Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sábado, 20 de maio de 2017

ESTUDO DO LIVRO DE DANIEL. LIÇÃO II: DANIEL E SEUS AMIGOS, FIEIS MESMO EM MEIO A UMA GERAÇÃO INFIEL

ESTUDO DO LIVRO DE DANIEL: A SOBERANIA DE DEUS NA HISTÓRIA
PARTE I: AS INTERVENÇÕES DIVINAS
LIÇAO II: DANIEL E SEUS AMIGOS, FIEIS MESMO EM MEIO A UMA GERAÇÃO INFIEL
3  Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres,
4  jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus.
5  Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei.
6  Entre eles, se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
7  O chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel, o de Beltessazar; a Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; e a Azarias, o de Abede-Nego.
8  Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se.
9  Ora, Deus concedeu a Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos.
10  Disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; por que, pois, veria ele o vosso rosto mais abatido do que o dos outros jovens da vossa idade? Assim, poríeis em perigo a minha cabeça para com o rei.
11  Então, disse Daniel ao cozinheiro-chefe, a quem o chefe dos eunucos havia encarregado de cuidar de Daniel, Hananias, Misael e Azarias:
12  Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos dêem legumes a comer e água a beber.
13  Então, se veja diante de ti a nossa aparência e a dos jovens que comem das finas iguarias do rei; e, segundo vires, age com os teus servos.
14  Ele atendeu e os experimentou dez dias.
15  No fim dos dez dias, a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei.
16  Com isto, o cozinheiro-chefe tirou deles as finas iguarias e o vinho que deviam beber e lhes dava legumes.
17  Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos.
18  Vencido o tempo determinado pelo rei para que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe à presença de Nabucodonosor.
19  Então, o rei falou com eles; e, entre todos, não foram achados outros como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, passaram a assistir diante do rei.
20  Em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino.
21  Daniel continuou até ao primeiro ano do rei Ciro (Dn 1.3-21).

Introdução
O estudo da vida de Daniel nos ensina sobre a fidelidade, sobre como ser fiel mesmo estando cercado por um ambiente ou por circunstâncias de infidelidade. Com Daniel, nós aprendemos que não é o ambiente que faz a pessoa, mas é a pessoa que faz o ambiente. A Bíblia diz que Daniel cresceu em um ambiente hostil, que ele viveu em uma terra estranha, uma terra pagã com muitos deuses e muitos ídolos. Mas mesmo em um ambiente tão hostil, quando a sua geração cedia às pressões da sedução de Babilônia, Daniel não cedeu. Daniel não negociou. Daniel não transigiu. Daniel Manteve a sua postura de fidelidade absoluta ao seu Deus.
Nabucodonosor, Rei da Babilônia, cerca Jerusalém e leva os objetos do Templo e alguns nobres da cidade de Jerusalém para a Babilônia, entre eles estavam Daniel e seus amigos. Babilônia era a cidade mais importante do mundo nesta época. Era uma cidade cercada de muros tão grandes, tão largos que três carruagens podiam correr paralelamente sobre ela. Ela tinha mil e duzentas torres de vigias. Nabucodonosor tornou aquela cidade magnificente, grandiosa, esplendorosa. Construiu nela os seus jardins suspensos e esses jardins suspensos vieram a ser uma das sete maravilhas do mundo antigo.
Neste contexto é que Daniel cresce, e a partir da sua adolescência vai viver com Deus e testemunhar de Deus. Ele se torna um referencial para aqueles que desejam ser fiel a Deus em meio a uma geração corrupta e pervertida.  Podemos tirar da vida deste homem algumas lições muito preciosas. Vamos a elas:

1 – DANIEL É UM JOVEM FIEL A DEUS APESAR DE UM PASSADO TRAUMATIZANTE

Muitas pessoas são fiéis quando o clima está bom, quando o ambiente é favorável, quando não há problemas, quanto há saúde, quando há dinheiro, quando há amigos, quando há aplausos, ou seja, quando tudo vai bem, e como tudo vai muito bem, então se vive um clima de fidelidade. Mas como ser fiel quando há problemas, quando há lutas, quando há diversidades, quando há doenças? Quando o problema chega à família, quando a crise financeira chega como manter fidelidade em um ambiente hostil? Daniel vai nos ensinar sobre isso.

