Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sábado, 17 de outubro de 2015

O PACTO COM ABRAÃO: OS HERDEIROS DA PROMESSA

1  Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei;
2  de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!
3  Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.
17  E sucedeu que, posto o sol, houve densas trevas; e eis um fogareiro fumegante e uma tocha de fogo que passou entre aqueles pedaços.
18  Naquele mesmo dia, fez o SENHOR aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates (Gn 12.1-3; 15.17-18)
Introdução
Deus não somente criou todas as coisas, como também governa sobre a Sua Criação. No texto acima vemos Deus renovando mais uma vez o Seu Pacto, agora com Abraão, e nas renovações do Pacto podemos perceber claramente o governo de Deus sobre a Sua criação e também como Ele vai preparando, passo a passo, na História da humanidade, o desenrolar da Redenção, a consumação de Sua promessa feita lá em Gn 3.15.
Deus tem prazer em estar sempre criando, começando ou renovando a criação. Vimos isso na renovação do Pacto com Noé. Deus destruiu tudo e recomeçou tudo de novo com oito pessoas e os animais daquela arca. A cada acontecimento importante na História Deus renova. As primeiras criaturas inteligentes de que temos notícias são os anjos. Eles foram criados formosos, poderosos, altamente inteligentes e perfeitos. Foram criados para louvar a Deus, para exaltar a Sua santidade. Tudo ia bem até que um deles, Lúcifer, desejou ser semelhante a Deus. E, pela sua rebelião contra Deus, ele e os que o seguiram foram punidos.
Depois disso Deus criou o Universo e criou o homem à Sua imagem e semelhança. Não deu poder a ele, como o fez com os anjos e nem os criou com tanto esplendor, mas diz o salmista que ele foi coroado de glória e de honra e que lhe foi dado domínio sobre a criação. O Jardim do Éden era um mundo perfeito. O homem, a mulher, os animais domésticos e selvagens, todos viviam na mais perfeita harmonia. O Senhor vinha à tarde conversar todos os dias com Adão e Eva. Tudo era maravilhoso e foi assim até ao dia em que o homem desobedeceu a Deus e pecou. Mais uma vez Deus renova e expulsa Adão e Eva do Jardim para viverem em um mundo agora amaldiçoado por causa do pecado. Fora do Jardim a humanidade torna-se fecunda e se multiplica, mas multiplica-se também a maldade de seu coração, chegando até a tocar o coração de Deus que “se arrepende” de haver criado o homem e resolve destruir a tudo pelas águas do dilúvio.
Deus renova novamente ao preservar Noé e sua família, bem como alguns animais. Deus continua Seu plano com Noé e sua família. Mais tarde, porém, os descendentes de Noé, ao invés de glorificarem a Deus, resolvem construir uma torre para se exaltarem. E Deus renova novamente. Desce do céu e confunde a linguagem dos homens e os espalhou pela face da terra. E assim a raça humana foi se distanciando cada vez mais de Deus. Mas Deus não abandona a Sua criação e não se esquece de Sua promessa. Deus continua com Seu plano e vai renovar novamente o Seu Pacto, agora com Abraão. E quem é Abraão? Abraão era descendente de Sem, o primogênito de Noé. Abraão casou-se com Sara, a qual era estéril e não podia ter filhos. Eles moravam em Ur dos Caldeus com Terá, pai de Abraão, até ao dia em que O Senhor o chama e resolve fazê-lo seu amigo. Deus faz uma aliança com Abraão e, hoje, vamos estudar esta parceria entre Deus e Abraão e quais são os seus benefícios até aos dias de hoje.
01 – UMA PARCERIA PARA GERAR UM POVO
Como nasceu a nação de Israel? Se você prestou atenção na leitura de nosso texto básico, você contemplou o nascimento de uma grande nação: Israel. Isso mesmo, Israel nasceu naquele encontro entre Deus e Abraão. Quando Deus iniciou um relacionamento com Abraão, Ele o chamou fazendo-lhe grandes e maravilhosas promessas. Essas promessas revelavam o propósito de Deus para Abraão, e asseguravam todas as condições necessárias para o nascimento de uma nação muito especial para Deus. E que promessas são essas?
