17 Não
penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para
cumprir.
18
Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou
um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.
19
Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e
assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele,
porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos
céus.
20
Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos
escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus (Mt 5.17-20).
1
Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
2
Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do
pecado e da morte.
3
Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne,
isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e
no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado,
4 a
fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a
carne, mas segundo o Espírito (Rm 8.1-4).
Introdução
Quando
estudamos o Pacto e a Nova Aliança, creio que deu para percebermos que existem
muitas diferenças entre a Antiga e a Nova Aliança, mas não devemos nos esquecer
de que há também uma continuidade entre as duas, e esta continuidade nos ajuda
a entender o relacionamento que há entre a Lei e o Espírito ou a Lei e a graça
de Deus. Nosso estudo de hoje visa responder duas importantes perguntas: As
leis que foram dadas no Sinai são válidas para os dias de hoje? Será que o
Espírito da Nova Aliança veio para ficar no lugar da Lei da Antiga Aliança? Com
a leitura do nosso texto básico, já vemos, pelas palavras de Jesus, que a Lei
continua valendo. Como entender, então, a continuidade da Lei na época da
graça?
01 – A LEI E O PECADO
Antes
de tudo precisamos entender bem a relação entre a Lei e o pecado. A Carta aos
Romanos nos ensina muito sobre este assunto. Paulo, ao falar do pecado,
compara-o com a Lei, chegando a afirmar que a Lei estava enferma pela carne e
que condenou Deus, na carne, o pecado. Primeiro, ele declara como as coisas
funcionavam antes de Moisés, antes de Deus revelar a Sua Lei:
13
Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei (Rm 5.13).
Veja
que ele não está dizendo que não havia pecado no mundo antes do regime da Lei,
pelo contrário, ele está dizendo é que havia pecado. Mas ele diz que o pecado
não era levado em conta. O que isso significa? Será que antes de Moisés os
homens eram pecadores, mas como não havia lei, Deus não considerava os seus
pecados? Claro que não! Tanto isto é fato que Deus enviou o dilúvio e destruiu
Sodoma e Gomorra por causa do pecado. Então, o que Paulo quer dizer? Ele quer
dizer que até o momento em que o homem veja claramente, através da Lei, o que é
pecado e o que é a vontade de Deus, a sua consciência permanece amortecida. Ele
comete pecado sem o conhecimento exato de qual pecado ele cometeu. Paulo vai
esclarecer isso mais a frente quando diz:
7 Que
diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o
pecado, senão por intermédio da lei; pois
não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás (Rm
7.7).
Por
isso que ele diz no verso 14 que a morte reinou até Moisés:
14
Entretanto, reinou a morte desde
Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da
transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.
Esta
morte que reinou de Adão até Moisés não é a morte física. O que Paulo quer
dizer é que reinou a sonolência da consciência sobre o pecado de Adão até
Moisés. Mas veio a Lei, revelou o pecado, revelou a vontade de Deus, e
despertou o homem de sua sonolência. Entretanto, antes da Lei havia a lei da
consciência contida em cada ser humano e Deus julgava o homem através desta
lei:
14
Quando, pois, os gentios, que não
têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei,
servem eles de lei para si mesmos.
15
Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e
os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se (Rm 2.14,15)
O
homem nunca foi e nem é completamente desprovido de senso moral. O homem
pecador sabe muito bem discernir entre o que é certo e o que é errado, o que
ele não sabe é reconhecer que o errado se chama pecado, mas a chegada da Lei
esclareceu a todos sobre o pecado. A Lei nos revelou a vontade de Deus, mas
também revelou o pecado, e quando Cristo chegou, Ele trouxe um aprofundamento
do ensino da Lei até então desconhecido. A Lei dizia: Não adulterarás e todos
relacionaram isso em deitar-se com uma mulher estranha. Entretanto, Jesus, em
seus ensinos, diz que o pecado do adultério vai muito mais além:
28 Eu,
porém, vos digo: qualquer que olhar para
uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela (Mt 5.28).
