Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

LIÇÃO IV – A DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO


3  Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo,
4  assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor
5  nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6  para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado,
7  no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça,
8  que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência,
9  desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo,
10  de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra;
11  nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade,
12  a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo;
13  em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa;
14  o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória (Ef1.3-14).
Introdução
Muitas pessoas têm forte hostilidade à doutrina da predestinação. Entretanto, a predestinação é uma doutrina bíblica que, apesar de difícil de ser compreendida e aceita, é possível de ser explicada e entendida a luz da Bíblia.
O dicionário Aurélio traduz predestinação como: “determinação formada por Deus de conduzir os justos à vida eterna”; “ato ou efeito de predestinar”. Predestinar é definido como: “destinar com antecipação”; “escolher desde toda a eternidade”. Portanto, predestinação é a doutrina bíblica de que Deus, em Sua Soberania, escolheu certas pessoas para serem salvas. Ela ensina que Deus, anteriormente, determinou quem seria salvo, decidiu de antemão a quem salvaria.
1 – Quanto a origem da predestinação
A predestinação dos salvos aconteceu na eternidade e está originada em Deus.
A – A sua origem é eterna
Aqui é preciso entender uma coisa. Deus não escolheu você porque o plano A fracassou e Deus precisou lançar mão de forma imediata e urgente de um plano B. Deus não foi pego de surpresa com a queda de Adão, e então precisou, de última hora, lançar mão de outra alternativa, elaborando, assim, um plano para sua salvação. Não foi assim! A Bíblia é clara em nos dizer que Deus nos escolheu antes dos tempos eternos:
9  Que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos (2 Tm 1.9).
A Bíblia nos diz que Deus nos escolheu antes da fundação do mundo:
Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor (Ef 1.4).
A Bíblia diz que Deus nos escolheu desde o princípio para a salvação:
13  Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade (2 Ts 2.13).
A Bíblia diz que Deus conheceu você de antemão:
29  Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos (Rm 8.29).
Tudo isso significa que antes de Deus lançar os fundamentos da terra, antes de Deus criar todas as coisas, antes de Deus trazer o Universo à existência, Deus já havia conhecido você, amado você, escolhido você e determinado o fim de sua vida: a glória eterna.
B – A sua origem está no próprio Deus
A origem da predestinação é a Soberana Vontade de Deus. A Bíblia nos diz que:
3  No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada (Sl 115.3).
Isso quer dizer que não existe nenhuma força externa exercendo pressão ou autoridade sobre Deus, o qual É Soberano e está acima de tudo e de todos. O nosso Deus é Soberano absoluto e não existe uma área sequer do Universo, da nossa vida e existência, que não esteja sob Sua Soberania e regência, inclusive a questão da salvação de almas. Isto está claro nas palavras de Jesus quando diz:
37  Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora (Jo 6.37).
44  Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia (Jo 6.44).
65  E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido (Jo 6.65).
Deus mesmo predestinou você para a salvação, este é um fato maravilhoso.
2 – Quanto as causas da predestinação
A predestinação dos salvos aconteceu tão somente em conseqüência do amor e da misericórdia de Deus.
A – O amor infinito de Deus
Deus nos deixou o maior exemplo do seu imensurável amor, oferecendo o seu próprio filho em sacrifício e oferta viva no altar para resgatar o homem da maldição do pecado e da morte:
16  Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).
Na carta aos Romanos o apóstolo Paulo revela e exemplifica a essência do verdadeiro amor: o amor do Senhor Deus pelo homem, ainda que este se encontrava morto no pecado pela queda no Paraíso do Éden:
8  Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8).
No livro de Isaías, o Senhor toma como fundamento o amor materno, que sem dúvida é o mais profundo amor entre os seres humanos, para exemplificar a grandeza do seu amor pelo homem:
15  Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti (Is 49.15).
Deste imensurável amor originou a predestinação, deste amor originou a eleição de Deus. Ninguém foi escolhido porque era bonito ou feio, pequeno ou grande, rico ou pobre, homem ou mulher, mas porque Deus olhou para você e te amou, porque Deus se afeiçoou com você. Isso fica muito claro na história de Esaú e Jacó:
13  Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú (Rm 9.13).
Deus ama a todos, mas o que leva Deus a escolher uma pessoa e rejeitar outra? Encontramos a resposta no próximo tópico:
B – A misericórdia infinita de Deus
Paulo cita o fato de Deus ter amado a Jacó e se aborrecido de Esaú. Ele pergunta quanto a isso:
14  Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! (Rm 9.14).
Ele mesmo responde que não. Por quê?
15  Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão (Rm 9.15).
E Paulo complementa:
16  Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.
17  Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra.
18  Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz (Rm 9.16-18).
Não há o que questionar. Paulo diz àqueles que questionam:
20  Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?
21  Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?
22  Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição,
23  a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão,
