Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O PACTO COM NOÉ: PRESERVAÇÃO E REDENÇÃO

7  Mas sede fecundos e multiplicai-vos; povoai a terra e multiplicai-vos nela.
8  Disse também Deus a Noé e a seus filhos:
9  Eis que estabeleço a minha aliança convosco, e com a vossa descendência,
10  e com todos os seres viventes que estão convosco: tanto as aves, os animais domésticos e os animais selváticos que saíram da arca como todos os animais da terra.
11  Estabeleço a minha aliança convosco: não será mais destruída toda carne por águas de dilúvio, nem mais haverá dilúvio para destruir a terra.
12  Disse Deus: Este é o sinal da minha aliança que faço entre mim e vós e entre todos os seres viventes que estão convosco, para perpétuas gerações:
13  porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da aliança entre mim e a terra.
14  Sucederá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, e nelas aparecer o arco,
15  então, me lembrarei da minha aliança, firmada entre mim e vós e todos os seres viventes de toda carne; e as águas não mais se tornarão em dilúvio para destruir toda carne.
16  O arco estará nas nuvens; vê-lo-ei e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres viventes de toda carne que há sobre a terra.
17  Disse Deus a Noé: Este é o sinal da aliança estabelecida entre mim e toda carne sobre a terra (Gn 9.7-17).
Introdução
O arco da aliança! O arco-íris é sem dúvida um dos cenários mais belos que qualquer ser humano já contemplou. Ele é lindo! Maravilhoso! Esse fenômeno acontece quando o sol, em certa posição no horizonte, incide seus raios sobre gotículas de água, e faz aparecer um arco multicolorido, sendo mais visíveis a olho nu as cores: roxo, anilado, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho. E conforme o texto básico de nosso estudo de hoje, o arco-íris tem tudo a ver com o Pacto de Deus com a humanidade, renovado agora com Noé, pois o arco-íris é a testemunha de um grande evento que aconteceu na Antiguidade, que é o dilúvio. Segundo o texto acima, o arco-íris nasceu no dia em que Deus prometeu nunca mais destruir a vida na terra pelo dilúvio. Ao vê-lo nas nuvens, Deus se lembra de Seu Pacto e contém as águas para não mais destruir a vida na terra através dela.
E você pode estar perguntando: E as inundações? Claro que o arco-íris não as impede! Além disso, elas são localizadas e não mundial, como foi no dilúvio. E os efeitos catastróficos das inundações são consequências da irresponsabilidade do homem e não da natureza, pois se o homem respeitasse as encostas, as margens dos rios e planejasse melhor as suas cidades muitas catástrofes de inundações teriam e seriam evitadas. A renovação do Pacto com Noé nos trás importantes lições. Vamos a elas.
01 – UM RETROSPECTO IMPORTANTE
Vamos relembrar o início. O Pacto é um relacionamento estabelecido e iniciado por Deus com a sua criação, especialmente a raça humana. Este relacionamento estabelecido tem como base a bondade de Deus e a sua graça, sendo ele uma iniciativa da parte de Deus, pois pelo homem ele jamais se reconciliaria novamente com Deus. Este Pacto estabelecido entre Deus e a humanidade é composto de promessas de Deus e obrigações do homem, ou seja, de direitos e deveres de ambas as partes. A resposta de Deus à humanidade dependeria da resposta do homem ao Pacto. A resposta do homem ao pacto deve ser a obediência aos preceitos do Pacto.
Sabemos que Adão não foi fiel a Deus, pois desobedeceu a ordem de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, e por causa disso a terra foi amaldiçoada. Você pode até pensar que foi rigidez extrema por parte de Deus, mas a verdade é que somos tão manchados pelo pecado que não conseguimos conceber a grandeza da santidade de Deus. O que não podemos nos esquecer é que, ainda hoje, Ele continua exigindo a mesma obediência ao seu Pacto. Claro que podemos contar com a grandeza da benignidade de Deus, tão grandiosa quanto a sua santidade, caso contrário nenhum de nós sobreviveria e seria salvo. O fato é que neste episódio, Deus expulsou o homem do Jardim do Éden e estabeleceu uma tremenda inimizade entre a mulher e a serpente, ou seja, entre a raça humana, que é a semente da mulher e Satanás, que é a serpente. Isso está lá em Gênesis:
15  Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (Gn 3.15).
