Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

LIÇÃO X – A SANTIFICAÇÃO


9  Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas,
10  nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.
11  Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus (1 Co 6.9-11).
Introdução
A Santificação é um elemento essencial na relação do homem com Deus, tanto que a Bíblia diz que:
14  Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14)
Confirmando aquilo que o texto básico nos diz de que ninguém herdará o Reino de Deus sem ter sido santificado.
A Santificação é um assunto abrangente, por isso vamos nos ater a estudar a respeito de apenas alguns de seus aspectos.
01 – O sentido da Santificação
Adão e Eva andavam no mesmo jardim com Deus, e falavam com Ele face a face. Mas logo pecaram e perderam esta convivência especial com Deus. Foram expulsos do Jardim do Éden e ­separados de Deus­ o que foi a morte espiritual que Deus havia prometido caso desobedecessem. A expulsão deles da presença de Deus se deve a sua desobediência e a Santidade de Deus. A Bíblia diz que:
5  Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma (1 Jo 1.5).
Por Ele ser Santo não pode suportar o pecado. Por Ele ser Santo exige santidade daqueles que se relacionam com Ele:
44  Eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo; e não vos contaminareis por nenhum enxame de criaturas que se arrastam sobre a terra.
45  Eu sou o SENHOR, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo (Lv 11.44,45).
O sentido da Santificação do homem está na Santidade de Deus.
Mesmo o homem ter decaído de seu estado original, Deus quer relacionar-se com pessoas santas. Isso aconteceu com o homem no Jardim do Éden e com o povo de Israel lá no deserto. Quando Paulo fala de santificação em Coríntios, ele cita o mesmo argumento:
14  Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?
15  Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?
16  Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
17  Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei,
18  serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.
1  Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.
2  Acolhei-nos em vosso coração; a ninguém tratamos com injustiça, a ninguém corrompemos, a ninguém exploramos (2 Co 6.14-18 – 7.1,2).
Portanto, o desejo básico de Deus de se relacionar com um povo santo continuava inalterado até Paulo, e tenho certeza de que continua assim até hoje. E o fato de Paulo estar falando para não nos colocarmos em jugo desigual com os incrédulos está exatamente no sentido da santificação, porque o sentido básico da Bíblia para santificar é separar.
3  E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera (Gn 2.3).
Significa que Deus separou o sétimo dia para um fim especial, para o descanso.
19  No mais interior da casa, preparou o Santo dos Santos para nele colocar a arca da Aliança do SENHOR (1 Rs 6.19).
Este era o lugar separado para pertencer somente a Deus.
41  E, com isso, vestirás Arão, teu irmão, bem como seus filhos; e os ungirás, e consagrarás, e santificarás, para que me oficiem como sacerdotes (Ex 28.41).
Arão e seus filhos estão sendo separados do povo para servir somente a Deus.
9  E tomarás o óleo da unção, e ungirás o tabernáculo e tudo o que nele está, e o consagrarás com todos os seus pertences; e será santo.
10  Ungirás também o altar do holocausto e todos os seus utensílios e consagrarás o altar; e o altar se tornará santíssimo.
11  Então, ungirás a bacia e o seu suporte e a consagrarás (Gn 40.9-11).
Os utensílios de ouro, prata e bronze do Tabernáculo e do Templo eram santos, separados para uso de Deus.
17  Mas o primogênito do gado, ou primogênito de ovelhas, ou primogênito de cabra não resgatarás; são santos; o seu sangue aspergirás sobre o altar e a sua gordura queimarás em oferta queimada de aroma agradável ao SENHOR (Nm 18.17).
Todo primogênito era santo, pertencia a Deus e era separado dos demais.
Estes textos nos mostram que não são somente pessoas que são santificadas, também o são: dias, prédios, animais e utensílios. Portanto, santificação não significa um estado de moralidade, mas sim o estado de ser separado para o uso de Deus.
Ora, se somos um povo santificado, separado, não podemos nos relacionar com os incrédulos. Isso não significa que não podemos conviver em seu meio, pois somos o trigo de Deus e o joio está semeado no meio de nós e, por enquanto, não há como separá-lo. Lembra da parábola do Joio?