A – Em meio a uma geração que se corrompia, Daniel possuía valores absolutos

A geração de Daniel estava se corrompendo. Os reis estavam se corrompendo, os sacerdotes estavam se corrompendo e o povo estava se corrompendo. Quando Deus levantou o profeta Jeremias, quando a Palavra de Deus foi lida diante do rei Joaquim, este rei picou com uma faca o rolo do livro e o jogou na fogueira e ainda mandou prender o profeta.
As cidades se corrompem, o povo se corrompe e Daniel, um adolescente naquela época, se mantém firme e fiel ao seu Deus. Quando a sua nação se afasta de Deus, Daniel vê a sua geração pagando um alto preço do pecado, porque foi na sua geração que Babilônia invade Jerusalém, destrói a cidade, quebra os muros da cidade, põe fogo no Templo, mata a espada os homens, as mulheres, as crianças, pisoteia as pessoas e leva os sobreviventes cativos para Babilônia.
Diz a Bíblia que o cerco de Jerusalém foi algo tão terrível que o livro de Lamentações de Jeremias diz que mais felizes foram os que morreram a espada do que aqueles que morreram pela fome dentro das muralhas. As pessoas se desesperavam ao ponto de comer até carne humana dentro dos muros de Jerusalém. Este foi o contexto da vida de Daniel. Mas diz a Bíblia que neste ambiente, neste contexto Daniel anda com Deus, Daniel tem compromisso com seu Deus.

B – Em meio às tragédias terríveis, Daniel não deixa o seu coração azedar

Muitas vezes os problemas vêm, e não são probleminhas, são tragédias que desabam sobre a nossa cabeça. A grande questão é: o que fazer quando isso acontece? Algumas pessoas azedam o coração quando isso acontece, amarguram a vida. Algumas pessoas naufragam na fé e nunca conseguem se levantar.
Daniel perdeu a sua nacionalidade, perdeu a sua bandeira, perdeu a sua Pátria. Ele foi arrancado do seu país. Daniel também perdeu a sua família, os seus pais, seus amigos, seus vizinhos. Ele foi violentado na questão dos seus direitos mais absolutos, seus direitos de cidadania. Daniel perdeu ainda a sua liberdade. Ele sai de casa como escravo, não é mais dono da sua vida, não é mais dono da sua agenda, não é mais dono da sua liberdade.
A sua cidade é cercada, a fome desesperadora toma conta do seu povo, as mães desesperadas vêem seus filhos morrerem de fome. As jovens eram forçadas, os jovens passados ao fio da espada e os outros são levados cativos. Daniel é levado para uma terra distante, para uma terra estrangeira, arrancado do seu país, perdeu a sua liberdade e pior do que isso, ele perdeu a sua religião, perdeu o Templo, perdeu o altar, perdeu os sacrifícios. Ele foi arrancado e agora não tem todo esse aparato religioso no qual ele fora criado. Não tem mais aquelas assembléias solenes, não tem mais os cânticos de Sião, não têm mais as harpas tocando músicas de celebração, ele perde tudo isso.
O Salmo 137 diz que os que foram para Babilônia se assentavam às margens do rio da Babilônia e começavam a chorar lembrando do passado. E quando eles se assentavam para chorar, não era para traçarem planos de libertação ou de saída do cativeiro, mas eles paravam apenas para chorar, apenas para lembrar o passado sem nenhuma esperança do futuro. Diz a Bíblia que eles dependuraram as suas harpas no salgueiro e não conseguiram mais cantar. Eles estavam entregues ao desespero, à amargura, ao ressentimento, a mágoa e até ao ódio, porque quando eles abriam a boca para falar diziam o seguinte: Feliz é aquele, Babilônia, que pegar os seus filhos e esmagar a cabeça deles sobre uma pedra.
Duas opções prevalecem em nossos corações diante das tragédias ou problemas da vida, ou você amargura o coração ou você passa a nutrir sede de vingança. É quando você se encolhe e adoece, você fecha o coração para o perdão e começa a almejar a destruição daqueles que te perseguiram. Mas há outra opção, você pode ter a opção de Daniel, a opção de ir para um lugar onde você não queria ir, de estar aonde você não queria estar, de estar no meio de gente que você não procurou estar, ser arrancado de sua família, da sua pátria, tirando a sua liberdade, tirando aquilo que você mais amava e precisava, e escolher ser uma bênção neste lugar, fazer diferença nesse lugar. Você pode escolher em vez de pendurar suas harpas começar a influenciar o meio onde vive.
Daniel não deixou que o seu passado de dor destruísse o seu futuro. Tem gente que não consegue se libertar do seu passado. Tem gente que é prisioneiro do seu passado. Tem gente que não se liberta das amarras do ontem e não consegue viver o hoje e nem tem perspectivas para o amanhã.

