12 Portanto, assim como por um só homem entrou o
pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os
homens, porque todos pecaram.
13 Porque até ao regime da lei havia pecado no
mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei.
14 Entretanto, reinou a morte desde Adão até
Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de
Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.
15 Todavia, não é assim o dom gratuito como a
ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça
de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre
muitos.
16 O dom, entretanto, não é como no caso em que
somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa, para a
condenação; mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação.
17 Se, pela ofensa de um e por meio de um só,
reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da
justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.
18 Pois assim como, por uma só ofensa, veio o
juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de
justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida.
19 Porque, como, pela desobediência de um só
homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um
só, muitos se tornarão justos.
20 Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas
onde abundou o pecado, superabundou a graça,
21 a fim de que, como o pecado
reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida
eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor (Rm 5.12-21).
Introdução
Adão foi o primeiro homem. Ele
viveu no Jardim do Éden e ali ele estava representando toda a humanidade. Ele
falhou em sua obediência a Deus caindo em pecado e, pela representação que
possuía, conduziu todos os seus descendentes ao pecado e à punição pela
desobediência. Mas a Bíblia diz que onde abundou o pecado, superabundou a graça
de Deus, porque Jesus Cristo, o qual também nos representava, vindo como o
Cordeiro de Deus, plenamente perfeito e Santo, nos trouxe, por meio de seu
sacrifício, a justificação de que necessitávamos para restabelecer nosso
relacionamento com Deus. Desta forma, a graça divina alcançou a todos os
escolhidos, desde antes da fundação do mundo, para serem salvos pelo sangue
remidor do Senhor Jesus, o segundo Adão. Isso porque Cristo, como substituto do
primeiro Adão e como representante dos eleitos de Deus nos concede salvação e
vida eterna.
Enquanto Adão viveu no Jardim
do Éden, ele viveu em plena paz com Deus e conversavam entre eles pessoalmente.
Mas Adão não levou em consideração a harmonia que havia entre ele e Deus no
momento em que lhe fora oferecido o fruto proibido. Sem hesitar, ele desobedece
a Deus e perde o paraíso em que vivia. E o pior é que ele representava toda a
humanidade, de forma que todos nós sofremos as consequências de sua
desobediência. E assim, como Deus vê Adão como culpado, assim também Ele vê
toda a humanidade. Mas graças a Deus que a história da humanidade não terminou
em Adão, pois, através de Seu Filho, Deus tinha um propósito glorioso para a
humanidade. Em nosso estudo hoje vamos ver que Adão foi o nosso representante
federal, e pela sua representação nos conduziu à morte, mas vamos ver também
que Cristo é o nosso perfeito representante, e pela sua representação somos
conduzidos à vida eterna.
01
– A REPRESENTAÇÃO DE ADÃO
Hoje, como sempre houve, há
muitas pessoas que são incrédulas na Bíblia. E como o ser humano sempre acha
uma justificativa para os seus erros, questionamentos a respeito da
representação de Adão são motivos muito citados por eles. O mais comum é: Como
Deus pode comprometer toda a humanidade por causa do erro de um só homem? Ele
não está sendo justo. Deus não nos trata individualmente, recompensando a cada
um segundo as suas obras? O que nós temos a ver com Adão? Tais questionamentos
são desculpas para se esquivarem. Por que questionam os resultados de morte da
representação de Adão, mas não questionam os resultados de vida da
representação em Cristo? Ela é idêntica a de Adão, apenas com resultados
opostos. A Bíblia diz:
15 ... porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos,
muito mais a graça de Deus e o dom pela
graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos.
O fato é que precisamos
compreender a obra de Deus na salvação de seus eleitos, precisamos ter uma
perfeita compreensão da obra redentora de Jesus Cristo. E o nosso texto básico
nos fornece fundamentos importantes sobre este ensino. Vamos a eles.
A
– O pecado que entrou no mundo
12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado
no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens,
porque todos pecaram.
Paulo apresenta aqui o que
conhecemos como a doutrina do pecado original, ou seja, todos nós pecamos com
Adão, nosso representante, quando ele pecou. Somos herdeiros de uma herança de
morte e de transgressão. Por apenas um único ato, de um único homem, toda a
humanidade ficou condenada à miséria. Adão carregava grande responsabilidade no
poder de sua decisão. Sua desobediência foi uma declaração de óbito de toda a
raça humana e a morte é a declaração dessa derrota.