24  Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo;
25  mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou o joio no meio do trigo e retirou-se.
26  E, quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio.
27  Então, vindo os servos do dono da casa, lhe disseram: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio?
28  Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso. Mas os servos lhe perguntaram: Queres que vamos e arranquemos o joio?
29  Não! Replicou ele, para que, ao separar o joio, não arranqueis também com ele o trigo.
30  Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro (Mt 13.24-30).
Jesus deixa claro nesta parábola que tanto o joio quanto o trigo devem crescer juntos até um acontecimento que os separará: a ceifa, feita pelos anjos. A vontade de Deus é que sejamos santificados no meio do joio. Pela santificação Deus distingue o trigo do joio.
A separação é o sentido básico da santificação, entretanto, além do sentido básico, há também o sentido secundário para santificação: O que Deus santificou muitas vezes Ele também transformou. Este sentido podemos aplicar somente às pessoas. Quando lemos que Deus santificou a alguém, isto significa que Deus o separou e o transformou. Podemos ver isso na vida de Paulo:
11  Então, o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita, e, na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado de Tarso; pois ele está orando
12  e viu entrar um homem, chamado Ananias, e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista.
13  Ananias, porém, respondeu: Senhor, de muitos tenho ouvido a respeito desse homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém;
14  e para aqui trouxe autorização dos principais sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome.
15  Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel;
16  pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome (At 9.11-16).
Paulo se converteu a caminho de Damasco. Teve sua vida transformada por Deus. Deus o santificou e para isso o transformou em uma nova criatura, de perseguidor passa a ser perseguido.
2 – A Santificação Definitiva
A Santificação Definitiva acontece quando o Espírito Santo Regenera a pessoa, ela crê em Cristo e todos os seus pecados são perdoados. Ela não é mais considerada culpada diante de Deus, pois foi justificada e santificada.
2  à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso (1 Co 1.2).
Paulo está dizendo que a igreja de Corinto (as pessoas) já foram santificadas. Isto é um exemplo da Santificação Definitiva. Ela significa que os nossos pecados foram perdoados. É o mesmo modo de descrever o perdão dos pecados. Quando ela acontece na vida de uma pessoa é para sempre:
10  Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas (Hb 10.10).
14  Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados (Hb 10.14).
O autor está falando aqui da Santificação Definitiva que já aconteceu na vida daquele que crê. A Santificação Definitiva nos mostra que a Igreja é o povo de Deus no mundo, entretanto separado deste por Deus. Vemos isso na oração sacerdotal de Cristo:
6  Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra.
9  É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus;
16  Eles não são do mundo, como também eu não sou (Jo 17.6,9,16).
E este povo separado do mundo foi declarado santo:
9  Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pd 2.9).
Portanto, a Santificação Definitiva é um ato de Deus, semelhante a Justificação e ela acontece uma única vez na vida da pessoa. Ela não significa que a pessoa se tornou santa a ponto de não pecar mais, mas significa que se tornou santa por ter sido separada do mundo e transformada por Deus.
13  Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor (Cl 1.13).
É isso que acontece quando nos convertemos. Somos Regenerados, Justificados e Santificados por Deus.
 3 – A Santificação Final
A Santificação Final acontece quando entramos no céu. Ao adentrarmos no Reino de Deus depois da morte somos transformados e nos tornamos perfeitos. Aí sim não existirá mais a possibilidade de pecar.
2  Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é ( 1 Jo 3.2).
Quando João diz que seremos semelhantes a Cristo, ele está falando da Santificação Final. Ela significa a transformação total que acontecerá quando entrarmos no céu.
Na Santificação Final tanto a alma como o corpo do homem se completam na vida por vir – a da alma, na morte, e a do corpo, na ressurreição dos mortos.
A Bíblia ensina que aquele que foi Regenerando e Justificado também foi Santificado definitivamente em Cristo e que seremos Santificados, finalmente, quando entrarmos na presença de Cristo. Portanto, a Santificação Final também é um ato único de Deus.
A Santificação Final é também a Glorificação e a estudaremos mais adiante.
4 – A Santificação Progressiva
A Santificação Progressiva é um processo que acontece na vida da pessoa na medida em que ela vai crescendo na Graça de Deus. Ela não é um ato como acontece na Justificação. A Santificação Progressiva trata do crescimento espiritual daquele que crê.