Jesus
intensificou o efeito destrutivo do pecado revelado pela Lei. O mesmo princípio
se aplicava ao divórcio, a vingança, ao amor, ao assassinato, não precisava
matar, bastava odiar. A ordem de Jesus ao terminar este ensino foi enfática:
48
Portanto, sede vós perfeitos
como perfeito é o vosso Pai celeste (Mt 5.48).
Com
certeza as pessoas que estavam ouvindo estes ensinos de Jesus devem ter pensado
como certa vez em que Ele falava sobre os ricos:
25
Ouvindo isto, os discípulos ficaram grandemente maravilhados e disseram:
Sendo assim, quem pode ser salvo (Mt
19.25)?
E
a resposta certa a esta pergunta é a resposta que Jesus deu a ela quando disse:
26
Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível (Mt
19.26).
É
onde entra a graça de Deus. A Lei revela ao homem a vontade de Deus para a sua
vida, mas revela também o pecado. O homem tem que cumprir toda a Lei, completa
e integralmente para não ser amaldiçoado, mas a revelação do pecado diz que
isto para ele é impossível. Vem Jesus, cumpre a Lei, representa o homem diante
de Deus, toma sobre Si a maldição da Lei, anula os efeitos da Lei e do pecado
com a Sua morte e ressurreição. Agora as coisas mudam, pois, o homem não
precisa mais cumprir toda a Lei porque Jesus já o fez por ele; o que é
necessário agora é ter a Jesus Cristo. E esta é a resposta à impossibilidade do
homem em ser salvo:
27
Então, lhe falou Pedro: Eis que
nós tudo deixamos e te seguimos; que será, pois, de nós?
28
Jesus lhes respondeu: Em verdade
vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do
Homem se assentar no trono da sua glória, também
vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.
29 E todo aquele que tiver deixado casas,
ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe ou mulher, ou filhos, ou campos, por causa do meu nome, receberá muitas
vezes mais e herdará a vida eterna (Mt 19.27-29).
A
implicação plena da condenação do pecado pela Lei é vista na morte de Cristo
que tomou sobre Si a maldição da Lei. Ele, que prestou a obediência perfeita mesmo
assim teve que morrer. Todo aquele que não se identifica com a morte de Cristo,
ou seja, todo aquele que não faz morrer a sua velha natureza e se reveste da
nova natureza permanece sobre a maldição da Lei. A morte de Cristo nos revela a
impossibilidade do homem de cumprir toda a Lei. Por isso que Paulo vai dizer
que:
4
Porque o fim da lei é Cristo,
para justiça de todo aquele que crê
(Rm 10.4).
Isso
significa que o período no qual o homem está sob a maldição da Lei terminou com
a morte de Cristo. Uma vez que cremos em Cristo não mais estamos sob o regime
da Lei, mas sob a graça de Deus. Entretanto, a Lei não deixa de existir por
causa disso, pois ela continua a nos revelar a justiça de Deus, o que deve nos
trazer muita gratidão a Deus por não recebermos a merecida punição.
02 – A LEI E JESUS CRISTO
Muito
importante relembrar do significado da Lei de Deus. O que ela significa? A Lei
de Deus é a revelação da vontade de Deus para o ser humano. É a revelação de
como o homem deve agir para agradar a Deus, o que ele deve fazer e o que ele
não deve fazer para agradar a Deus. Quando pensamos assim chegamos à conclusão
de que a Lei vai muito além de alguns mandamentos. Na verdade, a Lei de Deus é
tudo o que Deus requer do homem. Adotando esta definição é incorreto afirmar
que a Lei foi abolida. Para entender que o Espírito da Nova Aliança não veio
para ficar no lugar da Lei da Antiga Aliança precisamos voltar ao texto de
Jeremias. Ele diz:
31 Eis
aí vêm dias, diz o SENHOR, em que
firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá (Je 31.31).
