Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sábado, 23 de novembro de 2013

AS SETE CARTAS DE APOCALIPSE - LIÇÃO VIII – A CARTA À IGREJA DE PÉRGAMO

12  Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:
13  Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
14  Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição.
15  Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas.
16  Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.
17  Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe (Ap 2.12-17).

A cidade de Pérgamo: O único livro do Novo Testamento que cita a cidade ou a Igreja em Pérgamo é o Apocalipse. Pérgamo era uma cidade com um passado glorioso, e era a cidade mais importante da Ásia Menor sendo sua capital por cerca de 400 anos, explodindo sua fama depois da morte de Alexandre, o Grande. Com a ajuda dos romanos, Pérgamo ganhou independência dos selêucidas em 190 a.C., e passou a fazer parte do Império Romano a partir de 133 a.C. pelo testamento do rei Átalo III, último rei dos Selêucidas, tornando-se a capital da província romana da Ásia por mais de 200 anos. Pérgamo era também um grande centro cultural e neste aspecto sobrepujava Éfeso e Esmirna. Em Pérgamo ficava a segunda maior biblioteca do mundo, perdendo apenas para Alexandria, no Egito. O rei Eumenis II, no século III a.C. teve a intenção de tornar a biblioteca de Pérgamo a maior do mundo, convencendo Aristófanes de Bizâncio, bibliotecário de Alexandria, deixar Alexandria e mudar-se para Pérgamo. O rei Ptolomeu, rei do Egito, revoltado e enfurecido, embargou o envio de papiro a Pérgamo. O rei de Pérgamo criou um novo material para os livros chamado de pergaminho feito de couro alisado e a partir daí o pergaminho tornou-se o material mais usado do que o papiro.

Introdução

O que estava acontecendo na Igreja em Pérgamo? Aquela Igreja se encontra em uma situação difícil. Por todos os lados, os vizinhos praticavam idolatria e davam honra aos governantes romanos. Os cristãos não abandonaram a verdade do Senhor, mas tanta influência de falsas doutrinas teve um impacto negativo naquela Igreja, poluindo a congregação com doutrinas falsas que incentivavam os irmãos a praticarem a idolatria e a imoralidade. Aquela Igreja estava vivendo o grande perigo de estar confusa entre a linha divisória da verdade e do engano. Jesus, então, chama a Igreja ao arrependimento para evitar o castigo divino.
A Carta à Igreja de Pérgamo é, na verdade, um alerta de Jesus Cristo quanto ao perigo da Igreja misturar-se com o mundo. À medida que estudamos o teor desta carta visualizamos a atualidade de sua mensagem, de forma que, o estudo desta carta nos leva a refletir sobre como que a Igreja, cercada por um mundo hostil e sedutor, pode ser fiel ao seu Senhor sem se misturar a este mundo.
E o exemplo desta Igreja nos mostra como que uma Igreja pode resistir a sua fidelidade doutrinária ao ponto de martirizar-se pela fé, mas ao mesmo tempo não ter a mesma percepção diante da sedução do mundo. Como que uma Igreja pode ter vitória diante da perseguição ao ponto de morrer pelo Evangelho, mas ao mesmo tempo abrir portas para que o engano, a mentira e a heresia.
A palavra Pérgamo significa casado. E para a Igreja deste lugar Jesus Cristo vai falar que a Igreja é a Noiva de Cristo e que o propósito do noivo é que esta noiva se apresente a Ele imaculada, incontaminada, pura, fiel. Por isso, ao invés da Igreja se entreter com as seduções da grande meretriz ela precisa entender que é a noiva do Cordeiro e que ela tem que se apresentar a este noivo de uma maneira pura e irrepreensiva. Vamos ao estudo desta carta:

1 – A apresentação de Jesus à Igreja de Pérgamo

12  Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:

Cada apresentação de Jesus está ligada ao problema diagnosticado na Igreja. Por que Jesus se apresenta aqui como aquele que tem a espada afiada de dois gumes?

A – Jesus se apresenta como aquele que tem o poder absoluto

Primeiramente, a espada representa autoridade e o poder para julgar e castigar. Roma usava a espada para castigar e matar. Jesus está dizendo para aquela Igreja que é Ele quem tem a autoridade suprema, e não o governo romano.  A Espada de Roma pode somente tirar a vida, mas a espada daquele que vem montado em um cavalo branco trás a espada do juízo final de Deus. Com esta mesma espada Jesus destruirá o anticristo, o falso profeta e todos aqueles que permanecem no erro.