E essa inimizade logo foi manifestada no primeiro homicídio da história da humanidade:
8  Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou (Gn 4.8).
Um mal tão grande e arraigado em uma descendência, pois logo na quarta geração de Caim vemos ele se repetir com grandes agravos:
23  E disse Lameque às suas esposas: Ada e Zilá, ouvi-me; vós, mulheres de Lameque, escutai o que passo a dizer-vos: Matei um homem porque ele me feriu; e um rapaz porque me pisou.
24  Sete vezes se tomará vingança de Caim, de Lameque, porém, setenta vezes sete (Gn 4.23-24).
Era como se Lameque estivesse dizendo: Caim matou um, eu matei dois. Se Caim era um assassino eu muito mais. Um desgosto tão grande no coração de Deus que Ele adicionou uma ordenança ao mandato na renovação do Pacto com Noé:
Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem (Gn 9.6).
O assassinato é uma das expressões mais triste da inimizade do homem contra Deus. E esta inimizade alcançou o seu ápice com a multiplicação da maldade do homem sobre a terra, tornando-se tão generalizada que a Bíblia diz que Deus se arrepende de ter feito o homem na terra:
5  Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração;
6  então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração (Mt 6.5,6).
A Bíblia, neste texto e em outros, fala do arrependimento de Deus. Mas como o arrependimento de Deus deve ser entendido? Será que o arrependimento humano serve de parâmetro para o arrependimento de Deus? O arrependimento de Deus é o mesmo dos homens? Deus realmente se arrepende? Para entendermos isso não podemos desprezar os textos bíblicos que são categóricos em afirmar que Deus nunca se arrepende:
19  Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá (Nm 23.19)?
29  Também a Glória de Israel não mente, nem se arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa (1 Sm 15.29).
Como entender, então, o arrependimento de Deus à luz de um contexto bíblico mais amplo? O Dr. James Packer responde muito bem quando diz: "A referência em cada caso é sobre a anulação de um prévio tratamento dispensado a certos homens, como consequência da reação deles a esse tratamento”. Lembra de quando falei acima de que a resposta de Deus à humanidade dependeria da resposta do homem ao Pacto? Packer continua: “Mas não há sugestão de que essa reação não tenha sido prevista, ou que Deus tenha sido tomado de surpresa, e que não estivesse estabelecida em seu plano eterno. Não há mudança alguma em seu propósito eterno quando Ele começa a agir em relação a um homem de maneira diferente".
Não existe contradição alguma entre os textos que dizem que Deus se arrepende e os que afirmam de outra maneira. As passagens bíblicas que afirmam que Deus não se arrepende, estabelecem definitivamente que o arrependimento de Deus nunca deve ser entendido como o arrependimento humano. E por que não? Simplesmente porque o arrependimento do homem é causado pelo reconhecimento de uma atitude precipitada, como resultado da ignorância do que havia de acontecer. Nós nos arrependemos porque erramos. No caso de Deus é extremamente diferente. Ele jamais comete erros. A Bíblia diz:
17  Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança (Tg 1.17).
L. Berkhof diz que quando a Bíblia fala de Deus se arrependendo e mudando sua intenção para com o homem, "evidentemente é só a maneira humana de falar. Na realidade a mudança não é em Deus, mas no homem e nas relações do homem com Ele". E Pink complementa: "Quando fala de Si mesmo, Deus frequentemente acomoda a Sua linguagem às nossas capacidades limitadas. Ele Se descreve a Si mesmo como revestido de membros corporais como olhos, ouvidos, mãos, etc. Fala de Si como tendo despertado (Sl 78.65) e como madrugando (Je 7.13), apesar de que Ele não cochila nem dorme. Quando Ele estabelece uma mudança em Seu procedimento para com os homens, descreve a Sua linha de conduta em termos de arrepender-se". Em suma, o arrependimento de Deus não ocorre por causa de qualquer mudança nele, mas por causa de nossa mudança para com Ele, o que estava ocorrendo quando Deus relata a multiplicação da maldade do homem sobre a terra, pois ele não fora criado para este fim, mas sim para glorificar a Deus.
