Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

LIÇÃO III – O BENEFICIÁRIO DO PLANO DE DEUS: O HOMEM


45  Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante.
46  Mas não é primeiro o espiritual, e sim o natural; depois, o espiritual.
47  O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu.
48  Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e, como é o homem celestial, tais também os celestiais.
49  E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial (1 Co 15.45-49).
Introdução
Já vimos que Deus elaborou um plano de salvação para o homem e o quanto é maravilhoso saber que fazemos parte deste plano de Deus, que estávamos no coração de Deus desde a eternidade, mas será que somos merecedores de tal benefício? Será que havia alguma coisa boa no homem que despertasse em Deus a vontade de salvá-lo? Será que podemos fazer alguma coisa a nosso favor para alcançar este tão grandioso benefício que Deus nos oferece? Nesta lição vamos estudar sobre o homem. Vamos ver a sua incapacidade e sua passividade em sua salvação.
1 – Sua incapacidade
Pode o homem cooperar com Deus em sua salvação? Se a resposta é sim, então podemos admitir que o propósito de Deus em salvar o homem pode ser frustrado. Mas, se a resposta é não, podemos compreender, então, o conceito da Graça de Deus e a razão do porque somente através dela sermos salvos, uma vez que Deus nos deu vida, estando nós mortos nos nossos delitos e pecados.
Quando o homem pecou lá no Jardim do Éden ocorreu nele a depravação total de toda a sua natureza. Isso significa que o pecado alcançou todas as partes da natureza humana. Por causa disso o homem tem seu coração totalmente hostil a Deus e não consegue ter discernimento espiritual para crer no Evangelho e aceitar a Cristo. A confissão de fé de Westminster assim descreve a incapacidade total do homem:
O homem, caindo em estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso.
A Bíblia nos ensina sobre o homem que:
A – Ele não pode cumprir as exigência da Lei de Deus
O homem é incapaz de fazer qualquer bem espiritual que obtenha a aprovação de Deus e cumpra as exigências da Lei de Deus. No que se resume a Lei de Deus?
26  Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas?
27  A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
28  Então, Jesus lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás (Lc 10.26-28).
O homem, por si só, jamais poderá cumprir estes princípios, pois Adão perdeu na queda a capacidade de fazer qualquer coisa boa que resulte em obediência a Lei de Deus. Por isso a Bíblia nos diz que:
13  Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro) (Gl 3.13).
O homem pode ser honesto, sustentar sua família, desempenhar muito bem as suas obrigações de cidadão. Tudo isso são coisas boas, mas elas não são boas no sentido espiritual e não tem nada a ver com a salvação.
A Bíblia diz que o homem não pode desejar ser salvo, não pode converter-se a si mesmo e nem mesmo se preparar para a conversão:
1  Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,
2  nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;
3  entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais (Ef 2.1-3).
Uma pessoa morta não pode fazer absolutamente nada por si mesmo. A forma como o homem está imerso no pecado o torna um morto espiritual e um morto espiritual nada pode fazer para reagir e mudar sua situação por si mesmo.
B – Ele não pode mudar sua preferência pelo pecado
O pecado separou o homem de seu Criador. O homem estava sob o senhorio do mais completo e perfeito Senhor. Viver e trabalhar liderado por Deus trazia segurança para o homem. Adão gozava dessa segurança, até que resolveu mudar de senhorio e ouvir a voz de outro, que nenhum bem lhe fizera antes. Adão preferiu o desconhecido e desprezou o seu benfeitor. Quando isso aconteceu, conseqüentemente, mudou de natureza, corrompendo-se completamente.
O pecado desorientou o homem, obscureceu-lhe a visão, empobreceu-lhe o entendimento, limitou-lhe a compreensão da vida, prejudicou-lhe nos relacionamentos, especialmente com Deus.
Em decorrência do afastamento de Deus e da perversão da vontade, as conseqüências foram terríveis: Separação do Pai celeste, seu protetor, seu orientador e seu sustentador; desentendimento com a esposa; conflito entre os dois primeiro filhos em que ocorreu o primeiro homicídio; a instauração do sofrimento no mundo, começando pelas dores do parto; a conturbação da natureza, que lhe passou a ser hostil, produzindo cardos e espinhos, a ponto da Bíblia dizer que:
22  Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora (Rm 8.22).
Esses males todos foram causados pelo pecado que também distorceu a imagem de Deus no homem, impossibilitando-o de ter vontade justa e perfeita e exercê-la correta e plenamente. Em suma, o homem é incapaz de ter vontade isenta de imperfeições.