B – Jesus se apresenta como aquele que faz separação entre o verdadeiro e o falso

A espada também é a que separa o que é verdadeiro e o que é falso, o que é de Deus e o que não é de Deus, o que é aprovado por Deus e o que é reprovado por Deus.
A Igreja de Pérgamo era uma Igreja que estava bandeando para o lado do mundanismo. O problema daquela Igreja é que de repente a heresia começou a seduzir aquela Igreja. A doutrina de Balaão e dos nicolaítas começou a desviar o povo da verdade e conduzir os membros da Igreja para as práticas imorais, para a prostituição, a fazer uma parceria com o pecado. Jesus, que conhecia o problema da Igreja de Pérgamo, se dirige a ela da seguinte maneira:

12  Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:

Para a Igreja que não sabia discernir entre a ortodoxia e a heresia a espada de dois gumes vem dividindo, separando entre o que é verdade e o que é engano. Para o crente que vive em cima do muro, em uma tentativa de agradar a Deus e ao mundo, Jesus diz: Eu tenho a espada afiada de dois gumes, vou cortar e separar o que é de Deus e o que não é de Deus, o que agrada a Deus e o que não agrada a Deus. O cristão não pode viver dividido.

2 – A apreciação de Jesus à Igreja de Pérgamo

13  Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.

Jesus faz um diagnóstico daquela Igreja. Vamos ver o que Ele vê naquela Igreja.

A – Jesus vê que ela está instalada no ninho de Satanás

13  Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás...

Os cristãos em Pérgamo eram vizinhos do diabo! Você teria a ousadia de abrir uma Igreja no condomínio de Satanás? Por que Jesus está dizendo aqui que a Igreja de Pérgamo está instalada no condomínio de Satanás? Pérgamo era um destacado centro do paganismo religioso. Naquela cidade havia um grandessíssimo templo dedicado a Zeus, que era uma das sétimas maravilhas do Mundo Antigo, e acontecia ali adoração a uma infinidade de deuses de forma que todos os dias podiam ser visto as fumaças dos sacrifícios oferecidos naquele lugar.
Pérgamo era o centro do culto ao deus da cura de nome Esculápio, chamado o deus serpente, era uma divindade tão importante que a medicina tira daí um de seus símbolos, que é a serpente. Em Pérgamo ficava a maior escola de medicina do mundo da época e havia ali também um colégio de sacerdotes médicos que mantinha pelo mundo inteiro cerca de 200 santuários, sendo Pérgamo a sede, o centro destes santuários. As pessoas vinham a Pérgamo de todos os lados, de todas as cidades buscando cura e confiando naquela divindade, de forma que era conhecida como o deus salvador, pois as curas eram atribuídas a esta divindade.
Pérgamo foi a primeira cidade onde foi construído um templo dedicado a adoração de um imperador romano ainda vivo, ao Imperador Augusto. Mais tarde, foram erigidos ali outros templos para a honra dos imperadores Trajano e Severo, tornando-se um local da idolatria oficial do governo romano com culto a Roma e ao Imperador. O Império Romano era eclético, de forma que você poderia adorar a qualquer deus, desde que adorasse também aos deuses romanos. Desta forma, o poder oficial do governo romano oprimia os cristãos porque eles se recusavam a entrarem nestes templos para adorarem e dizerem que somente César era o senhor. Para o cristão somente Jesus Cristo é o Senhor. Diante disso tudo Jesus disse que em Pérgamo estava o trono de Satanás.
Embora Pérgamo tivesse muitos templos, muitos altares e muitos deuses eram adorados, o Senhor Jesus faz questão de definir que o trono de Satanás não está em um prédio, não está em um edifício, não está em um templo, mas o trono de Satanás está no sistema. Seria muita infantilidade espiritual acreditar que um espírito tão sagaz como o diabo concentraria seu poder em um lugar definido, ele é muito sutil para fazer isso. Concentrado em um sistema religioso pagão, que leva as pessoas a queimarem incenso aos seus deuses, a adorarem ao deus serpente achando que é o deus da cura, a adorarem ao Imperador dizendo ser ele o senhor, neste espírito de paganismo que atenta contra a própria Trindade Santa é que Satanás tem o seu trono.
Aqueles que se prostram diante de Zeus afirmando ser ele o deus supremo atenta contra o Pai. Aquele que adora ao deus serpente crendo ser ele o deus que cura atenta contra o Espírito Santo. E aquele que se prostra diante de César afirmando ser ele o único Senhor atenta contra o senhorio de Cristo. Dessa forma, naquela cidade que negava ao Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo e incita as pessoas a adorarem a outros deuses estaria o trono de Satanás.
Neste ponto Jesus identifica a fonte do pecado em Pérgamo. Satanás não apenas habitava em Pérgamo, mas ali também estava estabelecido o seu governo. Se Satanás tem um trono é porque ele tem um reino e se ele tem um reino ele tem também súditos. Isso deve nos alertar a não vermos o diabo como àquela caricatura da Idade Média, de olhos vermelhos e de chifres; esta imagem do diabo está longe da verdade. A Bíblia diz que o diabo é um espírito, um anjo caído, sagas, sedutor, enganador, mentiroso, poderoso, assassino, cruel e o Senhor Jesus o chamou de Deus deste século, o Apóstolo Paulo o chamou de príncipe da potestade do ar e diz que ele está trabalhando com toda a sua corja de demônios para cegar os homens do pecado e os instigar a pecar e os induzir ao erro.
Jesus está dizendo que Pérgamo era um lugar sombrio, porque onde Satanás domina não tem luz, pois as trevas reinam e porque Satanás odeia a luz.
Jesus não somente conhece as obras e as tribulações da Igreja, Ele conhece também a tentação que assedia a Igreja, Ele conhece o ambiente em que a Igreja vive. O que mais Jesus vê naquela Igreja em seu diagnóstico?