E quando Deus vê a multiplicação da maldade do homem sobre a terra, Ele pronuncia Sua sentença, na qual vamos sentir o peso da santidade, da justiça e da fidelidade de Deus. O que salva a humanidade é a perfeição de Deus, pois tudo em Deus é perfeito e completo, inclusive as suas virtudes. A Sua santidade não é maior que a Sua justiça e nem a Sua justiça é maior que a Sua fidelidade, de forma que, para um Deus santo e justo existe somente uma saída: Fazer justiça! E fazer justiça neste caso implicaria em exterminar toda a forma de mal na terra. Deus mesmo pronuncia isso:
7  Disse o SENHOR: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito (Gn 6.7).
A sorte da humanidade e dos animais estava selada: Sua completa destruição! Nada faria Deus voltar atrás em Seu desígnio de destruir a vida na terra, com exceção de uma: A fidelidade de Deus, tão grande e perfeita quanto a Sua justiça! Havia uma promessa e a fidelidade de Deus não permitiria que ela fosse esquecida, que é a infalível e inquebrável promessa contida lá em Gn 3.15. E a Bíblia sempre reafirma a fidelidade de Deus:
10  Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o SENHOR, que se compadece de ti (Is 54.10).
E surge, então, a solução: Um homem justo, íntegro e que andava com Deus:
8  Porém Noé achou graça diante do SENHOR (Gn 6.8).
A forma de manifestar a Sua graça e fidelidade foi achar um homem com quem Deus pudesse manter a Sua promessa e renovar a Sua aliança, o Seu Pacto. E esse homem foi Noé. Mas lembre-se da igualdade de grandeza nas virtudes de Deus? A Sua perfeita fidelidade não anularia a sua justiça, a qual também é perfeita. Houve o dilúvio, mas houve também a providência de Deus no dilúvio! Tudo foi destruído, mas ao mesmo tempo preservado! E o que levou Deus a tomar uma atitude tão drástica? Vamos ver o que estava acontecendo naqueles dias.
02 – OS DIAS DO PATRIARCA NOÉ
O dilúvio foi um dos acontecimentos mais marcantes da história da humanidade. Pode-se dizer que foi um divisor de águas, separando de forma impressionante duas Eras, pois Noé é o último representante de uma Era encerrada na história da humanidade, identificada na Bíblia como “nos dias de Noé”. Até nos anos de vida do homem houve mudanças e se naquela época houvesse satélites nos mostrariam até mesmo a transformação geográfica que deve ter ocorrido na terra. Quando olhamos para os dias de Noé não é difícil entender o porquê Deus realizou tamanha obra. Noé foi o décimo patriarca na descendência de Adão (Adão, Sete, Enos, Cainã, Maalalel, Jarede, Enoque, Metusalém, Lameque e Noé) e a Bíblia diz assim de seu nascimento e da profecia de seu pai:
29  pôs-lhe o nome de Noé, dizendo: Este nos consolará dos nossos trabalhos e das fadigas de nossas mãos, nesta terra que o SENHOR amaldiçoou (Gn 5.29).
Pelas palavras do pai de Noé a situação do mundo naqueles dias não parecia tão boa. Noé foi bisneto de Enoque, o homem que não morreu porque foi trasladado, isso porque a Bíblia diz que ele andou com Deus. A presença de um homem andando com Deus a ponto de tocar o coração de Deus e tomá-lo para Si, não pela morte, mas trasladando-o vivo aos céus, nos mostra que há uma razão em Deus manter a Sua fidelidade ao Pacto, renovando-o com Noé, afinal, o seu Espírito jamais deixará de agir no homem e Deus jamais ficará neste mundo sem a presença de escolhidos Seu. Noé é herdeiro do conhecimento e da fé que Adão recebeu de Deus, razão pelo qual ele era um homem justo:
8  Porém Noé achou graça diante do SENHOR.
9  Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus (Gn 6.8,9).
