Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sábado, 12 de setembro de 2015

VIII – BENDITOS PELA RECONCIALIAÇÃO: BEM-AVENTURADOS OS PACIFICADORES

9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5.9).
Introdução
O nosso Deus é o “Deus da paz”. Jesus disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou”, mas o que podemos notar é que não há paz no mundo. Tivemos, no século XX, duas guerras mundiais e um incalculável número de conflitos internacionais. O número de tentativas de reconciliação não foi inferior. Neste momento, diversos conflitos armados estão acontecendo no mundo. Isto sem falar em conflitos civis, religiosos e até familiares. Os chefes de Estado israelense e palestino reúnem-se constantemente para um acordo de paz, mas não há progresso. Os conflitos no Oriente Médio não cessam. Por que será que os esforços do mundo em estabelecer a paz acabam sendo frustradas? A resposta a essa pergunta certamente é a oposição de Satanás e a desobediência do homem.
Existem na Bíblia cerca de 400 referências à paz. As Escrituras começam com paz no Jardim do Éden, porque o homem, enquanto viveu lá, viveu em paz. E a Bíblia termina com paz na eternidade, porque quando Cristo voltar, enfim estabelecerá para sempre a Sua paz. O que podemos dizer é que o pecado do homem interrompeu a paz no Jardim do Éden e, na cruz, Jesus Cristo se tornou a nossa paz, e um dia Ele virá para estabelecer o Seu Reino de paz.
Enquanto Jesus não volta somos chamados para sermos pacificadores. Ser pacificador é algo um tanto estranho para a mentalidade humana. Quando dois meninos brigam, geralmente as pessoas os separam, mas não sem antes deixar os dois trocarem alguns sopapos, o que significa uma pacificação forçada pelas circunstâncias. Isso não é ser pacificador! E o que é, então, um pacificador? Há relação entre pacificador e paz? É o que veremos em nosso primeiro tópico.
1 – O PACIFICADOR E A PAZ
É sempre interessante observar como as bem-aventuranças se encaixam. Como alguém chega a ser pacificador? Primeiro ela precisa ter consciência de sua pobreza espiritual, além de chorar por ela. Alguém que é sensível a ponto de chorar pelos pecados não pode revidar, mas ter mansidão. Ele desejará muito a justiça, sem, entretanto, abandonar a misericórdia. Tendo tudo isso, será puro de coração e, então, ser pacificador não será tão difícil, pois não buscará seus próprios interesses, mas os do Senhor. Com estas interligações, podemos definir que o mundo não sabe o que realmente significa ser um pacificador. Pacificar é buscar a paz. Por isso, vamos, primeiramente, ver o que é a paz.
A – O que é paz?
Paz não é ausência de conflito. Algumas pessoas definem paz como ausência de conflito, mas paz é muito mais do que a ausência de algo. Jesus, o príncipe da paz, não evitou os conflitos, Ele jamais deixou de denunciar o erro, o pecado, e o mataram porque Ele se recusou a aceitar uma paz a qualquer preço. Portanto, a paz não é apenas a suspensão da guerra; a paz é a criação da justiça que reúne inimigos em amor e reconciliação. É a presença da justiça que produz relacionamentos verdadeiros.
E paz também não é trégua. Há uma grande diferença entre trégua e paz. Uma trégua quer dizer que você deixou o conflito de lado apenas por um tempo, mas ele ainda existe e as batalhas podem voltar a qualquer momento. A paz vem quando o problema é resolvido e as partes se abraçam.
Paz também não é fuga do confronto. Sem confronto teremos apenas um cessar-fogo, um tempo para recarregar as armas. A paz na Bíblia nunca se esquiva dos problemas porque ela não ensina uma paz a qualquer preço. Apaziguamento não é paz porque a paz, para ser conquistada, tem um alto preço a se pagar. A nossa paz com Deus, por exemplo, custou o sangue de Cristo. Existe por aí uma espécie de paz barata, proclamada sem qualquer custo. Não devemos nos esquecer de que proclamar paz, onde não há paz, é obra do falso profeta. Mas a paz supera o problema e superar não é sublimar nem enterrar o problema vivo, porque a paz constrói uma ponte de reconciliação entre as partes envolvidas.
Paz também não é sacrifício da justiça. Nunca se procura a paz à custa da justiça. Você não conseguirá paz entre duas pessoas a não ser que elas tenham percebido o pecado, a culpa e o erro da amargura e do ódio e tenham resolvido levá-los diante de Deus e corrigi-los. Nem tampouco a paz é sacrifício da verdade. Muitos, hoje, querem a paz e a união de todos, mas enterrando a verdade. Foi nesse sentido que Jesus veio trazer não a paz, mas a espada:
34  Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada  (Mt 10:34).