B – Jesus vê que ela enfrenta até a morte por causa do Seu nome

13  ... e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.

Na Igreja de Pérgamo havia gente crente e fiel. Jesus elogia a perseverança dos cristãos de Pérgamo que foram fiéis à fé em Jesus, mesmo sob perseguição intensa. Imagine você as pressões que aquela Igreja estava enfrentando. Culto a Zeus, ao deus da cura e ao Imperador e aquela Igreja permanecia fiel a adoração ao Senhor Jesus: conservas o meu nome e não negaste a minha fé. Pérgamo era uma Igreja que permanece fiel, firme doutrinariamente a despeito da perseguição do mundo.
Antipas era o bispo, o pastor daquela Igreja. O que aconteceu com este homem? Dizem os historiadores que, quando a perseguição implacável do Império Romano chegou, este pastor foi levado para dentro de um boi de bronze e botaram fogo por fora, como se estivessem acendendo um forno a lenha, de tal maneira que este bronze ficou completamente avermelhado, incandescido, e este pastor foi assado dentro deste boi de bronze. Este homem não negou a sua fé e não negou o nome do Senhor Jesus.
Fica a questão: se chegasse até você uma perseguição tal que ou você apostata ou morre, ou nega a Jesus ou morre, ou abandona o Evangelho ou morre, qual seria sua escolha? Tenho certeza de que a maioria de nós morreríamos por causa da fé porque quem é de Jesus é capaz de morrer pela sua fé.
A Igreja de Pérgamo tinha gente crente ao ponto de dar sua vida a Jesus, mas ao mesmo tempo havia gente nesta igreja transigindo com a verdade, mergulhando-se nas falsas doutrinas e abandonando a verdade de Deus.

3 – A reprovação de Jesus à Igreja de Pérgamo

14  Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição.
15  Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas.

A – Jesus reprova àqueles que foram seduzidos pelo diabo

Satanás é tão sutil que agora muda de tática. Já que não consegue derrotar esta Igreja usando a pressão, a morte, a violência, ele muda o jogo, muda a tática, e agora, ao invés de usar a perseguição ele vai usar a sedução. Satanás é mais perigoso como serpente do que como leão que ruge. Ele é mais perigoso na sua sedução do que na sua fúria.
Apesar da perseverança dos cristãos de Pérgamo que resistiram até ao sangue, não conseguem resistir ao ataque sutil da heresia, do pecado que vai entrando sorrateiramente como uma serpente venenosa para matar a Igreja. A proposta agora não era substituir o Evangelho pelo paganismo, mas sim misturar o Evangelho com o paganismo. A proposta agora não era a apostasia, mas a proposta agora era o ecumenismo. A proposta agora não era abandonar a fé e se prostrar diante de Zeus, do deus da cura ou do Imperador, mas a proposta agora era: vamos dar as mãos, vamos caminhar juntos, não tem problemas ceder um pouquinho e alguns daquela Igreja começou a baixar a guarda e a ceder diante da sedução do engano religioso.
Havia problemas graves ameaçando o bem-estar daquela congregação. Eles se mostraram tolerantes em relação a falsas doutrinas, especificamente dois erros citados nesta carta. Mas não era toda a Igreja que estava caindo no erro não. O texto nos diz que: pois tens aí os que sustentam. Isso nos mostra o perigo de, de repente, um ou outro dentro da Igreja que é capaz até de morrer pela sua fé se encantar com a doutrina de Balaão e dos nicolaítas e que doutrinas eram estas?

