Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

domingo, 27 de setembro de 2015

IX – VANTAGEM NA DESVANTAGEM: BEM-AVENTURADOS OS PERSEGUIDOS POR CAUSA DA JUSTIÇA

10 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
11 Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós (Mt 5.10,11).
Introdução
A maneira como Jesus vê a perseguição é muito diferente de como o mundo a vê. O mundo acredita que são felizes aquelas pessoas que se divertem; que são felizes aqueles que são admirados pelas pessoas, mas Jesus nos chama para mudar a nossa mente e nos diz que felizes mesmos são aqueles que padecem por Ele, que sofrem por Ele e que são perseguidos por causa Dele.
Temos visto nas bem-aventuranças que a descrição das pessoas que Jesus considera bem-aventuradas não se relaciona em nada com os conceitos mundanos. Mas, de todas as bem-aventuranças, certamente a mais ilógica para o mundo é a última, a que fala a respeito das perseguições. Pois para o mundo, ser perseguido, injuriado, acusado, caluniado está tão longe da felicidade quanto a Terra dista do Sol! E depois de estudar sete bem-aventuranças não deve ser surpresa para nós ver que o ponto de vista do Filho de Deus é completamente diferente do das pessoas do mundo. Isso nos leva a pensar que qualquer pessoa que entre em comunhão com Jesus tem de passar por uma reavaliação de valores. E nas bem-aventuranças, Jesus apresenta um desafio fundamental ao mundo cristão e exige que seus discípulos adotem o seu sistema de valores, totalmente diferente do mundo.
Em Mateus cinco, Jesus não disse frases ao acaso, mas descreveu o caráter do verdadeiro cristão. Ele é uma pessoa que reconhece a sua pobreza espiritual diante de Deus, por isso chora e lamenta seu estado miserável. Isso, por sua vez, torna-o uma pessoa mansa e gentil. Mas é claro que a sua condição não o agrada, por isso ele se esforça ao máximo para mudar sua condição. Ele tem fome e sede de ser uma pessoa justa. Na medida em que vai crescendo espiritualmente, ao experimentar a misericórdia de Deus, transmite-a a todos os que se aproximam dele, ao mesmo tempo em que tenta transmitir-lhes a mesma paz que ele próprio já experimentou.
Enfim, era de se esperar que depois de tudo isso ele fosse reconhecido pelas pessoas, mas Jesus disse que acontece exatamente ao contrário: Ele será perseguido. E qual o motivo da perseguição? É que ele é diferente de tudo quanto o mundo reconhece e valoriza!
Quando falamos em perseguição, talvez nos venham à mente pessoas morrendo em fogueiras, sendo devoradas por leões ou açoitadas e presas. Embora esse tipo de perseguição e castigo tenha existido (e ainda existem formas semelhantes de perseguição em muitos países), a perseguição pode tomar diferentes formas. O objetivo de nosso estudo visa demonstrar isso.
1 – PERSEGUIÇÃO POR CAUSA DA JUSTIÇA
Jesus Cristo, ao falar de perseguição, se refere à perseguição sofrida no processo de abandonar o mundo e voltar-se a Deus. Desde a entrada do pecado existe inimizade entre Cristo e Satanás, entre o Reino dos Céus e o reino deste mundo, e entre os que servem a Deus e os que servem a Satanás. E por que as pessoas têm medo de comportarem-se de modo diferente da maioria? É porque temem não serem aceitas pelo grupo. Da mesma forma a perseguição para o crente vem, em princípio, por sua diferença; um cristão verdadeiro sofre perseguição porque é diferente do mundo.
Jesus deixa claro que a perseguição é algo inevitável para o crente sincero, mas que não seríamos perseguidos por qualquer razão. Ele deixou pelos menos dois motivos específicos. O primeiro deles é defender a justiça. O mundo tem um esquema, ou uma forma, à qual deseja que todos se amoldem, Mas a Bíblia nos adverte:
2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2).