A – A promessa de uma terra
1  Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei;
18  Naquele mesmo dia, fez o SENHOR aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates.
Esta era uma das mais fortes promessas de Deus a Abraão e não é a toa que ela é a primeira delas. Uma nação para ser uma nação precisa de ter uma terra, um lugar seu, a qual possa chamar de pátria. Uma nação para ter dignidade precisa estar em sua terra. Uma nação para ser abençoada precisa ser em sua terra. E para um peregrino, que peregrinava por terras estrangeiras, a promessa de uma terra soava aos ouvidos como uma canção de ninar. E para um povo que permaneceu por quatro séculos escravos em uma nação estrangeira, uma terra era a mais gloriosa de todas as esperanças.
A terra prometida era uma terra em que manava leite e mel, ou seja, havia muita abundância por ser uma terra fértil. E esta terra era para ser um lar para Abraão e seus descendentes, uma terra para terem a experiência de possuir uma identidade nacional, serem uma nação santa, de propriedade exclusiva de Deus. E sempre que Deus aparecia a Abraão, Ele fazia questão de enfatizar a Sua promessa:
7  Disse-lhe mais: Eu sou o SENHOR que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te por herança esta terra (Gn 15.7).
Interessante que esta promessa não era para agora, não era para Abraão tomar posse da terra, mas era para a sua descendência, ou seja, Abraão não viu o cumprimento desta promessa, apenas a visualizou pela fé. Mas perguntou:
8  Perguntou-lhe Abrão: SENHOR Deus, como saberei que hei de possuí-la (Gn 15.8)?
Para responder Deus pediu a Abraão um sacrifício e neste sacrifício Deus fez uma revelação para ele:
13  então, lhe foi dito: Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos.
14  Mas também eu julgarei a gente a que têm de sujeitar-se; e depois sairão com grandes riquezas.
15  E tu irás para os teus pais em paz; serás sepultado em ditosa velhice.
16  Na quarta geração, tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus (Gn 15.13-16).
Deus estava se referindo ao fato de Jacó, neto de Abraão, for morar no Egito com sua família por causa de José. Lá esta família se tornou um povo e foi escravizado pelo Egito. Quatro séculos depois Deus envia através de Moisés dez pragas ao Egito e liberta o Seu Povo da escravidão. Depois de peregrinar por 40 anos no deserto, finalmente o povo “torna para aqui”, que era a terra onde Abraão estava realizando aquele sacrifício. Naquele momento Deus aceitou o sacrifício de Abraão e ali confirmou com Abraão a Sua aliança:
18  Naquele mesmo dia, fez o SENHOR aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates (Gn 15.18)
E pela História sabemos que Deus cumpriu a Sua promessa a Abraão quando Israel, sob a liderança de Josué, conquista a terra prometida e toma posse de sua herança.
B – A promessa de se tornar uma grande nação
de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!
Agora, com a promessa de uma terra, ele poderia ser uma grande nação. Deus daria aquela terra a Abraão, faria dele uma grande família e esta família se tornaria uma grande nação, uma nação politicamente organizada. Mais uma vez Abraão é testado em sua fé. Como ele se tornaria em uma família e desta família uma nação se ele não tinha herdeiro? Sara era estéril! Claro que isto incomodava a Abraão, tanto que lançou diante de Deus a sua ansiedade:
1  Depois destes acontecimentos, veio a palavra do SENHOR a Abrão, numa visão, e disse: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande.
2  Respondeu Abrão: SENHOR Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos e o herdeiro da minha casa é o damasceno Eliézer?
3  Disse mais Abrão: A mim não me concedeste descendência, e um servo nascido na minha casa será o meu herdeiro (Gn 15.1-3).
Abraão não conseguia entender como ele se tornaria uma nação sem filhos legítimos. E Deus lhe respondeu:
4  A isto respondeu logo o SENHOR, dizendo: Não será esse o teu herdeiro; mas aquele que será gerado de ti será o teu herdeiro.
5  Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade (Gn 15.4,5).