B – A doutrina de Balaão

A descrição da doutrina de Balaão refere-se à história do Velho Testamento registrada em Números a partir do capítulo 22. No final dos 40 anos de peregrinação, os israelitas chegaram perto da terra prometida. Acamparam-se nas campinas de Moabe, e os moabitas e midianitas ficaram amedrontados. Balaque chamou Balaão para amaldiçoar o povo, mas Deus frustrou todas as suas tentativas de falar contra os israelitas.
Um profeta que aceita uma contratação de amaldiçoar seu próprio povo é um profeta que já vendeu a sua consciência e já revelou que Deus não é o seu deus, e sim o dinheiro. Por providência de Deus, este profeta que fora contratado para amaldiçoar, ao abrir a sua boca, ele conseguia somente abençoar. E Balaque fica irritado por ele fazer ao contrário do serviço contratado.
Balaão, então, muda de tática. Chega a Balaque e diz para ele não enfrentar Israel com seu exército, mas utilizar pequenas donzelas, aconselhando-o a colocar suas donzelas no meio do arraial de Israel e se misturar ao povo, fazendo-os se unirem por casamento e, assim, logo eles estarão se prostrando aos seus ídolos e, quando isso acontecer, Deus se retirará do meio deles e eles se tornarão fracos e aí sim, poderão vencer este povo com seu exército. E assim aconselhou Balão, e assim Balaque fez, e assim Israel caiu.
O que estava acontecendo em Pérgamo? O problema agora não era doutrinário, mas moral. Na igreja em Pérgamo, algumas pessoas agiam como Balaão, incentivando o povo a tolerar outras religiões, e até a participar da idolatria e da prostituição.
A doutrina de Balaão é basicamente igual as ideias atuais de pluralismo que é a aceitação de diversas religiões como igualmente boas e o sincretismo que é a junção de duas ou mais religiões.
Quando o povo de Deus começa a baixar o seu nível moral ela se torna fraca, vulnerável, porque uma Igreja é forte somente quando ela é santa. A Igreja que abre a guarda para o pecado ela perde a sua força espiritual.

C – A doutrina dos nicolaítas

A Bíblia diz que Jesus odiava as obras dos nicolaítas e elogia os efésios por rejeitar esses ensinamentos. Mas a Igreja em Pérgamo tolerava esses falsos mestres, e mais do isso, note que em Pérgamo não estava acontecendo somente as obras dos nicolaítas, mas havia ali também a sua doutrina e qual era a doutrina dos nicolaítas? Eles ensinavam que quanto mais você pecar maior será a chance de Deus atuar em sua vida porque a função de Deus é perdoar e assim, o crente não precisa ter uma vida adversa ao do mundo, mas precisa se identificar, se conformar com este mundo, se misturar com este mundo, oferecendo, assim, a oportunidade da graça de Deus se manifestar. Uma doutrina totalmente contrária a que Paulo ensina quando diz:

1  Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?
2  De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos (Rm6.1,2)?

Esta era a grande perversão que estava acontecendo na Igreja de Pérgamo. Hoje se passa a ideia de que Deus é um Deus bonachão, sempre bom e pronto para abençoar, mas este não é um ensino bíblico sobre Deus, pois diz a Bíblia que o mesmo Deus que é infinitamente amor odeia o pecado e esta expressão não é um eufemismo, pois Deus condena a tolerância ao pecado e a falsas doutrinas.
Às vezes, os homens valorizam tanto a unidade entre pessoas que desvalorizam a doutrina pura de Jesus. Toleram falsos ensinamentos e até práticas proibidas, como a imoralidade e a idolatria. Se persistir nesse erro, o próprio Jesus trará o castigo. A pureza da Igreja é tão importante quanto a unidade entre os crentes. Uma igreja que serve a Jesus necessariamente rejeitará falsos mestres e suas doutrinas erradas.

