Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sábado, 6 de agosto de 2016

O PACTO E NOSSOS REPRESENTANTES: A DESOBEDIÊNCIA FATAL DE ADÃO E A OBEDIÊNCIA TRIUNFANTE DE CRISTO

12  Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.
13  Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei.
14  Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.
15  Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos.
16  O dom, entretanto, não é como no caso em que somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação.
17  Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.
18  Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida.
19  Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.
20  Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça,
21  a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor (Rm 5.12-21).

Introdução

Adão foi o primeiro homem. Ele viveu no Jardim do Éden e ali ele estava representando toda a humanidade. Ele falhou em sua obediência a Deus caindo em pecado e, pela representação que possuía, conduziu todos os seus descendentes ao pecado e à punição pela desobediência. Mas a Bíblia diz que onde abundou o pecado, superabundou a graça de Deus, porque Jesus Cristo, o qual também nos representava, vindo como o Cordeiro de Deus, plenamente perfeito e Santo, nos trouxe, por meio de seu sacrifício, a justificação de que necessitávamos para restabelecer nosso relacionamento com Deus. Desta forma, a graça divina alcançou a todos os escolhidos, desde antes da fundação do mundo, para serem salvos pelo sangue remidor do Senhor Jesus, o segundo Adão. Isso porque Cristo, como substituto do primeiro Adão e como representante dos eleitos de Deus nos concede salvação e vida eterna.
Enquanto Adão viveu no Jardim do Éden, ele viveu em plena paz com Deus e conversavam entre eles pessoalmente. Mas Adão não levou em consideração a harmonia que havia entre ele e Deus no momento em que lhe fora oferecido o fruto proibido. Sem hesitar, ele desobedece a Deus e perde o paraíso em que vivia. E o pior é que ele representava toda a humanidade, de forma que todos nós sofremos as consequências de sua desobediência. E assim, como Deus vê Adão como culpado, assim também Ele vê toda a humanidade. Mas graças a Deus que a história da humanidade não terminou em Adão, pois, através de Seu Filho, Deus tinha um propósito glorioso para a humanidade. Em nosso estudo hoje vamos ver que Adão foi o nosso representante federal, e pela sua representação nos conduziu à morte, mas vamos ver também que Cristo é o nosso perfeito representante, e pela sua representação somos conduzidos à vida eterna.

01 – A REPRESENTAÇÃO DE ADÃO

Hoje, como sempre houve, há muitas pessoas que são incrédulas na Bíblia. E como o ser humano sempre acha uma justificativa para os seus erros, questionamentos a respeito da representação de Adão são motivos muito citados por eles. O mais comum é: Como Deus pode comprometer toda a humanidade por causa do erro de um só homem? Ele não está sendo justo. Deus não nos trata individualmente, recompensando a cada um segundo as suas obras? O que nós temos a ver com Adão? Tais questionamentos são desculpas para se esquivarem. Por que questionam os resultados de morte da representação de Adão, mas não questionam os resultados de vida da representação em Cristo? Ela é idêntica a de Adão, apenas com resultados opostos. A Bíblia diz:

15  ... porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos.

O fato é que precisamos compreender a obra de Deus na salvação de seus eleitos, precisamos ter uma perfeita compreensão da obra redentora de Jesus Cristo. E o nosso texto básico nos fornece fundamentos importantes sobre este ensino. Vamos a eles.

A – O pecado que entrou no mundo

12  Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.

Paulo apresenta aqui o que conhecemos como a doutrina do pecado original, ou seja, todos nós pecamos com Adão, nosso representante, quando ele pecou. Somos herdeiros de uma herança de morte e de transgressão. Por apenas um único ato, de um único homem, toda a humanidade ficou condenada à miséria. Adão carregava grande responsabilidade no poder de sua decisão. Sua desobediência foi uma declaração de óbito de toda a raça humana e a morte é a declaração dessa derrota.
A representatividade de Adão pode ser ilustrada pela representação de nossos governantes. As decisões deles afetam a todos nós. Se nosso governante maior se desentender com algum país e nos levar a uma guerra, todos nós seremos afetados por ela, porque sua posição representa toda a nação, mesmo que nem todos compartilhem de suas ideias. Este princípio pode ser aplicado a Adão. Deus, ao olhar a transgressão de Adão, olha com ira e justiça para todos os que ainda nasceriam e aos que ainda vão nascer, porque herdamos o gene do pecado de Adão. E o que aconteceu entre Adão e Noé é a prova concreta da enrascada em que Adão colocou a humanidade:

5  Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração;
6  então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração (Gn 6.5,6).

