Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

ESTUDO DO LIVRO DE DANIEL. LIÇÃO I: A INTERVENÇÃO DIVINA SOBRE O POVO DE DEUS

ESTUDO DO LIVRO DE DANIEL: A SOBERANIA DE DEUS NA HISTÓRIA
PARTE I: AS INTERVENÇÕES DIVINAS
LIÇAO I: A INTERVENÇÃO DIVINA SOBRE O POVO DE DEUS
1  No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou.
2  O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e alguns dos utensílios da Casa de Deus; a estes, levou-os para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e os pôs na casa do tesouro do seu deus (Dn 1.1-2).
INTRODUÇÃO
O livro de Daniel é incomparável, tanto porque revela alguns dos temas de profecias mais importantes, quanto também por causa de suas histórias impressionantes. Os primeiros seis capítulos de Daniel contêm histórias de fé contadas de um modo chocante. Estas histórias têm aplicações práticas que inspiram os cristãos amadurecidos. Os últimos seis capítulos, contudo, é um grande desafio por causa do estilo apocalíptico no qual é escrito.
Daniel é um livro muito atacado em função de sua importância. Teólogos liberais negam a sua integridade e declaram que o livro é uma falsificação. Por outro lado, muitos teólogos fundamentalistas têm torcido a mensagem do livro ao dar explicações às partes apocalípticas figurativas.
Em vista destas controvérsias sobre Daniel, precisamos ser cautelosos para que não insiramos ideias preconcebidas em sua mensagem. Primeiro, aprendamos sua ambientação histórica, e então certifiquemo-nos de que a interpretação aceita para as passagens difíceis siga as regras básicas do estudo da Bíblia: A interpretação precisa concordar em contexto com o próprio livro; e ela precisa ser consistente com tudo o mais que a Bíblia diz sobre o assunto.
O tema do livro de Daniel é: Deus é Soberano e tem domínio sobre o reino dos homens. O livro trata do conflito entre o Reino de Deus e os reinos do mundo. Naturalmente, por trás disto está o conflito entre Deus e as divindades pagãs. Deus promete estabelecer seu próprio Reino e defender a causa de seus santos que o servem. A verdade desta profecia é comprovada pelo fato de que Deus é ainda conhecido em todo o mundo, mas todas as divindades pagãs dos dias de Daniel foram esquecidas.
1 – UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
Antes de adentrarmos ao assunto de nosso estudo é necessário termos uma breve retrospectiva histórica de Israel para podermos entender melhor o que está acontecendo aqui.
A – A formação de Israel
Deus chamou um homem chamado Abraão. Através deste homem formou uma grande família. Esta família, em um período de fome, desceu ao Egito e por lá permaneceu por 400 anos. Desta família no Egito Deus fez uma poderosa nação. No Egito, quando a família cresceu, os egípcios tornaram os hebreus cativos. Então, o povo começa a clamar pelo seu Deus. O clamor deste povo sobe à presença de Deus. Deus vê a aflição daquele povo e desce para libertá-lo da escravidão do Egito. Deus enviou a Moisés para libertar o povo e, por causa da dureza do coração de Faraó, providenciada pelo próprio Deus, Deus envia 10 pragas ao Egito para desmantelar as divindades do Egito.
Deus tirou o seu povo do Egito e, por 40 anos, este povo perambulou pelo deserto sob a liderança de Moisés. No deserto eles firmaram aliança com Deus, os termos desta aliança incluíam bênção e maldição, conforme fosse o relacionamento do povo com o seu Deus libertador. Esta aliança está em Dt 28.1-68. Vale a pena ler este capítulo porque, a quebra desta aliança é a causa do contexto do livro de Daniel. Depois da peregrinação pelo deserto, o povo gastou mais 7 anos para tomar posse da terra prometida, agora sob a liderança de Josué. Estabelece-se, então, na nação de Israel, a Teocracia. Nesta Teocracia, o governo de Deus levantava juízes para governar a Israel, durando isso cerca de 300 anos. Sob o comando de Deus, através desses juízes, Israel vive um tempo de instabilidade espiritual, oscilando entre pecado, juízo, arrependimento e restauração; indo e vindo nesta questão.
Depois de 330 anos de Teocracia o povo pediu um rei para Samuel, o último juiz a governar em Israel. Disse Deus a Samuel para atender ao povo porque, na verdade, o povo não estava rejeitando a Samuel, mas estava rejeitando a Deus. Então, começa uma nova fase política em Israel chamada de monarquia. E na monarquia unificada houve três reis: Saul, Davi e Salomão, cada um deles reinando durante 40 anos. Com a morte de Salomão, no ano de 931 a.C., sob o governo de seu filho Roboão, o reino se divide em Reino do Norte e Reino do Sul. Dez tribos seguem a liderança de Jeroboão, formando o que se chama de Reino do Norte, cuja capital mais tarde vai ser Samaria.
