AS ALMAS DEBAIXO DO ALTAR

9  Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam.

10  Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?

11  Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram (Ap 6.9-11).

Introdução

O Quinto Selo fala do lamento dos mártires. Ele aborda o martírio dos cristãos que sofreram perseguições, passaram por torturas, foram mortos, e cujas almas suplicam o juízo de Deus contra aqueles que martirizaram milhares de cristãos ao longo dos séculos.

Não é objetivo da visão demonstrar a imortalidade da alma, a consciência da alma após a morte ou a presença da alma no céu após a morte. O objetivo da visão é mostrar que Deus não deixará impune àqueles que martirizaram os seus filhos.

Muitos focam nesta visão coisas sem valor. Criticam por verem almas clamando no céu, como que presas, enquanto que o céu é um lugar de descanso, criticam por verem almas serem vestidas, enquanto que alma não tem corpo, mas se esquecem de focar na mensagem que Jesus queria transmitir à Igreja. E por que Jesus, naquele momento, queria transmitir esta mensagem à Sua Igreja? Com que finalidade Jesus revelou esta visão ao seu servo João?

A Igreja estava sendo perseguida, martirizada. Milhares de cristão estavam sendo mortos em prisões e arenas. Eles não estavam precisando ver almas no céu, nem almas serem vestidas de vestes brancas. Eles precisavam de consolo e de fortalecimento para que pudessem persistir até o fim, mesmo que isso lhes custasse a própria vida. Eles precisavam de esperança! Eles precisavam saber que, estes que hoje os levam aos tribunais, serão os mesmos que estarão diante do tribunal de Deus no futuro, mas não mais como acusadores, e sim como réus, culpados pelo sangue dos inocentes mártires, e que nenhum tribunal, ou juiz, ou advogado poderão lhes livrar da condenação, da sentença de perecerem no inferno por toda a eternidade.

Quem são estas almas? Como estão estas almas? O que fazem estas almas? Por que estas almas estão debaixo do altar? Por que estão clamando? Por que lhes foram dadas vestiduras brancas? As respostas a estas perguntas transmitem a mensagem que Jesus queria deixar à Igreja através desta visão. Vamos a elas.

01 – QUEM SÃO AS ALMAS DEBAIXO DO ALTAR

9  Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam.

Estas almas debaixo do altar são as almas de um grupo específico de pessoas. Estas almas não são todas as almas que estão no céu. Há outro texto de Apocalipse em que, ali sim, fala de todas as almas no céu:

9  Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos;

10  e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação (Ap 7.9,10).

Estes também estão de vestiduras brancas e também estão clamando em grande voz. Estes sim são todos os remidos do Senhor. As de Apocalipse seis trata-se de um grupo específico de almas. E quem são eles? São aqueles que foram mortos por causa do Evangelho, por causa de seu testemunho, por causa do nome de Jesus Cristo, por causa de sua fé.

9  Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam.

Foram mortos porque creram e amaram a Palavra de Deus até mesmo acima de suas próprias vidas. E mais, foram mortos por causa de seu testemunho, ou seja, não se calaram diante do mundo e nem diante de seus inimigos, não guardaram em segredo a sua fé, não foram cristãos secretos; testemunharam mesmo sabendo que seriam mortos por isso. Este grupo específico é mencionado mais uma vez em Apocalipse, agora no capítulo vinte:

4  Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos (Ap 20.4).

Este texto está falando do milênio. Não vou entrar nesta questão, pois não é pertinente ao nosso tema, mas quero destacar o principal, aquilo não está em sentido figurado: E viveram e reinaram com Cristo. É nisso que temos que focar, o privilégio de viver e reinar com Cristo não por mil anos somente, mas por toda a eternidade.

Estes textos de Apocalipse se complementam. Em Apocalipse seis João não está vendo pessoas debaixo do altar, mas sim as almas dos mártires. Mas em Apocalipse vinte, João está vendo os corpos ressurretos dos mártires. Não vamos viver e reinar com Cristo sem o nosso corpo, mas o faremos com um corpo glorificado, ressurreto, eterno, perfeito, incorruptível. Esta era a mensagem que Jesus queria transmitir para a Sua Igreja perseguida, mas vitoriosa.