Não há unidade fora da verdade. A paz com todos e a santificação precisam andar juntas:
14  Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12:14).
O ecumenismo é utopia. Não temos nenhuma ordem de Cristo para buscarmos a união sem pureza de doutrina e de conduta. Uma união barata produz uma evangelização barata. Esses são atalhos proibidos que transformam o evangelista em um mercador fraudulento, que degrada o Evangelho e prejudica a causa de Cristo. A Bíblia ordena:
14  Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas (2 Co 6.14)?
A paz nunca significa apenas a ausência de conflito. A paz inclui o bem estar geral do homem. É a libertação do mal e a presença de coisas boas. A paz é um estado de harmonia com Deus, consigo mesmo e com o próximo.
B – A necessidade da paz
O homem é um ser em conflito. Ele está em guerra com Deus, consigo mesmo e com o próximo. Por isso que a paz que saudamos hoje pode desmoronar amanhã. No mundo não há paz. Não há paz política, econômica, social ou familiar. Não temos paz em lugar nenhum porque não temos paz em nosso coração. Quero adaptar um ditado nos seguintes termos: “O mundo tem inúmeros monumentos à paz, e depois de cada guerra, constroem mais um”. Isso nos mostra que a paz é meramente aquele breve momento glorioso na História em que todos param para recarregar as armas. Depois da segunda guerra mundial, o mundo ficou preocupado em desenvolver uma agência para a paz mundial, por isso, em 1945, surgiram as Nações Unidas com o lema: “Libertar as nações vindouras do flagelo da guerra”. Desde então não tem havido um dia de paz na terra. É ou não é uma utopia? Hoje vivemos terríveis guerras étnicas, tribais e religiosas. O fato é que o mundo é um barril de pólvora, qualquer faísca explode.
Os homens estão em conflito uns com os outros. O século XX começou com profundo otimismo humanista. Mas veio a primeira guerra mundial e cerca de 30 milhões de pessoas foram mortas. Logo veio a segunda guerra mundial e 60 milhões de pessoas pereceram. Não temos capacidade de conviver bem uns com os outros. Existem dissoluções de famílias e discórdias nas escolas. O homem não tem paz consigo mesmo, por isso o mundo ao seu redor está mergulhado no caos.
Tudo o que Deus criou cumpre o seu propósito: Deus criou o sol para brilhar, as árvores para encherem a terra de fartura, as sementes para nascerem, florescerem e frutificarem. E Deus criou o homem para a vida e ele prefere a morte; para a paz e ele prefere a guerra. Jesus disse que até mesmo o reino de Satanás não pode sobreviver dividido. Será que nós somos os únicos que nos autodestruímos?
Sem paz a sociedade se desintegra. Sem paz você é um ser em conflito, em guerra. Sem paz a sua família se arrebenta. Sem paz a Igreja perde a comunhão e fica estagnada. Sem paz a cidade vira uma arena de medo. Sem paz a nação mergulha em densas trevas. Sem paz o mundo vive a síndrome do pânico. O problema que mais nos assusta hoje é a falta de segurança. O nosso semelhante tornou-se nossa maior ameaça porque falta paz na terra. E por que falta a paz? Porque o homem não consegue superar os impedimentos a ela.
C – Os impedimentos à paz 
O maior deles é o de semear contendas. A Bíblia diz:
16  Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o SENHOR (Lv 19:16).
E semear contendas é o pecado que Deus mais aborrece:
16  Seis coisas o SENHOR aborrece, e a sétima a sua alma abomina:
17  olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente,
18  coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal,
19  testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos (Pv 6:16-19).
O mexeriqueiro é o correio do diabo por quem ele envia as suas cartas, disse Thomas Watson. Ele é um mexeriqueiro. Ele sopra as brasas da contenda. Se a Bíblia diz que o pacificador é abençoado, bem-aventurado, então, aquele que quebra a paz é maldito. O diabo foi o primeiro a quebrar a paz, separando o homem de Deus.