A representatividade de Adão
pode ser ilustrada pela representação de nossos governantes. As decisões deles
afetam a todos nós. Se nosso governante maior se desentender com algum país e
nos levar a uma guerra, todos nós seremos afetados por ela, porque sua posição
representa toda a nação, mesmo que nem todos compartilhem de suas ideias. Este
princípio pode ser aplicado a Adão. Deus, ao olhar a transgressão de Adão, olha
com ira e justiça para todos os que ainda nasceriam e aos que ainda vão nascer,
porque herdamos o gene do pecado de Adão. E o que aconteceu entre Adão e Noé é
a prova concreta da enrascada em que Adão colocou a humanidade:
5 Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era
continuamente mau todo desígnio do seu coração;
6 então, se arrependeu o SENHOR
de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração (Gn 6.5,6).
O sentimento de Deus ao olhar
para a sua criação foi de tristeza e decepção. O que mais se podia esperar de
uma humanidade corrompida pelo pecado? Herdeiros de uma herança maldita? A
expressão sobre o arrependimento de Deus significa que Deus se desgostou tanto
do homem que não mais o suportava, pois vamos ver mais a frente que Deus não
foi pego de surpresa pela desobediência de Adão. Deus sempre falou das
consequências imediatas do pecado:
16 E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda
árvore do jardim comerás livremente,
17 mas da árvore do conhecimento
do bem e do mal não comerás; porque, no
dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gn 2.16,17).
23 porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é
a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 6.23).
Essa palavra se cumpriu e
devastou a humanidade. As sequelas foram tão fortes que, mesmo regenerados,
somos herdeiros de Adão, e ainda carregamos os efeitos de sua morte em nossa
carne. Mesmo regenerados, enquanto vivermos neste mundo, vivemos sob a
influência do pecado e por causa disso ainda pecamos, mas somos alertados a
viver em constante vigilância para lutar contra esta força opressora, tão forte
em nossa existência.
B – A
vigência do Regime da Lei
Paulo não poderia falar do
pecado sem mencionar a lei. Aliás, ele tem falado sobre ela desde o capítulo
dois. O verso treze é uma declaração de como as coisas funcionavam antes de
Moisés, antes de Deus revelar a Sua Lei:
13 Porque até ao regime da lei
havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei.
Veja bem que ele não está
dizendo que não havia pecado no mundo antes do regime da lei, pelo contrário,
ele está dizendo é que havia pecado. Mas ele diz que o pecado não era levado em
conta. O que isso significa? Que antes de Moisés os homens eram pecadores, mas
como não havia lei, Deus não levava seus pecados em conta? Certamente que não!
Tanto isto é fato que Deus enviou o dilúvio e destruiu Sodoma e Gomorra por
causa do pecado. Então, o que Paulo quer dizer?
A questão é que, até o momento
em que o homem veja claramente, através da lei, o que é pecado e o que é a
vontade de Deus, a sua consciência permanece amortecida. Ele comete pecado sem
o conhecimento exato disso. Paulo vai esclarecer isso mais a frente, pois a lei
é um dos principais assuntos de Romanos:
7 Que diremos, pois? É a lei
pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por
intermédio da lei; pois não teria eu
conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás (Rm 7.7).
Por isso que ele diz no verso
14 que a morte reinou até Moisés:
14 Entretanto, reinou a morte
desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da
transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.
Reinou a sonolência da
consciência sobre o pecado. Mas veio a lei, revelou o pecado, revelou a vontade
de Deus, e despertou o homem de sua sonolência. Entretanto, antes da lei havia
a lei da consciência contida em cada ser humano e Deus julgava o homem através
desta lei, pois o homem nunca foi e nem é completamente desprovido de senso
moral. O maior pecador da face da terra sabe muito bem discernir entre o que é
certo e o que é errado, o que ele não sabe é reconhecer que o errado se chama
pecado. A Bíblia diz:
14 Quando, pois, os gentios, que não têm lei,
procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles
de lei para si mesmos.
15 Estes mostram a norma da lei
gravada no seu coração, testemunhando-lhes
também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se
(Rm 2.14,15)
A chegada da lei esclareceu a
todos sobre o pecado. Adão e Cristo serviram como nossos representantes. Adão representou a humanidade e Cristo
representou o seu povo escolhido. Em
Adão todos morrem, mas em Cristo nós vivemos.
Um tem o poder de destruir e o outro de salvar. Um extermina a esperança, enquanto o outro dá
a vida eterna. São esses contrapontos
que Paulo passa a tratar nos versos seguintes.