Estas 10 tribos do Norte vão formar o que chamamos de Israel ou Efraim. Nesse Reino do Norte tivemos 19 reis em 18 dinastias. Dinastia é o governo de uma família. Então, neste reino do norte, tivemos 19 reis em 18 dinastias diferentes e desses 19 reis não houve nem um sequer que andasse com Deus, pois todos eles foram homens ímpios. Apesar de Deus mandar os seus profetas o povo não ouviu a voz de Deus. Então, em 722 a.C., conforme a quebra da aliança descrita lá em Dt 28, Deus mandou a Assíria que levou esse povo para o cativeiro e nunca mais de lá voltou. Estas dez tribos se dispersaram por lá e os que ficaram na terra foram misturados com outros povos, formando o povo samaritano, que são a mistura de judeus e de outros povos gentílicos.
B – A formação de Judá
O Reino do Sul, formado pelas tribos de Judá e Benjamim, permaneceram sob a liderança de Roboão, filho de Salomão. Este reinado procedia da dinastia davídica e só teve uma dinastia, porque através desta tribo do Sul ou do Reino do Sul é que iria se cumprir a profecia do Messias. Portanto, não podia ter outra dinastia, porque esta dinastia não podia ser interrompida, porque se interrompesse, frustraria os desígnios de Deus e os propósitos de Deus não podem ser frustrados. Este reino teve altos e baixos, momentos de glória e tempos de calamidade, reis piedosos no trono e reis perversos e maus. Este reino alternou momentos de volta para Deus e momentos de rebeldia. Neste reinado do Sul tivemos 20 reis, sendo alguns piedosos e outros não.
C – O Cenário Político de Judá
Judá teve um rei piedoso chamado Josias. Este homem, ao descobrir a Lei de Deus, depois de um tempo de apostasia em Judá, ao ouvir a leitura da Lei de Deus, ele rasga as suas vestes em um ato de arrependimento e realiza uma ampla reforma religiosa em Judá. Mas este homem comete um equívoco, porque estava existindo uma grande batalha entre a Assíria e o Egito, porque ambos estavam disputando a conquista do mundo. Neco, rei do Egito, subira para batalhar contra o rei da Assíria. Josias, rei de Judá, temendo pela segurança do seu reino, achou melhor atacar o exército egípcio, mas morreu na batalha de Carquemis em 608 a.C. Faraó Neco, então, destitui a Jeoacaz, filho de Josias, quando este havia reinado apenas três meses em Judá, e impôs pesado tributo a Judá, e constituiu rei a Jeoaquim, irmão do deposto Jeoacaz.
Jeoaquim foi um rei ímpio. Este Rei Jeoaquim, quando ouviu a leitura da Lei de Deus, não foi capaz de rasgar as suas vestes, como fez o seu pai Josias em um ato de quebrantamento, mas pegou o rolo do Livro da Lei de Deus e o picou e o cortou e o jogou na fogueira. Ele queimou a Palavra de Deus e, se não bastasse isso, ele mandou prender o profeta que mandara essa mensagem para ele. Como podemos ver, filho de crente não é crentinho, pois Josias foi um homem piedoso, mas os seus filhos são homens maus, homens ímpios, homens que se corromperam, homens que não andaram com Deus, homens que não ouviram a voz de Deus.
Jeoaquim era também um assassino. Este rei, ao ouvir a pregação de outro profeta, agora o profeta Urias, pelo fato do profeta não estar profetizando de acordo com o seu querer e com as conveniências dele, ele perseguiu este profeta, o profeta fugiu para o Egito, ele mandou prender esse profeta no Egito e o trouxe de volta e o matou. Jeoaquim era um homem impiedoso.
D – O Cenário Político ao Redor de Judá
No ano 606 a.C., depois da vitória de Nabucodonosor, rei da Babilônia, sobre o Faraó Neco, consolidou-se a Babilônia como nova potência mundial em ascensão. O Egito e a Assíria estavam brigando, disputando quem dominaria o mundo e naquela briga os dois se enfraqueceram, e a Babilônia tirou proveito disso. É como você pegar dois cães brigando por um osso e um terceiro cão chega e leva o osso facilmente! E foi isso que aconteceu! O Egito e a Assíria brigavam pelo poder e se esqueceram que estava se levantando um Império poderoso que acabou abocanhando a Assíria e abocanhando o Egito.
Nabucodonosor se torna um dos maiores monarcas da História e reina durante 43 anos, tornando a Babilônia uma das mais magnificentes cidades do mundo. Para se ter uma ideia, as muralhas da cidade de Babilônia tinham 30 metros de altura, uma coisa inimaginável, e tão larga ao ponto de poder correr sobre estas muralhas três carruagens aparelhadas. Elas tinham mil e duzentas torres de vigias. Uma cidade praticamente inexpugnável! Nabucodonosor embelezou e enriqueceu esta cidade a tal ponto, de uma das sete maravilhas do mundo estar lá, que são os jardins suspensos de Babilônia, construídos nos grandes prédios e edifícios de Babilônia. Nabucodonosor, para atender a suas mulheres, construiu aqueles jardins suspensos belíssimos que se tornaram famosos no mundo inteiro.