C – Em meio a uma cultura sem Deus e sem absolutos morais, Daniel não perde a sua fé

Ele estava na Babilônia, terra de idolatria, terra de outros deuses, terra de paganismo, terra sem absolutos morais, terra onde a sua fé e o seu Deus não são valorizados e nem conhecidos. Daniel podia deixar para trás o seu compromisso com Deus, deixar para trás a aliança com Deus, deixar as suas convicções religiosas, ele podia deixar para trás todo o legado que recebera. Mas este homem mantém-se firme e fiel, preservando a sua fidelidade ao seu Deus e aquilo que ele aprendeu desde a sua infância.
Neste sentido Daniel é um modelo para nós. É alguém que é fiel a Deus apesar de um passado de dor. Não sei como é o seu passado, não sei que tipo de lutas você já enfrentou, não sei que tipo de marcas você carrega na vida, não sei que tipo de lembranças ou cicatrizes interiores você tem em sua alma, não sei que tipo de desculpas você dá para não andar hoje com Deus, podendo ser por causa do que lhe aconteceu ontem, mas Deus quer que você se liberte do seu passado, que você tenha o seu passado no passado, para que você possa servir a Deus a despeito daquilo que lhe aconteceu um dia na sua vida.

2 – DANIEL UM JOVEM FIEL A DEUS APESAR DE UM PRESENTE DE OPORTUNIDADES

Às vezes, algumas pessoas são fiéis a Deus na adversidade, mas não conseguem ser fiel a Deus na prosperidade, na bonança e na promoção. Daniel foi fiel a Deus na adversidade e foi fiel a Deus no meio de um presente de oportunidades.

A – Ele foi escolhido para estudar na Universidade da Babilônia

Nabucodonosor era um estadista e um estrategista. Ao mesmo tempo, que nas suas campanhas militares, ele destruía cidades, ele tomava de assalto a cidades inteiras e levava cativo o povo para Babilônia, ao mesmo tempo, ele escolhia os nobres, ele selecionava os jovens mais preparados para treiná-los, para cultuá-los, para que esses jovens pudessem abraçar a cultura da Babilônia, para que esses jovens pudessem influenciar os seus conterrâneos, e desta forma o braço da Babilônia na subjugação dos povos seria através dos próprios conquistados.
Desta forma Daniel faz parte desse grupo seleto e vai para Babilônia. Ele agora vai ter o privilégio, a oportunidade de estudar na maior cidade do mundo na época, a mais rica a mais promissora a que tinha maiores recursos e a que poderia lhe oferecer um futuro mais promissor. Que oportunidade de ouro surgiu na vida de Daniel, ele que tem os seus conterrâneos tomados e levados cativos é escolhido para estudar na universidade da Babilônia.
O vestibular para se entrar na Universidade de Nabucodonosor tinha três critérios. Primeiro eram as qualidades sociais. Tinha que ser da linhagem real, dos nobres. Segundo tinha que ter qualidades físicas e morais, jovens sem nenhum defeito e de boa aparência. Terceiro tinha que ter qualidades intelectuais, instruídos todos em sabedoria e ciência, versados no conhecimento e competência para assistirem no palácio real. Aprovados neste vestibular eles tinham então, a liberdade para transitar nos corredores do poder, e certamente tinham um futuro garantido, muito diferente daqueles que eram escravos para os trabalhos forçados.

B – Ele tinha a promessa de emprego garantido e sucesso profissional

O curso da Universidade da Babilônia era um intensivo de três anos:

5  Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei.