02
– A REPRESENTAÇÃO DE CRISTO
Todos nós estávamos em Adão e
por causa disso todos nós éramos miseráveis condenados aos olhos de Deus, até
que alguém nos representasse diante de Deus para livrar-nos dessa condição. É
aí que entra a representação de Cristo. Na representação de Cristo encontramos
o livramento da condição de condenados, de forma que, estar em Cristo significa
não estar mais em Adão. Estar em Cristo significa não estar mais na condição
deixada por Adão, mas sim na condição restabelecida por Cristo. Paulo diz no
verso 14:
14 Entretanto, reinou a morte
desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da
transgressão de Adão, o qual prefigurava
aquele que havia de vir.
Adão é chamado um
"tipo" daquele que viria, isto é, um tipo de Cristo. Desde o
princípio, Cristo era "aquele que viria". Paulo está dizendo que
Cristo não é uma ideia tardia, que Cristo não foi concebido como uma cópia de
Adão. Ele afirma que Adão foi um tipo de Cristo. Um tipo é uma prefiguração de
algo que viria mais tarde. Em que sentido Adão é um tipo de Cristo? Pela
representação! Voltemos ao verso 14:
14 Entretanto, reinou a morte
desde Adão até Moisés, mesmo sobre
aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual
prefigurava aquele que havia de vir.
Paulo afirma que as pessoas
que não pecaram como Adão pecou também sofreram e sofrem a punição que Adão
sofreu. Neste sentido Adão foi um tipo de Cristo. As pessoas cujas
transgressões não foram iguais as de Adão morreram como Adão. Por quê? Porque
estavam ligados a Adão. Ele foi o representante da humanidade e seu pecado é
considerado deles também devido à conexão deles com Adão. Esta mesma
representatividade nós a temos em Cristo:
15 Todavia, não é assim o dom gratuito como a
ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus
Cristo, foram abundantes sobre muitos.
19 Porque, como, pela desobediência de um só homem,
muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.
Essa é a essência do por que
Adão é chamado um tipo de Cristo. Pela representação de Adão todos morreram e
pela obediência de Cristo temos a vida eterna. Por quê? Porque somos unidos a
Cristo pela fé. Ele é o representante da nova humanidade e sua justiça é
considerada nossa justiça pela nossa união com Ele. O restante da passagem
revela o quanto Cristo e sua obra redentora são superiores a Adão:
A – A
representação de Cristo é superior pela abundância de sua graça
Adão teve grande poder de
destruição, mas o poder de restauração de Cristo foi muito maior.
15 Todavia, não é assim o dom gratuito como a
ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus
Cristo, foram abundantes sobre muitos.
17 Se, pela ofensa de um e por
meio de um só, reinou a morte, muito
mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em
vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.
O ponto aqui é que a graça de
Deus é mais poderosa do que a ofensa de Adão. É isso que as palavras
"muito mais" significam. Se a ofensa de Adão trouxe morte, muito mais
a graça de Deus trouxe vida. Por meio de Adão veio a morte, mas por meio de
Cristo veio o dom da graça. E esse dom, se
mostra muito mais poderoso do que a condenação vinda da desobediência de Adão.
16 O dom, entretanto, não é como
no caso em que somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa,
para a condenação; mas a graça
transcorre de muitas ofensas, para a justificação.
Fomos condenados por um único
pecado de Adão, mas restaurados por Deus em meio a um mar de corrupção. A graça
cobre uma multidão de pecados. Uma só ofensa foi suficiente para a
desmoralização e condenação de toda a humanidade, mas um único ato de justiça
apagou todas as ofensas de muitos. Observe o verso 17 em como a morte é elevada
à categoria de rainha, mas a graça de Cristo é o rei que venceu a morte:
17 Se, pela ofensa de um e por
meio de um só, reinou a morte, muito
mais os que recebem a abundância da
graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus
Cristo.
Quando Adão caiu perdemos
muita coisa, perdemos o paraíso do Éden, perdemos a perfeita comunhão com Deus.
Mas em Cristo nós temos muito mais do que teríamos se Adão não tivesse caído.
As bênçãos que vem por meio de Jesus Cristo sobrepujam todas as coisas. E Paulo
conclui sobre a graça quando diz:
18 Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre
todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a
justificação que dá vida.
Uma ofensa apenas trouxe morte
a todos, mas apenas um ato de justiça, o ato de Cristo, trouxe vida. Isso é
graça e essa graça é a Soberana Graça de Deus. Ela conquista tudo em seu
caminho. Ela sobrepõe ao mal da nossa natureza, destrói os efeitos corrosivos
do pecado e nos torna santos. Quando a ofensa de um só homem, Adão, e a graça
de um só homem, Jesus Cristo, se encontram, Adão e a ofensa perdem, Cristo e a
graça vencem.