4 – A exortação de Jesus à Igreja de Pérgamo

16  Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.

Jesus está dizendo para aquela Igreja se arrepender.  O arrependimento exigido é de toda a igreja, inclusive daqueles que não haviam se desviado da doutrina e da santidade, porque aquela Igreja tolerava os falsos mestres. Uma igreja que tolera falsos mestres se torna cúmplice de seus pecados. Se ela não se arrepender, Jesus usará a espada de dois gumes para trazer seu castigo sobre ela.
O problema da Igreja de Pérgamo foi a tolerância ao erro. Estamos vivendo uma época em que não está em moda a doutrina cristã. Vivemos uma época em que não se prega mais doutrina, mas somente coisa doce que enchem os ouvidos das pessoas e não confronta o pecado delas. E muitas vezes, por causa da tolerância, vivemos coniventes com o pecado e com o erro. Se você brincar com Deus, mesmo sendo membro da igreja, e viver uma vida de desobediência a verdade e a santidade, Jesus virá contra você com a espada afiada de sua boca.

5 – A promessa de Jesus à Igreja de Pérgamo

17  Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe.

Jesus diagnostica a Igreja e premia os vencedores. Aqueles que persistem até o final receberão a recompensa. Nesta carta, a bênção para o vencedor é descrita em três partes:

A – O vencedor receberá do maná escondido

O maná é o pão do céu, pão de Deus. Aqueles que recusaram qualquer participação na mesa dos demônios, que não se contaminaram com a mesa dos ídolos serão sustentados pelo maná de Deus, participarão do banquete de Deus. Jesus é o maná dado pelo Pai. Ele sustenta os fiéis e lhes dá vida:

48  Eu sou o pão da vida.
49  Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram.
50  Este é o pão que desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça.
51  Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne (Jo 6.48-51).

B – Os vencedor vai receber uma pedrinha branca

Se maná é símbolo de alimento, uma pedrinha branca é símbolo de absolvição. Naquela época os tribunais julgavam um réu da seguinte maneira: era distribuída entre os jurados uma pedra branca e uma pedra preta, se a maioria dos jurados colocassem pedras brancas o réu era absolvido. Se colocassem a maioria pedras pretas o réu era condenado.
Quando Jesus Cristo disse para aqueles crentes: ao vencedor dar-lhe-ei uma pedrinha branca, ele estava dizendo a uma igreja que estava se expondo a morte pelos tribunais da terra e dizendo a eles para não temerem aqueles que podem matar o corpo, mas não podem matar a alma e tenham a certeza de que o vencedor receberá absolvição no tribunal de Deus, ou seja, o vencedor não será condenado com o mundo. Aqueles que estão sendo seduzidos pelo mundo vão perecer com o mundo, mas aqueles que permanecerem fiéis vão ter alimento celestial e vão ser absorvidos no juízo de Deus.
Mas pedrinha branca incluía ainda outro significado, conforme os costumes da época. Pedras brancas eram usadas pelos romanos como um tipo de ingresso para alguns eventos, festas ou banquetes. Jesus está dizendo que aqueles que rejeitarem os banquetes deste mundo entrarão em um verdadeiro banquete na presença dele e este banquete nunca terá fim, são as bodas do Cordeiro.

C – O vencedor receberá um nome novo

Um novo nome sugere uma nova direção na vida. Jesus é o maná de Deus, porque Ele é o pão do céu que nos alimenta. Jesus é a absolvição, porque Ele derramou seu sangue pelos nossos pecados e Jesus é este novo nome que receberemos.

Conclusão


Esta carta de Jesus não é somente para Pérgamo, ela o é também para nós. Acautelemo-nos com as heresias que vêm vestidas com ornamentos e coisas tentadoras. Acautelemo-nos para que não venhamos a cair em pecado e a entristecer o Espírito Santo de Deus. Devemos imitar a perseverança dos discípulos em Pérgamo, mantendo firme a nossa fé, mesmo se encararmos ameaças e perseguições. Ao mesmo tempo, não devemos negligenciar outras responsabilidades diante de Deus. Servimos a um Deus puro, e devemos manter e defender a doutrina pura que Ele revelou. Qualquer doutrina que incentiva a idolatria ou a imoralidade vem do diabo. Que Deus nos abençoe a sermos vencedores! Amém!

Luiz Lobianco

Bibliografia principal: Rever. Hernandes Dias Lopes

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