E Abraão não duvidou do poder de Deus e do que Ele poderia fazer em sua vida e na vida de seus filhos:
Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça (Gn 15.6).
Esta promessa era tão importante quanto a primeira, pois desta nação haveria de vir o descendente, o Messias Prometido, que seria Jesus Cristo e Ele esmagaria a cabeça da serpente, que é Satanás. Pela promessa deste descendente, Abraão e sua descendência seriam abençoados, e isto pressupõe o cuidado e a proteção constante de Deus e da Sua providência. Este descendente também faria de Abraão um grande nome, um nome famoso, e sua descendência seria de grande influência na terra.
Deus ainda promete abençoar aos que abençoarem a Abraão e amaldiçoar aos que o amaldiçoarem. Isso fica muito evidente em alguns acontecimentos na vida de Abraão. Quando Abraão peregrinava pelo Egito, Faraó tentou tomar a Sara de Abraão, e grandes pragas assolaram a casa do rei, que logo entendeu a situação e restituiu Sara ao patriarca. Abimeleque, rei de Gerar, tentou possuir Sara e Deus amaldiçoou a sua casa com esterilidade e enquanto Abraão não intercedeu pelo rei a maldição não cessou. O Pacto com Abraão era tão intenso que os amigos de Abraão tornavam-se amigos de Deus, e os inimigos de Abraão tornavam-se inimigos de Deus.
C – A promessa de fazer de Abrão um canal de bênção para todas as famílias da terra
3  Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Promessa que transcende a nação de Israel. Abraão seria pai de uma grande família e esta família se tornaria uma grande nação. Mas esta nação não se limitava a nação de Israel, e sim ao Israel espiritual. Abraão seria o pai de uma grande família, vinda de todas as nações da terra, uma família de fé. Por intermédio do Senhor Jesus Cristo, o descendente prometido, nascido de mulher, o qual era da descendência de Abraão, aqueles que crêem em Seu nome, advindo de todos os povos da terra, poderiam ser feitos filhos de Deus e herdeiros de um reino eterno. Paulo fala sobre isso em Romanos:
6  E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas;
7  nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
8  Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa (Rm 9.6-8).
E em Gálatas:
7  Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão (Gl 3.7).
E Pedro, falando à Igreja de Jesus Cristo, composta de judeus e gentios, diz:
9  Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10  vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia (1 Pd 2.9,10).
Todas as promessas de Deus a Abraão cumpriram-se no devido tempo. Eram promessas extraordinárias de um Deus Soberano a um homem que peregrinou por terras estrangeiras, que creu nas promessas que lhe foram feitas e por isso ganhou de Deus uma terra maravilhosa. Tornou-se também em uma grande nação, foi abençoado e tornou-se abençoador de muitas famílias da terra. Entretanto, tudo isso trazia para o patriarca grandes responsabilidades. As promessas de Deus e os deveres de Abraão no Pacto tornavam a relação entre Deus e Abraão muito especial. Obediência era a única resposta que Deus esperava de Abraão. E a pronta obediência de Abraão foi a resposta ao primeiro chamado de Deus à vida de Abraão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei. Sua resposta foi imediata: Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o SENHOR.
02 – UM POVO CONSTITUÍDO DE VÁRIOS POVOS
Vimos até aqui a promessa de Deus de dar a Abraão uma terra e fazer dele uma grande nação, que por sua vez viria a ser uma bênção para todas as famílias na terra. E de que modo essa bênção alcançaria a todos os povos da terra? É o que veremos neste tópico.
A – Unidos por Aliança
Em uma solene declaração, Deus fornece a Abraão esclarecimentos quanto ao seu modo de agir:
Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência.
8  Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus.
9  Disse mais Deus a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no decurso das suas gerações (Gn 17.7-9).
Deus disse para Abraão: Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência. É a aliança o meio de Deus reunir um povo único procedente de várias raças; um povo unido não pelo sangue, não pela cultura, não pela cor, não pelo sistema de governo e nem pela política, nem pela geografia, nem pela economia, mas unicamente pela relação com Deus. Por que deveria ser assim?