Nabucodonosor fez três incursões sobre Jerusalém. Em 606 a.C., a Babilônia passa por Jerusalém e leva os vasos do Templo, e leva também alguns nobres para Babilônia, dentre eles a Daniel e seus amigos. Mais tarde, em 597 a.C., em outra incursão, levou mais cativos. O rei Joaquim rendeu-se sem resistência e é levado cativo à Babilônia. Nabucodonosor estabelece a Zedequias, tio de Joaquim, como rei. Nesse tempo foi ao cativeiro também o profeta Ezequiel (2 Rs 24:8). Em 586 a.C., acontece um outro levante, pois o rei Zedequias, depois de um tempo, se rebela contra a Babilônia e Nabucodonosor então, em um terceiro cerco, durante 18 meses cerca a cidade de Jerusalém. Se você ler o livro de Lamentações do profeta Jeremias, você vai ver o drama desse cerco. Faltou pão na cidade, faltou água na cidade e as pessoas começaram a morrer de fome, de sede e de pestilência dentro dos muros, porque dos lados de fora dos muros os soldados caldeus cercavam a cidade. O profeta Jeremias chega a dizer que mais felizes são aqueles que morreram a espada do que aqueles que morreram dentro dos muros da cidade de Jerusalém. As crianças foram esmagadas, os velhos foram pisoteados, as jovens foram forçadas quando o exército caldeu invade a cidade, arrebenta as suas muralhas, queima seus prédios e destrói o Templo. Compare Dt 28 e verá que este cenário reflete justamente o que lá está escrito caso o povo abandonasse ao seu Deus. O rei Zedequias tenta fugir, mas ele é capturado e levado à presença de Nabucodonosor. E o rei, com requintes de crueldade, trás os filhos de Zedequias e os matam na presença de seu próprio pai e depois vaza os olhos de Zedequias e o leva cativo para Babilônia com os demais prisioneiros.
Este é o contexto que está cercando o livro de Daniel. A nação de Judá abandona a Deus, não quer ouvir a Sua Palavra. E então, não resta a Deus outra alternativa a não ser enviar o seu juízo sobre a nação, conforme a aliança descrita lá em Dt 28. Os caldeus vêm sobre eles e Deus os entrega nas mãos de Nabucodonosor.
2 – A DISCIPLINA DE DEUS SOBRE O SEU POVO
Por que Judá foi ao cativeiro? Porque o povo de Deus, depois de experimentar um avivamento espiritual no tempo de Josias, se esquece de Deus outra vez e rompe a aliança com Deus. Os filhos de Josias não temiam a Deus como ele. Eles não aceitavam mais ouvir a Palavra de Deus. Os profetas e os sacerdotes se corromperam. Isso nos mostra que nem sempre as reformas ou os reavivamentos que marcam uma geração são tão profundos ao ponto de passarem para a geração seguinte. Isso é um alerta para nós, porque é possível uma geração andar com Deus e a geração seguinte rebelar-se contra Deus. Lembram quando o povo entrou na terra prometida? A Bíblia diz que aquela geração que nasceu na terra prometida não conheceu ao Senhor. Os pais, de certa forma, falharam e não conseguiram passar o mesmo fervor, o mesmo compromisso, o mesmo amor, a mesma dedicação que tinham com Deus aos seus filhos.
A – Deus Disciplina o Seu Povo Quando Este Deixa de Obedecer a Sua Palavra
A obediência trás bênção, mas a desobediência maldição. Este era o termo da aliança. Você e eu sabemos disso! A obediência gera bênção e em contrapartida a desobediência gera maldição. Isso é uma lei de Deus e ela nunca muda! Passa de geração em geração este princípio de que, quando há obediência há bênção, e quando há transgressão há prejuízos. Se você ler a história de Israel é isso que você vai ver se repetindo em cada página do tempo. Sempre que alguém piedoso se levantava e seguia a Deus o povo era feliz e por causa da obediência a bênção de Deus estava sobre o povo. Mas também sempre que um homem mau se levantava e desbancava o povo dos caminhos de Deus, os juízos de Deus vinham, a disciplina de Deus e o castigo do céu aconteciam, e o povo gemia e sofria amargamente. Assim era a promessa:
15  Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal;
16  se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o SENHOR, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás e te multiplicarás, e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra à qual passas para possuí-la.
17  Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido, e te inclinares a outros deuses, e os servires,
18  então, hoje, te declaro que, certamente, perecerás; não permanecerás longo tempo na terra à qual vais, passando o Jordão, para a possuíres.