O sentimento de Deus ao olhar para a sua criação foi de tristeza e decepção. O que mais se podia esperar de uma humanidade corrompida pelo pecado? Herdeiros de uma herança maldita? A expressão sobre o arrependimento de Deus significa que Deus se desgostou tanto do homem que não mais o suportava, pois vamos ver mais a frente que Deus não foi pego de surpresa pela desobediência de Adão. Deus sempre falou das consequências imediatas do pecado:

16  E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente,
17  mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gn 2.16,17).
23  porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 6.23).

Essa palavra se cumpriu e devastou a humanidade. As sequelas foram tão fortes que, mesmo regenerados, somos herdeiros de Adão, e ainda carregamos os efeitos de sua morte em nossa carne. Mesmo regenerados, enquanto vivermos neste mundo, vivemos sob a influência do pecado e por causa disso ainda pecamos, mas somos alertados a viver em constante vigilância para lutar contra esta força opressora, tão forte em nossa existência.

B – A vigência do Regime da Lei

Paulo não poderia falar do pecado sem mencionar a lei. Aliás, ele tem falado sobre ela desde o capítulo dois. O verso treze é uma declaração de como as coisas funcionavam antes de Moisés, antes de Deus revelar a Sua Lei:

13  Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei.

Veja bem que ele não está dizendo que não havia pecado no mundo antes do regime da lei, pelo contrário, ele está dizendo é que havia pecado. Mas ele diz que o pecado não era levado em conta. O que isso significa? Que antes de Moisés os homens eram pecadores, mas como não havia lei, Deus não levava seus pecados em conta? Certamente que não! Tanto isto é fato que Deus enviou o dilúvio e destruiu Sodoma e Gomorra por causa do pecado. Então, o que Paulo quer dizer?
A questão é que, até o momento em que o homem veja claramente, através da lei, o que é pecado e o que é a vontade de Deus, a sua consciência permanece amortecida. Ele comete pecado sem o conhecimento exato disso. Paulo vai esclarecer isso mais a frente, pois a lei é um dos principais assuntos de Romanos:

7  Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás (Rm 7.7).

Por isso que ele diz no verso 14 que a morte reinou até Moisés:

14  Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.

Reinou a sonolência da consciência sobre o pecado. Mas veio a lei, revelou o pecado, revelou a vontade de Deus, e despertou o homem de sua sonolência. Entretanto, antes da lei havia a lei da consciência contida em cada ser humano e Deus julgava o homem através desta lei, pois o homem nunca foi e nem é completamente desprovido de senso moral. O maior pecador da face da terra sabe muito bem discernir entre o que é certo e o que é errado, o que ele não sabe é reconhecer que o errado se chama pecado. A Bíblia diz:

14  Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos.
15  Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se (Rm 2.14,15)

A chegada da lei esclareceu a todos sobre o pecado. Adão e Cristo serviram como nossos representantes.  Adão representou a humanidade e Cristo representou o seu povo escolhido.  Em Adão todos morrem, mas em Cristo nós vivemos.  Um tem o poder de destruir e o outro de salvar.  Um extermina a esperança, enquanto o outro dá a vida eterna.  São esses contrapontos que Paulo passa a tratar nos versos seguintes.

02 – A REPRESENTAÇÃO DE CRISTO

Todos nós estávamos em Adão e por causa disso todos nós éramos miseráveis condenados aos olhos de Deus, até que alguém nos representasse diante de Deus para livrar-nos dessa condição. É aí que entra a representação de Cristo. Na representação de Cristo encontramos o livramento da condição de condenados, de forma que, estar em Cristo significa não estar mais em Adão. Estar em Cristo significa não estar mais na condição deixada por Adão, mas sim na condição restabelecida por Cristo. Paulo diz no verso 14:

14  Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.

Adão é chamado um "tipo" daquele que viria, isto é, um tipo de Cristo. Desde o princípio, Cristo era "aquele que viria". Paulo está dizendo que Cristo não é uma ideia tardia, que Cristo não foi concebido como uma cópia de Adão. Ele afirma que Adão foi um tipo de Cristo. Um tipo é uma prefiguração de algo que viria mais tarde. Em que sentido Adão é um tipo de Cristo? Pela representação! Voltemos ao verso 14:

14  Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.

Paulo afirma que as pessoas que não pecaram como Adão pecou também sofreram e sofrem a punição que Adão sofreu. Neste sentido Adão foi um tipo de Cristo. As pessoas cujas transgressões não foram iguais as de Adão morreram como Adão. Por quê? Porque estavam ligados a Adão. Ele foi o representante da humanidade e seu pecado é considerado deles também devido à conexão deles com Adão. Esta mesma representatividade nós a temos em Cristo:

15  Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos.
19  Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.

Essa é a essência do por que Adão é chamado um tipo de Cristo. Pela representação de Adão todos morreram e pela obediência de Cristo temos a vida eterna. Por quê? Porque somos unidos a Cristo pela fé. Ele é o representante da nova humanidade e sua justiça é considerada nossa justiça pela nossa união com Ele. O restante da passagem revela o quanto Cristo e sua obra redentora são superiores a Adão:

A – A representação de Cristo é superior pela abundância de sua graça

Adão teve grande poder de destruição, mas o poder de restauração de Cristo foi muito maior.

