Deus, Sua vontade e propósitos para Seus filhos. Aos que querem viver em comunhão com Deus precisam conhecê-la e meditar em suas verdades.

C – A evidência de sua preservação ao longo dos séculos

Em muitas épocas foi intentada a destruição da Bíblia ou a sua leitura foi proibida à população, contudo, nenhuma delas obteve êxito em sua extinção. E ainda levando-se em conta que durante muitos séculos ela foi copiada manualmente, grande era a probabilidade de ela ter desaparecido. Um célebre filósofo, chamado Voltaire predisse que “dentro de cem anos, o Cristianismo desapareceria”. Cinquenta anos depois da sua morte, ocorrida em 1778, a Sociedade Bíblia de Genebra estava usando o seu prelo e a sua casa para produzir grandes pilhas de Bíblias, conforme relata Sidney Collett.
A Bíblia é totalmente relacionada à natureza complexa do ser humano, tratando de todas as áreas inerentes à sua vida. Ainda que tenha sido escrita há milhares de anos atrás, a Bíblia continua atendendo às necessidades de cada geração. As Escrituras dirigem continuamente aquele que as lê em direção ao Deus verdadeiro, lhe possibilitando um encontro pessoal e transformador com Ele.

3 – AS ESCRITURAS SAGRADAS SÃO A FONTE DA COSMOVISÃO CRISTÃ

A cosmovisão cristã tem como fonte de suas crenças a Bíblia, a revelação de Deus, porque ela nos apresenta valores absolutos, padrões perfeitos e limites. Também nela encontramos as virtudes procedentes de Deus e que devem estar presentes na vida dos seus servos. Isso é muito importante, porque a ausência de valores absolutos leva, por exemplo, a visão humanista a suprimir a verdade.
Além de a Bíblia fornecer a visão do próprio Criador a respeito da realidade e do bem, tê-la como base evita os desvios próprios do coração influenciado pela contaminação do pecado. Razões fundamentais para que a cosmovisão cristã recorra a ela como fonte absoluta de suas crenças.

A – A objetividade das Escrituras Sagradas

A cosmovisão cristã busca suas respostas nas Escrituras Sagradas em função de sua objetividade e nelas aprende que o propósito de toda a existência do homem e de toda a criação é a glória de Deus. A Bíblia foi escrita para nossa instrução e conhecimento e é direcionada a todos os homens. Estes, porém, não devem subtrair ou adicionar nada ao seu conteúdo.

4  Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança (Rm 15.4).
25  Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos,
26  e que, agora, se tornou manifesto e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno, para a obediência por fé, entre todas as nações,
27  ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém (Rm 16.25-27)!
Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando (Dt 4.2).
32  Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás, nem diminuirás (Dt 12.32).

A finalidade principal dos ensinamentos de Deus é regenerar, vivificar, iluminar, santificar, produzir fé, conceder esperança, levar à obediência, purificar, dar crescimento, edificar, aconselhar, consolar e alegrar. O autor de Hebreus diz:

12  Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração (Hb 4.12).

No entanto, os ensinamentos da Bíblia serão verdadeiramente entendidos apenas por aqueles que se deixam envolver pelo Espírito Santo. Os demais, que não possuem o Espírito, não conseguem entendê-la ou aceitá-la e a sua ignorância os leva ao erro. O Senhor Jesus e o Espírito Santo nos capacitam a entendê-la e a aceitá-la sem questionamentos. E os homens que foram transformados em novas criaturas devem observar seus ensinamentos e aceitá-los. A Bíblia é fonte de vida e crescimento na comunhão com Deus. Ela mesma nos diz:

16  Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração (Cl 3.16).
28  Ele, porém, respondeu: Antes, bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam (Lc 11.28)!

Os homens que continuam a viver segundo a carne, impulsionados pelo maligno, são inimigos da Palavra e para estes os seus ensinamentos são nulos, rejeitados e não são obedecidos. A Bíblia, objetivamente, nos adverte à obediência:

21  Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma.
22  Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
23  Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural;
24  pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.
25  Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar (Tg 1.21-25).

A Bíblia deve ser observada e seus ensinamentos praticados no dia-a-dia. A meditação em suas verdades nos aproxima e nos faz semelhantes ao Criador.

B – A veracidade das Escrituras Sagradas

Olhe o diálogo entre Pilatos e Jesus quando este foi levado diante dele pelas autoridades judaicas:

33  Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus?
34  Respondeu Jesus: Vem de ti mesmo esta pergunta ou to disseram outros a meu respeito?
35  Replicou Pilatos: Porventura, sou judeu? A tua própria gente e os principais sacerdotes é que te entregaram a mim. Que fizeste?
36  Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.
37  Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz (Jo 18.33-37).

Então Pilatos perguntou em um tom de descaso:

38  Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? Tendo dito isto, voltou aos judeus e lhes disse: Eu não acho nele crime algum (Jo 18.38).

Mas não esperou qualquer resposta de Jesus. Ele não acreditava que Jesus lhe desse uma resposta à sua pergunta, talvez, por não acreditar que a verdade realmente existisse, pelo menos não uma verdade absoluta. Então, poderíamos dizer que Pilatos, um habitante do primeiro século, expressou uma maneira de pensar amplamente aceita hoje. Se Pilatos esperasse, talvez Jesus lhe desse uma resposta clara, como já havia feito antes:

6  Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6).