É como fazer um bolo. Depois de preparada a massa, coloca-se ela em uma forma para que seja modelada. É isso que o mundo tenta fazer com a humanidade. As pessoas não passam de massas manipuláveis. Alguns dos principais meios para isso é a televisão, o rádio, a moda, a música, a propaganda. Os que querem ser diferentes são perseguidos. E isso não se aplica apenas a questões religiosas. Qualquer pessoa que ande contra o sistema será deixada de lado, ignorada! Mas Jesus não disse que todas as pessoas perseguidas por serem diferentes do sistema são bem-aventuradas. Ele disse que são bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça.
As características do cristão apresentadas nas bem-aventuranças anteriores nos dão ideia do significado de justiça. Podemos dizer que o cristão precisará experimentar primeiro as sete bem-aventuranças, para depois experimentar a oitava. As sete primeiras descrevem a vida justa do crente. A oitava é a reação do mundo em função de sua vida justa, reação diante de suas atitudes. É a consequência de ser cristão. João nos diz:
13 Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia (1 Jo 3.13).
Inclusive a perseguição foi a causa do primeiro assassinato ocorrido no mundo:
12 Não segundo Caim, que era do maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas (1 Jo 3.12).
O mundo odeia ver a justiça na vida das pessoas porque sabe que isso lhes falta. Não suporta ver pessoas que tentam viver como agrada a Jesus. E qual é a vida que agrada a Jesus? É a semelhante a que Ele viveu. Portanto, ser justo significa ser parecido com Jesus. Jesus foi o homem mais perseguido deste mundo. E por que o perseguiram? Não foi pelo fato de Ele ser bom e amoroso. As pessoas não perseguem os que são bons e amorosos. Ninguém odiava a Madre Tereza de Calcutá, ao contrário, o mundo a via com bons olhos. Mas quando vêem justiça (e justiça divina) na vida das pessoas, certamente não se agradam, pois isso não lhes traz qualquer benefício, mas apenas acusação. Foi por isso que perseguiram ao Senhor Jesus, porque viam algo nele que os acusavam. Jesus diz:
19 O julgamento é este: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as sua obras eram más.
20 Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras.
21 Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus (Jo 3.19-21).
O sofrimento do discípulo de Cristo é uma consequência de sua firme decisão de viver a serviço de seu Mestre, de fazer parte da luta do bem contra o mal, de lutar pela justiça contra toda a injustiça, de amar a despeito do ódio de muitos, de ser pacificador em meio à guerra. Ele não precisa ser perseguido para ser feliz, mas é feliz mesmo diante da perseguição por causa da justiça de Cristo.
2 – PERSEGUIÇÃO POR CAUSA DE JESUS
Jesus veio para salvar, mas os homens conspiraram contra Ele. Embora cada palavra e ação de Jesus testificassem da Sua compaixão divina, a Sua falta de semelhança com o mundo provocava a mais amarga inimizade. Por não consentir em nenhuma inclinação má da natureza humana, Jesus despertou a mais feroz oposição e inimizade. E o mesmo acontece a todos quantos desejam viver piedosamente em Cristo Jesus. Quem manifestar, em sua conduta, o amor de Cristo e a beleza da santidade tem por inimigo a Satanás e os seus súditos, e por causa disso o príncipe das trevas e seus subordinados se levantam contra ele. Opróbrio e perseguições atingirão a todos os que vivem piedosamente em Cristo.
Em todos os tempos Satanás perseguiu, torturou e matou os filhos de Deus, mas, morrendo eles, tornaram-se vencedores. Testemunharam, com sua perseverança e fidelidade, que alguém muito mais poderoso que o inimigo estava com eles: Jesus. Satanás podia torturar-lhes o corpo e matá-los, podia encerrá-los nas masmorras, mas não pôde prender-lhes o espírito. Os prisioneiros, através da escuridão do cárcere, podiam olhar para o céu e dizer:
18  Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós (Rm 8.18).