19  Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência,
20  amando o SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade; para que habites na terra que o SENHOR, sob juramento, prometeu dar a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó (Dt 30.15-20).
E o que aconteceu? O rei abandona a Deus, os sacerdotes, que tinham que zelar pela casa de Deus, se corrompem a tal ponto de trazer abominações para dentro da casa de Deus. E o povo todo se corrompe ao ponto de, em vez de escutarem a voz de Deus, perseguem e matam aos profetas. A Bíblia diz que, em vez de haver quebrantamento, arrependimento e volta para Deus o rei, os sacerdotes e o povo se endureceram ainda mais:
11  Tinha Zedequias a idade de vinte e um anos quando começou a reinar e reinou onze anos em Jerusalém.
12  Fez o que era mau perante o SENHOR, seu Deus, e não se humilhou perante o profeta Jeremias, que falava da parte do SENHOR.
13  Rebelou-se também contra o rei Nabucodonosor, que o tinha ajuramentado por Deus; mas endureceu a sua cerviz e tanto se obstinou no seu coração, que não voltou ao SENHOR, Deus de Israel.
14  Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam mais e mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa que o SENHOR tinha santificado em Jerusalém.
15  O SENHOR, Deus de seus pais, começando de madrugada, falou-lhes por intermédio dos seus mensageiros, porque se compadecera do seu povo e da sua própria morada.
16  Eles, porém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos seus profetas, ...(2 Cr 36.11-16).
E agora não sobra para Deus outra alternativa senão trazer o seu juízo ao seu próprio povo, como que usando a vara da sua ira para corrigir o seu povo, o povo da Aliança.
16 ...até que subiu a ira do SENHOR contra o seu povo, e não houve remédio algum.
17  Por isso, o SENHOR fez subir contra ele o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário; e não teve piedade nem dos jovens nem das donzelas, nem dos velhos nem dos mais avançados em idade; a todos os deu nas suas mãos.
18  Todos os utensílios da Casa de Deus, grandes e pequenos, os tesouros da Casa do SENHOR e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou ele para a Babilônia.
19  Queimaram a Casa de Deus e derribaram os muros de Jerusalém; todos os seus palácios queimaram, destruindo também todos os seus preciosos objetos.
20  Os que escaparam da espada, a esses levou ele para a Babilônia, onde se tornaram seus servos e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia;
21  para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram (2 Cr 36.16-21).
Se você comparou estes acontecimentos com Dt 28 pôde perceber a semelhança. Deus é fiel! E não é diferente nos dias de hoje! Nós podemos escolher entre a obediência e a desobediência. Deus ainda propõe para nós estes dois caminhos.
Quando o povo de Deus é derrotado, a causa principal nunca é o poder do inimigo, mas a sua própria fraqueza produzida pelo pecado, pela desobediência. Se você prestar atenção na leitura da Bíblia verá que Judá não caiu, ela foi entregue. Nabucodonosor não prendeu o rei, Deus o entregou em suas mãos. Os utensílios da Casa de Deus foram entregues ao inimigo pelo próprio Deus. Isso nos mostra que não é o poder do inimigo que derrota o povo de Deus, mas sim a fraqueza do próprio povo de Deus. Judá não caiu nas mãos de Babilônia porque era fraca militarmente, mas caiu nas mãos de Babilônia porque Judá pecou contra Deus e Deus mesmo entregou a Judá nas mãos do rei da Babilônia.
Nada nos torna mais vulneráveis do que o pecado! Nada nos torna mais fracos do que o pecado! O pecado mina as nossas forças, destrói a nossa capacidade de resistência! O pecado é combustível para o inimigo! O pecado nos desestabiliza! Judá caiu, e se você ler com bastante atenção vai perceber que o Senhor a entregou por causa do pecado. Então, esse é um princípio de Deus para mim e para você. Quando nós transgredimos a Palavra de Deus, quando nós escolhemos o caminho da desobediência, Deus nos tornam desfavoráveis e fracos. Nós perdemos a capacidade de resistir do ataque do inimigo quando estamos em pecado. E quando o rei Jeoaquim ouviu o mesmo rolo que Josias, seu pai, ouviu, ao invés do rei rasgar as suas vestes ele rasga o rolo, queima o rolo e manda prender o profeta.
21  Então, enviou o rei a Jeudi, para que trouxesse o rolo; Jeudi tomou-o da câmara de Elisama, o escrivão, e o leu diante do rei e de todos os príncipes que estavam com ele.
22  O rei estava assentado na casa de inverno, pelo nono mês, e diante dele estava um braseiro aceso.
23  Tendo Jeudi lido três ou quatro folhas do livro, cortou-o o rei com um canivete de escrivão e o lançou no fogo que havia no braseiro, e, assim, todo o rolo se consumiu no fogo que estava no braseiro.