E o fato de somente Noé e seus filhos entrarem naquela arca, mostra que entre os seus contemporâneos Noé era o único justo e íntegro e que andava com Deus. E quem são estes contemporâneos? Os descendentes destes dez patriarcas. Mas entre eles havia também a descendência de um homem que abandonou a Deus: Caim:
16  Retirou-se Caim da presença do SENHOR e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden (Gn 4.16).
Este rompimento com Deus gerou uma desobediência generalizada aos mandamentos do Pacto. Uma geração que havia deixado a presença de Deus! Impressionante como esta geração contaminou todas as outras! E no meio de toda uma geração condenada à destruição, Noé achou graça diante de Deus! Noé era justo. A justiça de Noé não significava nem perfeição e nem impecabilidade, mas sim conformidade ao padrão estabelecido por Deus aos mandatos do Pacto.
Noé era uma exceção, um solitário em sua geração. Já imaginou em toda uma geração Deus encontrar apenas um que andava com Ele? Sua fidelidade não permitiu que este único justo perecesse juntamente com os demais, assim como não permitiu que Ló perecesse juntamente com as cidades de Sodoma e Gomorra. Mas Noé não queria entrar sozinho naquela arca. Pedro cita Noé como um profeta:
5  e não poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de ímpios (2 Pd 2.5).
Noé foi preparado pela graça de Deus para uma obra redentora: preservar a raça humana e a vida animal da destruição do dilúvio. Enquanto construía a arca Noé pregava. E de acordo com o texto, Noé não converteu ninguém com a sua pregação a não ser a sua própria família, três filhos e três noras, mais a sua esposa, ou seja, apenas oito pessoas embarcaram naquela arca! Mais uma vez fica em evidência a dureza dos corações das pessoas nos dias de Noé! A Carta aos Hebreus fala da fé e do temor com que Noé construiu a arca pela qual condenou o mundo de sua época:
7  Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé (Hb 11.7).
Um mundo condenado por abandonar ao seu Deus. Noé obedeceu a Deus, mesmo diante de um plano aparentemente absurdo: construir uma arca no quintal de casa. Com sua fé em Deus, Noé contrastou com a incredulidade dos seus contemporâneos. Isaias 54 nos fala do futuro glorioso de Sião, e Sião está representado em Noé, e nas palavras do profeta podemos ver a indignação de Deus para com aquela geração:
Por breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias torno a acolher-te;
num ímpeto de indignação, escondi de ti a minha face por um momento; mas com misericórdia eterna me compadeço de ti, diz o SENHOR, o teu Redentor.
9  Porque isto é para mim como as águas de Noé; pois jurei que as águas de Noé não mais inundariam a terra, e assim jurei que não mais me iraria contra ti, nem te repreenderia (Is 54.7-9).
E a tragédia do dilúvio demonstrou integralmente a indignação de Deus! Mas mesmo indignado, a ação de Deus vem acompanhado de misericórdia e sabedoria, pois os fins nos mostra como os meios de Deus são poderosos. Ezequiel, ao falar de Jerusalém, vai nos mostrar isso. Primeiro, ele fala o que acontece quando uma geração abandona a Deus:
13  Filho do homem, quando uma terra pecar contra mim, cometendo graves transgressões, estenderei a mão contra ela, e tornarei instável o sustento do pão, e enviarei contra ela fome, e eliminarei dela homens e animais (Ez 14.13)
Deus ordenou ao homem que ele fosse fecundo e se multiplicasse sobre a terra. Ele se foi fecundo e se multiplicou, mas a maldade do homem também acompanhou esta multiplicação. E aquele ser que fora criado à imagem e semelhança de Deus torna-se meramente carnal. Não restava nada a fazer senão Deus aplicar o seu juízo. Depois de alertar quanto ao abandonar a Deus, o profeta fala da severidade de Deus ao aplicar o seu juízo:
14  ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, salvariam apenas a sua própria vida, diz o SENHOR Deus.
15  Se eu fizer passar pela terra bestas-feras, e elas a assolarem, que fique assolada, e ninguém possa passar por ela por causa das feras;
16  tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, ainda que esses três homens estivessem no meio dela, não salvariam nem a seus filhos nem a suas filhas; só eles seriam salvos, e a terra seria assolada.
17  Ou se eu fizer vir a espada sobre essa terra e disser: Espada, passa pela terra; e eu eliminar dela homens e animais,
18  tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, ainda que esses três homens estivessem no meio dela, não salvariam nem a seus filhos nem a suas filhas; só eles seriam salvos.