17  Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação,
18  não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas (2 Co 4.17-18).
Os prisioneiros por causa de Cristo podiam dizer isso e agirem dessa forma porque os seus corpos estavam encarcerados, mas não os seus espíritos. É através de sofrimentos e perseguições que o caráter de Deus é manifestado ao mundo pelos filhos de Deus. A Igreja de Cristo, odiada e perseguida pelo mundo, caminha na terra pelo caminho estreito, é purificada na fornalha da aflição e segue ao Senhor através de duras batalhas, mas reconhece que por trás de tudo isso está a miséria do pecado.
Muitas pessoas sofrem perseguição porque defendem uma causa. Ora, se alguém for a um país islâmico e promover um movimento de exaltação da cultura americana, não deverá esperar outra coisa a não ser perseguição. Muitas pessoas são perseguidas porque representam ou defendem pessoas ou ideias que a maioria rejeita. Muitos mártires já passaram por este mundo, pessoas que deram suas vidas por uma causa, para defender um país, defender direitos civis ou defender um ideal. Mas Jesus não disse que essas pessoas seriam bem-aventuradas. Ele afirmou que:
11 Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós (Mt 5.11).
Somente são bem-aventurados os que são perseguidos por causa de Jesus. Os apóstolos foram perseguidos, a Igreja primitiva foi perseguida, e, consequentemente, nós também seremos perseguidos. Mas Jesus já nos advertiu quanto a isso:
22 Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo (Mt 10.22).
9 Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome (Mt 24.9).
18 Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim (Jo 15.18).
John MacArthur afirma que Jesus estava dizendo aos seus ouvintes: “Olhem, vou lhes avisar logo de início que existe um preço a ser pago para que vivam no meu reino. Não pensem que terão tronos, glória, coroas, fama, prestígio, aceitação, o amor, o elogio e a exaltação de todos. Se vierem para o meu reino sofrerão. É bom que saibam”. Jesus sempre foi muito sincero com os seus discípulos, nunca escondeu nada e nem prometeu uma vida de tranquilidade. Viver a experiência do Reino de Deus de forma autêntica implica em lutas constantes. Quanto mais se deseja viver o projeto de Deus mais obstáculos serão encontrados no caminho. O apóstolo Paulo exortou o jovem Timóteo:
12  Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos (2 Tm 3.12).
Mas por que odiaram tanto ao Senhor Jesus?  Ele mesmo responde:
7 Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más (Jo 7.7).
O mundo ama o pecado e aborrece a justiça, e essa foi a causa de sua hostilidade para com Jesus. Todos quantos recusam Seu infinito amor acham o cristianismo um elemento perturbador. A luz de Cristo espanca as trevas que lhes encobrem os pecados, expondo a necessidade de reforma em suas vidas. Aqueles que se submetem à influência do Espírito Santo começam a lutar consigo mesmos, mas os que se apegam ao pecado combatem contra a verdade e seus representantes.
Por isso que o mundo odeia a Jesus, aquele Jesus bíblico, aquele Jesus que desafia as pessoas a arrepender-se de seus pecados e a assumir um compromisso com Deus. O Jesus apresentado pela mídia e por alguns pregadores não é odiado, porque satisfaz a vontade de todos e não exige nenhuma mudança de vida. E quando realizamos a mesma obra de Jesus também somos odiados. Na sua oração sacerdotal, Jesus disse:
14 Eu lhes tenho dado a Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou (Jo 17.14).
Encontramos um motivo justo neste ódio todo? É claro que não. Mas Jesus mesmo diz:
25 Isto, porém, é para que se cumpra a palavra escrita na sua lei: Odiaram-me sem motivo (Jo 15.25).
Assim como Cristo foi perseguido sem motivo, assim também o verdadeiro cristão é perseguido por causa de Cristo:
11 Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós (Mt 5.11).