O
texto não diz que Deus faria uma nova lei em uma época futura, mas sim uma Nova
Aliança. Nesta Nova Aliança haveria uma particularidade:
32 Não conforme a aliança que fiz com seus
pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito;
porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado,
diz o SENHOR (Je 31.32).
Esta
Nova Aliança seria diferente. E por que ela precisava ser diferente?
32 Não
conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para
os tirar da terra do Egito; porquanto
eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o
SENHOR (Je 31.32).
A
desobediência, a rebeldia do homem anulou a Antiga Aliança, porque a quebra dos
preceitos regidos pelo Pacto anulava seus efeitos. Esta Nova Aliança precisava
ter uma base diferenciada em que não houvesse a possibilidade de quebra, de
anulação de seus efeitos. Havia uma particularidade nesta Nova Aliança:
33
Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois
daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente,
lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu
serei o seu Deus, e eles serão o meu povo (Je 31.33).
Observe
que Deus não está dizendo que dará nova Lei, mas que as imprimirá em nossa
mente e as inscreverá em nosso coração. Isso significa que na Nova Aliança Deus
instituiria uma nova obediência, pois Ele capacitaria os homens a obedecerem.
Neste sentido devemos entender as palavras de Jesus quando disse:
17 Não penseis que vim revogar a Lei ou os
Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.
A
Lei e os Profetas é uma expressão do Novo Testamento para designar o Velho
Testamento. O que podemos notar no ministério de Jesus é que Ele tinha uma
atitude de respeito à Lei diferente dos rabinos. Esta atitude de Jesus em
relação à Lei deixou o povo e seus mestres boquiabertos. Isso porque seus
mestres davam mais importância às tradições que foram incorporando à Lei ao
longo dos séculos, enquanto que Jesus lhes falava da Lei de modo reconciliador
e com poder de vitória. Jesus apresentou ao povo a verdadeira interpretação da
Lei e não tradições distorcidas.
Vamos
voltar à finalidade da Lei. Qual a sua finalidade? Mostrar ao homem a vontade
de Deus para sua vida. E como o homem cumpriria a vontade de Deus em sua vida?
Obedecendo! Como o Pacto se sustentaria? Na fidelidade de Deus e na obediência
do homem. Note que a obediência é o ponto chave para o homem. E o que Jesus
disse que veio fazer neste mundo?
17 Não
penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.
Jesus
veio fazer o que nós não fizemos, veio fazer o que nós nunca podíamos ter
feito: cumprir a Lei! E como Ele fez isso?
8 a si
mesmo se humilhou, tornando-se obediente
até à morte e morte de cruz (Fp 2.8).
Em
Cristo, Deus estava ensinando de forma completa e final o que Ele requer do
homem. O que Deus disse por meio de Moisés e dos profetas seria feito
plenamente pela vida e pelos ensinos de Seu Filho Jesus Cristo. O que
precisamos entender é que somente o culto espiritual pode agradar a Deus. E
isto é testificado desde o Velho Testamento:
22
Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em
holocaustos e sacrifícios quanto em que
se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o
atender, melhor do que a gordura de carneiros (1 Sm 15.22).
Obediência
sempre foi a chave mestre para o homem ser aceito por Deus. E pela obediência é
que Jesus demonstra grande respeito à Lei quando diz:
18
Porque em verdade vos digo: até
que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até
que tudo se cumpra.
Nada
será revogado, inativo, inoperante, até que tudo se cumpra. E Jesus priorizou a
obediência:
19
Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e
assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse
será considerado grande no reino dos céus.
Jesus
ensina que a nossa significância no Reino de Deus vai depender do quanto
obedecemos a revelação de Deus na Antiga Aliança, ou seja, a Sua Lei. Dessa
forma, em lugar de descartar a Lei de Deus, Jesus ensina quais são as
implicações na obediência à Lei de Deus. E Jesus faria isso não somente em
palavras, mas também em obras. Justamente por isso que Ele requer de seus
seguidores uma justiça mais excelente do que a dos escribas e dos fariseus:
20
Porque vos digo que, se a vossa
justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no
reino dos céus.