19  Ou se eu enviar a peste sobre essa terra e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para eliminar dela homens e animais,
20  tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, não salvariam nem a seu filho nem a sua filha; pela sua justiça salvariam apenas a sua própria vida.
21  Porque assim diz o SENHOR Deus: Quanto mais, se eu enviar os meus quatro maus juízos, a espada, a fome, as bestas-feras e a peste, contra Jerusalém, para eliminar dela homens e animais (Ez 14.14-21)?
Observe que nem mesmo a presença de três homens justos, Noé, Jó e Daniel, nem mesmo a justiça e a retidão na vida destes patriarcas poderiam salvar os seus próprios filhos, mas apenas a si mesmos, caso Deus executasse o seu juízo. Mas o que nos impressiona no texto são os resultados colhidos da aplicação do juízo de Deus:
22  Mas eis que alguns restarão nela, que levarão fora tanto filhos como filhas; eis que eles virão a vós outros, e vereis o seu caminho e os seus feitos; e ficareis consolados do mal que eu fiz vir sobre Jerusalém, sim, de tudo o que fiz vir sobre ela.
23  Eles vos consolarão quando virdes o seu caminho e os seus feitos; e sabereis que não foi sem motivo tudo quanto fiz nela, diz o SENHOR Deus (Ez 14.22-23).
O dilúvio também não foi sem motivo, não foi em vão. Imagine a repercussão dele na geração dos netos de Noé, ao passar aquela história para seus filhos e olharem para sua geração e verem neles os efeitos daquele grande mal que sobreveio sobre a humanidade! Jesus fez uma comparação entre os dias de Noé e os dias que antecedem a Sua volta:
37  Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem.
38  Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca,
39  e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem (Mt 24.37-39).
Hoje, igualmente, vivemos um abandono a Deus e seus princípios por parte da grande maioria da humanidade. Como Noé, a Igreja está no mundo pregando o Evangelho. Cabe às pessoas darem ouvidos à pregação da Igreja e se arrependerem de seus pecados e voltarem para Deus, pois o que aconteceu nos dias de Noé também acontecerá no final dos tempos, só que desta vez não será com água! Hoje, não temos nenhuma arca para embarcar, mas Jesus é a arca de Deus e nele encontramos segurança e salvação do juízo de Deus que certamente virá até esta terra e alcançara novamente toda a humanidade.
03 – O PACTO COM NOÉ: O PACTO DA PRESERVAÇÃO
Quando Noé saiu da arca com a sua família, sua primeira atitude foi erguer um altar e oferecer sacrifício ao Senhor, atitude esta que só poderia vir de um homem temente a Deus, que mesmo contemplando a destruição de seu mundo, de sua cidade, de sua casa e a morte de seus conterrâneos, não demonstra nenhum rancor, nenhuma mágoa, nenhum ressentimento e nenhum julgamento da ação de Deus, como que entendendo que não havia outra coisa a fazer senão o que fez. Às vezes, é necessário tomar medidas drásticas, medidas que chocam, medidas que ferem, medidas que doem, mas medidas que tragam no futuro benefícios gloriosos que fará esquecer o sofrimento passado. As palavras de Deus nos mostram que o sacrifício de Noé tocou o coração de Deus:
20  Levantou Noé um altar ao SENHOR e, tomando de animais limpos e de aves limpas, ofereceu holocaustos sobre o altar.
21  E o SENHOR aspirou o suave cheiro e disse consigo mesmo: Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade; nem tornarei a ferir todo vivente, como fiz.
22  Enquanto durar a terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite (Gn 8.20-22).
Claro que Deus já sabia disso, mas Ele está dizendo que o homem, sem redenção, é um caso perdido. A terra e os animais não pagariam mais o preço pelos pecados dos homens, não seriam mais destruídos na tentativa de conter o mal. Depois do dilúvio, a próxima grande obra de Deus na humanidade foi oferecer o seu Único Filho, Perfeito, Justo e Santo em sacrifício pelos pecados do homem. Agora sim, Deus deteve o mal! Agora sim, Deus feriu a cabeça da serpente! Encontramos também, no texto acima, o motivo do por que Deus preservou a vida de Noé, de sua família e dos animais. E por que foi? Preservação é a resposta:
22  Enquanto durar a terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite.
Porque Deus é fiel ao Pacto foi que Deus preservou a tudo! Ele prometeu ferir a cabeça da serpente, o diabo, por meio de um filho de mulher. Como isso ainda não havia acontecido, era necessário continuar a raça humana para que a sua promessa fosse cumprida. Noé sai da arca e o Pacto é renovado. Não é um novo Pacto, mas sim a renovação, tanto é que, ao sair da arca, Noé recebe de Deus praticamente a mesma bênção que Ele deu a Adão. Veja a bênção de Adão:
28  E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.
29  E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento.
30  E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez (Gn 1.28-30).
E agora compare com a de Noé:
1  Abençoou Deus a Noé e a seus filhos e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra.
2  Pavor e medo de vós virão sobre todos os animais da terra e sobre todas as aves dos céus; tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar nas vossas mãos serão entregues.
3  Tudo o que se move e vive ser-vos-á para alimento; como vos dei a erva verde, tudo vos dou agora (Gn 9.1-3).
A ordem de encher a terra, dominar sobre os animais e a dieta do homem se equiparam nas duas bênçãos. O Pacto é o mesmo! Ele apenas se renova em uma nova versão sem perder os princípios dos deveres e dos privilégios. Toda a criação foi entregue nas mãos do homem para dominar sobre ela, e o que ele tem feito com Ela? Um dia Deus pedirá conta dela! Infelizmente, o homem, caso perdido sem redenção, desacata novamente a Deus e se rebela contra Seu Pacto; nem mesmo a proporção da tragédia do dilúvio foi capaz de sensibilizar o seu coração! Deus ordena claramente em Seu Pacto com Noé:
5  Certamente, requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; de todo animal o requererei, como também da mão do homem, sim, da mão do próximo de cada um requererei a vida do homem.
Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem (Gn 9.5,6).
E o que mais vemos neste mundo hoje se não é o aumento da violência? A insensibilidade do homem quanto a vida e o bem-estar de seu próximo nos deixam perplexos! A terra está suja de sangue! Tão logo começa a humanidade novamente após o dilúvio e já vemos o homem se rebelando contra Deus na construção da Torre de Babel. E novamente Deus tem que intervir para conter o mal, só que agora não com destruição, mas sim com dispersão:
6  e o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer.
7  Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro.
8  Destarte, o SENHOR os dispersou dali pela superfície da terra; e cessaram de edificar a cidade (Gn 11.6-8).
Deus conteve o mal sem destruir, conforme Ele havia prometido em Seu Pacto.
Eis que estabeleço a minha aliança convosco, e com a vossa descendência,
10  e com todos os seres viventes que estão convosco: tanto as aves, os animais domésticos e os animais selváticos que saíram da arca como todos os animais da terra.
11  Estabeleço a minha aliança convosco: não será mais destruída toda carne por águas de dilúvio, nem mais haverá dilúvio para destruir a terra (Gn 9.9-11).
E a testemunha deste Pacto é o nosso maravilhoso arco-íris:
12  Disse Deus: Este é o sinal da minha aliança que faço entre mim e vós e entre todos os seres viventes que estão convosco, para perpétuas gerações:
13  porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da aliança entre mim e a terra (Gn 9.12-13).
Conclusão
O Pacto com Noé foi feito com toda a raça humana, descendentes dos filhos de Noé, e não foi desfeito até aos dias de hoje, o que faz com que Ele esteja valendo até aos nossos dias porque Deus é fiel. Ele nunca permitirá que qualquer promessa Sua caia por terra. O que Ele prometeu, Ele cumprirá, tenha certeza disso! E o Pacto com Noé provê as condições necessárias para o desenrolar da promessa de redenção de Deus feita lá no Jardim do Éden. A História da redenção continua se desenvolvimento na humanidade. Deus vai agora renovar novamente o Seu Pacto com Abraão, separando na terra um povo Seu, para deste povo nascer o Messias Prometido lá no Jardim do Éden. Deus pretende redimir o reino da criação e vai preparando o cenário para acontecer o drama da redenção em Cristo. Que Deus te abençoe e que você viva a esperança do Pacto e das promessas de Deus! Em Cristo! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.
Revista Palavra Viva: O Pacto da Graça. Editora Cultura Crista


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