Esta sim é uma verdade absoluta. E o que é esta verdade? É a Palavra de Deus! Na oração sacerdotal Jesus estava orando ao Pai pelos discípulos. Era uma oração de despedida. Sabendo o que lhe aconteceria no dia seguinte, Jesus orou ao Seu Pai, pedindo-lhe que cumprisse aquilo que já estava determinado. Jesus pediu principalmente proteção para seus discípulos, pois, em breve, teria que deixá-los. Ele confiava que a Palavra que lhes havia ensinado era a maior proteção deles, pois era a Verdade.

14  Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou.
15  Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.
16  Eles não são do mundo, como também eu não sou.
17  Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade (Jo 17.14-17).

Não poderia haver resposta melhor à pergunta de Pilatos. Que é a verdade? A Palavra de Deus é a Verdade. Sim, existe uma verdade e ela é absoluta! Ela é o ensino de Jesus a respeito do Pai e de Seu Reino.

3  E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste (Jo 17.3).

Portanto, a verdade é a Palavra de Deus a respeito da salvação. Esta salvação somente pode ser alcançada quando se conhece o Pai e o Filho. Ela é a revelação de Deus aos homens sobre como podem ser salvos. Essa revelação está em nossas mãos em forma descritiva: A Bíblia, a Palavra de Deus. Ela é a Palavra infalível de Deus. E essa Palavra nos revela Deus, Seus atributos, Seu plano eterno e imutável e todos os meios pelos quais podemos viver e agradá-Lo.

C – A rejeição das Escrituras Sagradas

O mundo odeia a verdade porque é difícil vivê-la. O mundo odeia a verdade porque odeia a Deus. O mundo odeia a verdade porque ela não faz parte nem pactua com este mundo mentiroso, hipócrita e imoral.

14  Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou.
16  Eles não são do mundo, como também eu não sou (Jo 17.14,16).

Jesus está revelando algo muito interessante com respeito à verdade e é algo que se refere a Ele e a nós também: O fato de não ser deste mundo e, por consequência, ser odiado por ele.
Um cristão de verdade é amoroso, pacífico e perdoador. Os obedientes às palavras de Jesus são abnegados, mansos e bons. A sabedoria comum diz que não é natural odiar quem lhe ama. Pelo contrário, as pessoas odeiam quem as agride. Então, por que os cristãos são tão odiados? Por que o mundo odeia os discípulos de Jesus? Porque eles receberam a Palavra de Deus. Portanto, não é difícil concluir que o mundo odeia a Palavra de Deus, assim como odeia os discípulos e o Seu Mestre, porque nenhum deles é deste mundo.

18  Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim.
19  Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia.
20  Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa (Jo 15.18-20).

O mundo não ouve as palavras de Jesus e as palavras de seus discípulos porque não são palavras deste mundo, mas Palavra de Deus. O mundo odeia a verdade. É perfeitamente evidente que ele prefere a mentira, porque a mentira lhe é uma coisa comum.

44  Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44).

A Igreja é odiada devido à sua missão. A missão da Igreja é muito mais do que dizer aos perdidos: “Jesus te ama”. Em termos simples, a missão da Igreja é remover dos ímpios, pela pregação do Evangelho, aquilo que lhes é mais precioso: a sua autojustificação. A missão da Igreja é mover o ímpio para uma liberdade que eles julgam ser de escravidão. A missão da Igreja é separar o homem de seus pecados malditos para uma bênção que eles vêem como uma vida de tédio e tristeza.
O mundo odeia a verdade porque ela mostra quem o homem realmente é, sua depravação, sua culpa e sua condenação. O homem não aceita a verdade porque ele não suporta olhar para a justiça eterna de Deus e enxergar a sua própria natureza maculada pelo pecado. Por isso o ser humano ataca a verdade.
Mas talvez o aspecto mais odiado pelo mundo no que concerne à verdade é o fato de que ela causa uma grande separação entre as pessoas que a aceitam e as pessoas que fogem dela. Assim, a Palavra causa uma separação entre os crentes e os não-crentes. Os crentes são separados do mundo e devem viver vida santa, e a Palavra é o instrumento pelo qual isto é possível. Esta santificação tem um objetivo. Ela é profundamente necessária na vida do crente para que ele possa cumprir a missão que Jesus lhe designou:

18  Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo (Jo 17.18).

E Jesus envia seus discípulos ao mundo santificados pela Palavra e com o objetivo de proclamarem essa mesma Palavra. Portanto, existe uma verdade, e o mundo a odeia porque ela não é do mundo, mas é de Deus. Essa verdade tem o poder de separar as pessoas tornando-as verdadeiras discípulas de Cristo, as quais são responsáveis por anunciá-lo ao mundo.

Conclusão

A nova forma de ver o mundo, que tem sido chamada de pós-modernismo, declara que não existe uma verdade absoluta, que tudo é relativo. Vimos que, se esse pensamento estivesse correto, então não existiria bem ou mal, nem justiça ou pecado. Essa forma de pensamento pode ser encontrada em todos os lugares, em todas as camadas da população. Entretanto, vimos que esta forma de pensar é completamente contrária ao que a Escritura ensina. Jesus declarou que a verdade existe. Ele é a verdade e, como consequência, a Palavra que o revela é a verdade. O mundo odeia a verdade porque ela mostra sua fraqueza, sua condenação, ao passo que santifica aqueles que crêem nela, revelando a grandeza e a majestade do caráter de Deus. Que Deus lhe abençoe! Amém!


Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

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