Outro grande impedimento à paz é a soberba. A pessoa soberba pensa que é melhor do que os outros e contende por superioridade. Amã mandou matar todos os judeus porque Mordecai não se prostrou aos seus pés:
5  Vendo, pois, Hamã que Mordecai não se inclinava, nem se prostrava diante dele, encheu-se de furor.
Porém teve como pouco, nos seus propósitos, o atentar apenas contra Mordecai, porque lhe haviam declarado de que povo era Mordecai; por isso, procurou Hamã destruir todos os judeus, povo de Mordecai, que havia em todo o reino de Assuero (Et 3:5,6).
Só uma pessoa que abriu mão da sua vaidade, pode ser um pacificador. Agora que estudamos sobre a paz, podemos dizer que, como a paz, pacificar não significa eliminar todos os conflitos. O próprio Senhor Jesus nos adverte que se alguém deseja segui-lo deve dispor-se a enfrentar problemas:
34  Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.
35  Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra.
36  Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa (Mt 10.34-36).
Este conflito existe em função da verdade, porque, às vezes, nem todos da família aderem à verdade, alguns preferem a mentira. Tal declaração de Jesus não contradiz a sétima bem-aventurança. Há uma outra declaração do apóstolo Paulo que pode harmonizar-se com o que o Senhor Jesus disse:
18  se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens (Rm 12.18).
Nem sempre depende de nós, mas a paz deve ser motivo de nossos esforços continuamente. Como filhos de Deus, somos chamados a viver uma vida de paz. Temos paz com Deus por meio de Jesus e, por isso, devemos nos esforçar para viver em paz uns com os outros.
Um pacificador não é um fraco ou um covarde, que foge da batalha por medo do conflito. Há muitas pessoas que estão dispostas a fazer qualquer coisa para não entrar em conflito com outras, mas não são em hipótese alguma pacificadoras segundo a concepção de Jesus.
Com respeito ao significado preciso de pacificador, é necessário enfatizar que estamos falando de uma obra divina. É por isso que os pacificadores serão chamados de filhos de Deus. Ninguém pode ser um pacificador se primeiro não tiver experimentado a paz em si mesmo. Estamos falando da reconciliação com Deus, que foi tornada possível para nós pela cruz de Jesus Cristo. Somente quem já experimentou a paz com Deus pode viver em paz com os homens.
Mas não uma paz falsa, forçada pelas circunstâncias, nem uma paz que passa por cima de princípios. Trata-se de uma paz real, que nasce de um coração transformado e desejoso de viver de forma íntegra e obediente ao Senhor.
2 – A RAZÃO DE SER UM PACIFICADOR
Ser pacificador não é uma tarefa fácil, mas necessária e, poderíamos até dizer, obrigatória para alguém que tem Jesus no coração.
A – O custo de ser um pacificador
Não é uma tarefa simples a de ser pacificador, nem barata. O custo não é baixo. Para que a paz se instale, é necessário que alguma das partes em conflito abra mão de suas reivindicações. Se os dois lados continuarem insistindo em ser completamente atendidos, jamais haverá acordo. Obviamente, isto não é nada fácil.
Em geral as pessoas não estão dispostas a perder. Todas querem levar vantagem. Frequentemente ouvimos alguém dizer: “Mas, o que eu vou levar nisso?” e “Se não houver alguma vantagem para mim estou fora.” É a lei do mundo: “Não posso perder de forma alguma.” O pacificador deve abrir mão de seus direitos. Esse pode ser o custo necessário para que a paz se instale. E isto é confirmado com as palavras de nosso Senhor Jesus:
25  Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna (Jo 12.25).
Ser pacificador não significa abrir mão de tudo. Há coisas das quais não podemos abrir mão: Nossa fé, nossas convicções teológicas, nossa santidade de vida. Mas podemos abrir mão de benefícios, lucros, prazeres. Podemos até mesmo sofrer perdas. As perdas, muitas vezes, podem se tornarem em ganho. Paulo diz:
O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?
8  Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos próprios irmãos (1 Co 6.7,8)!
O pacificador consegue pagar o preço porque tem uma visão diferente do mundo. Para as pessoas que não nasceram de novo, toda a esperança se reduz a esta vida. Mas o crente sabe que esta vida é passageira e tem a mesma convicção do apóstolo Paulo:
19  Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens (1 Co 15.19).
Por esta causa que Jesus nos adverte:
19  Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam;
20  mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;
21  porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração (Mt 6.19-21).
Há mais sentido em acumular tesouros no céu do que na terra, pois da terra não se leva nada. Mas não é fácil juntar estes tesouros, pois eles não são materiais, são espirituais e é necessário pagar um alto preço para possuí-los, apesar de eles serem gratuitos a todos.