B – A finalidade da união: Ser o Deus deste povo
Esta é a finalidade da Aliança, das promessas e de todas as ações de Deus em favor deste povo escolhido. Deus criou Adão e Eva para ser o seu Deus! Deus livrou a Noé e a sua família para ser o seu Deus! Deus chama a Abraão para ser o seu Deus! Deus escolhe um povo para ser exclusivamente Seu unicamente para ser o Deus deste povo! Deus redime a Igreja para ser o Deus desta Igreja! Entende porque Deus não pode suportar a idolatria? Entende como Ele não pode inocentar àqueles que se prostram, adoram, cantam e oram para estátuas, para santos, sejam eles quais forem? É muita ingratidão para com aquele que tudo fez. Esta glória pertence unicamente a Deus e Ele mesmo diz que não a passará para ninguém, seja quem for:
8  Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura (Is 42.8).
E qual a glória? Ele diz:
5  Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela.
6  Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios;
para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas (Is 42.5-7).
É Deus quem providencia! É Deus quem liberta! É Deus! O mérito é Seu! Da mesma forma, quem sofreu e quem morreu pelos nossos pecados foi o Senhor Jesus Cristo. Não foram os apóstolos, não foi nenhum membro de Sua família terrena, não foi nenhum mártir, não foi nenhum santo da Igreja, mas foi Jesus, somente Ele! Jesus Cristo! Ele é digno desta honra conquistada com o seu próprio sangue! Glória que Ele jamais passará para ninguém! Olhe como Ele é único:
6  Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6).
5  Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem (1 Tm 2.5).
Quão infeliz é aquele que deixa a Deus para ir até outros deuses. Deus não precisa de intermediários, o acesso a Ele está aberto, basta levantar as mãos, orar e invocar o nome de Deus e Ele te ouvirá. Por isso que o salmista afirma:
12  Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo que ele escolheu para sua herança (Sl 33.12).
A nação, cujo Deus é o Senhor, é feliz porque crê em Deus e a Ele submete-se em amor e vive em Aliança com Deus. A nação, cujo Deus é o Senhor, não adora a ídolos, não se prostra diante de imagens de escultura, não procura nenhum outro mediador a não o Senhor Jesus Cristo. Esta é a nação feliz e abençoada!
C – A extensão da união: A todos os povos da terra
Deus disse a Abraão: Para ser o Teu Deus e da tua descendência. A Aliança entre Deus e Abraão era para ser estendida a todas as famílias da terra e não somente aos descendentes biológicos de Abraão. E estes descendentes estariam ligados a que? A fé!
Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça (Gn 15.6).
A fé é a ponte que liga todos os povos do mundo a Abraão, o pai da fé. Reconhecer e aceitar a Soberania de Deus, o Seu Governo, e crer em Deus torna qualquer pessoa, de qualquer raça, um filho de Abraão. Lembram quais são os filhos de Abraão?
6  É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
7  Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão.
8  Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos.
De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão (Gl 3.6-9).
Abraão creu em Deus e nas suas promessas. O patriarca creu na fidelidade de Deus que afirmou que lhe daria uma terra, que faria dele uma grande nação, que engrandeceria o seu nome, que abençoaria a ele e aos seus descendentes, que todas as famílias da terra seriam benditas nele, e que Ele seria o seu Deus e o Deus de sua descendência. Abraão aceitou o Pacto estabelecido por Deus e teve com o Senhor um relacionamento de obediência, amor e fé.
03 – UMA PARCERIA PERPÉTUA
7  Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência.
Muitos afirmam que a Aliança com Abraão já não tem nenhum valor para os crentes do Novo Testamento. Será verdade? Por duas vezes surgiu esta pergunta neste estudo e mais uma vez será feita: Quem são os filhos de Abraão hoje? Lembram? Esta questão não está sendo levantada agora, ela tem sido feita desde Paulo em suas cartas. Aliás, desde João Batista, que afirmou:
9  e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão (Mt 3.9).
E que pedras são estas? As pessoas que ele estava batizando. Isso significa que não é pelo fato de se ter sangue judeu que faz da pessoa um legítimo parceiro de Deus. Paulo confirma isso em Romanos:
6  E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas;
nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
8  Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa (Rm 9.6-8).