Se o mundo tiver motivos verdadeiros para acusar o crente, então ele não estará sendo perseguido por causa de Jesus, mas por suas próprias falhas, pela debilidade de seu caráter ou por suas ações pecaminosas. Podemos afirmar que somos crentes, mas se formos perseguidos porque não pagamos as contas, ou costumamos enganar as pessoas, ou gostamos de espalhar notícias falsas ou fazer fofocas, de forma alguma seremos bem-aventurados. Pedro nos fala sobre isso:
14 Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus.
15 Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem;
16 mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome (1 Pd 4.14-16).
Na obra “O Apóstolo dos Pés Sangrentos” encontra-se um relato maravilhoso sobre a vida de um jovem que se converteu ao cristianismo e em sua história podemos vislumbrar o significado de sofrer por causa da justiça. A história relata a conversão do jovem Sadu Sundar Sing que foi profundamente influenciado pelo testemunho dos missionários protestantes e tornou-se um seguidor de Jesus Cristo.
Após a sua conversão surgiram as primeiras perseguições. Inicialmente ele foi posto para fora de casa, uma vez que sua decisão por Cristo foi uma espécie de afronta aos costumes religiosos de sua família. Expulso de casa, ele começou a percorrer todas as regiões do Himalaia, pregando o evangelho e testemunhando do amor de Deus.
Foram muitas as situações de perseguição pelas quais este jovem passou, contudo, enfrentou-as de cabeça erguida, demonstrando assim o seu profundo amor a causa de Cristo. A história do jovem Sadu Sundar Sing traz em si uma verdade que tem fundamentos bíblicos e da qual não se pode fugir, isto é, ninguém que se disponha a seguir a Jesus Cristo está isento de passar por perseguições.
Ele ficou conhecido como “O Apóstolo dos Pés Sangrentos” porque foi expulso de casa descalço como sinal de humilhação. Por ter os pés tão sensíveis e ter que caminhar sobre a neve, os seus pés racharam e onde ele pisava deixava marcas de sangue. Talvez não tenhamos que enfrentar tantos sofrimentos e perseguições como o jovem Sadu, porém não podemos esperar uma vida sem perseguição alguma. 
Ser perseguido por causa de Jesus é ser perseguido por amor a Ele, por desejar ser-lhe fiel. Mas não é possível ser fiel a Ele sem ter um comportamento parecido com o dele. Se você sofre perseguições no seu trabalho, na sua escola, na política, nos seus negócios, na igreja e na sua família por pensar diferente desse mundo, por ter uma mentalidade do Reino de Deus, saiba que Jesus disse que aqueles que sofrem perseguições por causa do Seu nome e da Sua justiça são bem-aventurados. Jesus nos ensina que as perseguições fazem parte do êxito espiritual.
3 – A RECOMPENSA PELA PERSEGUIÇÃO: RECEBER O REINO DE DEUS
Jesus adverte quanto às perseguições que certamente ocorrerá na vida de quem tornar-se Seu discípulo, mas Jesus também afirma:
10 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus (Mt 5.10).
E se Ele declarou isso, não temos por que duvidar. E qual é a recompensa dos que sofrem perseguição? Deles é o Reino dos céus. Movidos por esta certeza, jamais deixemos de viver uma vida alicerçada nos padrões éticos e morais do reino de Deus, ainda que isso implique em duras e doloridas perseguições.
Esta é a última das bem-aventuranças. Interessante observar que a promessa desta última é idêntica à promessa da primeira: “deles é o Reino dos Céus”. A visão das recompensas das bem-aventuranças não pode estar limitada a este mundo, apesar de aqui já vivenciarmos um prelúdio delas, pois Jesus diz que aquele que é perseguido por fazer a Sua vontade é feliz, mas é no Reino de Deus que as viveremos em sua plenitude.
Aos Seus seguidores Jesus não dá nenhuma esperança de riquezas terrestres ou de uma vida livre de tentações, mas mostra-lhes o privilégio de trilharem com o Senhor o caminho da abnegação e suportarem as calúnias do mundo que não os reconhecem. Mas eles são bem-aventurados por isso, há grandes vantagens na desvantagem da perseguição por causa da justiça. E visto tomar parte nos sofrimentos de Cristo, o sofredor participará também da glória de Cristo. Em sua visão, João contemplou a vitória do povo de Deus:
13  Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?