B – A
representação de Cristo é superior pela perfeição de sua obediência
Esta é a forma pela qual a
graça de Cristo vence a ofensa de Adão e a morte: a perfeita obediência de
Cristo:
19 Porque, como, pela desobediência de um só homem,
muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.
Jesus Cristo se manteve
obediente até a morte e morte de cruz:
8 a si mesmo se humilhou,
tornando-se obediente até à morte e morte de cruz (Ef 2.8).
Jesus oferece uma obediência
perfeita e completa ao Pai em nome daqueles que estão unidos com Ele pela fé. Adão
fracassou em sua obediência, mas Cristo procedeu perfeitamente em sua
obediência ao Pai. Adão foi a fonte de pecado e morte. Cristo é a fonte de
obediência e vida.
Cristo é como Adão, que foi um
tipo de Cristo. Ambos são representantes da humanidade. Deus imputa o fracasso
de Adão à humanidade, e o sucesso de Cristo à humanidade. A superioridade de
Cristo é que nele milhões de pessoas são consideradas justas pela sua
obediência. Você está unido somente a Adão? Então, você está unido à parte
morta da humanidade, a parte infiel da humanidade, a parte desobediente da
humanidade. Você precisa estar unido a Cristo e à parte da nova humanidade
destinada à vida eterna.
C – A
representação de Cristo é superior pela promessa da vida eterna
Na representação de Cristo,
não encontramos apenas a graça abundante de Deus e a obediência perfeita de
Cristo, mas também a vida eterna:
21 a fim de que, como o pecado
reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus
Cristo, nosso Senhor.
Paulo destaca a benção maior,
a mais importante e que é exclusiva da Igreja: a vida eterna. Hoje, podemos até
não entender a plenitude da bênção da vida eterna, mas ela é a maior de todas
as recompensas que jamais poderíamos sonhar em conseguir. O ladrão na cruz não pôde
pensar em outra coisa quando estava às portas da morte. Ela foi o consolo de
Estevão quando morria apedrejado. Ela era também a esperança do próprio apóstolo
Paulo, quando aguardava a sua condenação. A vida eterna é superior a qualquer
outra dádiva, por isso que a Bíblia desloca a nossa esperança da realidade
deste mundo e a deposita completamente na eternidade. E voltando ao verso 17:
17 Se, pela ofensa de um e por
meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça
e o dom da justiça reinarão em vida
por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.
A graça, por meio do dom
gratuito de justiça, conduz ao triunfo da vida. A morte tem um tipo de
soberania sobre o homem e reina sobre todos, pois todos morrem, mas a graça
vence o pecado e a morte. A graça reina em vida mesmo sobre aqueles que outrora
estavam mortos. E esta é a grande glória de Cristo. Ele ultrapassa em
excelência o primeiro Adão. O pecado de Adão não é maior que a graça, que a
obediência de Cristo e que o dom da vida eterna. Este foi o plano de Deus desde
o princípio.
03
– A GLÓRIA DE JESUS PLANEJADA NO PECADO DE ADÃO
Jesus Cristo é a pessoa mais
importante no Universo. Ele só não é mais importante que Deus Pai e Deus
Espírito Santo, porque com Eles, Cristo é igual em glória e poder. Mas Ele é
mais importante que todas as outras pessoas, sejam anjos ou demônios, reis ou
qualquer outra pessoa. Todas as coisas são para Jesus. As coisas foram feitas
por meio de Cristo e para Cristo. João nos diz:
3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada
do que foi feito se fez (Jo 1.3).
Deus criou o Universo e o
Universo tem o propósito que Deus concede a ele, não o propósito que nós
conferimos a ele. E Jesus Cristo é a origem, o centro, e o propósito de todo o
Universo. Paulo confirma isso quando diz:
16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a
terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer
principados, quer potestades. Tudo foi
criado por meio dele e para ele (Cl 1.16).
Quando olhamos na lista acima
sobre tudo que foi criado, encontramos o mal também. Tronos, soberanias,
principados e potestades incluem a Satanás e os anjos caídos. E todos estes
poderes do mal foram derrotados por Cristo na cruz. Eles foram feitos para o
dia da calamidade:
4 O SENHOR fez todas as coisas
para determinados fins e até o perverso,
para o dia da calamidade (Pv 16.4).