24  Não se atemorizaram, não rasgaram as vestes, nem o rei nem nenhum dos seus servos que ouviram todas aquelas palavras.
25  Posto que Elnatã, Delaías e Gemarias tinham insistido com o rei que não queimasse o rolo, ele não lhes deu ouvidos.
26  Antes, deu ordem o rei a Jerameel, filho de Hameleque, a Seraías, filho de Azriel, e a Selemias, filho de Abdeel, que prendessem a Baruque, o escrivão, e a Jeremias, o profeta; mas o SENHOR os havia escondido (Je 36.21-26).
Veja que o rei Jeoaquim, ao ouvir as palavras do rolo em um tempo gravíssimo, tempo de tensão, em vez de se humilhar e se voltar para Deus, em vez de rasgar as suas vestes e o seu coração, ele prefere rasgar a Palavra de Deus, e quando a Palavra de Deus é queimada ela não é destruída, mas apenas se está aumentando a combustão do próprio juízo de Deus sobre aqueles que tais coisas praticam. Sempre que os corações se endurecem e deixam de ouvir a Palavra de Deus, o juízo de Deus vem sobre eles. O rolo da Lei não foi destruído pela fogueira. Ela tornou-se apenas mais combustível para o juízo de Deus que alcançou o rei impenitente.
Irmãos, nós podemos também chegar a este estágio de endurecimento se não tomarmos cuidado. Como é que nós reagimos diante da Palavra do Deus vivo? Com quebrantamento ou com endurecimento? Ouvimos de bom grado apenas aquilo que satisfaz aos nossos ouvidos ou damos a atenção de escutar o que Deus está falando? Uma das maiores tentações da Igreja Evangélica nos dias de hoje é querer que os pregadores preguem o que eles querem ouvir e não o que precisam ouvir. Muitos pregadores hoje já venderam a sua consciência, já negociaram os seus ministérios, já se prostituíram nesse sentido e não pregam a Palavra de Deus, mas pregam o que o povo quer ouvir.
O povo de Judá conhecia a Deus, conhecia a Palavra de Deus, conhecia o juízo de Deus, conhecia os muitos momentos da visitação de Deus sobre a nação em juízo, em disciplina, e sabia que Deus, quando fala, seja para abençoar, seja para castigar, Deus cumpre o que fala. É tolice nossa achar que Deus vai ferir a sua aliança, que Deus vai encolher o seu braço e não vai cumprir o que promete, seja para abençoar, seja para castigar. A Palavra de Deus quando promete misericórdia ou juízo sempre se cumpre. O moinho de Deus mói devagar, mas mói fino. Jeoaquim pode cortar o rolo do livro e lançá-lo à fogueira, mas não pode evitar o juízo de Deus sobre sua própria vida.
Foi o pecado que trouxe destruição sobre Jerusalém. Foi o pecado que causou a destruição do templo. Foi o pecado que trouxe a morte de tantas famílias. Foi o pecado que gerou aquele terrível cativeiro. Foi o pecado que trouxe a tragédia sobre toda a nação e não é diferente hoje.  O pecado é maligníssimo. Só os loucos zombam do pecado. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!
B – Deus Disciplina o Seu Povo Quando Este Deixa de Confiar Plenamente Nele
E por que mais Judá foi levado para o cativeiro? É só ler o livro do profeta Jeremias para entender. Já parou para pensar por que Deus permitiu que os vasos do templo, que eram sagrados, fossem profanados? Por que Deus permitiu isso? Será que Deus não tem zelo das suas coisas? O povo de Judá deixou de confiar em Deus para confiar no templo. Sabe o que estava acontecendo? O entendimento do Povo era o seguinte: enquanto o templo estivesse erigido em Jerusalém, enquanto tivermos sacerdotes ministrando, enquanto tivermos sacrifício acontecendo, enquanto tivermos nos reunindo no templo e enquanto as cerimônias estiverem acontecendo, enquanto o incenso estiver sendo queimado, enquanto nós estivermos celebrando o culto a Deus em Jerusalém, nada, absolutamente nada pode nos acontecer.
O povo se reunia no templo e pensava que sua segurança estava na sua religiosidade e não em Deus. Eles se orgulhavam do templo, mas viviam na prática do pecado. O povo se sentia seguro porque para eles não importava como vivessem, o templo os salvaria. Deus mostra que a confiança no templo não era um substituto para o arrependimento:
2  Põe-te à porta da Casa do SENHOR, e proclama ali esta palavra, e dize: Ouvi a palavra do SENHOR, todos de Judá, vós, os que entrais por estas portas, para adorardes ao SENHOR.
3  Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Emendai os vossos caminhos e as vossas obras, e eu vos farei habitar neste lugar.
Não confieis em palavras falsas, dizendo: Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este.