24  os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? (Rm 9.20-24).
3 – Quanto aos critérios da predestinação
Já vimos que a origem da predestinação está em Deus e suas causas são o amor e a misericórdia de Deus, mas quais foram os critérios utilizados por Deus para escolher aqueles que seriam salvos?
A – A escolha de Deus não derivou da nossa santidade
Deus não escolheu você por causa de sua santidade, por que viu em você uma vida bonita, uma vida pura, uma vida piedosa, uma vida santa e então, Deus resolveu separar você para Ele e eleger você porque viu em você santidade. Não é isso que a Bíblia ensina. A Bíblia diz:
4  Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor
5  nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6  para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado (Ef 1.4-6).
A Bíblia ensina que Deus nos escolheu antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele e não porque éramos santos, de tal maneira que a nossa santidade não é a causa da nossa eleição, mas a santidade é um resultado da eleição.
B – A escolha de Deus não derivou de nossa obediência
Deus não escolheu você por causa de sua obediência. Não é porque você obedecia a Deus e você tinha méritos diante de Deus e, então, Ele resolveu escolher você. Deus nos escolheu não por causa da obediência, mas para a obediência:
1  Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia,
eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas (1 Pd 1.1,2).
1  Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus,
2  o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras,
3  com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi
4  e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor,
5  por intermédio de quem viemos a receber graça e apostolado por amor do seu nome, para a obediência por fé, entre todos os gentios,
6  de cujo número sois também vós, chamados para serdes de Jesus Cristo (At 1.1-6).
25  Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos,
26  e que, agora, se tornou manifesto e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno, para a obediência por fé, entre todas as nações,
27  ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém! (Rm 16.25-27).
C – A escolha de Deus não derivou de nossa fé
Existem duas maneiras de olhar para a doutrina da predestinação. Alguns olham para esta doutrina e prega o seguinte: Que Deus nos escolheu porque, na verdade, Deus previu, pela Sua presciência, que nós iríamos crer nele. Então, porque Deus previu que nós iríamos crer nele, elegeu aqueles que sabia que haveriam de crer nele. Esta concepção da eleição põe, na verdade, a causa da eleição na fé, de tal maneira que dentro desta visão é o homem quem escolhe a Deus e não Deus quem escolhe o homem. Entretanto, a Bíblia diz que Deus escolheu você não porque você creu ou haveria de crer nele, mas porque Deus escolheu você é que você crê nele hoje. Ou seja, a sua salvação não nasceu na terra, nasceu no céu. A sua salvação não nasceu no seu coração, nasceu no coração de Deus. A sua salvação não é uma iniciativa sua, mas é uma iniciativa divina. A Bíblia diz:
48  Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna (At 13.48).
Não diz o texto que “todos os que creram foram destinados para a vida eterna”, mas o texto diz que “todos os que foram destinados para a vida eterna creram”, de tal maneira que a fé não é a causa da escolha divina, mas a fé é o resultado da escolha divina. Você creu porque Deus te escolheu. Isso nos mostra que a eleição é a mãe da fé, pois foi porque Deus nos escolheu, foi porque Deus nos separou, foi porque Deus nos amou de antemão, foi porque Deus nos escolheu antes da fundação do mundo é que agora respondemos com fé ao Seu chamado.
D – A escolha de Deus não derivou de nossas obras
Deus não nos escolheu por causa de nossas obras. Aqueles que dizem: “Quando Deus observou as nossas boas obras é que Ele nos escolheu”, está na contramão da Bíblia, porque, se fosse assim, então a causa de nossa salvação estaria em nós, seria até mesmo uma questão de merecimento nosso, de méritos nosso. Mas, a Bíblia não ensina assim, ela ensina que nós fomos criados em Cristo Jesus para as boas obras e não por causa das boas obras:
10  Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas (Ef 2.10).
As boas obras não são a causa da eleição, mas as boas obras são conseqüências da eleição. Deus nos criou para as boas obras e não por causa das boas obras.
E – A escolha de Deus foi incondicional
Se a escolha de Deus não derivou de nossa santidade, nem de nossa obediência, nem da nossa fé e nem de nossas obras, então, podemos dizer que esta escolha foi incondicional. Ela não dependeu e nem teve qualquer influência por parte de algum mérito nosso, mas toda iniciativa foi de Deus, recaindo tão somente no amor e misericórdia de Deus. Ele simplesmente te olhou envolto em tua miséria, te amou, se afeiçoou contigo, teve compaixão de você e te escolheu para ser semelhante ao Seu Filho Jesus Cristo.
12  Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome;
13  os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (Jo 1.12,13).
Conclusão
A doutrina da predestinação não deve gerar nenhuma arrogância porque em nada o homem contribuiu para ela. Também não deve produzir nenhuma incerteza, pelo contrário, uma total segurança de que “aquele que começou boa obra em vós há de completá-la”. A predestinação também não deve produzir nenhuma ansiedade neurótica em nós, pois se estamos em Cristo não há com que se preocupar. Agora, se você não está em Cristo, aí sim existem razões para você ficar desesperado.
Não pregamos a predestinação. Pregamos o Evangelho de Deus que é “arrependei-vos e crede”. Essa era a mensagem dos Apóstolos aos incrédulos. Àqueles que creram sim, os Apóstolos lhes falaram sobre a predestinação para produzir neles segurança e gratidão pela graça tão maravilhosa de Deus.
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

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