02 – COMO ESTÃO ESTAS ALMAS DEBAIXO DO ALTAR

10  Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?

O que podemos notar é que estas almas não estão presas debaixo do altar no céu. Aqueles que negam a consciência da alma após a morte usam este argumento para questionar a autenticidade desta visão, pois dizem ser inconcebível existir almas como que presas, suplicando dia e noite, no céu, um lugar que é conhecido principalmente pelo descanso que ele proporciona, pelo gozo que ele oferece.

Essas almas estavam conscientes no céu. O fato de elas terem sido vistas em um local específico, o altar, não significa que elas estavam em uma condição de presidiárias, pois havia uma razão delas terem sido citadas debaixo do altar. Este local complementava a mensagem que Jesus queria transmitir à Sua Igreja. O altar fazia parte desta mensagem.

Outra razão de muitos criticarem este texto está no clamor destas almas. O que elas clamam? Clamam por vingança. Eles afirmam que quem está no céu é porque tem um coração bom e por isso deve perdoar as ofensas de seus inimigos. Portanto, é inconcebível que haja almas debaixo do altar clamando noite e dia por vingança. Quem está no céu são os de coração puro sim. Eles estão no céu porque comprovaram a sua fé, a sua regeneração em Cristo, perdoando aos seus inimigos, como Jesus lhes ordenou. Mas eles não estão mais na terra, estão no céu e lá não precisam mais exercitar este princípio da fé, porque lá não existem mais inimigos, pois são todos irmãos, filhos de um mesmo Pai. Além do mais, o perdão dos ofendidos não inocenta os ofensores. Deus disse:

19  não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor (Rm 12.19).

A vingança pertence a Deus e Deus estava dizendo para a Sua Igreja sofredora que os seus algozes não ficarão impunes. Portanto, o que eles estavam pedindo era algo abominável? Não! Se olharmos bem veremos que, na verdade, nem por vingança elas estavam clamando, elas estavam apenas lembrando a Deus de um fato que Ele mesmo prometera:

10  Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?

Não estavam pedindo: Vinga Senhor! Mas pediam: Até quando Senhor? Porque sabiam que a vingança pertence a Deus e que Ele o faria com certeza! Era apenas uma questão de tempo! Deus não ordenou que eles parassem de clamar, mas sim que esperassem um pouco mais porque o dia da vingança estava chegando. E quando este dia chegar, ai daqueles que derramaram o sangue dos mártires, sangue inocente. Deus promete executar vingança contra eles.

8  Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição.

9  Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão,

10  também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro.

11  A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome (Ap 14.8-11).

Não são apenas a grande Babilônia e a besta que estão sendo penalizados, mas também todos os seus súditos, usados para perseguir e matar os cristãos. E quando este dia chegar Deus vingará a morte de seus santos:

1  Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus,

2  porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos (Ap 19.1,2).

O que João estava tendo era uma visão celestial sim, um acontecimento futuro, pois João estava no céu, e Deus levantou as cortinas do tempo para que João desse uma olhada no futuro:

1  Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas (Jo 4.1).

A visão é simbólica, mas a simbologia não está no fato de ser visto almas no céu, pois o céu é um lugar de anjos e de almas. Existem sim almas no céu! As almas dos salvos vão sim para o céu após a morte! E estas almas não estão mortas, mas vivas, ou seja, estão presentes no céu, hoje, com Cristo. Não estão vagando perdidas, não estão dormindo um sono profundo aguardando a ressurreição do corpo, mas estão presentes no céu, participando das atividades do céu. A vida não termina em um caixão, pois há consciência após a morte, conforme o que Jesus disse:

25  Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;

26  e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto (Jo 11.25,26)?