5  Mas, se deveras emendardes os vossos caminhos e as vossas obras, se deveras praticardes a justiça, cada um com o seu próximo;
6  se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após outros deuses para vosso próprio mal,
7  eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, desde os tempos antigos e para sempre.
Eis que vós confiais em palavras falsas, que para nada vos aproveitam (Je 7.2-8).
O que significa isso? Eles estavam confiando na religiosidade do templo, na liturgia dos sacrifícios, dos serviços que eles prestavam e não no próprio Deus. Há uma linha tênue, muitas vezes, que separa a religiosidade humana do relacionamento pessoal com Deus. Às vezes, podemos ser zelosos na religião e perdemos de vista completamente o nosso relacionamento pessoal com Deus. O Senhor Jesus ilustrou isso na Igreja de Éfeso. Que Igreja preciosa, que Igreja fiel à palavra, que Igreja fiel à doutrina, mas que Igreja que perdeu o seu encanto pelo Noivo da Igreja o Senhor Jesus Cristo.
É possível que você seja um crente zeloso da sua fé, da sua doutrina, da sua religião, da sua denominação, mas é possível você manter tudo isso e ainda assim não ter intimidade com Deus, não estar se relacionando pessoalmente com o Deus vivo. Deus não tolera o pecado nem no mundo e muito menos dentro de sua própria casa. Eles estavam confiando no templo só para permanecerem nos seus pecados. E quando os verdadeiros tesouros espirituais são perdidos em nossa vida, as perdas dos tesouros materiais vêm como sinal da disciplina de Deus.
Eles estavam encantados com os tesouros do templo e confiavam nessas coisas, mas eles perderam o maior de todos os objetos sagrados que eles deveriam guardar com todo carinho, que era o relacionamento deles com Deus. E porque eles perderam o maior tesouro que é o tesouro espiritual, então Deus permitiu e até mesmo entregou os vasos do templo nas mãos do inimigo, para que deixassem a falsa fé mística que eles tinham no templo e nas coisas do templo, para que eles então pudessem entender que eles tinham que colocar a confiança deles não no templo, mas no Deus que habita no templo, para que eles aprendessem a depender de Deus e não de uma fé mística.
Você se lembra quando o povo de Israel estava entrando em guerra contra os filisteus e os sacerdotes estavam em pecado? De repente entram naquela batalha e 4 mil homens caem mortos e eles se lembram: é a Arca da Aliança, vamos trazer a Arca da Aliança, o símbolo da presença de Deus. E trouxeram a Arca da Aliança e houve júbilo no arraial de Israel e houve um estrondo no arraial do inimigo. Mas de repente houve a guerra e os filisteus tomaram a Arca, roubaram a Arca, mataram os sacerdotes e 30 mil homens caíram naquele campo de batalha.
O povo estava colocando confiança na Arca, símbolo da presença de Deus, mas não estava andando em comunhão com o Deus simbolizado por aquela Arca. E Deus permitiu que a Sua Arca fosse profanada, roubada pelos filisteus, para que a confiança do povo se voltasse para Deus e não para um objeto sagrado. Deus permitiu que os vasos do templo fossem roubados, profanados, levados para um templo pagão, para mostrar ao povo que eles tinham que confiar não no templo e nem nos vasos do templo, mas em Deus. Antes de Deus construir no coração deles uma fé verdadeira, Deus destrói as bases do misticismo daquele povo.
Agora, se vocês querem saber se Deus tem zelo pelas coisas dele, Ele tem, tanto é que tem que quando o rei Belsazar pegou esses mesmos vasos para dar uma festa de bebedeira, naquela noite o rei morreu e a Babilônia caiu. Deus é Zeloso! Se Deus permite que as coisas dele sejam profanadas é para ensinar uma lição. Com Deus não se brinca!
Às vezes, nós temos mais zelo de coisas do que zelo com o nosso relacionamento com Deus. E quando confiamos em coisas e não em Deus, o Senhor pode tirar de nós as coisas para nos corrigir. Deus tirou debaixo dos pés do povo o alicerce em que estavam confiando, assim como Deus removeu o candeeiro da Igreja de Éfeso, porque ela deixou de se arrepender.
E quando o povo de Deus deixa de confiar em Deus para confiar no braço da carne, daí pode viver sua própria ruína. Quando deixamos de confiar no Senhor para fazer alianças perigosas, concessões suspeitas entramos em uma rota de colisão e caímos no abismo. Sabe o que aconteceu? Para fugir do domínio do Egito, Judá fez aliança com a própria Babilônia. Se você ler a Bíblia verá que Deus sempre reprovou a Israel quando este deixa de confiar em Deus e faz uma aliança para se assegurar.