Depois de três anos eles têm emprego garantido no primeiro escalão do governo mais poderoso do mundo. Não poderia ter oportunidade maior e melhor do que esta para Daniel. Era uma chance de ouro. Era tudo que um jovem gostaria de ter na vida. Era tudo que um pai ou uma mãe aspiraria para os seus filhos. Mas cuidado! Do que adianta você ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? O que adianta você ficar rico e transigir com os valores absolutos? O que adianta você chegar ao topo da pirâmide social negando a sua fé, transigindo com a sua consciência, que adianta você se tornar uma pessoa prestigiada promovida se pra isso você tem que abafar a voz da sua consciência?
Quando o caminho para o prestígio, para o sucesso, para a fama cobra o preço da transigência dos valores absolutos, se paga muito caro. Quando no caminho para a glória se destrói a vida, se destrói a paz, se destrói o casamento, se destrói a família, se destrói a própria alma, seu custo não vale a pena, pois esta vitória, na verdade, tem um sabor amargo de derrota.
Daniel para nós é um exemplo a ser seguido, porque vivemos em uma geração onde o importante é ter sucesso e ter sucesso a qualquer preço, a qualquer custo, onde as pessoas compram e vendem a sua consciência, onde as pessoas corrompem e se deixam corromper, onde as pessoas matam e morrem e transigem com seus valores absolutos.

3 – DANIEL, UM JOVEM FIEL APESAR DE UM FUTURO DE GLÓRIA

Quer conhecer a moral de um homem ou de uma mulher? Basta promovê-los! Basta dar-lhes poder! As pessoas se corrompem por causa dos privilégios do poder, da fama e do sucesso. As pessoas se corrompem por causa dos apertos e das dificuldades da vida. Não é fácil manter-se íntegro quando se está no topo da pirâmide, quando se é famoso, quando você sai nas manchetes, quando o seu nome está na crista da onda, quando você é a bola da vez.
Daniel é um homem que foi fiel quando foi arrancado da sua casa, quando adolescente resolveu firmemente não se contaminar, mas ele também se manteve fiel quando estava no auge da sua fama.  Daniel passou a servir diante do rei. Tornou-se primeiro ministro da Babilônia. Tornou-se um homem de projeção. Tem muita gente que para chegar ao topo transige. Daniel chegou ao topo porque não transigiu. Ele chegou ao topo porque a mão de Deus o levou até lá. Isso nos ensina algumas lições:

A – O grande perigo da culturação

Cuidado com a amizade do mundo, ela é inimizade contra Deus. Cuidado com as iguarias do mundo veja bem que Daniel tem um privilégio muito grande, ele estava estudando na maior Universidade do mundo, escolhido pelo próprio rei, com bolsa integral, com os custos pagos pelo governo, com alimentação de alta qualidade, que ele se assentava na mesa real para comer das iguarias da mesa do rei. Ele só tinha que se preocupar em uma coisa: estudar e mais nada. Esquecer de qualquer outra coisa, inclusive da sua fé e do seu Deus.
O grande problema é que aquela comida que servia lá, antes de ser colocada sobre a mesa, era dedicada aos deuses, aos ídolos, e quando uma pessoa se assentava ao redor daquela mesa para saborear aquelas iguarias, ela estava, na verdade, se comprometendo com aquelas divindades. O apóstolo Paulo vai interpretar isso na primeira carta aos Coríntios quando diz:

19  Que digo, pois? Que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor?
20  Antes, digo que as coisas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados aos demônios.
21  Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios (1 Co 10.19-21).