Porque
eles não obedeciam à Lei de Deus, mas eram fiéis às suas próprias tradições.
Por isso a justiça deles era, na verdade, de aparência e não de realidade.
Jesus requer que seus discípulos tenham uma atitude religiosa diferente dos
escribas e dos fariseus, Ele requer qualidade. Jesus requer um coração
diferente aos seus seguidores; Ele requer obediência à Lei. Leia Mt 5.21-48 e
observe que Jesus mostra como a Lei deve ser entendida, obedecida e jamais
desprezada.
03 – A LEI E A NOVA ALIANÇA
Vimos
até aqui que a Lei de Deus não foi revogada na Nova Aliança, porque ela é toda
a revelação de Deus, porque ela expressa a vontade de Deus para a vida do homem
e que o homem vive esta expressão quando obedece a Lei. Vamos ver agora sobre
os benefícios da Nova Aliança. Quando lemos Romanos e Gálatas não tem como não notar
as críticas de Paulo aos que andavam sob o regime da Lei. O que precisamos
entender é que a Lei não foi revogada, mas o mesmo não aconteceu ao
cerimonialismo da Lei. E o que Paulo critica é justamente àqueles que não
queriam se desligar deste cerimonialismo, sendo a circuncisão um deles e o mais
debatido. Era certo que haveria mudanças com a chegada da Nova Aliança. O autor
de Hebreus nos fala sobre isso quando diz:
13
Quando ele diz Nova, torna
antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está
prestes a desaparecer (Hb 8.13).
O
autor está falando da Nova e da Antiga Aliança. Ele não está anulando a Antiga,
mas está falando da superioridade da Nova, superioridade esta que certamente
traria muitas mudanças. Nosso texto básico vai nos explicar isso. Nele, Paulo
começa dizendo: Agora, pois. É uma continuidade de assunto, mas o que ele
estava falando no capítulo anterior? Falava sobre o poder de morte da Lei, de
como ela nos matou ao nos revelar o pecado por causa da nossa incapacidade de
obedecê-la integralmente, mas Paulo também nos ensina que na nova dispensação fomos
perdoados e libertos para enfim poder obedecer a Lei. Neste ensino encontramos
os benefícios da Nova Aliança. Ele começa dizendo:
1
Agora, pois, já nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
O
primeiro benefício da Nova Aliança é o completo perdão de pecados que temos em
Jesus Cristo. E por quê? Porque Jesus cumpriu a Lei de Deus por nós, porque Ele
tomou sobre Si a maldição da Lei. Agora, estamos perdoados não porque
obedecemos a Lei, mas porque estamos representados por Cristo. Por isso, quem
está em Cristo não sofre a condenação do pecado. Isso não era possível com a
Lei:
3
Porquanto o que fora impossível à
lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio
Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com
efeito, condenou Deus, na carne, o pecado,
E
este benefício da Nova Aliança está relacionado com o que Jeremias disse:
32 Não conforme a aliança que fiz com seus
pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança,
não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR (Je 31.32).
Entende
agora porque a Nova Aliança não pode ser anulada como a Antiga Aliança? Na
Antiga Aliança a fundamentação era a obediência do homem, mas na Nova Aliança a
fundamentação é a perfeita obediência de Cristo. O segundo benefício da Nova
Aliança é o seu novo poder:
2
Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.
E
Paulo nos diz o porquê deste poder:
4 a fim de que o preceito da lei se cumprisse
em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
Isso
significa que o Espírito nos capacita a obedecer a Lei de Deus. E Paulo explica
porque somente o Espírito poderia efetuar este trabalho em nós:
3 Porquanto
o que fora impossível à lei, no que
estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em
semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado,
A
Lei não podia realizar isso em nós porque estava enferma pela carne. A Lei não
pode mover o homem a fazer o bem. Não que haja algo de errado com a Lei, mas
porque o homem é um ser morto por causa do pecado. A Lei é enfraquecida pela
carne e por isso não atinge o objetivo de Deus. E este benefício da Nova
Aliança também está relacionado com o que Jeremias disse:
33
Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois
daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente,
lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu
serei o seu Deus, e eles serão o meu povo (Je 31.33).