Esse problema não é só do povo não, é meu e é seu também. Nós temos essa tendência. Nós temos a dificuldade de crer em Deus que não vemos porque queremos buscar refúgio no qual podemos ver e tocar. É por isso que nós confiamos que o dinheiro vai trazer a solução. É por isso que nós achamos que o nosso destino vai depender do presidente, do prefeito ou do ministro, ou da canetada daquele que tem o poder na mão. É por isso que, às vezes, nós negociamos, transigimos. É por isso que, às vezes, nós acreditamos que, na verdade, a História está nas mãos de homens. Então, nós entramos em negócios e acordos para nos assegurar.
O que aconteceu com Judá? Ela fez aliança com Babilônia achando que ali estava à sua segurança, mas aí estava a sua própria ruína, a sua própria destruição. Quando ela achou que a segurança dela não estava em Deus, mas na Babilônia, Deus levantou a Babilônia para destruí-la. E todas às vezes que nós tiramos os olhos de Deus para colocar a nossa confiança no braço da carne, nós também podemos colher a mesma consequência, de encontrar naquilo que pensamos estar a nossa segurança a nossa própria derrota. Nenhum inimigo pode ser mais perigoso para nós do que os amigos que tomam o lugar de Deus na nossa vida.
Deus revela que uma religiosidade externa não pode defender um povo que vive na prática do pecado. A Arca da Aliança não pôde proteger os israelitas na batalha contra os filisteus. O templo e seus vasos sagrados não puderam proteger o povo contra o exército babilônico. Deus está mostrando para nós, irmãos, que uma religiosidade externa não pode nos defender nos dias da calamidade. A nossa frequência a igreja, por si só, não pode nos garantir vitória espiritual se a nossa vida pessoal está comprometida com o pecado.
Por isso, não se contente em ter apenas uma religião externa, apenas ser um protestante evangélico, apenas ser um membro de igreja, apenas carregar uma Bíblia, apenas fazer orações regulares, porque no dia da adversidade este tipo de fé não poderá valer nada a você. Mas ande verdadeiramente na presença do Deus vivo e serás vitorioso nas batalhas.
3 – A SOBERANIA DE DEUS NA DISCIPLINA DE SEU POVO
Deus reina, quer o seu templo exista, quer não. O templo foi destruído, mas Deus continua no Trono. Os tronos da terra se abalam, mas o Trono de Deus permanece para sempre. Deus está no controle da História. A cidade conquistada, o templo saqueado, os tesouros transportados e os cativos a chorar, tudo isso foi obra de Deus, destinadas a cumprir os seus sublimes propósitos.
A – Deus é Soberano e Reina Até Mesmo Sobre as Nações Ímpias Para Que Elas Cumpram os Seus Propósitos Supremos
É Deus quem trás os caldeus. É Deus quem entrega o rei e os vasos do templo. É a providente mão de Deus que está por trás do castigo do seu povo. A Babilônia estava nas mãos de Deus. Nabucodonosor era servo de Deus. A História pertence a Deus. É Deus que está no Trono é Deus quem dirige a História. É Deus quem dirige a Igreja, é Deus quem dirige a sua vida.
Até os ímpios estão a serviço dos propósitos de Deus. Nabucodonosor prestava os seus serviços a Deus sem ter consciência disso. Ele era senhor de quase toda a terra, mas servo do Deus Altíssimo! Colocado sobre os homens, mas debaixo da poderosa mão daquele que dirige o Universo, segundo seus planos e propósitos.
Nós precisamos ter uma visão muito clara da Soberania de Deus na História. Quando você compreende que Deus é Senhor da História, que Ele está no Trono, que Ele dirige as nações, que Ele levanta Reis e depõe Reis, que Ele levanta impérios e abate impérios, que Ele levante reinos e abate reinos, que Ele levanta nações e abate nações, você começa a perceber que nada foge ao controle do Deus Soberano que está assentado no Trono.
B – É a Soberania de Deus Que Está Comandando o Invasor e Disciplinando o Invadido
É Deus quem está comandando o invasor e disciplinando o invadido. O trono de Nabucodonosor estava debaixo do Trono do Deus vivo. Nabucodonosor estava sendo usado por Deus para cumprir os propósitos de Deus, para que a Soberania de Deus se estabelecesse na História do seu próprio povo.
É Deus quem levanta reis e depõe reis, levanta reinos e abate reinos. É o Senhor de toda a terra que levanta uns e abate outros. Os corações de todos estão em Suas poderosas mãos. Foi Deus quem entregou o rei Joaquim e os vasos do templo na mão de Nabucodonosor. Deus está no controle do invasor e do invadido. A Babilônia é trazida por Deus. Leia o livro de Habacuque e você vai ver isso claramente. Deus disse para o profeta:
5  Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada.
Pois eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcham pela largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas (Hc 1.5,6).