15  Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos.
17  Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.

O ponto aqui é que a graça de Deus é mais poderosa do que a ofensa de Adão. É isso que as palavras "muito mais" significam. Se a ofensa de Adão trouxe morte, muito mais a graça de Deus trouxe vida. Por meio de Adão veio a morte, mas por meio de Cristo veio o dom da graça.  E esse dom, se mostra muito mais poderoso do que a condenação vinda da desobediência de Adão.

16  O dom, entretanto, não é como no caso em que somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação.

Fomos condenados por um único pecado de Adão, mas restaurados por Deus em meio a um mar de corrupção. A graça cobre uma multidão de pecados. Uma só ofensa foi suficiente para a desmoralização e condenação de toda a humanidade, mas um único ato de justiça apagou todas as ofensas de muitos. Observe o verso 17 em como a morte é elevada à categoria de rainha, mas a graça de Cristo é o rei que venceu a morte:

17  Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.

Quando Adão caiu perdemos muita coisa, perdemos o paraíso do Éden, perdemos a perfeita comunhão com Deus. Mas em Cristo nós temos muito mais do que teríamos se Adão não tivesse caído. As bênçãos que vem por meio de Jesus Cristo sobrepujam todas as coisas. E Paulo conclui sobre a graça quando diz:

18  Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida.

Uma ofensa apenas trouxe morte a todos, mas apenas um ato de justiça, o ato de Cristo, trouxe vida. Isso é graça e essa graça é a Soberana Graça de Deus. Ela conquista tudo em seu caminho. Ela sobrepõe ao mal da nossa natureza, destrói os efeitos corrosivos do pecado e nos torna santos. Quando a ofensa de um só homem, Adão, e a graça de um só homem, Jesus Cristo, se encontram, Adão e a ofensa perdem, Cristo e a graça vencem.

B – A representação de Cristo é superior pela perfeição de sua obediência

Esta é a forma pela qual a graça de Cristo vence a ofensa de Adão e a morte: a perfeita obediência de Cristo:

19  Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.

Jesus Cristo se manteve obediente até a morte e morte de cruz:

8  a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz (Ef 2.8).

Jesus oferece uma obediência perfeita e completa ao Pai em nome daqueles que estão unidos com Ele pela fé. Adão fracassou em sua obediência, mas Cristo procedeu perfeitamente em sua obediência ao Pai. Adão foi a fonte de pecado e morte. Cristo é a fonte de obediência e vida.
Cristo é como Adão, que foi um tipo de Cristo. Ambos são representantes da humanidade. Deus imputa o fracasso de Adão à humanidade, e o sucesso de Cristo à humanidade. A superioridade de Cristo é que nele milhões de pessoas são consideradas justas pela sua obediência. Você está unido somente a Adão? Então, você está unido à parte morta da humanidade, a parte infiel da humanidade, a parte desobediente da humanidade. Você precisa estar unido a Cristo e à parte da nova humanidade destinada à vida eterna.

C – A representação de Cristo é superior pela promessa da vida eterna

Na representação de Cristo, não encontramos apenas a graça abundante de Deus e a obediência perfeita de Cristo, mas também a vida eterna:

21  a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor.

Paulo destaca a benção maior, a mais importante e que é exclusiva da Igreja: a vida eterna. Hoje, podemos até não entender a plenitude da bênção da vida eterna, mas ela é a maior de todas as recompensas que jamais poderíamos sonhar em conseguir. O ladrão na cruz não pôde pensar em outra coisa quando estava às portas da morte. Ela foi o consolo de Estevão quando morria apedrejado. Ela era também a esperança do próprio apóstolo Paulo, quando aguardava a sua condenação. A vida eterna é superior a qualquer outra dádiva, por isso que a Bíblia desloca a nossa esperança da realidade deste mundo e a deposita completamente na eternidade. E voltando ao verso 17:

17  Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.

A graça, por meio do dom gratuito de justiça, conduz ao triunfo da vida. A morte tem um tipo de soberania sobre o homem e reina sobre todos, pois todos morrem, mas a graça vence o pecado e a morte. A graça reina em vida mesmo sobre aqueles que outrora estavam mortos. E esta é a grande glória de Cristo. Ele ultrapassa em excelência o primeiro Adão. O pecado de Adão não é maior que a graça, que a obediência de Cristo e que o dom da vida eterna. Este foi o plano de Deus desde o princípio.