Eu creio, e você crê? Crês que ao fechar os olhos aqui na terra os abrirá imediatamente na eternidade? E em qual destino os abrirá, no gozo do céu ou na aflição do inferno? Aqui, nesta visão, estão os mártires vivos, no céu. Os seus corpos foram martirizados, estraçalhados, mortos, mas os seus espíritos permaneceram vivos, perfeitos, e estão junto ao Trono de Deus. É muito relevante a mensagem de Jesus quando disse:

28  Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo (Mt 10.28).

Jesus quer deixar para a Igreja perseguida uma mensagem de consolo, uma mensagem de esperança, Jesus queria fortalecer a Sua Igreja para que persistissem e não se esmorecessem diante da perseguição.

03 – O CONSOLO DAS ALMAS DEBAIXO DO ALTAR

11  Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.

Aquelas almas estavam clamando a Deus e receberam dele uma resposta, um consolo que Deus queria transmitir para a Igreja perseguida. Ela sim estava precisando de fortalecimento, de ânimo, pois aquelas almas já estavam consoladas na presença de Deus. E qual foi o consolo de Deus? Vestiduras brancas.

Vestes brancas são sinais de pureza, de santidade. Deus não estava dizendo apenas que elas estavam purificadas de seus pecados pelo sangue do Cordeiro. Estava dizendo também que elas são inocentes, que as acusações contra elas são falsas, são injustas, que diante do tribunal de Deus elas serão inocentadas, pois não existe mais acusação contra elas diante de Deus, que seus algozes maltrataram seus corpos, mas suas almas estavam guardadas, protegidas, pois foram lavadas e alvejadas no sangue do Cordeiro.

Apocalipse é o livro da vitória da Igreja. Deus deixou este livro para a Igreja para que esta pudesse saber que, apesar da perseguição e da própria morte, a vitória está garantida, e para isso fora usado muitas figuras simbólicas, sendo esta visão uma delas. Claro que as almas dos mártires não estão presas debaixo do altar gritando. Elas estão no descanso de Deus junto com todas as outras. Mas o que importa na visão é a mensagem transmitida através dela.

As almas que clamavam por vingança era uma representação dos mártires que deram a sua vida pelo Evangelho, daqueles que, enquanto vivos, davam testemunho da verdade. O que é ensinado aqui é que estas almas que clamavam seriam vingadas, e para isso restaria mais algum tempo, até que se completassem o número dos seus conservos e irmãos que deveriam ser mortos como eles o foram.

11  Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.

Esta visão jamais está ensinando que depois da morte dos mártires, depois deles sofrerem tanto aqui neste mundo, depois de darem a própria vida por Cristo eles sobem ao céu e continuam agonizando debaixo de um altar em gritos por vingança. Mas a Bíblia diz que:

14  Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas (Ap 22.14).

Voltando em Apocalipse vinte, observe que a recompensa está no futuro.

4  Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos (Ap 20.4).

Este texto está complementando ao do capítulo seis. Note que aqui as almas não estão mais clamando. Nele encontramos a resposta do clamor das almas: A vingança de Deus. Este texto é o tempo que haveria de vir, nele vemos o número que havia de ser completado. No capítulo seis o número estava incompleto, no capítulo vinte o número se completou e Deus promove a sua vingança. Esta vingança está simbolizada no principal acusador e perseguidor dos filhos de Deus: Satanás, mas ela também se estende aos súditos de Satanás, que pagarão por cada gota de sangue inocente que eles derramaram.

10  Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.

11  Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida (Ap 12.10,11).

A vitória dos salvos já está garantida. Deus pedirá conta! Tenha certeza disso! Esta era a mensagem que Jesus queria transmitir à Igreja.

04 – 0 ALTAR SOB O QUAL ESTÃO AS ALMAS

9  Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam.

O apóstolo João não disse que viu essas almas debaixo de um altar, mas debaixo do altar. Que altar é esse? O altar de sacrifícios. Há sacrifícios no céu? Claro que não! O sacrifício de Cristo foi suficiente para satisfazer a Deus e jamais haverá necessidade de outros. Por que essas almas foram vistas neste local de sacrifício? Porque a morte dos mártires cristãos é semelhante à de Cristo, ou seja, uma morte sacrificial. E não foi este o ensino de Jesus?