Habacuque fica absolutamente alarmado quando vê que Deus traz um povo que não tem entendimento dele, pior do que o povo de Deus, para disciplinar o povo de Deus. Mas é Deus quem está trazendo os caldeus. É Deus quem está trazendo a Babilônia. E agora, Daniel está dizendo que é Deus quem entrega o reino de Judá nas mãos da Babilônia. É Deus quem entrega os vasos do templo nas mãos do rei da Babilônia. Deus está governando o invasor e Deus está disciplinando o invadido.
Deus é Soberano e seu Trono dirige até mesmo as nações ímpias para que elas cumpram os seus propósitos supremos. É Deus quem trás os caldeus. É a providente mão de Deus que está por trás do castigo do seu povo. A Babilônia estava nas mãos de Deus porque a História pertence a Deus e é Deus quem está no Trono. É Deus quem dirige a História. É Deus quem dirige a Igreja. É Deus quem dirige a sua vida e é maravilhoso saber tudo isso. É maravilhoso descansar nesta Soberania de Deus.
O amor de Deus é visto até mesmo na sua amarga disciplina. Deus ama tanto o seu povo que usa o chicote para lhe trazer ao arrependimento. Isso é maravilhoso! Sabe por que Deus mandou o seu povo para Babilônia? Porque Deus é Amor. O povo de Judá, durante séculos e séculos, viveu prisioneiro da idolatria dos povos gentílicos à sua volta. Deus ofereceu àquele povo um caminho de obediência, aquele povo não ouviu. Então, Deus usou um remédio amargo para que aquele povo fosse curado de vez da idolatria. E quando aquele povo, depois de 70 anos amargos de cativeiro, retorna, este povo está curado da idolatria. Quando Deus manda a disciplina não é porque quer destruir os seus filhos é porque Ele quer restaurar os seus filhos. A disciplina é um ato de amor.
O mesmo Deus que usa a vara, também a quebra quando ela deixa de compreender que está sendo usada por Deus. Nabucodonosor precisou ir comer capim como os animais porque pensou que o poder estava em suas mãos. O Senhor derrubou a Babilônia exatamente porque o rei Belsazar profanou os utensílios do templo.
CONCLUSÃO
Daniel nos ensina que o cálice da ira de Deus um dia transborda. A paciência de Deus tem limites. O mesmo Deus que adverte, aconselha, exorta, chama, clama e insta é o mesmo que usa a vara da sua ira para disciplinar. Quem não ouve a sua suave voz terá que o ouvir o rugido de sua ira.
A paciência de Deus um dia tem o seu limite. Esse mesmo Deus, que parece na linguagem dos Salmos 73 que está dormindo, um dia Ele vai acordar. As coisas parecem calmas, tranquilas, mas a ira de Deus um dia transborda. A ira de Deus chegou contra Judá. A ira de Deus disse basta! Chega! E Deus entregou a cidade santa nas mãos do inimigo, a cidade sagrada nas mãos do inimigo, os vasos sagrados nas mãos do inimigo, o seu próprio povo, o povo da aliança, nas mãos do inimigo, e usou seus inimigos para ser o chicote da sua ira contra o seu próprio povo.
O pecado não compensa. Aqueles que vivem na prática do pecado um dia serão apanhados. Ninguém pode escapar! Louco é aquele que zomba do pecado. E uma religião apenas de fachada não pode nos ajudar no dia da calamidade. O povo de Deus confiava no templo e não em Deus. Eles eram religiosos, mas não levavam a sério a Palavra de Deus e por isso foram levados cativos. Confiar em coisas não é suficiente, você precisa confiar no Deus vivo.
Neste contexto é que Deus, então, levanta Daniel e Daniel passa vitoriosamente por essas tempestades todas sendo ainda um adolescente. E há um segredo na vida de Daniel. Desde adolescente este moço permanece firme diante do seu Deus sem vacilar, sem transigir, sem se corromper. Existem apenas dois segredos na vida deste moço. Sabe qual é o segredo de Daniel? Daniel era um moço que andou com Deus, porque Daniel, em todos os momentos, buscava a Deus em oração. Segundo, Daniel foi capaz de manter-se firme porque Daniel sempre estava com a Palavra de Deus aberta. Duas coisas simples, leitura e oração, nada de místico, nada de espetacular.
Eu quero lhe dizer que também vivemos em turbulências, dias difíceis, e a única maneira de você ser um crente que faz a diferença na História e seja um modelo de piedade em um mar de corrupção é se você for um crente comprometido em oração que examina a Palavra de Deus. Um crente que não seja dedicado ao estudo da Palavra e que não tenha vida de oração, ele naufraga neste mar revolto que está bramindo à sua volta. Que Deus nos ajude a olhar para este livro e tirar as lições preciosas dele. Que o Senhor te abençoe a ouvir a sua suave voz que te chama! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

Rev. Hernandes Dias Lopes: Estudos sobre o livro de Daniel

Nenhum comentário:

Postar um comentário