14  Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro,
15  razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo.
16  Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum,
17  pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima (Ap 7.13-17).
Grandes recompensas são guardadas para os vencedores, àqueles que vencerão o mundo ante as suas perseguições. O Reino de Jesus não era o reino que os judeus esperavam. Os judeus esperavam um reino de poder e glória, mas Jesus disse que, antes daquele reino chegar, Seus seguidores viveriam em um reino de humildade de espírito, lamento pelo pecado, mansidão, fome e sede de justiça, misericórdia, pureza, promoção da paz, e perseguição.
O cristão foi justificado pela justiça de Cristo e por causa disso ele defende a justiça; felizes são àqueles que são perseguidos por causa dessa justiça. Jesus Cristo se humilhou, viveu entre os excluídos, identificou-se com eles, morreu como bandido, fez-se igual aos mais sofridos e foi duramente perseguido por causa disso. Por que haveríamos de nos achar superiores ao nosso Mestre? Se eles perseguiram a Jesus por causa de Suas obras, assim nos perseguirão quando seguirmos os passos de Jesus. Lembrem-se:
22 Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo (Mt 10.22).
Sofrer perseguições é algo que a maioria das pessoas não suporta, mas são justamente as perseguições que faz com que muitos tenham sucesso. Quando você tem êxito, sucesso na vida espiritual, intelectual, material ou em qualquer outra área da sua vida, muitas pessoas não suportam isso. Portanto, a nossa maneira de pensar deve ser que as criticas, as perseguições e as mentiras, fazem parte da vida de uma pessoa que deseja ter êxito na sua vida espiritual, ter sucesso na sua vida com Deus.
Quem mais sofre por Cristo são os que melhor apreciam o quanto Jesus sofreu por eles. É apropriado que na primeira bem-aventurança e na última esteja a segurança de que essas pessoas serão súditos do Reino de Deus. Os que cumprem com as oito condições aqui enumeradas para ser cidadãos, são dignos de um lugar no Reino de Deus.
Conclusão
As bem-aventuranças são um retrato do caráter do discípulo de Cristo. Primeiro, vemo-lo de joelhos diante de Deus, reconhecendo sua pobreza espiritual e chorando por causa dela. Isto o torna manso em todos os seus relacionamentos. Ele tem fome e sede de justiça e anseia crescer na graça de Deus, por isso ele vive junto aos outros na comunidade humana. Seu relacionamento com Deus não o faz fugir da sociedade nem o isola do sofrimento do mundo. Pelo contrário, permanece no meio deste, demonstrando misericórdia àqueles que foram golpeados pela adversidade e pelo pecado. Ele é transparentemente e sincero em todos os seus relacionamentos e procura desempenhar um papel construtivo como pacificador. Mas ninguém lhe agradece pelos esforços, antes, ele é hostilizado, injuriado, insultado e perseguido por causa da justiça que defende, e por causa de Cristo com o qual se identifica. Tal é o homem ou a mulher que é bem-aventurada.
As perseguições são um sinal de autenticidade da nossa fé, um certificado da autenticidade cristã. Portanto, não devemos nos assustar com as perseguições. Jesus disse que elas existiriam, mas precisamos ter a certeza de que estamos sendo perseguidos por motivos falsos e injustos, ou seja, somente pelo fato de eu ser de Jesus e viver seus ensinamentos. A perseguição é inevitável para o crente, mas a perseguição por causa da justiça o torna bem-aventurado. Temos sofrido algum tipo de perseguição ou nossa vida é tão parecida com a mundana que ninguém sequer nos nota? Que não seja assim a nossa vida e que Deus nos fortaleça nas perseguições. Que assim Deus nos abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.


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