E quem são os filhos da promessa? Os eleitos de Deus! Paulo está dizendo que devem ser considerados como descendência (de Abraão) os filhos da promessa. Por que eles devem ser considerados? Porque eles crêem e obedecem a Deus como o fez Abraão. E quem afirma isso é próprio Senhor Jesus:
39  Então, lhe responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão.
40  Mas agora procurais matar-me, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão (Jo 8.39,40).
Eles não creram. Abraão creu! Eles não obedeceram. Abraão obedeceu! Realmente Abraão não procedeu como eles. E Jesus foi ainda mais duro com eles ao lhes revelar o verdadeiro pai deles:
44  Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44).
As obras deles estavam se identificando com as obras do diabo. E por que mais eles eram filhos do diabo? Jesus responde:
45  Mas, porque eu digo a verdade, não me credes (Jo 8.45).
Porque não creram! E porque não creram não são filhos de Abraão, não são filhos da promessa, não são filhos da fé. E porque não são filhos da fé, mas da incredulidade, é que são filhos do diabo. Precisamos imitar a Abraão na fé e obediência, mas fé em quem? Obediência a quem? A Jesus Cristo! Deus nos fala para ouvirmos a Jesus:
35  E dela veio uma voz, dizendo: Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi (Lc 9.35).
Foi através de Jesus que a bênção de Abraão alcançou os gentios (aquele que não é judeu), porque Jesus tomou a nossa maldição na cruz e nos libertou da condenação do pecado. Por isso que em Abraão são benditas todas as famílias da terra. Paulo afirma isso em Gálatas:
29  E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa (Gl 3.29).
Paulo está afirmando que os que são de Cristo são os verdadeiros filhos e herdeiros de Abraão segundo a promessa de Deus. Ser de Cristo, ser discípulo dele, confiar na Sua obra realizada na cruz é ser um verdadeiro filho de Abraão. Crer em Jesus e no Seu Evangelho, ouvir a Jesus e obedecê-lo é verdadeiramente imitar a Abraão.
A promessa foi feita a Abraão, mas foi cumprida em Jesus Cristo. O centro da História nunca foi o patriarca Abraão, mas sim o seu Descendente: Jesus Cristo! Abraão não pode abençoar e nem amaldiçoar a ninguém, pois esta tarefa foi passada dos patriarcas de Israel para o Messias, Jesus Cristo. Os homens serão julgados não pelo que pensam a respeito de Abraão ou de Israel, mas pelo que pensam a respeito de Jesus Cristo.
Claro que Israel, o povo judeu, não fica de fora da promessa. Para eles tem a promessa da terra prometida e de lá jamais os tirarão novamente; ninguém tomará deles a sua terra, é promessa de Deus. E quanto a salvação, eles também precisam crer e aceitar a Jesus Cristo para serem salvos. Entretanto, os verdadeiros filhos da promessa hoje são os que aceitam o Evangelho de Cristo, independente de serem judeus ou de qualquer outra raça do mundo. Os inimigos de Deus são os que se opõem à Sua Igreja e não crêem em Cristo.
Conclusão
No Pacto com Abraão ficou mais claro e amplo o conceito de povo de Deus. As promessas feitas a Abraão adquirem uma nova dimensão em Cristo, pois ao patriarca, foi prometido uma grande extensão de terra, mas aos mansos, a herança é a terra toda:
5  Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra (Mt 5.5).
Ao patriarca foi prometido um grande nome, mas os crentes estão revestidos de autoridade sob o nome que está acima de todo nome: Jesus Cristo:
12  E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.12).
Ao patriarca foi prometido ser abençoado, mas o crente em Cristo herda toda a sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo:
3  Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo (Ef 1.3)
As bênçãos de Abraão nos alcançam muito mais enriquecidas em Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor, o Noivo da Igreja, que prometeu jamais desampará-la, que prometeu voltar para buscar a Sua noiva, os verdadeiros descendentes de Abraão, para a festa do Cordeiro, uma festa que jamais terá fim. Que Ele lhe conceda a Sua bênção! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.
Revista Palavra Viva: O Pacto da Graça. Editora Cultura Crista


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