14  Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados (Hb 10.14).
O autor aqui fala também da Santificação Progressiva quando diz estão sendo santificados. É algo que está acontecendo na vida da pessoa que crê.
Aquele que crê em Cristo, que foi regenerado e transformado pelo Espírito Santo, deve ter em sua vida um alvo, um ideal, e encontramos esse alvo em Ef 4.13:
13  Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo.
Isso significa que a plenitude de Cristo deve ser a meta do nosso crescimento espiritual.
A medida da Santificação Progressiva não está no exterior do homem, pois não depende da roupa que usamos, das palavras que falamos ou de quaisquer procedimentos, pois as pessoas do mundo podem fazer estas coisas também. Entretanto, as pessoas do mundo não estão progredindo para o alvo da Santificação Progressiva que é a Plenitude de Cristo.
A Santificação Definitiva, assim como a Santificação Final, acontece por inteiro na vida do salvo por Cristo, pois na Santificação Definitiva recebemos o perdão de todos os pecados anteriormente cometidos e na Santificação Final não haverá mais a possibilidade de pecado. Mas a Santificação Progressiva é gradual, ela não elimina todo pecado cometido pelo homem. A Bíblia diz que:
8  Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós (1 Jo 1.8).
João está dizendo que não ficamos sem pecado nesta vida.
12  Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus.
13  Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão,
14  prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3.12-14).
Paulo está dizendo aqui que não era perfeito, sem pecado, mas seguia rumo ao seu alvo: a Plenitude de Cristo.
2  Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.
3  E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro (1 Jo 3.2,3).
João está dizendo que seremos semelhantes a Cristo quando nos encontrarmos com Ele no céu, mas enquanto isso não acontece temos a responsabilidade de nos purificar diariamente.
Na Regeneração a disposição do nosso coração foi transformada, pois recebemos de Deus uma nova natureza, e na Justificação fomos declarados justos diante de Deus, mas permanecem ainda as tendências para o mal em nosso interior. Na Santificação Progressiva estas tendências vão sendo constantemente confrontadas e combatidas, daí procedem as lutas contínuas em nosso interior:
12  porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes (Ef 6.12).
17  Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer (Gl 5.17).
É a velha natureza que permanece ativa dentro de nós. É a guerra do bem contra o mal. O pecado não combina com uma vida santificada porque o alvo da Santificação Progressiva é a Plenitude com Cristo.
Na Regeneração Deus lança no coração do homem uma nova vida. Esta nova vida é como uma semente que precisa germinar para crescer. Para isso, ela necessita de ambiente próprio e meios adequados para o seu desenvolvimento. Este é o procedimento da Santificação Progressiva.
Enquanto que a Santificação Definitiva e a Santificação Final é um ato apenas de Deus, a Santificação Progressiva exige a cooperação do homem. A Bíblia diz que nós somos santificados através da Palavra de Deus:
17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade (Jo 17.17).
Pela oração:
9  Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 Jo 1.9).
E da vida na Igreja:
25  ... como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
26  para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra,
27  para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito (Ef 5.25-27).
Portanto, devemos estudar a Bíblia, orar e participar da Igreja. Esta é a parte da nossa cooperação com Deus. Entretanto, não há no homem glória alguma, pois quem nos santifica é Deus:
13  porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade (Fp 2.13).
De forma que, quando cooperamos com Deus, é Ele quem nos dá a capacidade para isso. A glória pela santificação é somente de Deus que é a fonte de todo bem, como também de qualquer cooperação do homem.
A Santificação Progressiva é um processo que se completará somente quando entrarmos na presença de Cristo no céu.
Conclusão
Relacionamento com Deus quer dizer convivência com Ele. Deus É Santo, portanto, as atitudes daquele que se relaciona com Ele devem estar em conformidade com a Santidade de Deus. Fomos separados, santificados, para sermos luz do mundo, quando agimos conforme a natureza da Santidade de Deus somos a resposta de Deus ao mundo, mas quando agimos em desconformidade desta natureza nos tornamos parte do problema do mundo: trevas.
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

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