Daniel percebe isso. Daniel percebe que não era uma coisa de somenos, irrelevante, uma coisa sem significado, que se ele comer das finas iguarias da mesa do rei estaria transigindo com fatos absolutos quanto a sua fé, que ele estaria, na verdade, negando o seu Deus, que ele estava curvando diante de ídolos e demônios.
Alguém já disse que todas as maçãs do diabo são bonitas, mas elas têm bichos. Cuidado com as propostas sedutoras do mundo. Cuidado com as vantagens aparentes do mundo. Cuidado com o sucesso pelo caminho fácil.
Talvez você esteja pensando que Daniel está sendo muito radical, que está perdendo a oportunidade de ouro, que deveria largar mão desse escrúpulo, que não tem problema nenhum que essa comida aí seja sacrificada a ídolos, que ele deveria comer para não fechar a porta que lhe abrira, para não perder a oportunidade surgida, não tirar da sua vida o privilégio de entrar no palácio de Nabucodonosor, que ele deveria largar mão desse legalismo, de querer examinar tudo a luz da Lei de Deus.
Não parece que vivemos esse drama nos dias de hoje? Não é fácil manter se hoje fiel diante de tantas pressões, quando o mundo está sempre dizendo para você que não tem que ser assim tão fiel ao seu Deus.  As pessoas dizem que os tempos mudaram, dizem que os tempos são outros e que esses valores puritanos foram para gerações passadas, que nós vivemos em tempos modernos, que hoje temos a mente mais aberta. Mas a palavra de Deus nos mostra da necessidade que temos de ter padrão definido, princípios absolutos. Se nós queremos que Deus nos honra não podemos transigir nas pequenas coisas, porque se nós não formos fiéis nas pequenas também não seremos nas grandes.

B – Cuidado com a mudança de valores

Quando chegaram à Babilônia, a primeira coisa que os babilônios fizeram foi trocar os nomes de Daniel e de seus amigos. A Daniel chamaram de Beltessazar, a Hananias chamaram de Sadraque, a Misael chamaram de Sadraque e a Azarias chamaram de Abede-Nego. Todos os nomes desses moços estavam ligados ao Deus de Israel, e todos os nomes que deram a eles estavam ligados às divindades pagãs de Babilônia.
O que se estava propondo aí, de certa forma, era uma troca de convicções religiosas. A Universidade de Babilônia queria esvaziar da mente deles as lembranças de Deus, os conceitos de Deus, os valores de Deus e os princípios de Deus. E não é isso que ocorre muitas vezes também hoje? Não é essa pressão que o cristão que entra na Universidade enfrenta também hoje? Ele é bombardeado quando compartilha da sua fé, quando diz lá que é criacionista. As pessoas olham para ele e dão risadas sarcásticas por ainda acreditar nessa história da Criação, nessa história de Adão e Eva e nessa história de dilúvio.
Os nossos jovens estão sendo bombardeados não somente nos bancos universitários, o que é mais cruel e até satânico é que este tipo de pressão é feito desde lá no primário, porque lá na cartilha do primário é que a evolução está sendo ensinada, é que a fé cristã está sendo minada pelos seus alicerces. E nós precisamos ter muito cuidado, porque negar a criação é negar a base das Escrituras Sagradas. Uma pessoa não pode ser cristã negando o criacionismo.
Daniel está enfrentando estas pressões, e nós estamos enfrentando também estas mesmas pressões da Universidade Babilônica. Eles queriam tirar a convicção de Deus da mente de Daniel, queriam plantar nele novas convicções, novas crenças, novos valores, por isso que mudaram os seus nomes.

C – Cuidado com as ofertas vantajosas

Uma multidão de judeus foi para Babilônia. Quantos deles transigiram? Quantos deles cederam às pressões? Certamente a maioria deles entraram no esquema da Babilônia. Muitos resolveram esquecer Sião, esquecer a Lei do seu Deus, muitos começaram achar ela muito radical e muito exigente em comparação com a mente mais aberta de Babilônia, por ela dar a eles mais liberdade.
Há um grande perigo de nós estarmos tão encantados com as riquezas, com os prazeres da Babilônia que nós começamos a pensar que Jerusalém é muita opressora, que a Lei de Deus é muito rígida, que ela tem muitos defeitos, e assim sejamos tentados a deixarmos de lado aquilo que chamamos de escrúpulos, que na verdade é o compromisso que devemos ter com a Palavra de Deus, com a Lei de Deus.
Dizem para nós constantemente que os tempos mudaram e que precisamos nos adaptar a esse tempo de mudança, acompanhar a evolução das mudanças, devemos abrir a cabeça para as mudanças. Não é assim que dizem quando querem nos fazer pensar que qualquer tipo de amor é válido? Mesmo sendo entre um homem e outro homem? Entre uma mulher e outra mulher? Querem nos adaptar a este conceito liberal aberto, sem princípios, afirmando que não tem problema se a Lei de Deus diz que é abominação, porque a Lei de Deus é muito antiga, ultrapassada, e estamos em outros tempos. É a pressão, é a tentação, é a sedução da Babilônia que chega até nós, e se não tivermos cuidado nós abraçamos esse modo de vida sem percebermos.