B – Fomos chamados a sermos portadores da paz
Jesus é chamado de o Príncipe da Paz (Is 9:6). Ele entrou no mundo com uma música da paz:
14  Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem (Lc 2:14).
Ele deixou o mundo com um legado de paz:
27  Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize (Jo 14:27).
Cristo derramou seu sangue pela paz. Ele fez a paz pelo sangue da sua cruz:
20  e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus (Cl 1:20).
E Deus Pai é chamado o Deus da paz e o pacificador estampa na sua vida o próprio caráter de Deus. Ele nos comissiona a sermos embaixadores em seu nome, rogando aos homens que se reconciliem com Deus, pois Deus nunca nos chamou para a divisão ou contendas. Nas palavras de Paulo Deus nos chamou à paz. Temos paz com Deus, temos a paz de Deus e somos portadores dessa paz e devemos levar essa paz adiante. Jesus disse:
5  Ao entrardes numa casa, dizei antes de tudo: Paz seja nesta casa!
6  Se houver ali um filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; se não houver, ela voltará sobre vós (Lc 10,5,6).
Não somos chamados à violência, mas tão somente à paz. Veja a resposta de Jesus àqueles que querem fazer uso da violência em vez da paz:
51  E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém
52  e enviou mensageiros que o antecedessem. Indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos para lhe preparar pousada.
53  Mas não o receberam, porque o aspecto dele era de quem, decisivamente, ia para Jerusalém.
54  Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?
55  Jesus, porém, voltando-se os repreendeu e disse: Vós não sabeis de que espírito sois.
56  Pois o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E seguiram para outra aldeia (Lc 9.51-56).
E a Bíblia diz:
Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina (Is 52.7)!
É honroso ser um pacificador. A Bíblia ainda diz:
Honroso é para o homem o desviar-se de contendas, mas todo insensato se mete em rixas (Pv 20:3).
14  Como o abrir-se da represa, assim é o começo da contenda; desiste, pois, antes que haja rixas (Pv 17.14).
Quando uma represa arrebenta, há uma inundação catastrófica que traz perigo, prejuízo e morte. Jesus diz que feliz é o pacificador, aquele que não gera conflitos, mas que acaba com eles, buscando reconciliação. E agindo assim o pacificador poupa a si mesmo de tormentos. A Bíblia diz:
17  O homem bondoso faz bem a si mesmo, mas o cruel a si mesmo se fere (Pv 11.17).
Um gerador de contendas torna-se o seu próprio carrasco e algoz. Ele flagela a si mesmo. A Bíblia ainda diz:
Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!
2  É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes.
3  É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para sempre (Sl 133:1).
Somos chamados a viver em paz uns com os outros e a proclamar a paz. Somos embaixadores da paz.
C – O pacificador é aquele que promove a paz
O pacificador está em paz com Deus, anuncia o evangelho da paz, tem o ministério da reconciliação e é um embaixador de Deus, rogando aos homens que se reconciliem com Deus:
17  E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.
18  Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,
19  a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.
20  De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus.
21  Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus (2 Co 5:17-21).
O pacificador é aquele que ama os seus inimigos, abençoa àqueles que lhe maldizem e ora por aqueles que lhe perseguem. O pacificador anela pela vida eterna, em que Deus será eternamente glorificado, mas se preocupa com a glória de Deus também aqui neste mundo. É por isso que consegue pagar o preço da paz, abrindo mão, muitas vezes de seus direitos.
38  Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente.
39  Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra;
40  e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa.
41  Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas (Mt 5.38-41).
Não é deixar a cara para receber sopapos, mas é deixar de lado o direito de revidar. Jesus diz:
19  não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor.
20  Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça.
21  Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem (Rm 12.19-21).
Esse é um comportamento típico do cristão. Ele não busca os interesses particulares, mas quer que a paz seja estabelecida. Não uma paz a qualquer custo, mas, também, não sem custo algum. Há um preço a pagar.
3 – A RECOMPENSA DE SER UM PACIFICADOR
Jesus Cristo foi o maior pacificador que já existiu e quem imitá-lo em tal prática será grandemente recompensado por Deus. Ser bem-aventurado é a primeira grande recompensa do pacificador, mas por que ele é bem-aventurado?
A – Será chamado filho de Deus
A maior dificuldade de se conseguir a reconciliação é a busca pelos direitos. Se Deus continuasse insistindo em seus direitos, não precisaria enviar Jesus a este mundo. Poderia condenar toda a humanidade e tudo estaria resolvido. Ao enviar Jesus para morrer pelos nossos pecados, Ele praticou um ato decisivo em prol da paz.