03 – A GLÓRIA DE JESUS PLANEJADA NO PECADO DE ADÃO

Jesus Cristo é a pessoa mais importante no Universo. Ele só não é mais importante que Deus Pai e Deus Espírito Santo, porque com Eles, Cristo é igual em glória e poder. Mas Ele é mais importante que todas as outras pessoas, sejam anjos ou demônios, reis ou qualquer outra pessoa. Todas as coisas são para Jesus. As coisas foram feitas por meio de Cristo e para Cristo. João nos diz:

Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez (Jo 1.3).

Deus criou o Universo e o Universo tem o propósito que Deus concede a ele, não o propósito que nós conferimos a ele. E Jesus Cristo é a origem, o centro, e o propósito de todo o Universo. Paulo confirma isso quando diz:

16  pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele (Cl 1.16).

Quando olhamos na lista acima sobre tudo que foi criado, encontramos o mal também. Tronos, soberanias, principados e potestades incluem a Satanás e os anjos caídos. E todos estes poderes do mal foram derrotados por Cristo na cruz. Eles foram feitos para o dia da calamidade:

4  O SENHOR fez todas as coisas para determinados fins e até o perverso, para o dia da calamidade (Pv 16.4).

E, naquele dia, a glória de Cristo será manifestada. A glória de Cristo também estava planejada em Adão e no seu pecado. O pecado de Adão preparou o cenário da inserção de Jesus Cristo. Nosso texto básico diz:

14  Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.

E quem havia de vir? Jesus Cristo! Se todas as coisas foram criadas tendo Jesus Cristo como propósito inicial e final, então, o pecado de Adão teve uma razão, um propósito divino. Podemos dizer que a glória de Cristo é o principal propósito que Deus teve em mente quando planejou e permitiu o pecado de Adão, e com ele a queda de toda a humanidade no pecado.
Deus não tinha obrigação de permitir que a Queda ocorresse. Ele poderia tê-la impedido, assim como poderia ter evitado a queda dos anjos caídos, inclusive a de Satanás. O fato de que Deus não as impediu significa que Ele tem uma razão, um propósito para elas. Portanto, o pecado de Adão e a queda da raça humana não encontraram Deus desprevenido. Antes, tudo faz parte do plano abrangente para manifestar a plenitude da glória de Jesus Cristo. E a Bíblia não demonstra isso com obscuricidade, mas a apresenta com clareza:

8  e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8).

Aqui, o sacrifício de Cristo é exposto como estando na mente de Deus antes da criação do mundo. Havia um livro antes da fundação do mundo chamado de O Livro da Vida do Cordeiro. Antes que o mundo fosse criado, Deus já havia planejado que Seu Filho seria morto como um cordeiro para salvar a todos aqueles cujos nomes estão escritos neste livro. E ainda há outros textos que fala sobre este assunto:

assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor
5  nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6  para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado (Ef 1.4-6).
9  que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos,
10  e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho (2 Tm 1.9,10)
1  Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade,
na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos
3  e, em tempos devidos, manifestou a sua palavra mediante a pregação que me foi confiada por mandato de Deus, nosso Salvador (Tt 1.1-3).
18  sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram,
19  mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo,
20  conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós
21  que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus (1 Pd 1.18-21).

Os sofrimentos e a morte de Cristo pelo pecado não foram planejados depois do pecado de Adão, mas antes. Portanto, quando o pecado de Adão acontece, Deus não é surpreendido por ele, pois já o era parte de seu plano, o plano de manifestar a sua graça maravilhosa na história da redenção. Voltemos ao verso 14 que diz:

14  ... Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.

Aquele que havia de vir refere-se a Cristo. O pecado de Adão não frustrou os propósitos de Deus de exaltar a Cristo, mas nele Deus revela a magnificência de seu Filho como o segundo Adão, superior em todos os aspectos ao primeiro Adão.

Conclusão

Todos os que ainda estão em Adão, ou seja, na carne, sem Cristo, caminham também para a eternidade, mas o destino deles é uma prisão eterna, onde a Bíblia diz que o fogo não se apaga e o verme não morre, significando uma dor sem fim e sem o mínimo de alívio. É o lugar onde a lei de Deus condenará a todos os incrédulos. E aquele que está em Cristo deve glorificar a Deus, pois foi dessa prisão eterna que ele foi libertado, porque os filhos de Deus foram salvos pelo seu Redentor.
Não existe meio termo para nenhum ser humano. Todos nós, sem nenhuma exceção, estamos em um desses dois homens: Adão ou Cristo. Você está em quem? Não pode estar em nenhum. Se você ainda está em Adão, o seu destino será de sofrimento e agonia eterna. Se você está em Cristo, então você é um verdadeiro herdeiro das mais ricas promessas de Deus. Se você não está em Cristo, se arrependa dos seus pecados e receba a Cristo como seu Salvador neste momento para estar livre da morte e usufruir a vida eterna. Que Deus te abençoe! Amém!

Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

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