D – Cuidado com o que está por trás das vantagens do mundo

Os caldeus mudaram os seus nomes, mas louvado seja Deus que não mudaram os seus corações. Aqueles três moços compreenderam que a ação da Babilônia, a culturação da Babilônia era uma porta aberta para a apostasia.
O mundo tem tantas formas de atacar a Igreja. Ou ele persegue a Igreja ou ele seduz a Igreja. Ou a espada ou a voz macia e sedosa. É por isso que o mundo, às vezes, ele vem como o braço do dragão que ruge, mas doutra feita o mundo vem como a grande meretriz sedutora, ricamente adornada, belamente vestida com palavras doces nos lábios, mas com a morte na sua língua. Hoje estamos vivendo na guerra das ideias, da lavagem cerebral, da relativização da moral, essa filosofia de que não tem nada a ver é procedente do maligno.
Hoje as pessoas estão ficando com Deus. Ficando com Deus sem compromisso, sem aliança. Comprometem-se com Deus apenas por um tempo de emoção em um culto, em um retiro espiritual, em uma conferência espiritual, mas depois caem de novo na realidade. Só ficaram com Deus uma noite. Ficaram com Deus somente um dia, uma semana, para depois voltarem às mesmas práticas, as mesmas vidas, o mesmo compromisso de infidelidade. Nós precisamos tomar cuidado e ter a Daniel como um exemplo de vida.

4 – A DETERMINAÇÃO DE DANIEL DE NÃO SE CONTAMINAR

Daniel firmemente resolveu no seu coração não se contaminar. Para um jovem manter se puro e santo, tanto nos dias de Daniel como nos dias de hoje, é preciso ter firmeza, é preciso ter fibra, é preciso ter raça. É por isso que os covardes não entrarão no Reino de Deus, porque para ser crente é preciso ter fibra, é preciso ter coragem, tem que ter peito para assumir posições, tem que ter coragem em uma sala de aula, quando todo mundo está zombando, escarnecendo, e dizer que é um cristão, quando todo mundo está ridicularizando o criacionismo manter-se firme como um cristão e dizer: eu sou criacionista, e melhor ainda seria apresentar as suas razões para provar que está correto. Daniel era um moço que tinha compromisso com a Palavra de Deus e nos ensina muitas lições preciosas com suas atitudes cristãs.

A – Daniel foi corajoso em sua decisão

8  Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia ...

Já parou para pensar o que é um adolescente desafiar a ordem do maior rei do planeta? Nabucodonosor determinou, mas Daniel firmemente resolveu no seu coração não se contaminar. É preciso ter fibra, coragem para correr os riscos de perder privilégios, perder oportunidades.
Agora, se você não é capaz de morrer pela sua fé, se você não tem poder para viver pela sua fé, se você não tem compromisso com Deus para correr riscos com Deus, então, a sua fé não é autêntica, ela é de conveniência.  Daniel teve coragem para fazer isso!

B – Daniel não foi apenas corajoso, ele foi sábio em sua decisão

8  Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se.

Ele resolveu e pediu. Imagine se o chefe dos eunucos chegasse para eles e dissesse que o rei determinou que comesse das iguarias do rei e Daniel dissesse: eu não vou comer. Se ele fizesse isso o que você acha que aconteceria com ele? Seria decapitado na mesma hora. E se morresse não seria como um mártir, mas morreria como um tolo.
O fato de sermos firmes não nos dá o direito de sermos tolos. Ele resolveu e pediu. Isso é sabedoria! Isso é ser inteligente! Isso é não fechar portas! Isso é abrir caminhos! Isso é articulação para alcançar os melhores resultados que glorifiquem o nome de Deus! É preciso ter sabedoria, às vezes, para testemunhar da nossa fé. Às vezes, nós compramos uma briga e a ganhamos, mas perdemos as pessoas.
Daniel teve sabedoria. Ele pediu um teste de dez dias. E diz a Bíblia que Deus ouviu a Daniel, e depois de dez dias comendo legumes a aparência dele era melhor do que a dos outros, não por causa da nutrição dos alimentos, mas porque a bênção de Deus estava com ele. Quando ele toma essa decisão, ele acreditava que Deus haveria de intervir naquela situação.