20  Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança,
21  vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém (Hb 13.20,21)!
O próprio Jesus também não insistiu em seus direitos de ser igual a Deus, mas a si mesmo se esvaziou deles, vindo a este mundo como homem para salvar os pecadores.
5  Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6  pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,
8  a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz (Fp 2.5-8).
Quando somos pacificadores, envolvemo-nos com a obra e o interesse do próprio Deus. Precisamos ter em mente que, por mais que o mundo precise de paz no sentido de ausência de conflitos, a maior necessidade que ele possui é de paz com Deus. Pregar o evangelho, portanto, é o maior de todos os atos em prol da paz verdadeira. É o maior ato de pacificação. Entretanto, de nada adianta eu pregar um evangelho de paz se não viver em paz com meu semelhante, pois minhas atitudes desfazem minhas palavras. Portanto, eu não posso apenas pregar a paz, mas esforçar-me por vivê-la.
Portanto, a recompensa de se ser um pacificador é ser bem-aventurado e ser um filho de Deus. É desfrutar da paz e da vitória sobre o pecado e a morte. Esse título é mais honroso do quer ser o mais exaltado príncipe da terra. A Bíblia diz que somos a menina dos olhos de Deus. Os olhos é a parte mais sensível do corpo. É a parte mais frágil e delicada que você mais protege. Deus age da mesma forma com os seus filhos. Se você tocar em um de seus filhos, você está colocando o dedo no olho de Deus. Vale a pena ser pacificador segundo os parâmetros bíblicos.
B - São feitos filhos de Deus por adoção
Adoção é a transferência de uma família para outra. Nós fomos transferidos da velha família de Adão para a família de Deus. Éramos escravos, éramos cegos, perdidos, filhos da ira. Paulo diz:
Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,
2  nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;
3  entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais (Ef 2:1-3).
Agora, somos membros da família de Deus. Deus é nosso Pai. Cristo é o nosso irmão mais velho. Os santos são nossos irmãos e co-herdeiros, os anjos são espíritos que nos servem. A adoção consiste também na desobrigação de todas as leis que nos prendiam à família de Adão. Agora não somos mais escravos do pecado. Agora fomos libertos do império das trevas. Agora somos novas criaturas.
A adoção consiste ainda em uma legal investidura dos direitos da nova família. Recebemos um novo nome. Antes éramos escravos, agora somos filhos. Antes éramos um pecador, agora somos santos. Recebemos também uma gloriosa herança, pois somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. Os herdeiros de Deus possuem tudo o que é do Pai. Tudo o que Deus tem é nosso.
E como podemos saber que somos filhos de Deus? Somos filhos de Deus quando temos um coração sensível. Um filho chora ao ofender o seu pai. Pedro chorou ao negar a Jesus. Somos filhos de Deus quando agimos de forma semelhante ao nosso Pai celeste. Os judeus disseram para Jesus que eles eram filhos de Abraão, mas suas atitudes indicavam que eles eram filhos do diabo (Jo 8:40). Não podemos chamar a Deus de Pai e imitar o diabo. Não somos filhos de Deus por criação, mas por regeneração. Não pelo primeiro nascimento, mas pelo novo nascimento. Somos filhos de Deus quando nos deleitamos em estar na presença de Deus, pois onde Deus está aí é céu e na presença de Deus tem delícias perpetuamente. Quem tem prazer em Deus aqui, vai entrar no gozo do Senhor. Vai desfrutar e usufruir da presença de Deus por toda a eternidade.
Conclusão
O mundo fracassa em suas tentativas de fazer a paz porque não consegue deixar de lado seus próprios interesses. Sempre que vemos alguém dando uma de pacificador, logo perguntamos se não há algum interesse por trás, porque frequentemente há.
O mundo não está disposto a pagar o preço da paz. Não está disposto a abrir mão de interesses particulares para promovê-la. A causa de ausência de paz no mundo está no orgulho e no egoísmo que, por sua vez, originam-se no pecado. Portanto, o maior inimigo da paz é o pecado.

O verdadeiro pacificador é aquele que experimentou a obra de Deus em sua vida, que recebeu a paz com Deus, e empenha-se de todas as formas para que as pessoas possam também recebê-la, ao mesmo tempo em que tenta viver em paz com o próximo. Que Deus nos abençoe a vivermos sempre na paz de Cristo e em paz com todos! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.
Rev. Hernandes Dias Lopes

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