Ele conserva a liberdade de ação, opção, escolha e decisão, mas sem a clareza devida e o discernimento lúcido necessários à perfeita consumação da vontade. Por falta deste discernimento ocorrem os erros, as frustrações, as decepções, os sonhos não realizados, os conflitos e as derrotas.
2 – Sua passividade
Depois da Queda todo homem tornou-se incapaz de querer qualquer bem espiritual que agrade a Deus. Significando que este homem não possui mais nenhuma disposição de voltar-se, por si mesmo, à comunhão com Seu Criador, pois devido ao pecado original, esse homem não aceita as coisas do Espírito Santo de Deus e nem pode entendê-las. Paulo fala sobre isso em Coríntios:
14  Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (1 Co 2.14).
Se o homem está morto no pecado, impotente, espiritualmente cego e incapaz de crer em Cristo, então, podemos dizer que a ação do homem em favor de sua salvação é inexistente.
Se o homem não salvo é incapaz de fazer qualquer bem espiritual em favor de sua salvação a não ser pelo novo nascimento em Cristo, então, o sacrifício de Cristo na cruz não somente remove a culpa do pecado do homem, como também é a garantia da obra redentora de Deus a indivíduos específicos, escolhidos anteriormente por Deus.
A salvação é uma obra totalmente de Deus. O homem não tem a capacidade de contribuir em nada para a sua salvação, pois até mesmo a fé e o arrependimento são dons de Deus:
8  Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;
9  não de obras, para que ninguém se glorie (Ef 2.8,9).
13  porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade (Fp 2.13).
18  E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida (At 11.18).
Portanto, devemos nos prostrar diante de Cristo, exaltar a Deus, agradecê-Lo por sua graça e dar toda glória por nossa salvação ao nosso Redentor. Este é o último ponto de nossa lição de hoje.
3 – A gratidão a ser demonstrada
Por que devemos ser gratos a Deus? São muitas as respostas a essa pergunta. Deus nos deu vida, e preparou um mundo especial para nós vivermos nele. Ele é a fonte das nossas necessidades diárias. Mas, o cristão deve sentir gratidão a Deus também por outras razões além das bênçãos materiais. Ele foi resgatado das trevas e reconciliado com Deus. São motivos que devem fazer dele grato a Deus por toda a sua vida.
Na verdade, há muito pouco que possamos fazer a fim de retribuirmos a Deus tamanho amor e tamanha misericórdia. Na realidade, nada há que lhe possamos dar em troca, pois se somos felizes, espiritualmente ricos e amados por Deus, tudo é graças ao sacrifício do Filho de Deus em nosso benefício. Mas há coisas que muito agrada a Deus, e dentre estas coisas se encontra em destaque a gratidão. O salmista apresenta a forma ideal de expressar gratidão ao Senhor:
12  Que darei ao SENHOR por todos os seus benefícios para comigo?
13  Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do SENHOR.
14  Cumprirei os meus votos ao SENHOR, na presença de todo o seu povo (Sl 116.12-14).
O salmista pensou em retribuir a Deus. Apesar de não ter como retribuir, ele pensou em algo que agradaria a Deus, e que ele pudesse fazer para denotar sua gratidão a Deus.
Esta pergunta do salmista todo cristão deve respondê-la individualmente. As bênçãos do Senhor não têm preço, não temos como pagar com dinheiro. A única coisa que podemos oferecer a Deus é a nossa devoção e a nossa gratidão. O salmista nos diz o que podemos fazer para expressarmos gratidão a Deus por tantos benefícios que Ele nos tem dado.
A – Aceitando a Jesus como Salvador e Senhor
A melhor maneira de demonstrar gratidão a Deus é entregar sua vida a Ele. Tomar o cálice da salvação é aceitá-lo como Senhor e Salvador de sua vida. Os benefícios são para nós, mas Deus se alegra em nos salvar.
Aqueles que tiveram suas vidas transformadas pelo Evangelho do Senhor Jesus Cristo, a estes existe uma magnífica e prazerosa realidade: Encontraram o maior tesouro que um homem pode achar:
44  O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo (Mt 13.44).
A demonstração de alegria é a primeira reação daqueles que são alcançados por Cristo. O Conhecimento de Deus é o maior bem que alguém pode possuir nesta vida efêmera:
23  Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas;
24  mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR (Je 9.23,24).