C – Daniel foi coerente durante todas as suas decisões

Se nós não aprendermos fidelidade nas pequenas coisas nós não vamos ter condições para enfrentarmos as grandes provas. Se nós não aprendermos o princípio da honestidade e da fidelidade nas pequenas coisas, amanhã, quando enfrentarmos os grandes desafios morais, nós vamos nos prejudicar. Aprenda a ser fiel nas pequenas coisas, aprenda a ser fiel nas coisas mínimas, porque quando você tiver entendendo que fidelidade é uma questão de princípios, quando você enfrentar provas maiores, depressões maiores, você terá condições de resistir. E porque Daniel manteve-se firme na questão de comida e de bebida ele foi capaz de manter-se fiel quando estava para ser lançado na cova dos leões. Se ele tivesse transigido lá atrás, ele jamais teria forças para enfrentar as provas maiores lá na frente. Aprenda a ser fiel a despeito das oportunidades.
Deus honrou a Daniel e seus amigos e eles se tornaram mais robustos do que os outros estudantes. O projeto de Deus é que os seus filhos não são caldas, mas são cabeças, no sentido de que eles devem sempre ser modelos.
Daniel foi aprovado com grande honra e o teste para passar na prova final não era escrito, o teste era oral. E quando Nabucodonosor teve o cuidado de ele mesmo fazer o exame, diz a Bíblia que em todas as matérias dos conhecimentos científicos e astrológicos, em todas as ciências da Babilônia, que Daniel e os seus amigos foram encontrados dez vezes mais sábios do que os outros estudantes. A Bíblia diz que foi Deus quem colocou isso neles. Quando você honra a Deus, Deus honra você. Vale a pena honrar a Deus.
Aparentemente pode não ser vantajoso ser fiel a Deus. Seus amigos podem rir de você, podem zombar de você. Você pode perder algumas amizades, pode perder alguns prestígios, pode perder algumas turmas, pode perder algumas festas, pode perder alguns aplausos, pode ganhar algumas críticas, mas vale a pena ser fiel ao seu Deus. No tempo certo, no momento oportuno, Deus vai te honrar. Foi isso que aconteceu com Daniel, ele foi encontrado dez vezes mais sábio do que os outros.

Conclusão

Daniel foi maior do que a própria Babilônia. Ele ficou 70 anos na Babilônia. A Babilônia caiu e Daniel continuou de pé. Ainda foi ministro no governo de Ciro. Daniel foi um homem que começou fiel, continuou fiel e terminou fiel. Foi um homem que nunca cedeu as pressões, um homem que nunca transigiu com a sua consciência, um homem que nunca negou a sua fé, um homem que nunca se desviou do seu Deus, um homem que é referência para você e para mim.
Vale a pena ser fiel. Daniel foi um jovem fiel e incontaminado, apesar da sua aparência, apesar das suas oportunidades, apesar dos seus dotes, apesar da sua glória. Daniel foi fiel na adversidade e fiel na prosperidade.
Você tem se guardado incontaminado do mundo? Você é um influenciador ou é uma pessoa influenciada? Você faz diferença no meio que você vive? As pessoas conhecem você na sala de aula, no seu escritório, na sua empresa, no seu trabalho, pelo seu quilate moral? Pelos seus princípios? Pelos seus valores? Quando você chega, o ambiente muda porque você chegou? A sua própria presença já constrange as pessoas a ter uma atitude diferente? Daniel para nós é um referencial de como ser fiel no meio de uma geração Infiel. Que Deus nos ajude a olhar para o exemplo de Daniel e aprender com ele. Que assim seja. Amém!

Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

Rev. Hernandes Dias Lopes: Estudos sobre o livro de Daniel

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