E
é assim que a Nova Aliança vem. O Espírito entra e liberta o homem da
escravidão do pecado. Antes ele era desobediente e rebelde, agora ele é
capacitado para obedecer. Antes ele repudiava a Lei, agora o seu coração tem
prazer na Palavra de Deus. Antes ele nada podia fazer, mas agora ele pode
dizer:
13 tudo posso naquele que me fortalece (Fp
4.13).
Na
era do Espírito o homem está habilitado a obedecer pelo poder do Espírito Santo.
Deus não prometeu uma nova lei na Nova Aliança, mas sim uma nova obediência.
Jesus Cristo pagou completamente a nossa dívida que tínhamos com Deus e nos
libertou do pecado para obedecermos.
04 – A NOVA ALIANÇA E O AMOR
O
que Deus concede e o que Ele requer na Nova Aliança podem ser resumidos em uma
só palavra: Amor. O que Ele nos concede? Salvação pela graça. Por quê?
16
Porque Deus amou ao mundo de tal
maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).
E
o que Ele requer de seus filhos?
23
Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus
Cristo, e nos amemos uns aos outros,
segundo o mandamento que nos ordenou (1 Jo 3.23).
No
Pacto a obediência era a palavra chave para o homem, na Nova Aliança esta
palavra é o amor. Há uma conexão muito forte entre o amor de Deus em Cristo e o
nosso amor como cumprimento da Lei:
7
Amados, amemo-nos uns aos outros,
porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e
conhece a Deus.
8
Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.
9
Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu
Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.
10
Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que
ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
11 Amados, se Deus de tal maneira nos amou,
devemos nós também amar uns aos outros.
12
Ninguém jamais viu a Deus; se
amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós,
aperfeiçoado (1 Jo 4.7-11).
Este
amor vai muito além de uma mera emoção e ele está associado com Cristo e com a
nova vida do crente. O amor evidencia-se na vida do crente pelo seu permanecer
em Cristo. O amor é o fruto do Espírito mais importante do que qualquer outro
dom. Paulo confirma isso quando diz:
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor (1 Co
13.13).
O
amor é a nova vida e a nova obediência. Somente pela nova obediência o cristão
pode se tornar parceiro de Deus. Não basta agora apenas não matar, não
assassinar, pois posso matar alguém sem assassiná-la quando a odeio e não a
amo.
15 Todo aquele que odeia a seu irmão é
assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna
permanente em si (1 Jo 3.15).
E
a regra é simples:
9
Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas
trevas.
10 Aquele que ama a seu irmão permanece na luz,
e nele não há nenhum tropeço.
11 Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas
trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe
cegaram os olhos (1 Jo 2.9-11).
A
essência da Lei é o amor. Nisto ela pode se resumir: Amarás ao Senhor teu Deus
de todo o teu coração, de toda a tua alma e ao próximo como a ti mesmo. Deus
nos ama com um amor infinito e por isso requer que o amemos acima de tudo, e
que amemos também ao próximo como a nós mesmos.
Conclusão
Jesus
veio para cumprir a Lei e os Profetas. Isso significa que a vontade de Deus foi
revelada a nós na Nova Aliança por meio de Cristo. Hoje, libertos por Cristo,
podemos cumprir a Lei porque o Espírito Santo nos capacita para esta obediência,
para a nova obediência em uma Nova Aliança, Aliança esta alicerçada no amor. Que
Deus te abençoe e derrame em seu coração o Seu Espírito e o Seu amor! Amém!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida.
Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.
Revista Palavra Viva: O Pacto da Graça. Editora Cultura
Cristã.
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