E, naquele dia, a glória de
Cristo será manifestada. A glória de Cristo também estava planejada em Adão e
no seu pecado. O pecado de Adão preparou o cenário da inserção de Jesus Cristo.
Nosso texto básico diz:
14 Entretanto, reinou a morte
desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da
transgressão de Adão, o qual prefigurava
aquele que havia de vir.
E quem havia de vir? Jesus
Cristo! Se todas as coisas foram criadas tendo Jesus Cristo como propósito
inicial e final, então, o pecado de Adão teve uma razão, um propósito divino. Podemos
dizer que a glória de Cristo é o principal propósito que Deus teve em mente
quando planejou e permitiu o pecado de Adão, e com ele a queda de toda a humanidade
no pecado.
Deus não tinha obrigação de
permitir que a Queda ocorresse. Ele poderia tê-la impedido, assim como poderia ter
evitado a queda dos anjos caídos, inclusive a de Satanás. O fato de que Deus
não as impediu significa que Ele tem uma razão, um propósito para elas. Portanto,
o pecado de Adão e a queda da raça humana não encontraram Deus desprevenido.
Antes, tudo faz parte do plano abrangente para manifestar a plenitude da glória
de Jesus Cristo. E a Bíblia não demonstra isso com obscuricidade, mas a
apresenta com clareza:
8 e adorá-la-ão todos os que
habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida
do Cordeiro que foi morto desde a
fundação do mundo (Ap 13.8).
Aqui, o sacrifício de Cristo é
exposto como estando na mente de Deus antes da criação do mundo. Havia um livro
antes da fundação do mundo chamado de O Livro da Vida do Cordeiro. Antes que o
mundo fosse criado, Deus já havia planejado que Seu Filho seria morto como um
cordeiro para salvar a todos aqueles cujos nomes estão escritos neste livro. E
ainda há outros textos que fala sobre este assunto:
4 assim
como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis perante ele; e em amor
5 nos predestinou para ele, para a adoção de
filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6 para louvor da glória de sua
graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado (Ef 1.4-6).
9 que nos salvou e nos chamou com santa
vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e
graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes
dos tempos eternos,
10 e manifestada, agora, pelo
aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte,
como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho (2 Tm 1.9,10)
1 Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus
Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da
verdade segundo a piedade,
2 na
esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos
tempos eternos
3 e, em tempos devidos,
manifestou a sua palavra mediante a pregação que me foi confiada por mandato de
Deus, nosso Salvador (Tt 1.1-3).
18 sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis,
como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que
vossos pais vos legaram,
19 mas pelo precioso sangue, como de cordeiro
sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo,
20 conhecido,
com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos
tempos, por amor de vós
21 que, por meio dele, tendes fé
em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a
vossa fé e esperança estejam em Deus (1 Pd 1.18-21).
Os sofrimentos e a morte de
Cristo pelo pecado não foram planejados depois do pecado de Adão, mas antes.
Portanto, quando o pecado de Adão acontece, Deus não é surpreendido por ele, pois
já o era parte de seu plano, o plano de manifestar a sua graça maravilhosa na
história da redenção. Voltemos ao verso 14 que diz:
14 ... Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.
Aquele que havia de vir
refere-se a Cristo. O pecado de Adão não frustrou os propósitos de Deus de
exaltar a Cristo, mas nele Deus revela a magnificência de seu Filho como o
segundo Adão, superior em todos os aspectos ao primeiro Adão.
Conclusão
Todos os que ainda estão em
Adão, ou seja, na carne, sem Cristo, caminham também para a eternidade, mas o
destino deles é uma prisão eterna, onde a Bíblia diz que o fogo não se apaga e
o verme não morre, significando uma dor sem fim e sem o mínimo de alívio. É o
lugar onde a lei de Deus condenará a todos os incrédulos. E aquele que está em
Cristo deve glorificar a Deus, pois foi dessa prisão eterna que ele foi
libertado, porque os filhos de Deus foram salvos pelo seu Redentor.
Não existe meio termo para
nenhum ser humano. Todos nós, sem nenhuma exceção, estamos em um desses dois
homens: Adão ou Cristo. Você está em quem? Não pode estar em nenhum. Se você
ainda está em Adão, o seu destino será de sofrimento e agonia eterna. Se você
está em Cristo, então você é um verdadeiro herdeiro das mais ricas promessas de
Deus. Se você não está em Cristo, se arrependa dos seus pecados e receba a
Cristo como seu Salvador neste momento para estar livre da morte e usufruir a
vida eterna. Que Deus te abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida.
Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.
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