Que bom é saber que existe um Deus no controle de todas as coisas, e quão maravilhoso é saber que esse Deus é bondoso, generoso e carinhoso para com todos os que o amam e se prostam diante dele.
B – Invocando o nome do Senhor
Deus se sente honrado quando buscamos cada vez mais a Sua face. Uma forma de prestar devoção a Deus é buscar a Sua face. Deus não gosta de ser ignorado, de ser deixado de lado. Deve existir uma sintonia entre você e Deus.
E esta invocação deve ser feita em qualquer circunstância. Se fomos resgatados por Cristo as circunstâncias exteriores não devem produzir em nós murmurações, mas em meio a elas se devem brotar uma genuína gratidão a Deus. É isso que aprendemos com o profeta Habacuque:
17  Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado,
18  todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação Hb 3.17,18).
O nome do Senhor deve ser invocado a qualquer hora, em qualquer lugar e em qualquer circunstância. Se o seu coração estiver transbordante de alegrias, invoque ao Senhor. Se os teus olhos se consomem em lágrimas, invoque assim mesmo ao Senhor. Se a sua vida está em aperto e angústias, invoque ao Senhor e experimentarás libertação.
C – Obedecendo ao Senhor
A obediência também agrada muito a Deus e ela é a melhor forma de expressar gratidão a Deus por todos os benefícios recebidos de suas mãos. No Salmo 106 está registrado a triste atitude do povo de Israel que se esqueceu de Deus e contra Ele murmurou. Observe os impressionantes registros da ingratidão a Deus:
10  Salvou-os das mãos de quem os odiava e os remiu do poder do inimigo.
11  As águas cobriram os seus opressores; nem um deles escapou.
12  Então, creram nas suas palavras e lhe cantaram louvor.
13  Cedo, porém, se esqueceram das suas obras e não lhe aguardaram os desígnios;
14  entregaram-se à cobiça, no deserto; e tentaram a Deus na solidão (Sl 106.10-14).
19  Em Horebe, fizeram um bezerro e adoraram o ídolo fundido.
20  E, assim, trocaram a glória de Deus pelo simulacro de um novilho que come erva.
21  Esqueceram-se de Deus, seu Salvador, que, no Egito, fizera coisas portentosas,
22  maravilhas na terra de Cam, tremendos feitos no mar Vermelho (Sl 106.19-22).
24  Também desprezaram a terra aprazível e não deram crédito à sua palavra;
25  antes, murmuraram em suas tendas e não acudiram à voz do SENHOR.
26  Então, lhes jurou, de mão erguida, que os havia de arrasar no deserto;
27  e também derribaria entre as nações a sua descendência e os dispersaria por outras terras (Sl 106.24-27).
E todos nós sabemos o triste resultado de tamanha ingratidão. Não devemos agir dessa forma com aquele que pagou um preço tão alto pela nossa redenção, antes, devemos fazer o que diz outro salmo:
1  Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, e a sua misericórdia dura para sempre.
2  Digam-no os remidos do SENHOR, os que ele resgatou da mão do inimigo (Sl 107.1,2)
A gratidão é a mais sublime das lições da Bíblia. Que aprendamos a reconhecer os benefícios da gratidão a Deus e que venhamos a desprezar toda e qualquer murmuração contra este Deus maravilhoso que tanto nos ama e que tudo já fez por nós. Esta gratidão deve ser espontânea na vida do cristão.
E se nesta vida já podemos experimentar deliciosas alegrias espirituais, regozijos deleitáveis, quão maiores não serão as alegrias reservadas para nós lá no céu, para aqueles que perseveram em seguir a Cristo, como nos diz Paulo:
9  mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam ( 1 Co 2.9).
O céu será por demais de maravilhoso aos nossos olhos. Lá desfrutaremos de bênçãos hoje inimagináveis.
Conclusão
O crente fiel sabe que os olhos de Deus estão em toda parte. Andar perante a face do Senhor é ser santo. E isso deve acontecer não apenas na igreja, mas também em casa, no trabalho, sempre adorando a Deus e lutando as batalhas espirituais. O crente mostra gratidão e fidelidade a Deus quando anda em sua presença não só na igreja, mas em toda parte.
Ele deve fazer isso para demonstrar gratidão a Deus, porque ele estava perdido e foi achado, estava morto e reviveu e o homem não precisou fazer nada para isso. Deus fez tudo por Ele. Sublime amor, o amor de Deus!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

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