38  e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.

39  Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á (Mt 10.38,39).

24  Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.

25  Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á (Mt 16.24,25).

10  Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.

11  Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.

12  Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós (Mt 5.10-12).

O altar apresentado no quadro profético de Apocalipse era, provavelmente, reminiscências do altar de bronze do santuário dos hebreus. Neste sentido os mártires podem ser lembrados como sacrifícios apresentados a Deus. São aqueles que não renunciam à sua fé em Cristo e não param de dar testemunho dele, mesmo diante da própria morte. Paulo dizia:

17  Entretanto, mesmo que seja eu oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, alegro-me e, com todos vós, me congratulo (Fp 2.17).

6  Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado (2 Tm 4.6).

Claro que o sacrifício de Paulo e dos mártires não tem poder redentor como o de Jesus Cristo, mas eram pessoas que estavam sacrificando as suas vidas por amor a Cristo.

Estas almas não estavam gritando desesperadas, mas estavam clamando a Deus. Muitos veem isso com escândalo. Será que há problemas no fato dessas almas estarem clamando? Claro que não! Onde elas estavam? No altar! O altar é apenas um local de sacrifício? Não! Hoje, no altar, não escorre mais sangue, porque o sangue de Cristo foi vertido na cruz. O altar hoje é um lugar de oração e de adoração.

3  Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono;

4  e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos (Ap 8.3,4).

O altar na Bíblia Sagrada é o lugar espiritual onde, quando tu oras, intercedes, Deus vem ao encontro do homem; é o momento de comunicação entre Deus e o homem.

Todos os deuses desta terra tem altar, até mesmo  os demônios, que tem um altar, um lugar de comunicação entre o ser humano e o diabo. Mas, Graças a Deus que há um Altar Espiritual, onde temos acesso direto ao Pai, onde podemos clamar e Deus nos ouve.

Quero terminar falando um pouco sobre o Deus verdadeiro. As almas que clamavam diziam: Soberano Senhor, Santo e Verdadeiro. Precisamos compreender que nos relacionamos com um Deus de justiça e juízo:

1  Reina o SENHOR. Regozije-se a terra, alegrem-se as muitas ilhas.

2  Nuvens e escuridão o rodeiam, justiça e juízo são a base do seu trono (Sl 97.1,2).

Ele é o Deus que não pode mentir. É o Deus que promete justiça, mas é também aquele que sabe o momento de aplicar a Sua justiça:

7  Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los (Lc 18.7)?

Mas este Deus, muito sabiamente, deixou uma lei justa estabelecida:

7  Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.

8  Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna (Gl 6.7,8).

Diante de Deus não existe ninguém que tenha semeado que não colha. Se semeou para o bem, colhe para o bem. Se semeou para o mal, colhe para o mal.

Deus, muitas vezes, parece demorado, mas jamais deixará de aplicar a sua justiça. Não desanimes. Não fiques preocupado, porque Deus jamais falha. Ele parece demorado, mas jamais falha. Além do mais, o juízo dos iníquos já está assegurado.

Conclusão

Assim como Estevão, que foi apedrejado e morto, milhares de cristãos foram degolados, foram fuzilados, foram enforcados, foram serrados ao meio, foram comidos pelos leões, foram queimados vivos. E ainda hoje, milhares de cristão continuam a sofrer estas mesmas ameaças, milhares de cristãos sofrem este mesmo martírio.

Todas essas pessoas estão agora representadas neste Juízo de Deus no Quinto Selo. Que Deus console os nossos corações. Que Deus fortaleça a Sua Igreja perseguida. Que Deus de forças a cada filho seu que esteja sendo perseguido por causa de sua fé, por causa de seu testemunho, por causa do nome de Cristo, por causa do Evangelho de Deus. Que jamais venhamos a nos acovardar diante das ameaças de nossos inimigos. Que a Igreja do Senhor Jesus jamais se cale ante as ameaças dos homens. Que Deus assim abençoe a Sua Igreja! Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.